"As pessoas de boa-fé, honestas, pensam que o futebol é limpo e que os vários casos de corrupção que aqui e ali se vão conhecendo não passam de excepções à regra. Reduzem tudo à dimensão do Apito dourado português, em que meia dúzia de árbitros e dirigentes foram apanhados em escutas, e que, além disso, foi um episódio circunscrito no espaço e no tempo. Piedosa ilusão. A demolir essa quimera é o australiano Chris Eaton, alto responsável da Interpol que, em Zurique, coordena a task force da FIFA contra as apostas clandestinas e a corrupção. Diz ele: «Não julguem que os jogos viciados são poucos e que não há motivo para alarme. Pelo contrário. Há organizações transcontimentais que investem milhares de milhões a longo prazo para desenvolver este negócio. Há programas para ensinar jogadores e árbitros a falsear resultados. É precisa a ajuda das Polícias e dos Governos, à semelhança do que se fez contra o terrorismo depois do 11 de Setembro. Basta dizer que as apostas efectuadas em jogos manipulados já atingem por ano a incrível verba de 15 mil milhões euros! Na Coreia do Sul houve jogadores que se suicidaram depois de terem sido descobertos e outros que foram mortos por não se terem vendido.
Como se não bastasse e como já acontece com a economia, também o futebol europeu está a ser devorado pelos asiáticos. Sheiks, emires e sultões compram clubes a eito. Do porfólio destes nabados já fazem parte Arsenal, Manchester City, Fulham, PSG, Málaga, Getafe, entre outros. Na mira estariam agora Manchester United e Vitória de Guimarães, este a preço de saldo: 15 milhões. Com este cenário como pano de fundo, onde irá parar o fair play financeiro decretado por Platini?"
Manuel Martins de Sá, in A Bola
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