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Trinta e cinco anos após a queda do Muro de Berlim, celebrados ontem, 9 de novembro, ponto final na história da Guerra Fria, apesar de outras de variadíssimas temperaturas continuarem a escurecer os nossos dias, vivi uma semana que me fez recuar a esses inesquecíveis anos 80 do já distante século XX. E a culpa desta viagem no tempo é do grande — muito maior que os 213 centímetros que o ajudam a aproximar-se do topo da NBA — Neemias Queta!
Por essa altura, entre 1987 e 1990, vesti a camisola do enorme Atlético Clube de Portugal — ajudei o histórico de Alcântara, juntamente com um grupo de amigos para a vida, a conquistar um título nacional de juvenis e mais um de juniores — quando a liga profissional norte-americana era um destino longínquo e inacessível.
Os primeiros contactos com o fantástico mundo de Bird, Magic e Jordan surgiram através da Gigantes, uma revista espanhola que por artes mágicas passava de mãos em mãos antes dos treinos com fotografias daqueles super-homens que honravam a ideia original e genial de James Naismith algures em 1891, na cidade de Springfield, nos Estados Unidos da América.
Depois, em cassetes VHS e Beta — formatos de vídeo que hoje parecem contemporâneos das gravuras de Foz Côa — começou a ser possível assistir a alguns jogos e resumos, privilégios obtidos através de uns felizardos com antenas parabólicas ou amigos que viviam em zonas raianas com acesso à TVE.
E por fim lá se iniciaram transmissões em diferido na RTP com os comentários do professor João Coutinho. «Sejam bem-vindos ao jogo NBA da semana! Equipas em presença...», assim anunciava as partidas naquele tom de voz que toda uma geração é capaz de recordar.
Noite dentro, na madrugada de quinta-feira, na receção dos Boston Celtics aos Golden State Warriors, duelo que assinalou a segunda titularidade consecutiva de Neemias na equipa que lhe permite ostentar um anel de campeão da NBA — sim, da NBA! —, testemunhei aquele que para mim foi o momento mais alto do basquetebol nacional.
Em pleno TD Garden, o poste de 25 anos — 28.09 minutos, 14 pontos, oito ressaltos e dois abafos, um deles a Stephen Curry, o maior lançador de sempre — transformou (mais uma vez) em realidade o que na Tapadinha nos idos 80 era utopia digna de argumento de uma série de ficção científica. Um português na NBA? (Im)possível.
Em meu nome, mas também do Manso, Caeiro, Avelãs, Osório, Miguel, Zé Augusto, Galla, Zé João, Artur, Nuno e do saudoso Rui Barros, obrigado Neemias Queta.
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Campeão ao leme do Mónaco em 2016/17, trabalho de autor numa Ligue 1 que costuma ser o recreio do PSG, Leonardo Jardim é o novo treinador do Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos. O técnico de 50 anos não trabalha na Europa desde que saiu dos monegascos, em dezembro de 2019, opção naturalmente respeitável. Mas lá que estou curioso para ver o que poderá fazer em Portugal ou noutra liga do velho continente, lá isso estou...
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Na convocatória da Seleção para os jogos da Liga das Nações com Polónia e Croácia, apenas Cristiano Ronaldo preenche o espaço destinado a pontas de lança. Roberto Martínez aludiu à falta de matadores e admitiu estar a gostar do percurso de Fábio Silva e Tiago Tomás. No México, aos 32 anos, comemorados ontem, Paulinho, sete anos mais novo que CR7, soma 13 golos e sete assistências em 19 encontros. Não é suficiente?"
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