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sábado, 2 de dezembro de 2017

'Homem do Leme'

"Enquanto a noite cai e o sol desce para Monsanto, o romântico apaixonado pelas coisas da bola vai fazendo contas ao Circo de Feras em que se transformou o futebol cá do burgo. A carga está sempre pronta e metida nos Contendores para mandar à Vida Malvada os adversários. Há quem tente ser o Homem do Leme, colocar todas as consciências no mesmo barco e Remar, Remar, cortar a corrente, mas às vezes o mar leva gente. No entanto, há sempre quem ache que O Cerco está montado. Que amanhã é sempre dia 1 de Agosto e portanto tem de estar sempre o fogo posto. O maior drama é que não têm consciência de que a Chuva Dissolvente do seu discurso pode levar a que quem espera pelo Dia de São Receber para poder ir ao futebol um dia deixe de o fazer. No fundo, todos acham que têm na mão a Carta Certa e que a sua demanda em Barcos Gregos vai chegar a bom porto. Ainda não viram à luz. Estão numa Prisão Em Si O Que Foi Não Volta a Ser. A ditadura dos seus pensamentos fica n'Esta Cidade. A Minha Casinha do ludopédio nacional já há muito ultrapassou as fronteiras de um país em que, durante quase cinco décadas, todas as manhãs era Negras Como a Noite e apenas quase só o futebol lhe dava dimensão internacional. Ai Se ele cai, vai-se partir. Mas não partiu. Ficou cá. Mas perduraram os tiques dos que ainda não colocaram a mão em consciência e deram conta que isto anda Sem Eira nem beira. Parece que estamos N'América do faroeste. Estão todos a ver O Mundo ao Contrário e o horror é que muitas das palavras não são mais do que um Perfeito Vazio. Quando os ouvimos ou lemos só nos apetece rezar uma Avé Maria. No final da história tudo é simples. Não é preciso que as equipas dêem Beijinhos aos adversários quando acabam os jogos mas ficava bem darem-lhes os Parabéns. Afinal, lá no início o futebol são só Xutos e Pontapés numa bola. E vai ficar tudo bem, eu sei. Neste povo, talvez ainda haja um amor irracional pela modalidade. Como quem diz: «Mas sempre, para sempre, vou gostar de t. Obrigado, Zé Pedro."

Hugo Forte, in A Bola

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