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domingo, 30 de março de 2025

Brasil: no país onde o 'jeitinho' resulta


"Vicente Feola, nascido em 1909 e falecido em 1975, foi convidado pelo presidente da então Confederação Brasileira de Desportos para treinar a seleção do Brasil em fevereiro de 1958. Mas o primeiro jogo do novo selecionador foi só a 4 de maio, um mês e quatro dias antes da estreia dos canarinhos no Mundial de 1958, o primeiro que venceram.
Feola, que não tinha um dos rins desde os 19 anos e sofria com excesso de peso, foi depois aconselhado pelos médicos a afastar-se da seleção, abrindo caminho para Aymoré Moreira assumir o cargo em abril de 1961, um ano e um mês antes de começar o Mundial de 1962, o segundo que os brasileiros conquistaram.
Em conflito com o ditador Emílio Garrastazu Médici, o selecionador João Saldanha demitiu-se a 8 de março de 1970, dando lugar a Mário Zagallo, com apenas dois anos de experiência como treinador, a 22 de março daquele ano, dois meses e uma semana antes do arranque do Mundial de 1970, o terceiro cuja taça rumou ao Brasil.
Depois de Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão falharem no comando da seleção, os dirigentes da agora chamada Confederação Brasileira de Futebol optaram por contratar Luiz Felipe Scolari a 1 de julho de 2001, menos de 11 meses antes de começar o Mundial de 2002, em que os canarinhos levantaram o penta.
Só na conquista do Mundial de 1994, o selecionador de então, Carlos Alberto Parreira, tinha mais tempo de trabalho do que o eventual sucessor de Dorival Júnior terá agora — e mesmo ele esteve a milímetros de se demitir, segundo o próprio, a 9 agosto de 1993, após desanimador empate sob vaias monumentais num particular com o México em Maceió.
Já a Telê Santana e a Tite, dois dos mais vitoriosos treinadores de clubes da história do futebol do país, foi dado tempo de sobra: ambos treinaram a seleção em dois Mundiais seguidos, os de 1982 e 1986, o primeiro, e os de 2018 e 2022, o segundo, sem que a torcida brasileira pudesse saborear a vitória final.
Ou seja, por mais contraintuitivo que possa parecer, quanto mais se planeia, piores são os resultados — no Brasil, pelo menos. Por aqui, o jeitinho e a gambiarra, versões locais dos muito portugueses desenrascanço e em cima do joelho, aparentemente funcionam melhor do que a organização — no futebol, pelo menos.
Os comentários por estes dias nas colunas dos jornais, nas mesas de boteco, nas filas dos ônibus ou nas rodas de samba de que o Mundial de 2026 «já era» não coincidem, portanto, com a história, com os factos, com a tradição.
Mas coincidem com os comentários nas colunas dos jornais, nas mesas de boteco, nas filas dos ônibus ou nas rodas de samba que se ouviam às vésperas dos Mundiais de 1958, 1962, 1970 e 2002, no fim das contas, gloriosos para o Brasil."

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