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quarta-feira, 2 de abril de 2025

O verniz estalou


"O assunto está na agenda do dia e tem sido dissecado exaustivamente pela generalidade da imprensa, o que torna inevitável o comentário neste artigo de opinião: o anterior presidente da Federação Portuguesa de Futebol, agora no Comité Olímpico de Portugal, entendeu desmentir publicamente Pedro Proença quando este agradeceu para o exterior o seu apoio para a indicação ao Comité Executivo da UEFA.
Sugiro que recuemos umas semanas, até à data em que a FPF presidida pelo Dr. Fernando Gomes emitiu o seguinte comunicado: «As Federações europeias de futebol têm até 3 de fevereiro próximo para indicar os seus candidatos ao Comité Executivo da UEFA. Na FPF essa decisão cabe ao seu presidente. Após um período de reflexão, priorizando os interesses superiores do futebol português e na sequência de conversas com ambos os candidatos às eleições da FPF, Fernando Gomes informou esta sexta-feira a direção da FPF e o presidente da UEFA que indicará como candidato em nome de Portugal, o atual presidente da Liga e vice-presidente da FPF, Pedro Proença(...).»
É verdade que o português pode ser uma língua traiçoeira, mas parece ou não legítimo concluir desta declaração que a indicação de Proença configurou «apoio institucional» claro e explícito do então presidente e da própria Federação? Parece ou não legítimo concluir que Proença foi a aposta da instituição para o referido ato eleitoral, uma escolha ponderada «após período de reflexão, priorizando os interesses superiores do futebol português»? E, mais importante ainda, mesmo que a opinião institucional de quem exerceu esse direito não coincidisse com a sua vontade pessoal — nada a obstar quanto a isso —, o envio de uma carta às federações votantes, a negar veemente esse apoio, foi ou não foi escusado? Foi ou não foi uma espécie de contrassenso? Foi ou não foi evitável, tendo em conta a importância que a eleição tem para a indústria? E, sinceramente, porque é que houve essa necessidade, essa vontade de desmentir convictamente, se não havia rigorosamente nada a ganhar, apenas tudo a perder?
Ninguém está acima da crítica e não é a endeusar pessoas pelo silêncio (foram demasiados anos disso, mas não deste lado) que se obtêm respostas a perguntas que, em dados momentos, devem ser colocadas. E devem ser colocadas de forma clara, séria e construtiva a quem exerça funções relevantes e tome opções questionáveis. Outro bom exemplo do que deveria ser esclarecimento público é aquele que devia ser prestado pelo Sr. Diretor Nacional da Polícia Judiciária em relação ao precedente que abriu quando ilibou publicamente pessoas que, naquele exato momento e por questões amplamente conhecidas, nunca o poderiam ser. Não ali, não assim.
Nota importante: tenho o Dr. Fernando Gomes como uma pessoa impoluta, séria e acima de qualquer suspeita.
Mas o que está em causa são duas coisas completamente distintas: no caso daquele, uma opção muito infeliz que pode originar consequências danosas para o futebol em Portugal; no segundo caso, uma precipitação seguramente bem intencionada de alguém que devia ter lucidez e clareza para não a cometer. O ex-ministro Miguel Macedo faleceu com a honra beliscada, depois de totalmente ilibado, sem nunca ter tido o privilégio de ver o seu nome absolvido de forma tão perentória e afirmativa. Como ele, tantos e tantos outros. Isto faz sentido para alguém?
O país é bom e, na verdade, a maioria das pessoas também o são, mas há demasiados grãos de areia na engrenagem de quem aparentemente tem dificuldade em seguir em frente. A imagem de fragilidade que isso releva é confrangedora e não havia necessidade disso.
O erro de um mecânico pode estragar um carro mas apenas isso. O do piloto pode matar centenas de passageiros. Há cargos e cargos, há erros e erros. É tudo uma questão de responsabilidade."

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