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segunda-feira, 15 de abril de 2019

Futebol e zaragata

"Há dois fenómenos que estão a prejudicar gravemente o futebol: os programas ditos desportivos das televisões e o VAR.

Nos canais informativos das televisões – CMTV, TVI 24, SIC Notícias e RTP3 –, os serões são quase todos ocupados por debates sobre futebol. Debates é um eufemismo: aquilo são zaragatas. O alarido é pior do que na Praça da Ribeira.
É lamentável.
Até há uns anos, os lugares nos programas desportivos eram ocupados por jornalistas – que, bem ou mal, com mais ou menos talento, procuravam fazer o seu trabalho. Até por dignidade profissional, esforçavam--se por ser isentos. Embora nem sempre o conseguissem, tentavam (ou fingiam tentar). 
Tudo isso acabou. Os jornalistas foram substituídos por “painelistas” assumidamente clubistas. Ex-jogadores de futebol ou adeptos furiosos.
A independência acabou. Já nem é preciso fingir isenção – pelo contrário, é necessário afirmá-la, levá-la ao extremo, para satisfazer os fanáticos adeptos do clube que representam.
A isenção, que antes era uma mais--valia, tornou-se uma menos-valia – porque não agrada a ninguém. Agora, o que é preciso é um painelista doentiamente adepto do Benfica, outro doentiamente adepto do Porto e outro doentiamente adepto do Sporting – para os adeptos doentes dos três clubes terem com quem se identificar. Os outros clubes não existem.
Nesses programas vejo nos ecrãs uns autênticos loucos varridos. Vejo um inenarrável Pedro Proença (não o ex-árbitro, mas sim um advogado adepto do Sporting), vejo um invertebrado Pedro Guerra, vejo um troglodita Rodolfo Reis, vejo um histérico Roquete, vejo um pouco honesto André Ventura. Este até tinha obrigação de se situar noutro nível. Mas não. A vontade de agradar ao adepto fanático sobrepõe-se a tudo. Um destes dias sustentava que o braço de um jogador adversário era uma perna, e uma mão era um pé. Só que o “pé” era branco – o que o levava a dizer que o jogador tinha uma bota branca. Mas nas imagens seguintes não havia nenhum jogador envolvido naquele lance com botas brancas!
O VAR é outro problema Veio para acabar com os erros no futebol, mas só está a acicatar ainda mais os ânimos. Porquê? Porque não resolve muitos dos erros mais graves – os penáltis, que dependem do critério subjectivo do árbitro – e tem falhado escandalosamente em foras-de-jogo, que são perfeitamente objectivos. Ora, isto levanta naturais suspeitas. Hoje já não se discute apenas o árbitro – discute-se também o VAR. A discussão é a dobrar. O VAR e os programas desportivos de zaragata estão a descredibilizar o futebol. Antes, os comentadores isentos introduziam alguma racionalidade nas discussões e esfriavam a fúria dos adeptos. Hoje, os painelistas aquecem-nos ainda mais.
Já vejo muita gente a dizer que não acredita no futebol e se está a afastar dele."

O VAR é o meu pastor, nada me faltará

"Com o VAR foi-nos dito que poderíamos estar seguros, este corrigiria os erros, desatenções ou falta de visão do Sr. Árbitro

A pressão sobre os árbitros nunca foi tão grande, com câmaras focadas em cada jogada, gravando todos os ângulos e posições em alta definição; com tecnologias virtuais que recriam todas as jogadas; com milhões de publicações dos fãs do futebol nas redes sociais e com um exército de especialistas, ex-árbitros e todo o tipo de comentadores questionando as suas decisões.
O VAR foi criado para abençoar os fãs e guardar a verdade desportiva. O projecto VAR está detalhado no "Manual de implementação para competições", mais conhecido por "Protocolo do video-árbitro", que foi elaborado pelo International Football Association Board e que tem vindo a ser actualizado com contributos de federações, árbitros e técnicos de arbitragem envolvidos no projecto. Hoje é já certo que o mesmo tem muitas e inegáveis vantagens, mas não tem a virtualidade de acabar com os problemas e discussões no futebol.
Com o VAR foi-nos dito que poderíamos estar seguros, este corrigiria os erros, desatenções ou falta de visão do Sr. Árbitro. Em troca, perdeu-se a explosão de alegria verdadeira e espontânea da marcação de um golo, existe agora algum receio que o mesmo possa ser manchado de pecado e que o VAR possa atuar para nos prover a melhor decisão. A eventual segunda alegria da decisão do vídeo-árbitro não é a mesma coisa, é uma explosão controlada: mas lá está, o VAR seria nosso pastor, nada nos faltaria.
A verdade é que faltou! Não sou descrente, aceito fielmente o princípio estruturante de que o VAR só deve ser utilizado para corrigir erros claros e para incidentes graves não assinalados em decisões que alteram o jogo (golo, penálti/não penálti, cartões vermelhos directos e erros de identificação). Mas não imaginam como gostava de ter visto tal princípio em prática na última jornada dos quartos-final da Liga dos Campeões.
Como crente no VAR, examino primeiro o incidente no Tottenham Hotspur Stadium. Rose corta remate de Sterling no início do primeiro tempo, quando o árbitro Bjorn Kuipers foi alertado pelo olho no céu que houve um corte com o braço, que originou um penalti e cartão amarelo para Rose. No mesmo jogo, parece que ficou por assinalar um cartão vermelho para Fernandinho que deu uma cotovelada em Kane.
No segundo jogo com incidentes envolvendo uma equipa portuguesa, em Anfield Road, na sequência de um lance em que o F. C. Porto pediu grande penalidade cometida por Alexander-Arnold, do Liverpool, que joga a bola com o braço (ainda mais afastado do corpo do que no primeiro lance examinado), o VAR influenciou o árbitro António Mateu a não assinalar o devido penálti. Uma desilusão, VAR porque abandonaste tal equipa! Então a UEFA não deu instruções para assinalar todo este tipo de lances em que o braço esteja afastado do corpo? E o que me dizem da decisão de bradar aos céus da entrada perigosa de Salah sobre Danilo, um lance que parece sempre pior de cada vez que se assiste? Sem acção disciplinar, esse fantástico jogador tem bilhete para a segunda mão que se disputa quarta-feira desta semana, onde o Liverpool defenderá uma VARtagem de 2-0.
O VAR nunca será uma panaceia para todos os males do futebol, nem pode ser enunciado como um poderoso salmo, discutiremos sempre, entre outras situações, se um braço foi deliberado ou acidental, faremos sempre comentários se determinado lance ou incidente deveria ter sido ou não revisitado, pois o VAR (tendo intervenção humana) erra pouco, mas erra. Mas é assim o futebol e não há adepto que não goste de ter tema de conversa depois do apito final..."

