"O triunfo do PSG na Liga dos Campeões, após a alteração de paradigma verificada no clube da Cidade Luz, está no topo da atualidade internacional, e é merecedora da maior atenção. Igualmente interessante a mudança de campeão em quatro dos Big Five...
Ajax – Os gigantes de Amesterdão tiveram um ‘meltdown’ épico nas derradeiras jornadas de uma Liga neerlandesa que pareciam ter mais do que ganha e ‘ofereceram’ o título ao PSV, primeiro ao perderem em casa com o modesto NEC, depois ao deixarem-se empatar a dois em Groningan, ao minuto 90+9. Um dos grandes ‘dramas’ do futebol europeu.
Big Five – Em quatro dos cinco maiores campeonatos da Europa houve um novo campeão. Apenas o PSG – que está a anos luz da concorrência - manteve o ceptro, enquanto que Barcelona, Liverpool. Bayern de Munique e Nápoles sucederam a Real Madrid, Manchester City, Leverkusen e Inter de Milão.
Carlo Ancelotti – O treinador italiano, sem dúvida um dos melhores do século XXI, fez história ao assinar um contrato com a CBF para liderar o pentacampeão mundial Brasil no Mundial de 2026 que será disputado na América do Norte. Com a chegada de Carletto, cai um dos maiores dogmas do futebol canarinho, contra a vontade de muitos, mas por imposição de muitos mais.
Diogo Jota – O avançado português, que captou a atenção de Jurgen Klopp quando jogava no Wolverhampton, venceu a Premier League pela segunda vez ao serviço dos Reds de Liverpool. Desta vez sob o comando de Arne Slot. Momento de consagração de um avançado letal e coletivo, como todos deviam ser.
Enrique, Luís – O treinador asturiano tornou-se herói em Paris ao ter a convicção suficiente para remar contra ventos e marés, e acabar por impor a sua filosofia de jogo, baseada na equipa e não na individualidade. O PSG campeão europeu de 2024/25 deve ser uma lição para quem entende que basta ensopar os problemas em dinheiro, para que estes desapareçam.
Finito – Falo do Inter de Milão, dominador da Serie A nas últimas épocas, finalista da Champions em 2023 e 2025, que teve um final de época penoso, perdeu o título transalpino para o Nápoles e foi humilhado pelo PSG na final de Munique. Foi um ciclo/Inzaghi que acabou para uma das três grandes equipas nerazzurri deste século, depois da squadra de Mancini ter dominado internamente, e a de Mourinho ter subido ao patamar dos idos de Helénio Herrera.
Guardiola, Pep - Sem dúvida que um dos momentos mais significativos da época foi o apagão da equipa do Manchester City que, apesar de ser treinada por alguém que é por muitos considerado o melhor treinador do mundo, não foi capaz de se recompor de uma crise de confiança, e só a muito custo acabou por garantir presença na Champions da próxima temporada.
Hjolund, Rasmus – O avançado dinamarquês, por quem o Manchester United pagou à Atalanta 80 milhões de euros, é um bom exemplo do desnorte que tomou conta do clube nas últimas épocas (Antony ou Onana também serviriam bem de exemplo), onde o dinheiro, em vez de ser a sério, parecia do Monopólio. Refazer o plantel é o principal desafio de Rúben Amorim.
Infantino Gianni – O presidente da FIFA, principal responsável e locomotiva do Mundial de Clubes, conseguiu levar a sua avante, contra a vontade das Ligas inglesa e espanhola e de alguns influentes sindicatos de jogadores. Apareceram patrocinadores, há transmissões televisivas garantidas, e não faltará público nas bancadas. Uma vitória de Zurique.
Jorge, Artur – O ex-treinador do SC Braga sucedeu aos ex-treinadores dos arsenalistas Jorge Jesus e Abel Ferreira como vencedor do Brasileirão. Desta forma, o Botafogo juntou-se ao Flamengo e ao Palmeiras como clubes que têm Portugal gravado na sua história. Quem se segue? Leonardo Jardim?
Kilyan Mbapée – Apesar de ter marcado menos nove golos que Gyokeres (e fez mais quatro jogos), o francês que enquanto jovem tinha o quarto decorado por posters de CR7 venceu a Bota de Ouro, graças ao valor dos golos na Liga espanhola ser superior ao que é atribuído na Liga portuguesa. Um triunfo individual, numa época merengue de desaires coletivos.
Liga das Nações – Que grande vitória de Portugal, primeiro país a bisar na prova (tinha ganho também em 2019, na edição inaugural da competição). No espaço de cinco dias o conjunto de Roberto Martínez, Ronaldo (marcou nos dois jogos), Nuno Mendes (MVP da final e melhor jogador da final four) bateu apenas a Alemanha, que jogou em casa, e a Espanha. Brilhante!.
