"Saída de Marcos Leonardo e fraco rendimento de Arthur Cabral prolongaram a titularidade de Pavlidis, mas agora, mais do que nunca, o ex-Fiorentina justifica o benéfico debate
Seis golos e duas assistências em 18 jogos não são números particularmente entusiasmantes para o ponta de lança titular de uma equipa com a dimensão do Benfica. Daí que Vangelis Pavlidis não seja ainda figura consensual — se é que isso existe, em absoluto — junto do Terceiro Anel, até pelo contrapeso dos 18 milhões de euros (mais dois em bónus) do acordo com o AZ Alkmaar para a mudança do internacional grego para a Luz.
As boas campanhas na Liga neerlandesa até tiveram sequência na pré-época, com sete golos em seis jogos, mas Pavlidis não conseguiu manter a cadência, ainda que tenha conservado sempre o estatuto de primeira opção, mesmo após a troca de Roger Schmidt por Bruno Lage. Pela mesma altura os milhões sauditas levavam a principal alternativa, o brasileiro Marcos Leonardo, que tanto jeito tem dado a Jorge Jesus, com sete golos em 15 jogos pelo Al Hilal.
Talvez esta transferência tenha prolongado a titularidade de Pavlidis no Benfica. Lage elogiou sempre o trabalho do grego, que em muitos jogos, é verdade, passou a impressão de que só faltava mesmo o golo para cimentar a influência. Mas se o efeito da chicotada psicológica ainda deixou a sensação de que Pavlidis estava futebolisticamente mais próximo dos colegas (ou vice-versa), isso não foi substanciado em números. Depois de três golos e uma assistência no espaço de quatro dias, entre o final de outubro e o início de novembro, o ex-AZ só voltou a marcar no Mónaco, mas aí também Arthur Cabral e Zeki Amdouni festejaram.
O internacional suíço, que tem um terço do tempo de utilização de Pavlidis, fez no principado o quarto golo pelo Benfica, tal como o brasileiro, que não tem muitos mais minutos em campo do que o ex-Burnley. Sem desvalorizar a capacidade finalizadora que revela, a mobilidade e irreverência de Amdouni remetem mais para o perfil de segundo avançado, ou porventura camuflado naquele papel que Akturkoglu tem feito. No caso de Arthur Cabral a química com a baliza nem sempre é evidente, mas se, a dada altura, a titularidade de Pavlidis também esteve sustentada no rendimento moderado do antigo jogador do ex-Fiorentina, agora este tem feito por justificar o debate em torno da titularidade.
A dúvida é tão legítima quanto benéfica para Lage, ainda que a comparação tenha fasquia baixa: Pavlidis e Arthur Cabral têm estado aquém do seu próprio histórico, quanto mais da história de goleadores do Benfica."
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