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segunda-feira, 31 de março de 2025

O futebol como tubo de escape


"A população portuguesa já se começa a habituar à existência de buscas em grandes instituições. Esta semana os premiados foram a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e Federação Portuguesa de Judo (FPJ). Esta constante atividade gera desconfiança, descrença e insatisfação numa população cujo salário médio está cada vez mais na cauda da Europa.
Felizmente, ainda existem áreas onde os interesses, as cunhas, os esquemas não conseguem entrar: dentro dos relvados, das quadras ou das pistas só tem sucesso quem tem qualidade, competências e quem trabalha no limite. O problema é que do lado de fora não sucede o mesmo…

A mensagem de Mourinho
Ainda que muitos não gostem, os maiores embaixadores de Portugal no mundo são aqueles que se destacam, em diferentes áreas, e não os políticos que estão sedeados nos diferentes países. Pela dimensão social do desporto é natural que quem se destaca nesta área tenha ainda mais reconhecimento do que noutras. Dentro deste enquadramento e aproveitando a entrevista que o jornal A BOLA fez a Marco Silva, a propósito do jogo 500 da sua carreira, destaco a mensagem que José Mourinho enviou ao Marco: «Parabéns Marco pela carreira bonita, alicerçada em talento, trabalho, seriedade e discrição. Subiste pelas escadas, onde muitos tiveram o elevador à disposição. Parabéns por uma carreira feita de resultados e não de perceções. Admiro e aplaudo.» Nesta mensagem destaco dois pontos que me parecem importantes.
O primeiro é que, apesar do mundo de futebol ser marcado por uma enorme competitividade e concorrência, que pode potenciar invejas, egos e outros sentimentos negativos, a realidade é que os bons, os que têm mérito, os que alcançaram o sucesso, sabem reconhecer isso nos outros. Dentro do relvado competem, podem até ser agressivos, mas fora do relvado dão as mãos e reconhecem o valor dos seus colegas. O segundo ponto é uma constatação real.
Aquilo que o Marco tem conseguido é fruto da sua dedicação, do seu esforço, da sua capacidade e qualidade, da sua perspicácia e da sua evolução. De uma forma direta e frontal Mourinho disse isso mesmo. Muitos tentam ir por atalhos e têm oportunidades por outros motivos que não a qualidade do seu trabalho. O que acaba por acontecer é que esse tipo de oportunidades não se materializa em resultados. Ao contrário de muitas outras áreas, no futebol jogado ninguém tem sucesso, ou permanece no topo, se não tiver as competências necessárias para lá estar.

Os nossos embaixadores
Num país onde todos os dias surgem casos que colocam em causa as pessoas que ocupam cargos de destaque, o futebol é o tubo de escape de muitos portugueses que se querem distrair desta triste realidade. Neste campo é sempre importante realçar alguns nomes que fazem com que muitos jovens sintam que é possível atingir o topo pelo mérito. Mostram também que os sonhos são alcançáveis, independentemente do estatuto social. Não querendo ser injusto, vou destacar três nomes que marcaram e continuarão a marcar a sociedade e o futebol.
O primeiro é Eusébio. Numa época completamente diferente dos dias de hoje, num pequeno país e num mundo antes da era global, Eusébio, pelas suas qualidades, conseguiu atingir patamares incríveis. Pelas suas exibições, pelos seus golos e pelos seus raides desbravou caminho, saltou fronteiras e atingiu um reconhecimento universal. Tornou-se numa bandeira de Portugal no mundo. Tivemos de esperar algumas décadas para termos novamente alguém que voltou a marcar uma era e que abriu portas a muitos outros.
Há sem dúvida alguma um pré e um pós Mourinho no futebol português e no futebol mundial. O seu surgimento marcou uma era. Quando apareceu tinha competências e uma perspicácia que poucos tinham. Treinava de uma forma diferente, analisava os adversários meticulosamente e comunicava como nunca antes visto. Num mundo em evolução, Mourinho destacou-se por perceber a importância da comunicação interna e externa. Alcançou o sucesso de uma forma instantânea por onde passava. Abriu caminho e as portas do mundo para os treinadores portugueses. Criou uma escola que foi seguida e que muitos tentaram copiar. Alcançou títulos e destaque como poucos. Apesar de neste momento estar a treinar num campeonato periférico, continua a ser reconhecido e admirado em todo o mundo.
Para último, deixei aquele que é hoje a grande referência de Portugal no mundo: Cristiano Ronaldo. O seu trajeto é incrível. Conseguiu estar no topo durante 20 anos. Mentalmente tem uma capacidade extraordinária. Desportivamente irá ser sempre ser reconhecido como um dos melhores de sempre nesta modalidade que tanto gostamos. A sua qualidade, a sua consistência, a sua preponderância, a sua personalidade e os seus recordes deixaram a sua marca. Fora dos relvados percebeu como poucos o impacto que podia ter. Soube fazer crescer e soube alimentar a sua marca. Hoje encontra-se no restrito conjunto de personalidades que são reconhecidas em todo o mundo.

A valorizar: Marco Silva
A derrota de ontem não retira os méritos que conseguiu em 13 anos de carreira, oito dos quais em Inglaterra, onde tem 283 dos 500 jogos como treinador. Se é verdade que não está a treinar um clube de dimensão excecional, também é verdade que o seu trabalho é muito reconhecido e apreciado em Inglaterra. Nos últimos anos alcançou a estabilidade que lhe faltava no projeto do Fulham.
Conforme referiu na entrevista concedida a A BOLA, transformou o Fulham num clube diferente, estável, com uma proposta de jogo atrativa, que valoriza ativos, que voltou a aproximar-se dos adeptos e que deixou de ter a alcunha de ioiô (porque subia e descia logo a seguir). Tem sido fiel a si mesmo. Seguiu os seus sonhos. Nas decisões que tomou ao longo da carreira colocou a dimensão desportiva à frente da vertente financeira, conseguindo, neste momento, ter um equilíbrio entre estas duas realidades. O seu trajeto já começa a justificar um clube de outra dimensão, que lute por títulos de uma forma direta."

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