"A vitória do Sporting nos Açores e o empate do Benfica na Luz fez com que durasse apenas uma semana a liderança isolada do Benfica no campeonato. Depois do jogo com o FC Porto em que a capacidade de finalização esteve irrepreensível, voltámos a ter uma performance abaixo do que seria de esperar. O Benfica criou volume de jogo ofensivo suficiente para que o resultado pudesse ser mais dilatado.
Lembro-me de Bruno Lage dizer que o campeonato seria decidido pelos resultados de 1-0 e, apesar de concordar, não sei se é pelo mesmo motivo. As vitórias pela margem mínima expõem sempre a equipa em vantagem no marcador à perda de pontos por um qualquer lance fortuito em que sofram um golo do qual depois podem não ter tempo para recuperar.
Importa portanto identificar e corrigir estes défices na finalização. O Benfica tem jogado a toda a largura do terreno, cria volume por dentro e por fora, mas quando o faz por fora, os cruzamentos são quase todos feitos sem critério e a bola acaba quase sempre nos pés ou na cabeça (ou até nas mãos) do adversário. Para além de Kökçü, mais ninguém tem conseguido ameaçar a baliza adversária na meia distância.
Ao mesmo tempo, custa perceber que o Benfica, em casa, a ganhar por 2-1 nos descontos, não consiga segurar a bola e fazer andar o relógio. O Arouca passou a pressionar alto e mais uma vez o Benfica mostrou muita dificuldade em manter a posse de bola, algo, aliás, que esteve presente durante todo o jogo. Apesar de só ter estado em vantagem durante 19 minutos do jogo – ou seja, teria de passar o resto sempre em cima do adversário para procurar a vantagem – apenas teve 56% da posse de bola. Contra o Arouca. Em casa.
Dito isto e com todas as mea culpas devidas, é difícil não falar de um dos principais protagonistas do jogo: António Nobre. Uma das razões pelas quais sempre tive reservas acerca da introdução do VAR foi porque considero que traz mais suspeição ao futebol. Antes, quando um árbitro errava, teríamos sempre de dar o benefício da dúvida. A jogada foi muito rápida, a visão estava obstruída, a decisão tem de ser tomada numa fração de segundo. Mas com VAR, qual a desculpa para os erros grosseiros como vimos esta semana nos Açores e no domingo na Luz? António Nobre conseguiu um raro consenso: o dos 7 analistas de arbitragem dos diários desportivos ao que se juntou Luís Godinho, no VAR, que considerou o erro na marcação do penalty de Otamendi suficientemente claro e grosseiro para merecer a chamada do árbitro para mudar a decisão.
António Nobre viu o que todos nós vimos e decidiu manter o erro. Tal como o VAR nos Açores viu a carga de Quaresma sobre Matheus Pereira também unanimemente considerada faltosa por todos os analistas e decidiu fechar os olhos. Por isso pergunto: com VAR, qual a desculpa para estas decisões? Nenhuma. Erram porque querem. Só falta saber porque querem errar."
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