Últimas indefectivações

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Não sabem, nem querem saber... mas exigem a condenação!!!

"Ao fim de uns dias surge na arena um movimento que vale a pena ler e comentar. É um desabafo camiliano deste século; suspira-se uma inevitável queda. Da águia porque "Anjos" nem vê-los na família benfiquista. É um apelo intelectual e emocional de modernidade. Se aconteceu em França, se aconteceu em Itália, tem de acontecer aqui. Já devia ter acontecido neste canto desesperado de iliteracia e bola que chegue.
E o cenário apronta-se. Não vale negá-lo. Uma mentira, ou várias, perduram mais que as inocentes verdades. Nenhum dos espiados era agente desportivo? Podia ser! As ofertas são triviais? São provas! Não prestando a opereta acusatória, sobressaem tenores e sopranos. Corrupção, é corrupção... Desportiva, dessa mesmo. Daquela que nunca houve e que, finalmente, se revela nesse antro encarnado de milhões.
É uma réplica do inferno. Corrupção e milhões não vivem separados. Dispensam-se mais explicações. Os factos são pormenores não essenciais, fumos de ilusionistas, especialistas e abusadores. A ciência tem mais com que se ocupar; ao futebol tudo o que é mundano se associa, desde a opinião popular ao veredicto mais consagrado.
É neste supremo varejar que se chega à máfia, à política e ao futebol. Está descoberto este triângulo num cantar de novidade, por alguém que parece não conhecer o Porto onde nasceu. Alguém que dirigiu uma distrital de um grande partido político, sem se lhe conhecer um antibiótico contra a Corrupção; encontrou no popular Benfica o laboratório social de onde se extrai a fórmula regeneradora - o darwinismo processual. Basta argumentar que é no futebol que eles se encontram. Os poderosos. Não precisará de procurar nas vielas e nos balcões, no lusco fusco romântico dos encontros de jornalistas, polícias, magistrados e pensadores. A teia de cumplicidades está encontrada. Que páre a busca, que párem as trocas. A fórmula está aqui - a clubite judiciária - numa Lisboa useira que a acolhe como nunca imaginámos. Uma colina que bafeja tanta audácia: vale mais uma palavra escrita que gritos de indignação de milhões. Esses que agora serão vencidos pelo tempo da justiça mediática. O estertor, o vozeiral incómodo, não os pára. Calar o "ninguém pára o Benfica" é o seu lugar na história. Autênticos revolucionários e fundadores de uma nova república assente no anti-benfiquismo conceptual! Mais moralizados que nunca. Há um antes e um depois do pontapé na toupeira. Qual fogueira no crepúsculo, abeiram-se com todos os seres ao crepitar. Organiza-se um auto de fé e canta-se a verdade escrita em folhas de jornal que alimentam a combustão. Não há nada para guardar porque a reinvenção é identitária. Nesta obra colectiva, neste troar cadente e enciclopédico, estarão retóricas de futuras sentenças, acórdãos e marcos de justiça.
Dirão, fez-se justiça "em nome do Povo". Esse mesmo Povo que desprezam por se altercar com costumes primitivos, como o deslizar de uma bola para ultrapassar a linha entre dois postes. Esse Povo que pensam manipular a bel prazer. Esse Povo que desconsideram por ter direito a uma opinião afectiva. Esse Povo a educar com textos de Pacheco Pereira, pois já não se encanta com qualquer sumidade. Esse Povo ingrato, vermelho e de obstinadas aleivosias. Esse Povo que não merece ter ou acreditar numa presunção de inocência. Esse Povo que não presta porque não acredita na opinião publicada. Esse Povo que se reúne em redes virtuais de difícil censura. Esse Povo de "um por todos e todos por um", que tem na sua convicção, nos seus valores, na sua combatividade, no seu orgulho, o destino da criação mais transcendente deste lugar. Continue a tentar, Pacheco Pereira, a alma benfiquista não é de subservientes."


PS: Artigo de resposta a uma ode à ignorância assinada por Pacheco Pereira no Púbico.

1 comentário:

  1. Para alguns o Benfica tem de ser acusado simplesmente porque como é um poderoso não pode ser protegido. Nem interessa se está a ser bem ou mal acusado...

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