Omissão premeditada...

"A comunicação social fez eco das declarações de Petit, atribuindo grande destaque ao mesmo tempo que omitia a totalidade das declarações, criando assim uma narrativa ao serviço da santa aliança, que rapidamente se apregoou a partilhar a onda de indignação nacional.
Nada disto nos surpreende. Mas como sempre o #portoaocolo desmonta com a verdade dos fatos.
O treinador do Marítimo explicou que iria adoptar procedimento semelhante ao realizado com o FC Porto, em que vários jogadores que estavam em risco, acabaram por ficar fora das escolhas do 11. É uma estratégia questionável. Agora, o que não podemos permitir é que se cria a ilusão/narrativa, omitindo toda a veracidade da informação. É contra tudo isto que continuaremos a lutar.
P.S: para os vassalos indignados da Torre das Antas, aconselhamos apenas a recuarem até ao ano 2016. Não foram 2, foram 7 jogadores - ver imagens - numa equipa em dificuldade e onde todos os pontos seriam preciosos."


Os cartões “provocados” do Marítimo

"Desta jornada que passou temos alguns casos interessantes, quer dentro, quer fora das quatro linhas. Ou seja, para além das situações de natureza técnica ou disciplinar resultante da avaliação dos árbitros e do videoárbitro (VAR), tivemos uma circunstância que, não sendo original, tem sido tema de conversa nos órgãos de comunicação social e não só. Falo do alegado forçar de cartões amarelos por parte de dois jogadores do Marítimo e que foram assumidos pelo próprio treinador como intencionais. Uma prática corrente, quando a ideia é limpar cartões em função dos jogos que se seguem, depois de uma avaliação feita quanto a saber se interessa ou não determinado jogador estar presente ou ausente.
Todos temos a ideia e sabemos que é algo que acontece ciclicamente em algumas fases das competições. Normalmente não é assumido publicamente por quem as pratica e daí que nunca são fáceis de provar em sede própria. E digo isto porque o regulamento de disciplina da Federação Portuguesa de Futebol acaba por ter alguns artigos que podem, na sua interpretação e posterior execução, conduzir a sanções mais pesadas para os jogadores, treinadores e clubes que as praticam. Destaco de forma muito resumida estes dois pontos deste referido regulamento para consubstanciar a minha ideia a propósito destas práticas: Artigo 12.º - Deveres gerais: “Todas as pessoas físicas e colectivas sujeitas ao presente Regulamento devem agir em conformidade com os princípios da ética, da defesa do espírito desportivo, da verdade desportiva, da lealdade e da probidade.”; Artigo 168.º - Prática de faltas intencionais e outros comportamentos irregulares: “O jogador que, por qualquer forma, provoque propositadamente a exibição de cartão amarelo ou vermelho por parte do árbitro, é sancionado com suspensão de 1 a 3 jogos.”
Ou seja, aquilo que aparentemente foi uma atitude para apenas completar o ciclo de cartões, para estar ausente no próximo jogo, pode-se transformar numa ausência forçada de mais jogos em virtude de uma eventual penalização da entidade competente.
Da jornada jogada dentro das quatro linhas gostaria de realçar dois momentos do jogo entre o Desportivo das Aves e o Sporting e que acabam por se cruzar naquilo que foi uma dúvida para muitos: a questão da tripla penalização. Primeiro - penálti; segundo - equipa fica com menos um jogador; terceiro - no jogo seguinte esse jogador não pode actuar. Ou seja, quando é que um jogador que sofre uma infracção que anula uma clara oportunidade de golo se traduz num cartão vermelho ou amarelo em relação ao infractor.
No minuto quatro do Desp. Aves-Sporting, Renan, fora da área, rasteira Luquinhas quando este se isolava. O árbitro expulsou o guarda-redes do Sporting, exactamente por considerar que anulou uma clara oportunidade de golo, e por se tratar duma infracção cometida fora da área a lei mantém-se inalterável, ou seja, livre directo e cartão vermelho. A tripla penalização só se aplica nos casos que ocorrem no interior da área com a consequente marcação de penálti, aqui sim, em certas circunstâncias: para além do penálti o jogador infractor deixa de ser expulso e passa a ser apenas advertido, que era a sanção que deveria ter sido aplicada a Salin ao minuto 31, quando este rasteirou com as mãos Luquinhas.
Aqui, o árbitro, por ter considerado que era apenas um ataque prometedor e porque os guarda-redes podem tentar jogar a bola com as mãos, assinalou correctamente o penálti e de acordo com a lei da tripla penalização passou daquilo que seria numa circunstância normal cartão amarelo para a não amostragem de qualquer cartão. Contudo, na minha opinião, o enquadramento da jogada (distância, direcção, bola controlada, e não possibilidade de outro defensor intervir) configurava uma clara oportunidade de golo e não um ataque prometedor, pelo que, de acordo com a circunstância da tripla penalização, o árbitro deveria ter transformado o tal cartão vermelho em um cartão amarelo.
O importante mesmo é, independentemente da apreciação que o árbitro fez do lance, o conhecimento geral da lei 12 que diz; “quando um jogador cometer uma infracção contra um adversário dentro da sua área de penálti que impede a equipa adversária de marcar um golo ou anula uma clara oportunidade de golo e o árbitro assinala um pontapé de penálti, o jogador infractor é advertido se a infracção tiver sido numa tentativa de jogar a bola. Em todas as outras circunstâncias o jogador tem de ser expulso."

