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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Três baixas de peso

"Como por magia, os três candidatos ao título ficaram privados quase em simultâneo de jogadores fundamentais.
Primeiro foi o Benfica, que perdeu Krovinovic; depois o Porto, que perdeu Danilo; logo a seguir o Sporting, que ficou sem Gelson Martins.
É difícil dizer qual dos três foi a baixa mais importante. Recordo que Rui Vitória assumiu abertamente o 4x3x3 para poder meter Krovinovic. Até aí fazia experiências, umas vezes jogava em 4x3x3 e outras em 4x2x4, metia Filipe Augusto no meio-campo ou Seferovic ao lado de Jonas - até que Krovinovic se impôs como o grande patrão do meio-campo, ao lado de Fejsa e de Pizzi. E deu ao jogo do Benfica outra fluência, outra intensidade, outra velocidade de circulação de bola.
A melhoria da equipa do Benfica observável nos últimos tempos devia--se muito a Krovinovic. E era talvez o jogador do Benfica mais difícil de substituir. No jogo contra o Belenenses bem se sentiu a sua falta. Mas se as aparências não iludirem, a adaptação de Zivkovic a esse lugar, experimentada contra o Rio Ave, pode ser a solução.
O caso de Danilo, jogando numa posição completamente diferente, tem semelhanças com o anterior. O Porto é um com ele e outro sem ele - porque o plantel não dispõe de outro jogador com as mesmas características. Um médio defensivo puro, com muita presença física, que permitia aos jogadores da frente jogarem à vontade - porque sabiam que nas suas costas existia um obstáculo quase intransponível.
Danilo era importante na estratégia defensiva - mas também na estratégia ofensiva, pois dava tranquilidade aos avançados. E além disso marcava golos, aproveitando-se da sua altura e do porte físico. Sem Danilo, a equipa não joga com a mesma confiança e autoridade. Contra o Moreirense, isso já se viu... e contra o Braga também, pois o Porto concedeu ao adversário oportunidades de golo pouco habituais.
E assim chegamos a Gelson Martins. Outro jogador insubstituível. Não só no Sporting mas no futebol português, onde não há outro jogador como ele: rápido, repentista, imprevisível, muito habilidoso. Era o jogador que acelerava o jogo do Sporting. E, acima disso, era o principal municiador de Bas Dost. Aquele que abria as defesas e lhe punha a bola na cabeça ou nos pés.
A lesão de Gelson foi, pois, fatal. E, juntando-se às ausências de Bas Dost e Podence, tornou o Sporting uma equipa quase inofensiva. Viu-se e desejou-se para marcar um golo ao Guimarães e não conseguiu marcar nenhum ao Estoril, o que valeu a primeira derrota no campeonato.
As ausências de Krovinovic, Danilo e Gelson mexem profundamente com a dinâmica das respectivas equipas. Até hoje, o Benfica foi quem melhor superou a adversidade. Mas é preciso esperar pelos próximos jogos. E isto acontece num momento decisivo do campeonato."

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