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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Para que serve a justiça desportiva?

"1. O Direito desportivo é como o Direito canónico. Perante a Lei civil de nada valem. É por isso que a Justiça desportiva ameaça com o fantasma da expulsão das provas a quem recorrer a um tribunal comum para contestar uma sua decisão. Vejam o que aconteceu com a compulsiva despromoção do Boavista no rescaldo do Apito dourado! Depois de vários anos, acabou por ser reintegrado, obrigando assim a Liga ao alargamento para 18 clubes quando o país não tem capacidade para sustentar mais de 10-12! Vejam o que sucedeu ao Calciopoli (um terramoto que em 2006 varreu todas as estruturas do futebol italiano e que envolveu várias instâncias desportivas e civis), agora demolido pelo Supremo Tribunal de Justiça! Afinal, os únicos responsáveis pelo escândalo foram o famigerado Luciano Moggi, já irradiado, acolitado por outros dois dirigentes da Juve, hoje vice-campeã europeia depois de um banho de humildade no escalão inferior. Um dos protagonistas deste ressurgimento bianconero é o jovem (22 anos) Morata, um canterano do Real que em Julho de 2014 o cedeu por 20 milhões com uma cláusula de resgate de 30. Florentino Pérez já avisou que vai executar a cláusula, mas a velha e sagaz senhora tudo faz para impedir a sua libertação. Como? Convencendo-o a dizer «não», mediante o aumento do salário, a prorrogação do contrato e a titularidade.
2. De igual modo, também o Sporting faz o mesmo com Carrillo. Pretende que o peruano prolongue o seu vínculo e, para isso, promete-lhe aumento salarial. O jogador, porém, que tem outras e melhores propostas, recusa. E o que faz Bruno de Carvalho? Em desespero de má causa, castiga-o, afastando-o da equipa. É isto justo e legal? Não. O jogador está a cumprir exemplar e escrupulosamente o seu compromisso, que termina em Junho próximo. E até lá quer manter a mesma atitude. Só que não o deixam e marginalizam-no. O que têm a dizer a isto os senhores juízes da Comissão de disciplina e do Conselho de Justiça? Nada, como sempre."

Manuel Martins de Sá, in A Bola

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