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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

A moda do disparate

"No Benfica, gente a gabar-se de boas ideias é o que mais se vê, mas quando cheira a problemas fica só o presidente para os resolver

O Benfica tem estado no olho do furacão, numa zona de aparente acalmia em consequência das questões que se conhecem e a justiça investiga. É normal num Estado de Direito e apesar de o presidente ter dito já mil vezes que não lhe pesa a consciência e o bom nome da águia vingará, a verdade é que aos 'juízes de tasco', os mestres da propaganda ardilosa, tudo serve para debitarem sentenças nas vielas da má-língua.
Surpreende, por isso, que, servindo-se de uma conta 'SL Benfica Press', a comunicação encarnada, presumivelmente oficial, acerca do Vitória de Setúbal - FC Porto, tivesse lamentado o «golo limpo» que o árbitro anulou à equipa sadina. No meio de tão rica troca de galhardetes entre rivais ainda deve sobrar paciência para avaliar o grau de asseio dos golos que cada um marca, sendo certo que, em rigor, esse foi mesmo pouco limpo.
A isto chama-se mensagem ridícula e ineficaz. Como não tem identificação de autor, compromete o próprio emblema, porque é o Benfica que diz e não um funcionário irresponsável, alegadamente, por ele. Quando João Gabriel era o defensor da imagem do Benfica isto não acontecia. Era ele quem dava a cara, sempre. Com escritos curtos, irónicos, mas certeiros. Não como agora, em que parece dar-se mais importância à moda do disparate.
O que, segundo fonte bem colocada, suscita outro tipo de dificuldade para Vieira de maneira a salvaguardar o prestígio da instituição que lidera: no Benfica, gente a gabar-se de boas ideias é o que mais se vê, mas quando cheira a problemas fica só o presidente para os resolver.
(...)

A realidade não engana. O extinto Saraiva nunca fez falta em Alvalade, assim como o truculento Marques no Dragão ou o omisso Bernardo na Luz, tal como actuam, se tornam figuras dispensáveis.
No futebol que desejo, verdadeiramente importantes são o Paulo Cintrão no Sporting, o Pedro Amorim no FC Porto, o Ricardo Lemos no Benfica, o André Viana no SC Braga e todos os que executam idênticas tarefas em emblemas de menor dimensão, com o mesmo denodo e a mesma preocupação de fazer bem."

Fernando Guerra, in A Bola

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