"Sinais de retoma evidenciados pelo FC Porto com Aves SAD e Estoril esfumam-se em caso de desaire com o Benfica. É a hora de o treinador argentino mostrar serviço...
A história diz-nos que o Benfica costuma entrar no relvado do Dragão com um medo cénico que os seus responsáveis não conseguem explicar. Isso, aliado à força enorme que emana das bancadas do recinto azul e branco, faz com que com o FC Porto usufrua dessa vantagem mental antes do apito inicial. Não sei se este domingo à noite esse contexto se irá verificar, à semelhança do que sucedeu na última visita dos encarnados à Invicta, onde foram vergados a uma humilhante derrota por cinco golos sem resposta. O Benfica almeja evitar o bicampeonato do Sporting e tem pela frente uma tarefa hercúlea, mas a equipa de Bruno Lage, que já venceu no Dragão, chega a este momento confiante de que sairá incólume da visita à casa do clube nortenho.
O FC Porto, por seu lado, dá sinais de melhorias, com duas vitórias consecutivas, os jogadores a darem mostras de assimilarem melhor a matriz de jogo preconizada por Martín Anselmi, que chegou em janeiro no meio de um autêntico furacão e procura trazer a bonança ao universo azul e branco. Por tudo isto, e tendo em conta que o título não passa de uma miragem para os dragões, há ainda muito em jogo para o FC Porto diante do eterno rival de Lisboa. Paulatinamente, o técnico argentino vai percebendo a dimensão do clube que representa e a exigência da sua massa associativa, pelo que este clássico será também uma prova de fogo para Martín Anselmi.
A rivalidade entre os dois emblemas atravessa décadas e ganhar ao Benfica é uma obrigação para todos os portistas. Vencer o clube da Luz é algo que não se mede, é imperioso, não apenas pela própria cultura de vitória que José Maria Pedroto e Pinto da Costa enraizaram no clube, mas também pelo orgulho, o orgulho de uma cidade e de um povo que olha para o futebol de forma transcendental.
As duas últimas vitórias no campeonato aumentam a esperança de todo o universo azul e branco, mas desta feita há que contar com um adversário que surge moralizado pelas oito vitórias consecutivas na prova e predisposto a continuar sem tropeçar a caminhada que o possa levar ao Marquês em maio.
Num clássico desta envergadura, independentemente dos resultados que venham de trás, não existe favoritismo. E a história dá-nos provas inequívocas dessa realidade: só temos de recuar até ao dia 3 de março de 2024, quando o conjunto então orientado por Sérgio Conceição despachou o Benfica com uma mão cheia, um resultado que poderia ter tido outra dimensão, tal a forma como o ex-treinador, exímio a agilizar estratégias para bater os rivais, montou um plano que roçou a perfeição e deixou em êxtase as bancadas do Dragão.
Um ano volvido, estão reunidos todos os condimentos para se assistir a um grande espectáculo de futebol, com os atores a subirem a palco às 20h30 desta noite, numa peça que será dirigida por João Pinheiro, supervisionado pelo VAR Tiago Martins. Ganhar no Dragão ao Benfica é uma espécie de compromisso de honra que os adeptos do FC Porto exigem, em dois meses de trabalho Martín Anselmi já será conhecedor dessa premissa, mas terá pela frente uma águia empenhada em voar na liderança do campeonato, sem descer na sua ambição de deixar o Sporting para trás na corrida ao cetro. Têm a palavra final Samu, Rodrigo Mora, Di María, Pavlidis e muitos outros. Então, que comece a rolar a bola..."
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