Os amarelos do Petit

"Como é sabido e reconhecido o futebol português vive (há demasiado tempo) num clima de corrupção (?), suspeição, acusação e intimidação que não o prestigia de modo algum. E o (de)mérito é todo dos três ditos «grandes», quer dos seus dirigentes quer dos seus adeptos. 
No jogo Marítimo-Feirense, 2 jogadores dos madeirenses foram admoestados com a cartolina amarela ficando impedidos de dar o seu contributo na próxima jornada no Estádio da Luz, contra o Benfica. Este impedimento foi orquestrado pelo treinador verde-rubro de modo a poderem estar presentes nos confrontos com equipas do seu campeonato. Qual a admiração? A verdade é que, seja com ou sem Edgar Costa e Joel, a probabilidade de sair com pontos da Luz (ou Alvalade ou Dragão) é bastante reduzida! Havendo 4 outros jogos posteriores para decidir a manutenção, o mais sensato é «limpar» a ficha de disciplina destes jogadores de modo a poderem dar o seu contributo nos jogos que efectivamente podemos ganhar. Se preferia jogar com os melhores e lutar para ganhar nos estádios dos «grandes»? Claro! Mas há que ser realista! Já fizemos o mesmo contra o Porto, poupando alguns jogadores que estavam em risco de suspensão, para que pudessem jogar contra um adversário directo na jornada seguinte.
A única diferença deste caso para outros que ocorrem em Portugal é a sinceridade do Petit: respeito e admiro, mas acredito que não o deveria ter admitido em público, evitando o denegrir da imagem do clube na praça pública. Se o próximo adversário não fosse um «grande» a comunicação social teria dado tanto destaque? Incrível como adora criar polémicas e incentivar o ódio e a desconfiança (que saudades do verdadeiro jornalismo) – os jogos e os resultados do Marítimo nunca merecem comentários de destaque nas capas dos jornais (a não ser quando joga contra os «grandes»), mas agora, com este «caso», destacam-se os amarelos forçados e não o resultado propriamente dito… Já entre adeptos «caiu o Carmo e a Trindade», falando-se de verdade desportiva, malas, favorecimentos etc...
No entanto, destaco o facto de tanto Benfica, Porto e Sporting também utilizarem este tipo de estratagemas nas vésperas dos jogos entre si, ou seja, nos confrontos do seu campeonato, de modo a poderem estar na máxima força. Nestes casos, já não se considera que é para facilitarem nos jogos com os chamados «pequenos» mas sim por ser um questão inteligente e estratégica. Haja coerência, por favor.
Por incrível que pareça, a primeira liga não tem só 3 clubes.
Em relação ao que realmente interessa, o Marítimo está mais perto de garantir a manutenção. Acredito que mais 3 pontos serão suficientes!"

A demografia desportiva

"A demografia é a ciência que tem por objecto o estudo das populações humanas na sua dimensão (grandeza), na sua estrutura (composição de idades, sexos...) na sua evolução (crescimento, estabilidade, declínio...), do ponto de vista quantitativo. Ela procede a uma descrição numérica precisa das populações sob o seu duplo aspecto: estático (estado, estrutura, componentes) e dinâmico (evolução geral, movimentos internos). A demografia utiliza os recursos matemáticos, a estatística e as probabilidades (efectivos, percentagens, taxas...). Todos estes aspectos são devidamente contabilizados pelos recenseamentos, inquéritos e as sondagens que se realizam periodicamente.
Em Portugal, não se fala muito dela, mas a demografia desportiva é a mais recente das ciências sociais aplicadas. Ela assenta em dois ramos de análise: 1) uma análise dos efectivos globais dos praticantes (“stocks”) recenseados anualmente e a observação da sua evolução no tempo. Isto permite construir um histograma simples, em vários anos, e de desenhar a curva do ciclo de vida da modalidade desportiva em estudo; 2) uma análise do estudo dos movimentos internos de uma população de desportistas filiados num clube, numa federação, numa sala privada, etc. Ou seja, dos “fluxos de entradas” (adesões anuais) e de “saídas” (abandonos anuais). Estes fluxos, no interior do conjunto das populações desportivas, são designados de “turn-over”. É a partir dos dados fornecidos pelas federações desportivas que podemos observar o “stock” de praticantes e a sua evolução no tempo. As noções demográficas de “nascimento”, “morte”, “emigração”, “imigração”, por exemplo, são utilmente transpostas para as modalidades desportivas, como uma metáfora, designando processos mais complexos e reconhecidos: nascimento (primeira adesão) à modalidade; mortos (abandonos ou reconversões para outras desportos ou associações), chegada de trânsfugas vindos de outras modalidades ou de renovação da adesão, depois de uma interrupção (renascimento) (Pociello, 1999).
Se a demografia desportiva, como ciência, é recente, isto deve-se a vários factores: à incerteza das fontes; a ausência de interesse (ou à falta de percepção) destes fenómenos; a ausência de um pedido por parte das administrações de tutela do desporto (ou outras); às reticências (ou hostilidade) por parte das direcções dos clubes e federações face à evidência do declínio dos seus efectivos, não podendo esconder, assim, a extrema volatilidade do seu público de aderentes (De Bruyn, 2006). Diga-se também, de passagem, que aqueles que detêm muitas vezes a informação não estão disponíveis para a ceder.
As federações são obrigadas a produzir anualmente o recenseamento dos seus efectivos (“stocks”) ao seu ministério de tutela. Esses dados são, normalmente, classificados por categorias (até juniores, juniores, seniores, veteranos) e por sexos e depois totalizados.
Em Portugal, desconhecem-se trabalhos científicos sobre demografia desportiva. Fala-se de uma “demografia federada”, porque se estuda a dinâmica da população desportiva enquadrada no movimento associativo. Em França, Chevalier (1994) é considerada como a pioneira nesta área, tendo estudado, num quadro teórico interacionista, as trajectórias e os abandonos dos cavaleiros da Delegação Nacional dos Desportos Equestres, entre 1988 e 1992. Este estudo é o “ato fundador” da demografia desportiva. Os dados produzidos pelo ministério da Juventude e dos Desportos Francês permitiram fontes inéditas capazes de serem trabalhadas do ponto de vista demográfico. E em Portugal? É para quando?"

