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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Da Liga NOS à Liga CTT

"Alguns deixarão saudades. Pela sua dedicação e pelo seu profissionalismo. Pela sua entrega e pela sua sinceridade. Como é o caso de Eliseu.

1. Faltam duas jornadas para o fim da primeira volta desta Liga. Jornadas que só se disputarão nos primeiros dias de Janeiro de 2018. E, logo, na noite larga do dia três com um determinante Benfica - Sporting. O que sabemos é que o Benfica já só está em duas competições - internas - e Sporting e Futebol Clube do Porto, continuam em quatro competições e já sabem quem são os adversários - e as distâncias - nas competições europeias. Por ora, e depois da jornada que só acaba amanhã, o futebol doméstico concentra as suas relativas atenções na Taça CTT. E com consciência oito os patrocinadores neste jornal. Com uma responsável consciência. Já que, desde a Roma antiga, «a consciência vale por mil testemunhas»! E havendo jogos dessa Taça nesta semana que antecede o Natal e na próxima que precede o Novo Ano. Ou seja entre os contos de Natal e alguns descontos de pós Natal os fiéis adeptos de futebol sabem que, mesmo com este frio, há futebol que conta. Mesmo que para uma competição que só vale uma Taça - bonita! - mas que não proporciona qualquer conquista de presença europeia. É esta a Taça da Liga e que tem um patrocinador que merece ser respeitado. Já que acreditou, num determinado e complexo momento, na denominada indústria do futebol profissional português. E se a Liga NOS tem uma pausa é tempo para se olhar para a Liga CTT. Assim se percebe a sociologia contemporânea do futebol que acredita na potencialidade e na atractividade da classe média que detém uma parcela considerável na produção, mediação e consumo de cultura de futebol dos pós-adeptos. E, por isso, porventura, o conjunto de programas televisivos que analisam, escrutinam, criticam e espalham visões acerca de lances, situações, simulações ou, até, motivações. Agora com a motivação suplementar do comentário acerca do VAR e das suas suficiências ou, por excelência, das suas ditas insuficiências. É, assim, um tempo por excelência das bancadas a céu aberto como percebemos pela forma escancarada, e ilegítima e ilegal, com que se divulgam comunicações privadas. E multiplicam-se, assim, numa luta bem tórrida, dimensões críticas mas muitas vezes não reflexivas acerca de um tempo concreto do futebol português. Que está a perder a olhos vistos alguma da sua alegria. O que deve perturbar a Federação e a Liga, o Governo e os clubes, os patrocinadores e os apaixonados, mas racionais, adeptos. E, logo, os associados e os accionistas das nossas não se importarem de deitar dinheiro à rua e outros não sintam, em razão da sua paixão exacerbada, o valor do dinheiro que investiram. Mesmo que tivesse sido apenas com o coração. Mas saiu da carteira...

2. Nestas duas semanas vamos ouvir falar, e muito, de partidas e chegadas. Como sou do tempo das viagens para férias de Natal no Sud-Express - eu, com honra, Menino da Luz e indo até Viseu para o aconchego familiar - sei bem o que são chegadas e partidas. É o que o futebol começa a viver tendo em conta o novo período de abertura de mercado que se avizinha. É o tempo dos reis magos - em letra pequena! - com nomes dourados que ajudam a renovar a crença ou a acentuar a paixão. Percebemos já que há acertos de balneários que vão ocorrer e que há motivações de empresários que não vão deixar de crescer. Dia a dia. E que vai haver jogadores que resistem e outros que pressentem que só em douradas circunstâncias fazem o contrato da vida. E, assim, há jogadores que vamos (re)descobrir e há outros que vamos ver partir. Uns deixando, de verdade, saudade. Muita saudade. Pela sua dedicação e pelo seu profissionalismo. Pela sua entrega e pela sua sinceridade. Como é o caso, entre outros, e se for o caso, do Eliseu! Como também do Iker Casillas.

3. Acredito que vamos viver um novo tempo de crise de tesouraria em muitos clubes. Uns das competições profissionais e outros das denominadas competições nacionais, aqui tuteladas e organizadas pela Federação Portuguesa de Futebol. O que se escuta a partir da Madeira ou de outras cidades ou vilas de Portugal é bem perturbante. Há profissionais com salários em atraso e que vão viver este tempo de Natal com acrescida angústia e quase desespero existencial. Acreditaram em contratos celebrados e no pagamento atempado dos seus salários. Agora sentem que não há capacidade de tesouraria para se cumprirem esses contratos o que implica, no que diz respeito às competições profissionais, que a competente avaliação da Liga acreditou em receitas que não se concretizaram. E, neste âmbito, voltam à ordem do dia as antecipações de receitas de direitos televisivos e na época de transição entre velhos e novos contratos. E tendo consciência que os novos são bem valiosos - diria que bem carinhosos! - e com a consciência da crise que atravessa, com múltiplas dores, os grupos de comunicação em Portugal. E sem que o Ministério competente - o da Cultura - mostre um sinal de verdadeira preocupação acerca deste tempo complexo. Por vezes o proclamado cavalheirismo é, tão só, um mero largo momento de contemplação. Mas como escreveu Henri Michaux «se um espírito contemplativo se deita à água, não tenderá nadar, procurá, primeiro, compreender a água. E afogar-se-á»!

4. O hóquei em patins português está em vez mais de parabéns. Em especial, o Benfica. Ontem, em plena Catalunha - em processo eleitoral determinante! - conquistou pela segunda vez a Taça Intercontinental. Venceu o clube anfitrião, o Reus, e assim, a equipa bem liderada por Pedro Nunes e capitaneada pelo Valter Neves engrandece o Museu Cosme Damião com mais um troféu, mostra o valor do hóquei português e a evidenciada competência benfiquista. Mais uma página de outro do nosso hóquei!

5. Hoje, em Tondela, o futebol do Benfica tem de mostrar que acredita, de verdade, na conquista do penta. Hoje, ali ao olhar para a linda Serra do Caramulo, o Benfica te de ultrapassar o Tondela e evidenciar que a derrota em Vila do Conde, e consequente afastamento da Taça de Portugal, foi bem ultrapassada. Hoje, numa cidade que o futebol deu a conhecer globalmente, Rui Vitória sabe que só os três pontos interessam. E que eles permitem olhar com toda a legítima esperança para o determinante jogo face ao Sporting logo no arranque do Novo Ano. Sabendo bem que «a esperança é um empréstimo que se pede à felicidade»!

6. Cristiano Ronaldo voltou a entrar na história gloriosa do Real Madrid. E, logo, com a conquista de ontem do Mundial de Clubes, na história do futebol contemporâneo!"

Fernando Seara, in A Bola

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