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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Alguns desafios colocados a Rui Vitória

"O testemunho da titularidade está a passar de Júlio César para Ederson, que muito em breve estará na selecção brasileira...

A Liga portuguesa meteu férias durante três semanas e o Benfica despediu-se dos adeptos na liderança, com três pontos de avanço sobre os rivais. Sem deslumbrar - e ainda com a questão do número oito mal resolvida - os encarnados encerraram esta fase mostrando como principais atributos a organização e o espírito colectivo. Quando a Liga regressar, Rui Vitória já deverá dispor de jogadores decisivos como Jardel, Samaris, Jiménez, Jonas e Rafa, que darão maior consistência ao quadro encarnado. Por isso, ultrapassar a vaga de lesões com danos mínimos a nível nacional, deve valer, pelo menos, ao treinador do Benfica, um suspeito de alívio.
Rui Vitória precisou de gerir, nesta fase, duas situações particularmente delicadas: Luisão e Júlio César. Pode dizer-se que o defesa mostrou ontem que não é carta fora do baralho, assim continue a aceitar as opções do técnico com espírito de missão. Porque, jogue mais ou jogue menos, a influência de Luisão na cabina terá sempre uma tremenda importância no decorrer da temporada.
Já em relação a Júlio César, a questão é um pouco diferente. O internacional brasileiro continua a ser um óptimo guarda-redes e Rui Vitória andou bem ao mantê-lo vivo depois do jogo infeliz de Nápoles. A época é longa e o Benfica terá muitas situações em que deverá recorrer aos préstimos de Júlio César, um futebolista que merece respeito. Mas a verdade é que Ederson mostra, hoje em dia, mais e melhores recursos...
Avaliando com um pouco de mais de detalhe as qualidades de Ederson percebe-se que está particularmente à vontade no jogo áereo, revela-se muito rápido a sair da baliza (Eriksson dizia muitas vezes que, no futebol, mais importante do que a velocidade com que se corre é a decisão de começar a correr) e é um dos melhores da actualidade a jogar com os pés. Com Ederson na baliza, é mais fácil ao Benfica esticar o jogo nas bolas corridas; e nos pontapés de baliza (onde não há fora-de-jogo) essa circunstância pode ser ainda mais relevante, exportando a acção para 80 metros mais à frente.
Em resumo, o Benfica possui muitos e bons argumentos na baliza e aquilo a que assistimos é a uma passagem geracional de testemunho (que deverá estender-se à selecção brasileira, mais dia, menos dia). É a vida, não é?

ÁS
Éder
O Lille derrotou o Nancy por 1-0, golo de Éder. Pouco importa, pouco se foi de penalty. Pouco importa, pouco importa, se foi o primeiro golo do internacional português desde a final do Stade de France. O que importa é que Portugal deve vibrar com todo e qualquer golo de Éder. Grande Éder. Obrigado Éder...

ÁS
Grimaldo
É bom que aprimore a fase defensiva do seu jogo, que sendo boa não é excelente; porque na fase ofensiva oferece argumentos muito fortes, nos desequilíbrios que consegue, na capacidade para a meia-distância e, last but not least, na execução das bolas paradas, citúrgicas e letais.

DUQUE
Jorge Jesus
Alguma coisa não está bem no Sporting, Madrid e Guimarães assim o dizem (e já não falo de Vila do Conde, um desastre diferente). É Jorge Jesus que tem de dar resposta a este problema, mostrando-se inconformado pelo facto da sua equipa não manter, durante os 90 minutos, a consistência dos campeões.

Não, neste caso a culpa não é de Bruno!
«Existe quem queira saber de quem é a culpa, se da defesa da equipa, do treinador, do árbitro. A culpa é minha...»
Bruno de Carvalho, Presidente do Sporting
Provavelmente, no cartório de Bruno de Carvalho haverá culpas relativas a Guimarães. Mas, a existirem, não se reportam ao jogo de sábado passado mas sim à forma como reagiu à derrota leonina nos idos de Marco Silva. É louvável que o presidente do Sporting procure aliviar os verdadeiros protagonistas. Mas será que Jorge Jesus conviverá bem com essa desresponsabilização?

Fenómeno Marega
Indiscutivelmente, ao avançado que está em Guimarães emprestado pelo FC Porto, não falta golo. O que falta a Moussa Marega, que joga pelo Mali mas nascer há 25 anos, a dois passos de Marcoussis, nos arredores de Paris, onde Portugal foi tão feliz no Euro 2016, é quem acredite nele. Porque quem tem aquele arcaboiço físico, ostenta uma técnica individual muito acima da média e mete a bola no fundo das redes adversárias com tanta naturalidade, não merece andar emprestado, mesmo que ao Vitória de Guimarães, um clube de excelência.

Já ouviu falar dos 'Western Bulldogs'?
O futebol australiano, que nos deixa indiferentes, arrasta multidões down under. No sábado, os Bulldogs, que não conquistavam o título desde 1954, sagraram-se campeões e os media aussies fizeram dessa conquista o centro do mundo. Apesar da globalização ainda há muito para entender, não é?"

José Manuel Delgado, in A Bola

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