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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O melhor e o pior do futebol

"O futebol é jogo, desporto, competição e espectáculo. A partida entre o Benfica e o Guimarães foi tudo isso e, também, arte. O Benfica venceu, marcou três golos, anularam-lhe mais dois, desperdiçou uma grande penalidade, acertou com a bola uma vez na barra e outra no poste. Juntou à competição, um espectáculo de dinâmica, estética e virtuosismo. As bancadas encheram-se de benfiquistas incondicionais que esqueceram a chuva, o frio, o atraso pontual para o primeiro classificado e mostraram como um grande espectáculo tem obrigatoriamente um grande público. Depois de termos visto aquele passe de quarenta metros do Sidnei para a mestria do Aimar e para golo que este marcou, lembrámo-nos de Beckenbauer e Maradona. Lembrámo-nos dos que fizeram com que vivamos esta paixão por um desporto que se sabe transformar em arte. Depois de termos visto aquele chapéu fabuloso do Carlos Martins, recordámos a espontaneidade irreverente de Cantona e percebemos como a genialidade livre se manifesta sem pedir licença ao calculismo. Depois daquele jogo, os espectadores transformaram-se em testemunhas do que há de melhor num desporto chamado futebol.
Dois dias depois, recordo o que Santiago Segurola, director adjunto do jornal espanhol “Marca”, escreveu em 2008. «Es terrible lo que está pasando en el fútbol, un poco ante la mirada condesciente del periodismo. En los últimos años se han comprobado casos […] de compraventa de partidos tanto en Italia como en Portugal, con equipos como la Juve y el Oporto en medio del embrollo.»
E lembro-me de que também somos testemunhas do que de pior há no futebol: a batota, a subversão suja das regras. Releio as palavras de Santiago Segurola e recordo-me de que também somos testemunhas de que em Itália chamam corrupção à batota, e de que em Portugal a batota é denominada ‘fina ironia’. Perante isto, só nos resta não ser testemunhas silenciosas."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica

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