Últimas indefectivações

terça-feira, 7 de julho de 2015

Um baú, muitas terras...

"Desde 1904, o Sport Lisboa e Benfica já teve oito campos. Sete deles encontram-se guardados no Museu.

Ao longo da sua história, o Benfica possuiu diversos campos. A 5 de Outubro de 1941, uma iniciativa única guardou para a posteridade, '(...) um punhado de terra (...)' de cada um. Integrada nos festejos inaugurais do novo campo de jogos, situado no Campo 28 de Maio (nome que o Campo Grande tinha à data, e que manteve até 1948), uma prova de estafeta fez '(...) uma ronda emocionante através de locais onde a colectividade registou períodos áureos, marcando etapas notáveis na sua vida (...)'. O objectivo? Recolher um pouco de terra de cada um dos campos.
A partida início às treze horas e cinquenta e cinco minutos no campo das Terras do Desembargador, em Belém, passou pelo campo da Feiteira e pelo campo da Quinta de Marrocos, ambos em Benfica, pelo campo de Sete Rios, pelo campo das Amoreiras e terminou no novo campo.
Cada 'pedaço de campo' foi recolhido com a ajuda de uma pequena salva de prata e colocado dentro de um pequeno baú de madeira com aplicações em prata, da autoria do ourives Álvaro Ferreira de Oliveira, que os corredores transportaram ao longo do percurso.
O trajecto foi realizado por dez atletas benfiquistas que, de mão em mão, com o auxílio de um cesto metálico, fizeram percorrer pela capital o simbólico testemunho. Pires de Almeida, o atleta mais jovem do Clube, iniciou-o. Seguiram-se-lhe Amadeu Bispo, Tiago Ribeiro, Agostinho Brito, Hermínio Faria, Simões Santos, Manuel Maria, Jaime Miranda e João Miguel.
Após percorrer todos 'os ninhos da águia' entre 1904, o baú entrou no novo campo pelas mãos de Manuel Dias, o mais antigo e consagrado corredor do Clube. 'O público vibrava (...) A ovação não findava (...)'.
Cerca de sessenta anos depois, o precioso baú foi novamente aberto, desta vez para receber a terra do Estádio do Sport Lisboa e Benfica, construído em 1954 e demolido em 2003 para dar lugar ao actual.
No Museu Benfica - Cosme Damião, na área 17. Chão sagrado, encontra-se exposto o símbolo dessa odisseia."

Mafalda Esturrenho, in O Benfica

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