"Passaram 70 dias desde que Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos. Parece incrível como em tão pouco tempo, pouco mais de dois meses, se conseguiu alienar, de forma tão voluntária, tanta gente. Universidades (ainda que incrivelmente ricas) com fundos cortados, departamentos de Educação e Saúde desmantelados, despedimentos cegos em massa através de um departamento liderado por alguém não eleito, o milionário Elon Musk. Tarifas, proibições, deportações, hostilidade à Ucrânia, ocupar Gaza, tudo usando a técnica flood the zone/inundar a área, em tradução livre – no fundo colocar tanto tema na agenda mediática que democratas e jornalistas nem sabem para onde se virar, da Gronelândia ao Canal do Panamá.
Pelo meio ameaças a vizinhos e aliados, como o México e o Canadá, países com quem já no próximo ano os EUA vão organizar o Mundial de futebol. A FIFA parece assobiar para o lado e até nomeou Trump – ou a isso foi obrigada – como líder do grupo de trabalho que vai coordenar segurança e planeamento do governo para a competição. No encontro, com Trump sentado, como gosta, enquanto as visitas ficam de pé, disse que as más relações atuais até são boas, pois «um pouco de tensão é interessante».
Tensão que esta semana teve ponto alto quando o editor-chefe da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, foi incluído por engano num grupo da app Signal onde foram partilhadas, entre as mais altas figuras do governo, informações confidenciais sobre um plano de ataque militar no Iémen. Inicialmente não foi divulgada toda a conversa, mas depois de o secretário da Defesa negar que conteúdo confidencial – como as horas dos ataques e material a utilizar – tinha sido publicado, Goldberg publicou esses pedaços.
Adoraria ver as conversas no Signal daquele grupo de trabalho para tratar da segurança do Mundial. Quantos seguranças vão ter Messi e Ronaldo, como se chamam, porque é que os EUA não estão na final, quem é Mauricio Pochettino, emojis de punhos, de bandeiras americanas, de chamas... quem sabe?"
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