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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

O jogo da rua

"O futebol começa e acaba na rua...
Parece um lugar-comum, mas é assim na realidade, o jogo da bola entra-nos pela infância e acompanha-nos toda a vida feito paixão serena ou obsessiva, convívio entre amigos, ritual nos estádios ou mesmo profissão para tantos e tantos afortunados do talento. O envolvimento emocional do jogo e a valorização social dos jogadores, juntamente com os efeitos de multidão e agregação em torno de símbolos identitários, fizeram do futebol um próspero negócio e dos seus talentos mais bem-sucedidos verdadeiros modelos de afirmação positiva para os demais, em particular para os mais jovens. A comunicação e as redes sociais amplificaram o fenómeno até aos limites da ressonância, e o futebol, esse jogo simples e apaixonante, assumiu uma centralidade sem precedentes na vida colectiva de comunidades inteiras e até de países.
E assim, todos nós, de tanto olharmos para cima e de nos focarmos na excelência e na competição, às vezes corremos o risco de não estarmos atentos ao que o futebol continua a fazer, em casa, na escola e até mesmo, claro está, na rua. Ora, a rua é o lugar do social por excelência, do domínio do público sobre o privado e palco de importantes interacções sociais. E aí, na rua, jogar à bola pode ser, como é, um instrumento poderosíssimo de inclusão social. Mas também de promoção da tolerância e criação de interdependências da maior importância para combater a violência e outros fenómenos feios que infelizmente ainda afectam as nossas sociedades.
É assim que vemos o futebol de rua e é por isso somos parceiros da Cais neste projecto magnífico. É também por isso que todos os anos abrimos as nossas portas à 'Selecção Portuguesa de Futebol de Rua', numa experiência de imersão no mundo do futebol, motivação e treino, a que chamamos '10 dias à Benfica'. Porquê?
Porque, entre outras coisas, sentimos que o futebol de rua está também no lugar onde fica a Alma Benfiquista."

Jorge Miranda, in O Benfica

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