O homem-máquina

"Um antigo aluno meu, que trabalha na Câmara Municipal de Lisboa, disse-me, há poucos dias, na Biblioteca Municipal D. Dinis, em Odivelas, antes de uma charla por mim proferida nesta Biblioteca: “Professor, as suas aulas eram mais filosofia do que desporto e nós, alunos, não o compreendíamos. Francamente, só hoje o compreendo”. Isolado, já velho, entre as flores secas das minhas recordações; rodeado do bafio glorioso de alguns livros que ainda me acompanham – relembro as minhas aulas, no ensino público e no ensino privado, em Portugal e no estrangeiro. De facto, o que poderiam interessar o Fédon, de Platão, ou a História da Sexualidade e o Nascimento da Clínica e o Vigiar e Punir, de Michel Foucault, ou as Cinco Lições sobre Psicanálise de S. Freud, para alunos que viviam a prática desportiva, como o propugna a “sociedade de consumo”, tão certeiramente descrita por Baudrillard? E o racionalismo de Descartes e Leibniz, o Leibniz que chegou a escrever: “tudo o que se faz com o corpo do homem é tão mecânico como o que se faz com um relógio”? E o monismo de Espinoza, tão diferente do dualismo de Descartes e, por isso, tão próximo da “matéria que destila espírito” de Teilhard de Chardin? E aquela frase de Claude Bruaire: “o corpo é compreendido, como Deus é concebido”? E uma outra frase (esta da minha autoria): “o desporto atual reproduz e multiplica as taras da sociedade capitalista”? Sim, acredito que para pouco ou nada lhes servissem umas páginas avulsas da História da Filosofia. Mas a verdade é que, sem Filosofia, não entenderemos nunca a História do Corpo, nem a História do Desporto e da Educação Física e da nascitura Ciência da Motricidade Humana. No caso do “homem-máquina”, a expressão foi criada pelo Dr. Julien Offray de la Mettrie (1709-1751). Era francês, nascido na Bretanha e, a partir de 1725, licenciou-se em Filosofia, depois em Ciências Naturais e, por fim, em Medicina que lhe proporcionou “o pão de cada dia”. A Medicina, durante o século XVIII e antes da Revolução Francesa, imobilizara-se numa lamentável mediocridade, que podemos visionar nas teses aprovadas pela Faculdade de Medicina de Paris. Vejamos os temas de algumas delas: “A mulher é mais lasciva do que o homem?” e “As moças bonitas são mais férteis do que as outras?” e “A mulher pode transformar-se em homem?” e “Pode diagnosticar-se o amor, tomando o pulso do doente?” e “Pode a devassidão engendrar a calvície?”… 
A medicina francesa do tempo de La Mettrie é bem ridicularizada, nas peças de Molière. De facto, nela, não penetrara ainda o espírito moderno de John Locke, de Condillac e de Helvetius , o que provocou em La Mettrie funda estranheza e hostilidade. Por isso, em 1733, após o seu doutoramento correu a encontrar-se com o que de melhor havia, na medicina europeia. Em 1746, publicou um panfleto incendiário, A política do médico, em que levantava dolorosas interrogações à competência profissional da grande maioria dos seus colegas. Antes da obra, que mais fama lhe grangeou, O homem-máquina, ainda publicou uma comédia, A faculdade vingada, onde zurziu sem piedade tanto médico charlatão e tanto cirurgião açougueiro, que proliferavam no seu País. Entretanto, em 1748, com O homem-máquina, adiantou sem receio que os homens, como os animais, eram máquinas, máquinas tão-só, se bem que mais engenhosas do que os animais. E portanto sem nenhuma substância espiritual a informá-las. Ainda em 1748, e sem muitos motivos para festejar a publicação de O homem-máquina, que provocou nos meios protestantes e católicos a mais frontal rejeição, deu à estampa O homem mais que máquina onde mais radicalizou as suas teses mecanicistas e materialistas e as normas da sua moral laicizada, o que lhe mereceu, naturalmente, o franco aplauso de alguns e a mais ousada repulsa de quase todos. Porém, embora as tempestades adversas, que lampejavam em sátiras e sarcasmos e ameaças, o rei da Prússia, Frederico, fez dele o seu médico privativo e nomeou-o, num ímpeto retórico em que o apresentou como “vítima dos padres”, membro efectivo da Academia de Ciências de Berlim. Todavia, o seu exílio dourado na Prússia não durou tempo demasiado, ao mandar imprimir, fremente de paixão, mais um panfleto, Discurso sobre a felicidade, com uma linguagem que ofendia os mais elementares preceitos da moral civilizada. E assim, tanto na Prússia, como em França, o consideraram um louco (os próprios iluministas assim o começaram a tratar). E, em Novembro de 1751, durante a digestão de um opíparo almoço, faleceu.
