"Dentro desta Liga que se resolve no próximo sábado, há outras ‘Ligas’ que merecem ponderação e devem ficar para memória futura...
Há quem sustente que a estatística não passa de números torturados até dizerem o que queremos ouvir. No que respeita à corrida, a ser decidida por ‘photo-finish', pelo título de campeão nacional de 2024/25, entre Sporting e Benfica, talvez seja interessante afirmar que:
Rúben Amorim ganhou cinco pontos a Roger Schmidt (em quatro jogos); Rúben Amorim e Bruno Lage fizeram o mesmo número de pontos (em sete jogos); Bruno Lage ganhou seis pontos a João Pereira (em quatro jogos); Rui Borges ganhou um ponto a Bruno Lage (em 18 jogos).
Três conclusões parecem óbvias, a primeira que, como escrevi há precisamente um ano, o Benfica desafiou o bom-senso e a história ao manter Roger Schmidt; a segunda, o tremendo impacto que a saída do atual treinador do Manchester United teve nos leões; e a terceira, o excelente trabalho de Rui Borges, que depois de ter começado por alterar o sistema de Amorim, o que era um contrassenso face ao plantel que herdara, devolveu o equilíbrio tático e emocional ao Sporting.
Quanto ao terceiro grande, o FC Porto, será interessante realçar que, quando Vítor Bruno saiu (após a jornada 18), os dragões estavam a quatro pontos do SCP e a um do Benfica. Houve uma ronda com um treinador interino, José Tavares, e quando Martin Anselmi chegou, os azuis-e-brancos estavam a seis pontos do SCP e iguais ao Benfica. Em 14 jogos com o argentino, o FC Porto perdeu onze pontos para o Benfica e cinco para o Sporting.
Mais uma conclusão, que parece óbvia: houve precipitação dos dragões, que não resistiram às pressões, de fora para dentro, no despedimento de Vítor Bruno. Mas também deverá ser dito que ao prescindirem, por questões de tesouraria, de Galeno e Nico González, tornaram o trabalho de Anselmi bem mais difícil.
ÚLTIMA JORNADA
Se, no próximo sábado, Sporting e Benfica obtiverem o mesmo número de pontos, as equipas terminarão a Liga empatadas na classificação, mas o título sorrirá aos leões, que têm vantagem no confronto direto. Se tal acontecer, será a oitava vez desde 1934/35, época do início da competição maior do nosso futebol:
O Sporting foi campeão em 1946/47 com o mesmo número de pontos do Benfica, e em 1957/58, com o mesmo número de pontos do FC Porto;
O Benfica foi campeão em 1937/38 com o mesmo número de pontos do FC Porto, e em 1954/55, com o mesmo número de pontos do Belenenses;
O FC Porto foi campeão em 1955/56, 1958/59 e 1977/78, com o mesmo número de pontos do Benfica.
A partir das 15h30 da véspera das eleições legislativas, a história do título será escrita no estádio José Alvalade e na ‘Pedreira’ de Braga. A jogar em casa, mesmo sendo contra uma das boas equipas da nossa Liga, é inegável o favoritismo do Sporting, que não é, contudo, imune a qualquer apagão psicológico, criado pela ansiedade do momento; e não é igualmente certo que o Benfica, que tem pesadelos com o remate ao poste da baliza de Rui Silva de Pavlidis, saia da Cidade dos Arcebispos com os três pontos. Hoje, as cores que iluminam o Marquês de Pombal têm no verde a predominância. ‘To be or not to be’, é a questão que estará respondida quando forem 17h30 de 17 de maio de 2025."
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