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quarta-feira, 18 de junho de 2025

Mundial de Clubes: choque tático entre estilos diferentes


"Levantar a taça do Mundial de Clubes é entrar na história do futebol como o melhor entre os melhores. Num torneio que reúne 32 das equipas mais competitivas do planeta, vencer é afirmar um projeto desportivo consolidado, uma estrutura de excelência e uma mentalidade vencedora. Mais do que um troféu, é o reconhecimento da capacidade de gestão, talento e superação.
Esta competição representa uma grande oportunidade de visibilidade e receita, especialmente para as equipas de fora da Europa. Porém, traz fortes riscos de sobrecarga física e conflitos com o calendário.
Os europeus chegam bem estruturados, enquanto outras regiões enfrentam questões de ritmo, profundidade e viagens longas. As contratações mostram investimento direto no torneio, enquanto os estilos táticos refletem tradições regionais — desde o futebol de posse europeu até os blocos organizados dos demais continentes.
Será importante também olhar para as equipas que estão presentes e os treinadores que no banco poderão marcar a diferença nos jogos. Do lado europeu, Guardiola (Manchester City), Xabi Alonso (Real Madrid) Simeone (Atlético Madrid) e Luis Enrique (PSG); nas equipas sul‑americanas Abel Ferreira (Palmeiras), Renato Gaúcho (Fluminense) Marcelo Gallardo (River Plate) e Miguel Ángel Russo (Boca Juniors); na Ásia/África/Oceânia Simone Inzaghi (Al Hilal) e Paul Posa (Auckland, interino).
Estes são alguns dos nomes que estão ao leme das equipas em campo e que terão a responsabilidade de apresentar um futebol eficaz e vencedor ao longo do torneio. O Mundial de Clubes de 2025 será palco de um choque tático entre estilos diferentes: controlo total, organização europeia, intensidade sul-americana e flexibilidade. Cada técnico traz a sua filosofia, e os confrontos entre eles poderão definir o vencedor.
Durante esta competição, existirão alguns riscos como a sobrecarga de calendário, ou seja, a proximidade com o encerramento da temporada cria risco elevado de lesões e fadiga. O Mundial de Clubes traz prestígio e oportunidades comerciais, mas também agrava problemas crónicos do calendário. Com um calendário sobrecarregado, deslocações longas, climas adversos e um nível elevadíssimo de competitividade, as equipas enfrentarão um verdadeiro teste à sua preparação física, organização tática e gestão do plantel.
A temporada 2025/2626 começará, para muitos jogadores, sem pré-época, sem férias e com risco físico elevado — obrigando técnicos, departamentos médicos e dirigentes a planearem de forma extremamente cuidadosa.
Terá também um impacto negativo em torneios de seleções (2026), já que a sobrecarga acumulada entre 2024 e 2025 coloca em risco a preparação e integridade física para o Mundial-2026, que começa menos de 12 meses após este novo Mundial de Clubes e trará uma consequência: federações e seleções terão de adaptar calendários e reduzir compromissos internacionais em 2025.
As equipas competentes, especialmente os grandes clubes, estão a preparar-se com estruturas alicerçadas em ciência desportiva: gestão de carga, recuperação ativa, adaptação ao ambiente e rotatividade. Tudo isso para garantir o máximo desempenho sem sobrecarregar os jogadores no torneio. Embora o torneio caia na off-season, as equipas estruturaram um cronograma claro: férias curtas (7 a 10 dias), seguidas por pré-época adaptada, com foco em carga leve, condicionamento geral e progressão até ao primeiro jogo . Tendo em conta tudo isto, torna-se importante também falar de combater situações como o jet lag e para isso a adaptação gradual de horário, controlo de luz e sono estratégico são cruciais — quanto mais longa a viagem, mais tempo de aclimatação é necessário.
O desgaste acumulado: clubes como Man. City, Real Madrid, Bayern e grandes sul-americanos chegam bem carregados de jogos. Isso aumenta riscos de fadiga, lesões e queda de rendimento precoce e obviamente é necessário um equilíbrio entre planeamento logístico (instalações, sono, treinos), pelo que a estratégia de descanso/rotação será decisiva para manter o nível durante o torneio.
Atletas que participaram recentemente em provas internacionais de seleções chegam sem o descanso necessário para uma nova competição de alto nível. Isso compromete não só a forma física, mas também o foco mental. A sobreposição de calendários coloca em risco a integridade física dos atletas e o próprio espetáculo e o que vai acontecer durante a temporada 2025/2026 não será bonito de se ver relativamente ao risco individual e quebra de performance de equipas com objetivos muito vincados, pois vão ter os seus jogadores constantemente em competição num período de tempo em que não terão o descanso necessário.
Para este evento em concreto, o Bayern, por exemplo, planeou quem regressa primeiro, quem folga mais ou chega depois aos treinos pré-Mundial.
Embora os números exatos variem por clube, algumas equipas chegam muito mais sobrecarregadas, como por exemplo o Manchester City, já que alguns jogadores passaram os 70 jogos na temporada europeia recente. Equipas como Real Madrid, Bayern ou PSG somam em média 70 jogos, incluindo ligas, Taças e Champions, clubes sul-americanos de Libertadores (Palmeiras, River Plate ou Boca Juniors) frequentemente disputam 55/65 jogos, entre provas estaduais, nacionais e continentais. Já as equipas asiáticas e africanas têm calendário mais leve (entre 40/55 jogos) e as da Concacaf (Inter Miami, Los Angels FC ou Seattle Sounders) variam entre 30/45 jogos, por disputarem menos competições ao mesmo tempo.
Outro fator a ter em conta são as temperaturas que se fazem sentir durante este Mundial de Clubes. Miami e Los Angeles terão previstas temperaturas acima de 30 graus, com sensação térmica elevada durante os jogos da tarde, e Atlanta, Orlando, Charlotte, Nashville, entre outras cidades do sul, também devem registar temperaturas entre 28°e 32° e normalmente o perigo da humidade acaba por ter de ser tido em conta.
Destaco a ausência neste torneio de Jorge Jesus, que, em 2019, foi vice-campeão do mundo de clubes com o Flamengo e que até há pouco tempo estava no Al Hilal, assim como destaco a presença de quatro treinadores portugueses: Abel Ferreira (Palmeiras), Bruno Lage (Benfica), Miguel Cardoso (Sundowns) e Renato Paiva (Botafogo).
Desejo sorte a Benfica e FC Porto nesta competição e que consigam atingir o maior sucesso, à imagem do que Seleção Nacional recentemente colocou em prática."

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