"O Sporting andou 13 anos a construir uma mentira e a esconder uma verdade. A mentira foi a imagem de um clube com tanta ambição nas palavras como falta de resultados desportivos face às expectativas. A verdade foi a perdição nas suas contas, que o condenam a um lento estertor ao longo dos últimos anos.
Isto tem sido dito e escrito, aqui e noutros lados, há muito tempo. Há anos que o Camilo Lourenço diz isso do Sporting, e de outros clubes, o que lhe foi valendo reprimendas mais ou menos públicas. Não deixa, pois, de ser surpreendente que a auditoria que hoje vai ser apresentada pela direção do clube esteja a produzir tanto frémito. Só não sabia que o Sporting estava falido quem nunca quis saber. E as últimas eleições prolongaram o logro, com as promessas costumeiras de sacos de dinheiro que depois nunca ninguém vê.
Se o Sporting vendesse tudo o que tem (o ativo) para pagar tudo o que deve (o passivo), ainda ficariam por pagar 183 milhões de euros. É isso que quer dizer falência técnica, ou ter capitais negativos. Em linguagem coloquial diz-se “buraco”. E esse buraco foi crescendo em cima de dívida bancária, sobretudo do BCP e do BES, que sustentou alegremente a inviabilidade crónica de um clube que tem cabeça de leão mas pés de gato.
A tudo isto chama-se má gestão. Se fosse uma empresa, não haveria apelo nem agravo: fechava, era liquidado e os credores tomavam conta dos ativos. Mas no futebol a massa associativa vale mais que a massa falida, o que aponta para novas necessidades. O Sporting não pode ter resgates do Estado, precisa, sim, que os bancos perdoem parte da dívida, que acionistas (angolanos?) aumentem capital e que a gestão desenhe um modelo em que receitas sejam pelo menos iguais a custos. Ou arruma as contas ou arruma as botas."
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