Últimas indefectivações

domingo, 20 de novembro de 2011

Preto e branco

"1. Ainda o Sp. Braga-Benfica da semana passada e mais um episódio lamentável: o das acusações de Alan, aquele mesmo jogador que tocado no peito por Javi García no jogo da época passada, se rebolou no chão agarrado ao pescoço, levando o árbitro a expulsar o nosso jogador. Alan acusou Javi de lhe ter chamado 'preto de m...'. E, à Renascença acrescentou: 'Não sou preto. Sou negro com muito orgulho.' Nunca mais me esqueci de uma conversa tida com o meu antigo colega no Atletismo do Benfica, Rui Mingas, há uns 45 anos. Já não me lembro a que propósito, disse-lhe que ele era negro. E ele respondeu-me, prontamente: 'negro não, sou preto; e tu és branco'. Que é como que diz: eu sou preto, tu és branco, tal como este é alto e aquele é baixo. Nascemos assim e não há diferenças.' Não sei se acrescentou ou não, mas estava implícito: '...e tenho muito orgulho em ser preto, tal como tu te deverás sentir bem em ser branco.' Esta conversa aconteceu no Portugal de Salazar. Nunca mais a esqueci. E estas tristes declarações de Alan fizeram com que a voltasse a recordar.

2. Realizou-se esta semana o último jogo da Selecção do mandato deste elenco federativo, que em breve será substituído. Com a sua saída, Amândio de Carvalho deixa cargos na FPF. Ele voltou a ter que dar a cara nos momentos maus, em virtude da doença do presidente Gilberto Madaíl. Lamentavelmente, e a (des)propósito, foi muitas vezes recordado o caso-Saltillo, em que Amândio de Carvalho foi vítima da incúria do presidente de então, Silva Resende, que sucessivamente adiou o diálogo com os jogadores e depois não apareceu no México quando se impunha a sua presença, deixando a 'batata quente' nas mãos do saudoso José Torres e de Amândio de Carvalho. Depois, Silva Resende 'vendeu-se' à Associação do Porto para se manter no cargo, à custa da 'cabeça' de alguns dirigentes. Foi o princípio do estado a que chegou o Futebol português.

3. Dá-me gozo sempre que leio notícias sobre o desesperado esforço dos dirigentes do FC Porto em 'despachar' o Cristian Rodriguez, que há três anos, para o desviarem da rota do Benfica, lhes custou sete milhões de euros e mais um ordenado milionário, ao nível dos mais caros. Foi um 'flop' completo. Está a chegar ao fim do contrato, o clube está em risco de nada lucrar com a sua saída e agora, diz-se, está disposto a cedê-lo por três milhões."


Arons de Carvalho, in O Benfica

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