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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Campeão com cicatrizes

"A 18 de Janeiro de 2012, durante uma prova no CAR do Jamor, Nelson Évora lesionou-se com gravidade e teve de ser operado com urgência, perante a expectativa de ainda estar presente nos Jogos Olímpicos de Londres. Não foi preciso esperar muito tempo para o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, dar carta branca para que fossem feitos todos os esforços na recuperação do atletismo, que quatro anos antes tinha sido campeão olímpico em Pequim '08.
Foi com esta certeza que Nelson Évora foi operado, mas o saltador ressentiu-se meses mais tarde. Chegou a entrar em competições, sem sinais evidentes de uma recuperação eficaz, e em Janeiro de 2014 foi novamente operado. Começava, então, uma nova carreira, mas sempre com o mesmo objectivo: competir ao mais alto nível nas grandes provas. O benfiquista foi adquirindo confiança, mas faltava-lhe aquele resultado de ponta que desse para esquecer as cicatrizes de tantas mazelas acumuladas desde que conquistou a medalha de ouro na China.
Desta feita, o brilhante resultado de Évora no Nacional de clubes no triplo salto coloca a fasquia num patamar elevado, não sendo descabido falar na conquista de uma medalha no Europeu de pista coberta em Praga em Março.
Mas, afinal, o que há de novo neste resultado de Nelson Évora? A alegria de, aos 30 anos, dizer que não está acabado depois de ter feito a travessia do deserto. Para quem conhece a forte componente técnica de uma disciplina como o triplo salto (combinação de velocidade, explosão, força e técnica), é de reconhecer o esforço do recordista português, numa altura em que surgem algumas promessas numa prova em renovação.
Nelson Évora não é o último dos duros, mas o seu exemplo e enquadramento técnico são balizados pelo apoio de um clube, através do seu projecto olímpico. É nestas alturas - quando se começa a pensar em quantos mais Jogos Olímpicos um atleta estará presente - que a corrida bate certa. Perde-se o medo aos ensaios nulos, às lesões, e arrisca-se tudo na esperança que ainda há muito para ganhar, seja ao serviço do Benfica ou em representação da Selecção Nacional."

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