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terça-feira, 31 de outubro de 2023

VAR, um processo em movimento


"O protocolo do VAR vai sofrer alterações, necessárias, mas ainda assim insuficientes

A introdução da tecnologia na arbitragem do futebol é um processo recente, que continua a carecer de aperfeiçoamento, não só no que respeitas aos intérpretes diretos - quem se senta na cadeira do VAR - mas também às inovações técnicas que vão permitindo metas mais ambiciosas, e, sobretudo à definição clara daquilo que se quer para termos um jogo positivo, onde cada vez mais se erradiquem erros de arbitragem que podem comprometer a verdade desportiva.
Por estarmos perante um processo em constante movimento, o IFAB acabou de nomear uma Comissão que se debruçará sobre problemas concretos, sendo plausível que algumas inovações venham a ser aplicadas já no Campeonato da Europa de 2024. O IFAB (International Football Association Board), fundado em 1886 pelas Federações de futebol do Reino Unido, só permitiu a entrada da FIFA (fundada em 1904) a partir de 1913, e só em 1956 ficaram estabelecidas as regras, que ainda hoje vigoram, no que concerne às alterações das leis do jogo. Assim, Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm direito a um voto cada, cabendo à FIFA quatro votos; porém as propostas de mudanças nas regras do futebol só serão validadas se obtiverem um mínimo de seis dos oito votos existentes.
Ou seja, mesmo que a FIFA pretenda ir numa determinada direção, terá de contar sempre com o apoio de pelo menos duas federações britânicas. Foi neste contexto que foi dado o salto quântico (e para muitos surpreendente, atendendo ao conservadorismo histórico do IFAB) que foi a introdução do VAR, e é nestes mesmos termos que irão seguir-se, para já, ao que parece, alguns retoques. O que está em cima da mesa da Comissão agora formada passa pelas perdas de tempo dos guarda-redes - só podem ter a bola na mão durante seis segundos, mas os árbitros não têm sido rigorosos na aplicação dessa norma - e ainda pelo comportamento cívico dos intérpretes, dentro e fora do campo, que deverá ser escrutinado com maior severidade.
Nada a opor a estas alterações, que vão no bom sentido, mas que não deixam de saber a pouco. Outras questões, como a avaliação pelo VAR dos segundos cartões amarelos, ou acelerar-se o processo, inevitável, de criar um sistema de cronometragem eletrónica, seriam, creio, de maior utilidade para o que é pretendido para o tal futebol mais positivo e mais justo do futuro."

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