"A disparidade entre os clubes que disputam a I Liga é tremenda e o nivelamento por baixo, inevitável - se nada, entretanto, for feito – far-nos-á descer, em breve, da II à III Divisão europeia...
DESMASCAREMOS, então, uma realidade preocupante:
FACTO - De 2023/24 para 2024/25 houve um aumento de 54.590 espetadores na I Liga portuguesa.
FACTO - De 2023/24 para 2024/25 houve um aumento de 129.574 espetadores nos jogos em casa dos três grandes.
FACTO - Se a Benfica (956.291 em 2023/24 para 998. 680 em 2024/25), Sporting (de 681.727 para 722.987) e FC Porto (de 644.503 para 690.356), juntarmos aqueles que a seguir surgem destacadíssimos no ranking de assistências, V. Guimarães (de 295.592 para 313.605) e SC Braga (de 262.566 para 235.755), verificamos que nos primeiros cinco do ranking houve, de 2023/24 para 2024/25 um aumento de 120.793 espetadores.
FACTO - Nos últimos 13 classificados do ranking houve um decréscimo de 66.203 espetadores.
FACTO - Os sexto e sétimo classificados, em 2024/25, no ranking de assistências, foram o Boavista (total de 122.596 espetadores) e o Farense (121.812), ambos despromovidos à II Liga.
FACTO - O oitavo classificado, Gil Vicente, teve 93.437 espetadores e daí para baixo, nos derradeiros dez, os números variaram entre os 64.285 do Famalicão e os 34.729 do Casa Pia.
FACTO - Estoril, Rio Ave, AVS SAD, Nacional, Moreirense, Arouca e Casa Pia tiveram assistências médias abaixo dos 2.800 espetadores.
CONCLUSÃO 1 - Perante a disparidade entre clubes, sendo que os três grandes representam 93 por cento do volume de negócio da indústria do futebol em Portugal, torna-se por demais evidente a necessidade de alteração dos quadros competitivos. Porque uma mentira, por muitas vezes que seja repetida, não se torna em verdade, o aumento de número global de espetadores na I Liga de 2023/24 para 2024/25, na ordem dos 54.590, deveu-se ao aumento, em 129.574 nos jogos caseiros dos três grandes. Nas partidas disputadas em casa dos restantes 15 emblemas, houve um decréscimo de 75.084 espetadores.
CONCLUSÃO 2 - Está à vista de todos, através da falta de interesse gerada por um número demasiado expressivo de jogos, que a nossa realidade não comporta 18 clubes na I Divisão. Quando se estende a principal competição a formas tão díspares - um pouco, passe a hipérbole, como se colocassem em competição orçamentos de Fórmula 1 e de Karting – a consequência é o nivelamento por baixo, o que limita a evolução dos mais bem apetrechados e liquida de forma suicida a classe média, cada vez mais importante para as contas da UEFA, onde corremos o risco de, dentro de dois ou três anos, sermos ultrapassados pela Bélgica (que fez os trabalhos de casa em tempo devido), retirando ao campeão nacional o acesso direto à Champions.
CONCLUSÃO 3 – Os factos e as evidências são de tal forma gritantes que não se compreende como, à luz da razão, os clubes não deixam de olhar para o umbigo e passam a encarar o desenho global, porque, neste plano inclinado onde nos encontramos, ninguém tem garantias de poder evoluir ou, até, de manter o estatuto vigente. Se não houver adultos na sala, capazes de tomar decisões que nunca serão simpáticas, é difícil prenunciar algo de bom.
CONCLUSÃO 4 - De demasiados jogos pouco ou nada interessantes, ressente-se a tentativa de internacionalização da nossa I Liga. O que nos remete para os valores da venda centralizada dos direitos televisivos, que estão à beira de ser vítimas de um choque frontal com a realidade."
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!