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sábado, 31 de agosto de 2019

Era de vida que se tratava

"Benfica tirou o rival do seu estado comatoso. Esperemos que não se verifique a velha máxima «quem seus inimigos poupa às suas mãos morre»

O FC Porto venceu com justiça o clássico. Foi a melhor equipa e está de parabéns Sérgio Conceição. Como reflectia no passado domingo a capa de um jornal desportivo, com uma linha editorial afecta ao FC Porto: «Vivos». Era de vida que se tratava para o nosso adversário. Foi um Benfica irreconhecível que tirou o rival do estado comatoso em que se encontrava. Esperemos que não se verifique a velha máxima «quem os seus inimigos poupa às suas mãos morre».
É injusto procurar culpas individuais com tanto desacerto colectivo. É mais útil reconhecer as limitações, os erros e redobrar na ambição para voltar a ganhar. Centrar no Benfica, no que podemos e devemos fazer para continuar a vencer os adversários. No fim só interessam os títulos e este ano ainda só ganhamos tudo.
Este fim de semana, em Braga, vamos ter um jogo dos mais difíceis da Liga, uma oportunidade de mostrar que o último fim-de-semana foi a excepção.
Há uma vantagem que aprecio em Bruno Lage, mesmo quando erra e perde, vê os mesmos jogos que nós, assume e explica. Não são precisas justificações, são precisas correcções e Bruno Lage é o primeiro assumi-lo. É muito boa a razão porque a derrota na era Lage custa mais aos benfiquistas, é por ser muito rara. Mas se há uma análise correcta do jogo e da justiça da vitória portista há um gigantesco erro de paralaxe na análise do momento dos dois clubes. O excelente FC Porto está fora da Liga dos Campeões e em igualdade com o Benfica em pontos e golos. O limitado Benfica está na Liga dos Campeões com vitórias no prestigiado ICC de pré-época, com uma Supertaça conquistada e em igualdade pontual com o rival.
Ou se admite uma diferença muito grande de dimensão dos dois clubes ou há um erro de paralaxe monumental na análise efectuada esta semana. Reconheço, que pode até haver, um bocadinho de cada.
O resultado de um sorteio da Liga dos Campeões nunca pode ser fácil, estão as melhores 32 equipas da Europa. Mas ter o adversário mais difícil do pote 3 e o mais difícil do pote 4 é um sorteio madrasto. Vamos ter um grupo aberto, ironia talvez seja o clube oriundo do pote 1 ser aparentemente o menos forte dos adversários. O Benfica terá que jogar e lutar por vencer os seis jogos porque mau mesmo era não estar neste sorteio onde o Benfica esteve pelo décimo ano consecutivo, facto apenas reservado aos clubes muito grandes."

Sílvio Cervan, in A Bola

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