“A tese da continuidade entre o homem e o mundo animal está sendo cabalmente confirmada pela moderna biologia. As semelhanças genéticas são extraordinárias. O genoma da mosca drosófila tem cerca de 15000 genes, ao passo que o genoma humano só tem o dobro de genes. O genoma dos primatas superiores é semelhante ao humano em mais de 90%. Não se comprovou ainda a tese de La Mettrie de que os papagaios podem manter com seres humanos uma conversa racional, mas comprovou-se que a comunicação é possível com gorilas que aprenderam a linguagem dos surdos-mudos (…). La Mettrie teria visto, em todas essas conquistas da ciência moderna simples confirmações de suas teorias sobre o “continuum” existente entre animais e plantas e entre o animal-máquina de Descartes e o seu homem-máquina” (Sérgio Paulo Rouanet, in AA.VV. O Homem-Máquina, Companhia das Letras, S. Paulo, 2005, pp. 55/56). No meu pensar, confirma-se, de facto, no processo universal da evolução, a passagem do mundo animal ao mundo humano, mas nem tudo, no ser humano, parece regido por leis físicas e mecânicas. No que há motricidade humana diz respeito, não julgo que possa adiantar-se, sem mais, que a alma imaterial não representa um “salto qualitativo”, em relação ao puramente material, ou mesmo à biologia. Quando se define a motricidade humana como “o movimento intencional e solidário da transcendência”, quer dizer-se também que, no ser humano, nem tudo pode estudar-se, abeirando-nos unicamente da razão, pois que os sentimentos, as emoções, a fantasia não podem reduzir-se ao cartesiano esprit de géometrie. Quando o João Félix, um jovem futebolista do S.L.Benfica, no jogo com o Eintracht Frankfurt, para a Liga Europa, conseguiu um “hat trick” e desatou num copioso choro – ele emocionou-se e emocionou os muitos que o viram, tanto no Estádio da Luz como pela Televisão. E, nesse momento, não lhes minguaram os recursos da razão, nem a ele, nem aos espectadores. Mas a emoção diz mais, em menos tempo…
O Eintracht não conhecia o travo da derrota, há 15 jogos consecutivos e situa-se, em lugar de relevo, na Bundesliga: o quarto lugar! Mas o génio de um rapaz de 19 anos, fraternalmente acompanhado pelos seus colegas de equipa, embaraçou, dobrou o colosso alemão. Descrito o jogo, com acerto e pormenor, a Imprensa dos “quatro cantos do mundo” deixou seduzir-se pela “classe” do João Félix: porque fez o que o sentido previsor dos especialistas esperava? Não, fez o inesperado, o inopinado, o imprevisto. Como os génios fazem! O treino permitiu-lhe a força, a velocidade a certeza do remate. Mas o génio transforma o Homem-Máquina em Artista. Não há corpo, sem alma. Tendo a neurologia, como sólido alicerce, é possível descobrir no cérebro uma localização muito precisa, para grande parte dos nossos movimentos. Se se estimular um determinado grupo de células cerebrais, é certo que o paciente pronunciará algumas palavras, ou executará alguns movimentos. E assim poderá afirmar-se, sem quaisquer dúvidas, que a alma é o corpo, quando regido por leis determinadas? Eu posso responder com o que aprendi, em Henri Bergson, nos livros da autoria do insigne filósofo, mormente Matière et Mémoire (editado pela PUF, Paris) e A Evolução Criadora (editado pelas Edições 70, Lisboa): não há alma, sem corpo, no entanto a alma não é corpo tão-só; por isso, na genialidade, há mais do que movimento como realidade física e mecânica. Há um excesso de ser, na alma, em relação ao corpo. Não é tanto por ser matéria e máquina que o homem é génio, mas porque transcende a matéria e a máquina e se faz espírito também."

Euroleague Basketball: uma Liga milionária (332.5 milhões)

