"ANTÓNIO FARIA
INSPIROU-SE
EM TOMÁS PAQUETE
PARA SE TORNAR
UM ATLETA BRILHANTE
Há pessoas que nos marcam sem sequer o saberem e sem sequer nos
conhecerem. Não são
especiais por serem perfeitas ou
por alcançarem algo grande. São
especiais porque nos fazem acreditar que nós também conseguimos, que podemos sonhar alto.
Ensinam que as quedas são parte
do percurso. O facto de insistirmos em nos levantarmos é que
nos torna diferentes. A essas
pessoas chamamos de ídolos.
Pode ser um atleta, um cantor,
ou até alguém da nossa família,
o que importa não é o palco onde
brilham, mas a luz que acendem
dentro de nós!
António Faria, ainda muito
novo, ganhou admiração por um
dos melhores atletas nacionais.
O desejo de lhe seguir os passos
fez com que optasse pelo atletismo, organizando corridas em que
desafiava os amigos. Nessas corridas revelava quem era o seu
ídolo: “Cá vai o Tomás Paquete
ganhar isto, rapazes!”
Começou por participar nos
Campeonatos da Mocidade Portuguesa, onde revelou talento para a
modalidade. Em 1950, os dirigentes do Benfica convidaram-no
a participar num treino à experiência. Ganhou os 100 m, com
11,4 segundos, e assinou pelo
Clube. Na época de estreia, sagrouse campeão nacional em principiantes nas provas de 100 m e de
4×100 m. Dois anos depois, após
ter conquistado os títulos individuais, tanto regional como nacional, nos 100 m e nos 200 m em
juniores, foi promovida a sua
estreia no escalão de seniores.
O sonho de estar lado a lado com
Tomás Paquete numa prova estava
próximo.
Em 24 de julho, no Campeonato
Regional, os dois atletas encontraram-se na final dos 200 m. Numa
disputa acérrima, Faria beneficiou
de um ligeiro desequilíbrio de
Paquete para vencer. Não era
ainda como tinha idealizado.
Ambos integraram a equipa de
4×100 m, “proporcionando ao
numeroso público uma antevisão
de quanto pode ter de extraordinário o próximo campeonato de 100
metros”. Uma semana depois,
voltaram a estar lado a lado, sendo
a final dos 100 m um dos aliciantes
da competição. Paquete, considerado o principal candidato, confirmou o estatuto, cruzando a meta
em 10,7 segundos. Faria ficou em
2.º, terminando 2 milésimos de
segundo depois. A imprensa justificou o desaire do jovem atleta por
estar a cumprir o serviço militar.
António Faria não era de desistir. Em 7 de agosto, estava pronto
para voltar a discutir o título nessas distâncias no Campeonato
Nacional. Na final dos 200 m,
“dominada por Tomás Paquete
durante a maior parte do percurso,
António Faria impôs-se no final”, e
ganhou a prova. Ficava a faltar a
distância que lhe tinha escapado
na semana anterior. Apesar de ser
mais arriscado por ser uma distância curta, apostou na mesma
estratégia. Paquete dominou e,
nos últimos metros, António
Faria ultrapassou-o. O atleta
estava radiante. Ganhar a um
ídolo é a maior demonstração de
admiração. A partir de Tomás
Paquete, António Faria construiu
um sonho que se materializou em
algo real ao vencê-lo.
Saiba mais sobre as suas
várias conquistas na área 3
– Orgulho Eclético, do Museu
Benfica – Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica

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