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quarta-feira, 16 de abril de 2025

O 'entretenimento' que ocupa as nossas mentes


"1. Andamos entretidos. Entretidos com a bola e com a política, com a forma como lidamos com as exigências quotidianas, com as peripécias que vão acontecendo por cá e no resto do mundo. Andamos entretidos com tudo e mais alguma coisa, porque de facto estes são tempos estranhos que requerem distância da dura realidade. O entretenimento, esse é o possível.
Discutimos penáltis bem ou mal assinalados, prejuízos ou benefícios, desonestidades ou inclinações. Como sempre, os lances de futebol ocupam parte importante desse distração, porque têm efeito placebo: libertam a raiva acumulada sem recurso a medicação prescrita. São o escape perfeito para extravasar emoções e ignorar a dureza da vida. Neste universo cabe quase tudo. Cabem excessos e ofensas recorrentes, cabem insinuações e acusações constantes, cabem até ameaças privadas muito graves.
Há na bolha do futebol uma espécie de carta branca para a pequena criminalidade, para a delinquência de ocasião. Algumas vezes é potenciada por quem é infeliz nas suas funções, outras — a maioria — por opiniões e comentários enviesados ou publicações incendiárias.
Tudo é desculpado, tudo é normalizado, porque é só bola e na bola a punição ainda é uma exceção. Sem prejuízo das razões técnicas que possam assistir a quem legitimamente reinvidica mais verdade desportiva, é quase sempre na forma que perdem os fundamentos: o argumento pode fazer sentido, mas a exteriorização da mensagem nem sempre é a melhor.
E isso torna-se mais evidente por esta altura, a do aperto das contas. Quando não se consegue atingir objetivos em em dezenas de jogos, torna-se urgente apertar a malha nos poucos que faltam. É cultural, é habitual, é transversal, é mais do mesmo e, como se diz por cá, já ninguém leva a mal.

2. Esta nossa necessidade de entretenimento não é exclusiva da bola. Ultimamente já nos tínhamos entretido com perturbações à governação do país. Já nos tínhamos também entretido ao assistir ao esforço de uns para prejudicar deliberadamente o que seria o melhor para todos. Se o problema é não ter assunto para discutir, que não seja por isso. Nós tratamos.
Lá fora, a coisa tem outro nível em dimensão e malícia: milhares de inocentes (sobretudo jovens, crianças e bebés) continuam a ser assassinados barbaramente, sem que a comunidade internacional consiga fazer mais do que apenas condenar veemente. A esse propósito, não deixa de ser curioso registar a pressa com que alguns condenam ferozmente alguns desses crimes (os que ocorrem em Gaza, por exemplo), mas depois engolem bolas de silêncio quando se espera que apontem o dedo a outros cometidos noutras paragens. Pelos vistos, há inocentes de primeira e inocentes de segunda. É tramado o amarramento ideológico, não é? Retira independência, castra autonomia e anula a coerência, o que deve criar um dilema moral tremendo para quem se permite morar nesse colete de forças. Dica: não tenham medo de estar do lado certo da barricada, sobretudo quando esse é óbvio para todos. A valentia é sempre maior que a covardia.

3. Essa liberdade, a de nos expressarmos sem reservas sobre o que entendemos estar certo ou errado, é a que serve de mote para este último ponto: no passado sábado, um jogo de futsal do escalão de juvenis da AF Porto, terminou como têm terminado tantos esta época: à pancadaria. Um adepto decidiu invadir a quadra e agredir o suspeito do costume (sim, o árbitro), obrigando-o a assistência médica hospitalar.
Depois foi o caos habitual, com violência generalizada dentro e fora do recinto de jogo. Está a circular um vídeo com cerca de dois minutos que vale a pena ver. A partida colocou frente a frente CCD ORDEM e AC Alfenense. Por esta altura, é já redundante repetir os apelos à contenção ou pedir a quem de direito mais firmeza na condenação pública.
É também redundante esperar mais músculo na abordagem direta a este flagelo. Vamos acompanhando a coisa semana a semana, sabendo que a dúvida não é saber se vai acontecer de novo, é só tentar adivinhar onde, sobre quem e com que consequências. Palpites?"

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