"Final da 1.ª volta, 3.º lugar… com 3 pontos de atraso para o líder (Sporting) e 2 para o FC Porto (com um jogo em atraso). A realidade fria dos números, ilidível, a gerar um tremendo burburinho na Luz, constitui augúrio de uma tormenta pronta a eclodir a qualquer momento.
Estamos no final da 1.ª volta, a seguir a 2 derrotas (Sporting e Braga) e um empate "oferecido" (AVS), exibições dececionantes ao nível dos jogos contra Famalicão e Moreirense que nos custaram 5 pontos (em 12 possíveis nas 4 primeiras jornadas). Pelo meio, um despedimento de um treinador (Schmidt), uma contratação "ao ralenti" de um novo treinador (Lage) como se não estivesse preparada a substituição de Schmidt e, subitamente, uma série de vitórias a fazer acreditar que afinal o título seria possível, incluindo um triunfo por 4-1 sobre um FC Porto "de gatas", contribuindo para isso o "hara-kiri" do nosso rival após 11 vitórias consecutivas. Na Europa, uma campanha irregular, entre altos (A. Madrid) e baixos (Feyenoord), ainda "vivos" para prosseguir.
Há um ditado português bem verdadeiro: "em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão!". Tentarei não contribuir para o charivari que vai pelo Benfica raciocinando friamente, mas ao abordar no que considero serem algumas verdades bem sensíveis, certamente que porventura "deitarei gasolina para fogueira".
Dito isto, parece óbvio que não tendo jogadores na primeira linha do futebol mundial, assacar a treinadores medianos as culpas principais também não se me afigura correto. Schmidt era demasiado passivo nas exigências de jogadores, Lage herdou um plantel fechado, com evidentes lacunas. Aqui, começa o primeiro busílis porque Rui Costa, agora Presidente, no futebol certamente "não caiu do chaparro". Percurso brilhante como jogador, sabendo e respirando futebol, a quem mais se pode imputar a culpa das tais lacunas evidentes (tão evidentes que até eu as percepciono…)?
Que diria o Rui Costa "jogador" se tivesse como parceiros de equipa muitos dos jogadores do atual plantel? Certamente gritaria por socorro, porque teria de acudir como "bombeiro" a apagar demasiados fogos no campo. Este o primeiro problema a ser resolvido e como já estamos janeiro dentro e nada vamos ouvindo (a não ser a devolução de Kabouré), fico mais do que preocupado.
Depois, demasiados casos e casinhos, a sugerir a necessidade de pulso firme, claramente a inexistir. Sem qualquer preocupação cronológica a referi-los, ouço Jorge Mendes a dizer que António quer sair (vésperas do jogo contra o Sporting), constato idas sucessivas de Otamendi à Argentina (a primeira compreensível, a segunda inadmissível), diversas viagens pelo Natal de jogadores altamente profissionais sabendo haver jogo fundamental contra o Sporting a 29 dezembro, como se fôssemos um "grupo desportivo e recreativo" (sem desprimor para estes), todos estes exemplos reveladores de um ambiente de "nacional porreirismo", cujas consequências aqui estão.
Seria diferente se António tivesse sido posto no seu devido lugar? Se as viagens natalícias em vésperas de jogo contra o Sporting tivessem sido proibidas? Nunca saberemos, mas uma coisa saberíamos: existia liderança no Benfica! Se os jogadores profissionais "amuassem", era problema deles e dos empresários que teriam de lhes arranjar colocação, situação agravada com a fama de "turistas" que lhes ficaria "colada à pele".
Assim, é meter umas velinhas a N. S. Fatima, rezar para que o discurso de Lage a seguir aos jogos venha a ter alguma aderência com os jogos que todos vemos (falta classe/categoria à maioria dos nossos jogadores) e, ao mesmo tempo, que neste fraquíssimo futebol português, os nossos adversários tropecem. Estou a sonhar alto?
Se calhar sim, mas estivesse eu na Presidência, garanto que outro "galo cantaria", nestas e noutra matérias tão sensíveis, como por exemplo (1) na redução transversal dos custos, incluindo os de estrutura (incomportáveis); (2) nas aquisições criteriosas em função dos exclusivos interesses do Benfica porque o dinheiro é um bem escasso, com a certeza de que não acertaria sempre mas também não falharia tanto; ou (3) no continuar do financiar das modalidades que nos custam "só" 28 M€ (pelo orçamento 24/25).
Mas como não estou na Presidência, vou desabafando para o papel com artigos como este, vou ao Estádio apoiar sempre o meu Benfica e, vou metendo umas velinhas a N. S. Fatima!
PS. Já não faltavam as preocupações dos adeptos com o futebol que é o "core" da nossa atividade, tinha de vir um novel dirigente (Rui do Passo) expor-nos os seus sonhos, ao entrar 2025. Entre sugerir a construção de um novo Estádio para 120 mil lugares e a utilização do atual para futebol feminino e/ou rugby, hesitamos em eleger qual o sonho que merece a qualificação do "delirante do ano". Preocupante não é sonhar, mas sim, continuar como dirigente."
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