"Com a janela de verão do mercado de transferências em velocidade de cruzeiro, não há, nem podia haver, grandes novidades em relação aos clubes portugueses. Mesmo o Benfica, desta feita numa posição de maior solidez financeira que lhe permite evitar a necessidade de vender a preços de ocasião, acabará por ver partir os jogadores mais promissores: Félix já tem lugar em Madrid e, ou me engano muito ou os €6 milhões da cláusula de Rúben Dias vão ser insuficientes para mantê-lo na Luz.
E FC Porto e Sporting vão actuar, em circunstâncias menos benévolas.
Os dragões, ainda sob intervenção da UEFA, e em dúvida quanto ao acesso à Champions, viram dois dos seus activos mais valiosos, Brahimi e Herrera, partir a custo zero; e encaixaram 70 milhões pelos internacionais brasileiros Militão e Felipe, estando ainda Soares e Marega na mira de vários clubes. Não será fácil a tarefa de Conceição que, em 2019/2020, tentará fazer mais, com menos do que desejaria.
Já o Sporting, que trabalhará subordinado ao primeiro orçamento da era Varandas, precisa de encontrar quem pague o preço certo pelo seu principal activo, Bruno Fernandes, numa lógica de realizar capital, para apagar outros fogos, ao mesmo tempo que procura no mercado jogadores com a melhore relação qualidade-preço. Percebe-se que Keizer não é treinador de se queixar, mas a nação leonina, no seu todo, deve preparar-se para uma temporada, no futebol e nas modalidades, formatada de acordo com as posses do clube e não segundo os parâmetros megalómanos de quem, há precisamente um ano, ia pagar cinco milhões por Ricardinho..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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