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quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Um dia à Brigitte Bardot


"EM LONDRES, COSTA PEREIRA FOI TRATADO COMO UMA ESTRELA

Num tempo em que o futebol se entrelaçava cada vez mais com os holofotes da televisão e com a febre mediática que fazia nascer ídolos à escala global, Costa Pereira teve uma experiência inesquecível.
Com o brilho das campanhas europeias da década de 1960, o Benfica encantava a Europa. Os seus jogadores tornavam-se símbolos de excelência, e a curiosidade da imprensa estrangeira era insaciável. Na temporada 1964/65, o convite do Chelsea para um jogo de beneficência foi o ponto de partida para um episódio inusitado.
Na primeira vez que os dois clubes se encontravam, a im - prensa inglesa aproveitou a ocasião para saber mais sobre a equipa que deslumbrava nos relvados europeus. Solicitou a presença de um jogador para se encontrar com os media e para participar num programa de televisão. A escolha recaiu em Costa Pereira. Sem saber o que o esperava, partiu para Londres duas semanas antes do encontro.
Assim que pisou solo britânico, o guarda-redes português foi engolido pela voragem mediática. “Mal saí do avião, fui logo rodeado de jornalistas, fotógrafos e operadores de TV, que me tratavam como seu eu fosse a BB”, contou, incrédulo. Num salão apinhado de jornalistas, foi bombardeado com inúmeras perguntas sobre o Benfica, acerca das características da equipa, mística do Clube, sistema disciplinar, temas de ordem técnica, táticas adotadas, projeção do Clube no desporto português e quais as modalidades desportivas praticadas. A curiosidade sobre o universo encarnado era imensa.
A entrevista estendeu-se além do tempo previsto. Quando chegou ao programa de televisão onde devia participar, o momento já tinha passado. Por isso, nos intervalos dos programas seguintes, em vez de passarem os spots publicitários, eram transmitidas imagens suas e excertos da sua conferência de imprensa.
Após um dia digno de estrela de cinema, Costa Pereira confessou um episódio que achou engraçado durante a conferência de imprensa: “Ofereceram-me um whisky, que muito me apetecia, mas, como momentos antes falara de determinadas restrições que são impostas aos jogadores do Benfica, por uma questão de coerência, não aceitei. A minha recusa admirou muito os presentes, mas eu não queria deixá-los a pensar que, por estar só, não respeitava o regulamento do Clube.”
Saiba mais sobre este excecional guarda-redes na área 23 – Inesquecíveis, do Museu Benfica – Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

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