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terça-feira, 6 de junho de 2017

José Augusto, o rei da Dinamarca

"Adeptos, jogadores e imprensa dinamarquesa renderam-se a José Augusto.

O Benfica deslocou-se à Dinamarca para enfrentar o Aarhus, em jogo a contar para a 2.ª mão dos quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Apesar da vitória 'encarnada' por 3-1, em Lisboa, os dinamarqueses não ficaram completamente convencidos da superioridade dos portugueses e acreditavam que poderiam dar a volta ao resultado no seu tempo. O entusiasmo tomou conta dos adeptos, que esgotaram os bilhetes para a partida de dia 30 de Março de 1961. Até o sol, pouco habitual naquelas paragens, marcou presença: era um verdadeiro dia de primavera. Estavam reunidas todas as condições para um bom espectáculo.
E foi mesmo disso que se tratou. Os 'encarnados' entraram de rompante no encontro e apenas precisaram de dois minutos para inaugurar o marcador. José Augusto foi o autor do golo, dando assim início a uma partida absolutamente fantástica. O jogador criou vários lances de perigo, ultrapassando os dinamarqueses com uma facilidade extraordinária. A jogada do seu segundo tento elucida bem a afirmação anterior: 'iniciou o lance, quase a meio do terreno, driblando todos os adversários que lhe aparecem (uns quatro ou cinco) e dando, depois a bola a Águas, que prontamente lha devolveu para o remate final, disparando, já dentro da grande área'. Uma verdadeira obra de arte! O atleta 'encarnado' juntou aos dois golos a assistência para o quarto e último golo do Benfica, da autoria de Santana, selando dessa forma uma exibição magnífica.
Os espectadores que presenciaram a partida, portugueses e dinamarqueses, não ficaram indiferentes às qualidades de José Augusto e levaram-no em ombros, prestigiando assim o talento, que naquele momento suplantou o sentimento clubista. A imprensa dinamarquesa também foi unânime a aplaudir o benfiquista, ao considerarem-no 'de craveira europeia' e 'o melhor extremo europeu'. Mesmo a equipa adversária o elogiou, com destaque para o guarda-redes, que acabou por confessar: 'é fabuloso. Eu começava a tremer logo que o via partir'. Não havia margem para dúvidas, José Augusto conquistara a Dinamarca.
Pode ficar a saber mais sobre este sensacional jogador na área 23 - Inesquecíveis do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

1 comentário:

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