"A Euroliga é a segunda melhor Liga de Clubes de Basquetebol profissional a nível mundial (depois da NBA). Por motivos de marketing, é designada por “Turkish Airlines Euroleague”. Nela participam as melhores equipas europeias pertencentes aos seguintes países: Espanha (Real Madrid, Barcelona, Baskonia Vitoria e Gran Canaria), Turquia (Fenerbahce, Anadolu e Darussafaka de Istambul), Rússia (CSKA e Khimki de Moscovo), Grécia (Olympiacos Pireu e Panathinaikos Atenas), Itália (0limpia Milão), Israel (Maccabi Tel Aviv), Alemanha (Bayern Munique), Lituânia (Zalgiris Kaunas) e Montenegro (Buducnost Podorica).
Desde o momento em que começou a ter como principal patrocinador a companhia de aviação “Turkish Airlines” conseguiu, progressivamente, valorizar o nível desportivo da competição e a consequente melhoria do espectáculo desportivo. As receitas dos jogos cresceram, significativamente, o que permitiu melhorar a qualidade e capacidade das instalações desportivas. Embora o número de lugares sentados disponíveis para o público, em cada instalação desportiva seja, à partida, um importante factor no aumento das receitas em termos de bilheteira, foi de fundamental importância fazer uma boa promoção do espectáculo desportivo para que a rentabilização da capacidade dos lugares disponíveis se concretizasse. Cada equipa tem um patrocinador principal inserido na designação regulamentar do clube, nos equipamentos desportivos e na publicidade estática nos recintos onde actuam. E o círculo virtuoso do sucesso da Euroliga foi fechado com o surgimento de novos patrocinadores e mais transmissões televisivas tanto a nível local como internacional. 

Capacidade das instalações desportivas/assistência aos jogos.
Os clubes que tiveram maiores assistências no conjunto dos 15 encontros efectuados em casa (na fase regular) e, por consequência, as melhores médias de espectadores por jogo na condição de visitado, face a uma maior eficácia na rentabilização da capacidade da instalação desportiva que utilizaram:
- 1º Zalgiris Kaunas (Zalgirio Arena/Capacidade: 15.000 lugares) (Assistencia total: 221.048/média: 14.737 espetadores);
- 2º Panathinaikos Atenas (Olympic Sports Center/Capacidade: 18.989 lugares) (Assistência total: 182.291/média: 12.153 espectadores);
- 3º Baskonia Vitoria (Fernado Buesa Arena/Capacidade 15.504 lugares) (Assistência total: 163.933/média: 10.929 espectadores);
- 4º Maccabi Tel Aviv (Menora Mivtachim Arena/Capacidade: 11.060 lugares) Assistência total: 157.826/média: 10.522 espectadores);
- 5º Fenerbahce Istambul (Ulker Sports Arena/Capacidade: 13.059 lugares) (Assistência total: 157.391/média: 10.493 espectadores);
- 6º Real Madrid (WiZink Center/Capacidade: 15.000 lugares) (Assistência total: 145.547/média: 9.703 espectadores);
- 7º Olimpia Milão (Mediolanum Forum/Capacidade: 12.700 lugares) (Assistência total: 127.402/média: 8.493 espectadores);
- 8º Olympiacos Pireu (Peace and Friendship Stadium/Capacidade: 12.000 lugares) (Assistência total: 122.906/média: 8.194 espectadores);
- 9º CSKA Moscovo (Megasport Arena/Capacidade: 13.344 lugares) (Assistência total: 108.605/média: 7.240 espectadores);
- 10º Anadolu Istambul (Sinam Erdem Dome/Capacidade: 16.000 lugares) (Assistência total: 103.120/média: 6.875 espectadores);
- 11º FC Barcelona (Palau Blaugrana/Capacidade: 7.585 lugares) (Assistência total: 84.704/média: 5.647 espetadores);
- 12º Khimki Moscovo (Mytishchi Arena/Capacidade: 7.280 lugares) (Assistência total: 82.529/média: 5.502 espectadores);
- 13º Gran Canaria (Gran Canaria Arena/Capacidade: 11.500 lugares) (Assistência total: 72.348/média: 4.823 espectadores);
- 14º Buducnost Podorica (Moraca Sports Center/Capacidade: 6.000 lugares) (Assistência total: 71.877/média: 4.792 espectadores);
- 15º Bayern Munique (Audi Dome/Capacidade: 6.700 lugares) (Assistência total: 66.359/média: 4.424 espectadores);
- 16º Darussafaka Istambul (Wolkswagen Arena/Capacidade: 5.240 lugares) (Assistência total: 40.372/média: 2.691 espectadores).

Orçamento dos clubes
Os orçamentos dos clubes (época de 2018/19), em função das diversas receitas/despesas previstas foi o seguinte: 1º Real Madrid (orçamento: 42 milhões Eur.); 2º Barcelona (36 milhões); 3º CSKA Moscovo (36 milhões); 4º Fenerbahce Istambul (30 milhões); 5º Olimpia Milão (25 milhões); 6º Khimki Moscovo (24 milhões); 7º Maccabi Tel Aviv (23 milhões); 8º Bayern Munique (20 milhões); 9º Anadolu Efes (18 milhões); 10º Baskonia Vitoria (16 milhões); 11º Olympiacos Pireu (15 milhões); 12º Panathinaikos Atenas (15 milhões); 13º Zalgiris Kaunas (10,7 milhões); 14º Gran Canaria (10 milhões): 15º Darussafaka Istambul (6 milhões); 16º Buducnost Podorica (5,8 milhões). 
A verba global dos 16 clubes atinge um valor na ordem dos 332,5 milhões de euros, a melhor de sempre, pelo que faz concorrência a outras ligas profissionais de desportos colectivos espalhadas por esse mundo fora.

1.º Fase/Regular
Entretanto, a fase regular da prova (30 jornadas) teve o seu início em 11 de Outubro de 2018, na qual todas as equipas jogaram entre si a duas voltas (casa e fora) e terminou a 5 de Abril de 2019. Foi um esforço notável se atendermos a que todas as equipas também competiram aos fins de semana nas provas nacionais. Após esta maratona de jogos, ficaram apuradas para a fase seguinte (playoffs) as oito formações melhor classificadas nesta 1ª fase da prova. A classificação desta fase inicial (30 jornadas) parece estar, de algum modo, sintonizada com a verba salarial disponibilizada por cada clube para o recrutamento de jogadores, embora existam alguns excepções como se pode verificar. 