Modric, Luca – Depois de 13 anos de ‘blanco’, o médio croata despediu-se do Real Madrid (onde chegou pela mão de Mourinho) carregado de títulos, deixando um rasto de profissionalismo e qualidade que tornou a sua despedida do Bernabéu num dos momentos altos da época. Que seja feliz no Meazza.
Neto, Pedro – Se houve quatro portugueses a conquistar a Champions, não faltou pelo menos um a erguer a Liga Conferência (é bom lembrar que João Félix fez, nessa prova, cinco jogos pelos blues). Momento alto para Pedro Neto, aposta firme do clube de Stamford Bridge.
Oliveira, Domingos Soares de – Principal responsável do Al Ittihad, cujas opiniões são tidas em alta conta pelos líderes do Fundo Soberano, o ex-CFO do Benfica viu a sua equipa tornar-se campeã da Arábia Saudita. Alguém acredita em acasos?
PSG – Depois de anos a fio à procura de atalhos que os levassem ao lugar mais alto do pódio europeu, os parisienses acabaram por conhecer a glória quando decidiram deixar de queimar etapas e apostar no caminho do crescimento coletivo. No PSG quem tem saudades de Mbapée, Neymar e Messi? ‘Personne’.
Qatar - O sucesso do PSG colocou o Qatar Sports Investment (acionista do SC Braga) um passo à frente dos seus rivais de Abu Dhabi (entre outros clubes, Manchester City) e Arábia Saudita (para já, o Newcastle) no campeonato de investidores do Médio Oriente. Aguardemos pelas respostas...
Ronaldo, Cristiano - Cada vez mais perto do objetivo de ser o primeiro futebolista a chegar aos mil golos em jogos oficiais, algo que a permanência no Al Nassr e no futebol saudita seguramente lhe permitirá. Ao renascer vezes sem conta, qual Fénix, prolonga o debate sobre o seu prazo de validade na Seleção Nacional. Português global, comprometido com o País, é uma ‘marca’ extraordinária.
Slot, Arne – Tanto se falou no presente envenenado que o esperava em Anfield, onde teve a coragem de substituir o carismático Jurgen Klopp, e afinal o técnico neerlandês, de 46 anos, chegou, viu e venceu. Os cemitérios estão cheios de insubstituíveis.
Tottenham – O clube de Londres, que fez uma época miserável na Premier League, onde situou imediatamente à frente dos três despromovido e a quatro pontos do Manchester United, salvou a época ao vencer os red devils na final de Bilbau da Liga Europa, ganhando com isso direito a participar na Liga dos Campeões de 2025/26. Foi quase como ganhar o Euromilhões com uma aposta de cinco euros.
Ucrânia - A guerra que a Rússia moveu à Ucrânia continua sem fim à vista. O campeonato local joga-se como se pode e as principais equipas continuam a atuar na Europa em casa emprestada, no estrangeiro. Um dia destes começaremos a achar normal que assim seja. Mas é bom que nos mantenhamos alerta, porque de normal não tem nada!
Vitinha – Tremendos, os progressos do internacional português, verdadeiro motor do campeão da Europa. Se físico para impor aos adversários, o antigo portista faz da intensidade, qualidade técnica e sentido táticos armas que o projetam ao mais alto nível. Um dos maiores destaques da temporada.
Whrexam – Três subidas de divisão consecutivas (com férias sem limites, em Las Vegas, para os campeões) fazem do clube galês, que está agora a apenas um degrau da Premier League, um dos focos de atenção do futebol internacional, tanto mais que tem por proprietários duas estrelas de Hollywood, Ryan Reynolds e Rob McElhenney. Os americanos são os grandes investidores no ‘soccer’ europeu. Quem diria?
Xabi Alonso – Um triunfo na Bundesliga em 2023/24 e um segundo lugar na temporada agora finda, projetaram Xabi Alonso para a ribalta e foi sem surpresa que foi contratado por Florentino Pérez para o Real Madrid. Adeptos do futebol de equipa, como será a sua interação com Mbapée e Vinicius Jr, por exemplo, é a pergunta de um milhão de euros.
Yamine Lamal – Um talento precoce e exuberante, a precisar de um bom pedagogo para guiar-lhe os próximos passos da carreira. Hansi Flick fez um bom trabalho de enquadramento com o jovem campeão europeu espanhol, mas deverá não baixar a guarda em 2025/26.
Zinedine Zidane – Mais uma época que chega ao fim sem que Zidane mostre interesse em regressar ao futebol, apesar de não lhe faltarem convites, de todas as proveniências. Um caso de estudo."
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