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quinta-feira, 14 de novembro de 2019

O orquestrador da reviravolta

"Após enfrentar uma época com várias lesões, regressou a tempo da comandar a equipa rumo ao título

Em 1991/92, a cumprir a 11.ª época ao serviço do basquetebol do Benfica, havia quem duvidasse das capacidades de Henrique Vieira, por 'muita gente insistir em considerá-lo velho'. A certa altura da temporada, parecia haver alguma razão nessas críticas, com o basquetebolista a 'ter muitos problemas físicos (...), ele queria fazer as coisas, mas não conseguia e, quando recuperava a forma, logo lhe aparecia novo problema físico'. Todavia, Henrique Vieira viria a demonstrar que para os grandes jogadores as adversidades são apenas etapas para o sucesso!
Regressou na meia-final do Campeonato Nacional, frente ao Illiabum, contribuindo de forma significativa para o apuramento para a final. As suas exibições mereceram elogios por parte da imprensa: 'Henrique Vieira foi fundamental no melhor momento da equipa'. Apesar da idade e das lesões, o basquetebolista provava que as suas qualidades continuavam intactas.
Com 21 vitórias consecutivas na competição, entre fase regular e playoff, os 'encarnados' eram considerados favoritos a conquistar o título. Porém, tudo seria posto em causa com as derrotas nos dois primeiros jogos da final, frente à Ovarense. O Benfica passou a ter a difícil missão de, para empatar a eliminatória, ter de vencer os dois jogos em Ovar.
A Ovarense, a uma vitória do título, recebeu os benfiquistas em ambiente de festa antecipada, com 'os jogadores vareiros a distribuírem presentes pelo público antes de se iniciar o jogo'. Contudo, os 'encarnados' não se deixarem intimidar e venceram a partida por 69-75. A intensidade do encontro foi tal que 'o jogo foi interrompido por o árbitro José Nina ter sentido problemas físicos (cãibras)'. Henrique Vieira foi o melhor marcador da partida com 23 pontos.
A vitória deu alento à equipa, que viria a ganhar os dois jogos seguintes, sagrando-se campeã nacional. Para treinador, jogadores e adeptos, Henrique Vieira tinha sido peça vital para a conquista, ao considerarem que a sua prestação não era 'surpreendente se tivermos em conta o que tem acontecido nos últimos anos: o melhor Henrique Vieira aparece sempre no «playoff»', por ser um 'um jogador muito especial. Um líder natural, com uma importante influência nos colegas. Um grande líder nos momentos decisivos'.
Após esta conquista, o basquetebolista terminou uma carreira recheada de títulos ao serviço do Clube. Saiba mais na área 3 - Orgulho Eclético do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

1 comentário:

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