Classificação/Salários
1º - Fenerbahce (25 vitórias/5 derrotas) (salários: 18 milhões euros);
2ª – CSKA Moscovo (24 vitórias/6 derrotas) (18 milhões);
3º - Real Madrid (22 vitórias/8 derrotas) (31 milhões);
4º - Anadolu Istambul (20 vitórias/10 derrotas) (12 milhões);
5º - Barcelona (18 vitórias/12 derrotas) (27 milhões);
6º - Panathinaikos Atenas (16 vitórias/14 derrotas) (10 milhões);
7º - Baskonia Vitória (15 vitórias/15 derrotas) (9 milhões);
8º - Zalgiris Kaunas (15 vitórias/15 derrotas) (7,4 milhões);
9º - Olympiacos Pireu (15 vitórias/15 derrotas) (10 milhões);
10º - Maccabi Tel Aviv (14 vitórias/16 derrotas) (10 milhões);
11º - Bayern Munique (14 vitórias/16 derrotas) (10 milhões);
12º - Olimpia Milão (14 vitórias/16 derrotas) (12 milhões);
13º - Khimki Moscovo (9 vitórias/21 derrotas) (14 milhões);
14º - Gran Canaria (8 vitórias/22 derrotas) (5,6 milhões);
15º - Buducnost Podorica (6 vitórias/24 derrotas) (3,5 milhões);
16º - Darussafaka Istambul (5 vitórias/25 derrotas) (4 milhões).

Jogadores com melhores contratos
Para se ter a noção dos valores que envolvem a contratação de alguns jogadores profissionais, ao nível da Euroliga, apresentamos a listagem, que é do conhecimento público, dos 10 jogadores mais bem pagos:
- 1º – Alexey Shved (Khimki Moscovo) 4 milhões dólares;
2º - Nando de Colo (CSKA Moscovo) 2.780.000 $;
3º – Nick Calathes (Panathinaikos Atenas) 2.550.000 $;
4º – Sergio Rodriguez (CSKA Moscovo) 2.550.000 $;
5º – Jan Vesely (Fenerbahce Istambul) 2.430.000 $;
6º – Sergio Llull (Real Madrid) 2.200.000 $;
7º – Chris Singleton (FC Barcelona) 1.900.000 $;
8º – Mike James (Olimpia Milão) 1.800.000 $;
9º – Shane Larkin (Anadolu Efes) 1.700.000 $;
10º – Joffrey Lauvergne (Fenerbahce Istambul) 1.700.000 $.

Jogadores mais eficientes (MPV) por jornada e mensalmente
Através de um sistema de valorização pontual dos jogadores, específico da Euroliga, foram sendo eleitos os MVP em cada jornada, assim como, o melhor jogador da prova em cada mês decorrente da fase regular. MVP por Jornada:
1ª jornada - Jan Vesely (34 de valorização) Fenebarhce;
2ª - Nikola Milutinov (33) Olympiacos / Anthony Randolph (33) R. Madrid;
3ª - Scottie Wilbekin (30) Maccabi / Rodrigue Beaubois (30) Anadolu;
4ª - Nando de Colo (27) CSKA;
5ª - Gustavo Ayon (30) R. Madrid;
6ª - Cory Higgins (28) CSKA;
7ª – Eulis Baez (32) G.Canaria;
8ª - Alexey Shved (30) khimki ;
9ª - Alexey Shved (32) Khimki;
10ª - Jach LeDay (42) Olympiacos;
11ª - Gustavo Ayon (34) R.Madrid;
12ª - Derrick Williams (35) Bayern;
13ª - Nikola Milutinov (36) Olympiacos;
14ª - Vassilis Spanoulis (31) Olympiacos;
15ª - Johnny O´Bryant (44) Maccabi;
16ª – Nikola Milutinov (41) Olympiacos;
17ª – Kostas Papanikolaou (31) Olympiacos;
18ª – Marcelo Huertas (29) Baskonia;
19ª – Will Clyburn (27) CSKA;
20ª - Angelo Cloiaro (33) Maccabi;
21ª – Nando de Colo (38) CSKA;
22ª – krunoslav Simon (34) Anadolu;
23ª – Brandon Davies (34) Zalgiris;
24ª – Ante Tomic (28) Barcelona;
25ª – Shane Larkin (43) Anadolu;
26ª – Mike James (31) Milão;
27ª – Micheal Eric (33) Darussafaka;
28ª -Nick Calathes (39) Panathnaikos;
29ª –Toney Douglas (37) Darussafaka;
30ª – Brandon Davies (34) Zalgiris.

MVP Mensal:
Mês Outubro 2018 (1ª à 4ª semana): Edy Tavares (Real Madrid);
Novembro 2018 (5ª à 10ª semana): Vasilije Micic (Anadolu Istambul);
Dezembro 2018 (11ª à 15ª semana): Jan Vesely (Fenerbahce Istambul);
Janeiro 2019 (16ª à 20ª semana): Alex Tyus (Maccabi Tel Aviv);
Fevereiro 2019 (21ª à 24ª semana): Mike James (Olimpia Milão);
Março 2019 (25ª à 29ª semana): Nick Calathes (Panathinaikos).

