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terça-feira, 18 de junho de 2024

As arbitragens no Euro 2024


"Os primeiros indicadores são positivos. Que se mantenha assim até ao jogo da consagração daquela que será a melhor seleção europeia em 2024

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Até agora o arranque do Euro 2024 está a correr globalmente bem para as equipas de arbitragem. Não houve grandes contestações às decisões que os árbitros tomaram (nem da parte dos jogadores nem das respetivas equipas técnicas). Esse é um sinal importante numa competição curta, em que cada ponto, cada golo marcado ou sofrido podem ser determinantes nas contas para a passagem à fase seguinte.
Um dos momentos que gerou maior contestação (essencialmente por desconhecimento generalizado das regras) ocorreu no Espanha-Croácia. Michael Oliver assinalou pontapé de penálti favorável à seleção croata, em lance que acabou por produzir duas situações importantes para aqui tentar o esclarecimento técnico: o primeiro o do penálti em si, por infração que Rodri de facto cometeu, na passada, sobre um croata. Pediu-se cartão vermelho direto para o espanhol — é certo que o avançado da Croácia estava na cara de Unai Simón, com tudo para marcar — mas o facto de ter cometido a falta com o pé pressupôs a leitura de que tentou jogar e/ou disputar a bola. Esse é quase sempre o entendimento técnico dado em infrações do género. Assim sendo, o fim da chamada tripla penalização justificou como correta a decisão disciplinar do categorizado árbitro inglês.
Depois a anulação do pontapé de penálti, devido à invasão indevida de um colega do executante. Neste caso, importa referir que o pontapé foi falhado e que o jogador que infringiu impactou no jogo, logo a decisão de assinalar pontapé-livre indireto para a Espanha foi corretíssima. Caso o pontapé tivesse resultado diretamente em golo, das duas uma: se a infração impactasse no jogo/jogadores, o lance era repetido; se não impactasse, não haveria repetição. Tudo certo, portanto.

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Cabe agora uma opinião técnica ao trabalho realizado pela única equipa de arbitragem portuguesa presente na prova. Artur Soares (árbitro principal), Paulo Soares e Pedro Ribeiro (árbitros assistentes) e Tiago Martins (videoárbitro) estiveram muito bem no Polónia-Países Baixos de domingo. O jogo não foi difícil de dirigir e os jogadores respeitaram as decisões do portuense, mas isso tem sempre mérito de quem se dá ao respeito dentro de campo.
A verdade é que os árbitros podem tornar os jogos fáceis ou difíceis. Depende da postura, atitude, personalidade e, claro, processo de decisão. Soares Dias geriu muito bem todos os momentos da partida e foi sempre bem auxiliado. Arranque meritório da nossa equipa, que antevê novos desafios para breve.

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Se há coisa que já percebeu nos jogos até agora disputados (este texto foi escrito na tarde de segunda-feira, 17 de junho) é que as equipas de arbitragem têm cumprido à risca as instruções que receberam do Comité de Arbitragem da UEFA.
Não se têm visto protestos ou conversas excessivas dos jogadores em relação aos árbitros, até porque isso pode ser motivo para a exibição do cartão amarelo, algo naturalmente a evitar em competições com estas caraterísticas. Apenas o capitão de equipa está autorizado a pedir esclarecimentos ao árbitro e este deve facultá-los, estando ambos obrigados ao dever de respeito e educação.
A outro nível já se percebeu que a linha de intervenção dos videoárbitros é mesmo apertada, que é como quem diz, para que o VAR recomende alguma revisão ao colega de campo é necessário que o erro cometido seja muito claro e evidente. Isso pressupõe a não intervenção em lances subjetivos, nomeadamente os que estão relacionados com a intensidade de contactos ou com toques ligeiros e inconsequentes. Já vimos em vários jogos alguns lances discutíveis no interior das áreas e em todos os videoárbitros não intervieram. Nesses, os tais de interpretação, é o árbitro quem deve decidir em função do critério utilizado e da forma como percecionou a jogada. Tem sido assim, pelo menos por enquanto.
Faltam muitos jogos para disputar e ainda nem chegámos à fase decisiva, a do bota-fora. Os primeiros indicadores são positivos. Que se mantenha assim até ao jogo da consagração daquela que será a melhor seleção europeia em 2024."

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