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sábado, 27 de agosto de 2016

Aproveitar a escola

"De quatro em quatro anos, Portugal, desconhecedor da realidade desportiva, fica chocado pela falta de medalhas e descontente com os resultados dos portugueses naquela que é, praticamente, a única competição desportiva que lhes entra pelos olhos em canal aberto no horário nobre. Primeiro há que perceber que o nosso desporto em todas as vertentes, à excepção do futebol e alguns focos individualizados, quando comparado com a maioria dos seus oponentes é demasiado amador para dar andamento às legítimas pretensões dos atletas, na obtenção de resultados prestigiantes, ou do povo português em aumentar a sua auto-estima ao vê-los em acção. Temos de ter humildade para reconhecer a nossa pequena dimensão e o real subdesenvolvimento desta área.
A grande verdade, que nos custa encarar, é que o alto rendimento tme importância reduzida (ou nenhuma) na nossa sociedade! Ao contrário daquilo que é fácil pensar, nem tudo cabe na justificação da falta de apoio financeiro aos atletas ou federações, começa na falta de bases desportivas e escassa importância que é dada à disciplina de educação física (EF) no ensino básico e o secundário. A escola tem de servir para a aquisição de conhecimento diferenciados ao nível da EF, incrementado a tão falada cultura desportiva e física. Aumentar a carga horária do desporto escolar (DE) é urgente, ligá-la com eficácia ao desporto associativo e acabar com a desvalorização dos professores enquanto educadores e pedagogos de excelência no desenvolvimento integral dos jovens são algumas medidas que poderiam resultar...
O DE, se fomentar uma prática multidisciplinar rotativa, motivando a inscrição em diferentes modalidades no mesmo ano lectivo, potenciaria o surgimento de talentos, muitas vezes escondidos na falta de oportunidade. Para isto é imprescindível um projecto de base transversal, da escola aos clubes, pensado no longo prazo. No fundo o que queremos é mais e melhor desporto, da escola ao desporto associativo..."

Tomaz Morais, in A Bola

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