Dança dos treinadores
Numa competição desportiva em que o suporte financeiro atinge valores muito elevados e os resultados desportivos levam o seu tempo a aparecer, as substituições dos treinadores (tradicionais chicotadas psicológicas) são a decisão mais fácil e barata para os dirigentes desportivos. Nos últimos tempos, como primeira forma de sacudir a água do capote perante os adeptos do clube e comunicação social, é arranjar um bode expiatório (treinador) para explicar o insucesso desportivo momentâneo. É a opção imediata na tentativa de mudança do rumo dos acontecimentos, sem se aprofundar as verdadeiras causas do que se está a passar na preparação da equipa. Infelizmente, esta irresponsabilidade dos dirigentes desportivos também está a chegar ao basquetebol europeu de alto nível. Vejamos, como exemplo as alterações surgidas durante esta época desportiva (2018-19) na Euroliga:
- Gran Canaria (pré-época) saída Luis Casimiro (Espanha) e entrada Salva Maldonado (Espanha)/(5.Dez.2018) saída Salva Maldonado e entrada de Victor Garcia (Espanha)/(11.Mar.2019) saída de Victor Garcia e entrada de Pedro Martinez (Espanha);
- Darussafaka Istambul (pré-época) saída David Blatt (USA) e entrada Ahmet Caki (Turquia)/(11.Dez.2018) saída Ahmet Caki e entrada Selçuk Emak (Turquia);
- Olympiacos Pireu (pré-época) saída Ioannis Sfairopoulos (Grécia) e entrada David Blatt (USA); - Baskonia Vitoria (16.Nov.2018) saída Pedro Martinez (Espanha) e entrada Velimir Perasovic (Croácia);
- Maccabi Tel Aviv (18.Nov.2018) saída Neven Spahija (Croácia) e entrada Ioannis Sfairopoulos (Grécia); - Panathinaikos Atenas (20.Dez.2019) saída Xavi Pascual (Espanha) e entrada Rick Pitino (USA);
- Buducnost Poderica (29.Dez.2018) saída Alexander Dzikic (Sérvia) e entrada Jasmin Repesa (Croácia); - Khimki Moscovo (21.Jan.2019) saída Georgios Bartzokas (Grécia) e entrada Rimas Kurtinaitis (Lituânia).
Os treinadores que mantiveram os seus postos de trabalho durante a época regular foram aqueles que classificaram as suas equipas para os playoffs ou que estiveram muito perto de o conseguir: Zelijko Obradovic (Fenerbahce), Dimitrios Itoudis (CSKA), Pablo Laso (Real Madrid), Ergin Ataman (Anadolu), Svetislav Pesic (Barcelona), Sarunas Jasikevicius (Zalgiris), Simone Pianigiani (Milão) e Dejan Radonjic (Bayern).

2º Fase/playoffs
As oito equipas melhor classificadas da fase regular, Fenerbahce, CSKA, Real Madrid, Anadolu, Barcelona, Panathinaikos, Baskonia e Zalgiris ficaram apuradas para os playoffs que serão disputados por eliminatórias à melhor de cinco jogos. O emparelhamento das equipas é feito de acordo com a classificação registada na 1ª fase da prova: (1º - 8º) (2º - 7º) (3º - 6º) (4º - 5º).
Os melhores classificados efectuam os dois primeiros encontros em casa, os dois seguintes fora e o quinto e último, para desempate, novamente em casa. As datas previstas para os playoffs são 16 e 17, 18 e 19, 23 e 24, 25 e 26 de Abril e, se necessário, em 1 de Maio.
- 1º Fenerbahce Istanbul --- 8º Zalgiris Kaunas
- 2º CSKA Moscovo --- 7º Baskonia Vitória
- 3º Real Madrid --- 6º Panathinaikos Atenas
- 4º Anadolu Istambul --- 5º FC Barcelona

Final Four – Cidade de Vitória (Espanha)
Este ano a derradeira fase (Final Four) vai ser realizada, de 17 a 19 de Maio, na cidade de Vitória (Espanha), no recinto da equipa do Baskonia (Fernando Buesa Arena), que tem uma capacidade para 15.504 espetadores. As quatro equipas vencedoras do playoff ficarão apuradas para participar na Final Four que vai decidir o vencedor da Euroliga.

Prémios Monetários
Durante a fase regular é atribuído aos clubes um prémio de 40.000 euros por cada vitória. Os quatro clubes que vencerem as eliminatórias do playoff receberão um prémio de 70.000 euros. Na Final Four é atribuído ao 1º classificado uma verba de 1 milhão de euros, o outro finalista receberá um prémio de 500.000 euros, o terceiro classificado é contemplado com 300.000 euros e o último terá direito a uma verba de 150.000 euros.

Arbitragem
A exemplo dos jogadores que criaram há algum tempo a sua associação (Euroleague Players Association) os árbitros também seguiram o mesmo caminho e, no início da actual época desportiva, constituiram a “Union of Euroleague Basketball Officials”. A “UEBO” foi registada oficialmente em Espanha, como uma associação independente, tendo como principal missão apoiar, representar e unir os árbitros na sua valorização pessoal e no crescimento da Euroleague Basketball. A direcção eleita é constituída por Sasa Pukl/Presidente (Eslovénia); Luigi Lamonica/1º Vice (Itália); Daniel Hierrezuelo/2º Vice (Espanha); Christos Chritodoulou/Tesoureiro (Grécia); Sreten Radovic/Secretário (Croácia); Ilija Belosevic (Sérvia); Olegs Latisevs (Letónia); Robert Lottermoser (Alemanha) e Boris Rhyzyk (Ucrânia).
Felizmente para o basquetebol nacional temos sido representados através da arbitragem, nas duas mais importantes competições de clubes da Europa (Euroliga e Eurocup), por dois consagrados juízes internacionais que muito têm prestigiado a modalidade e o desporto português. Esta afirmação baseia-se no facto de Fernando Rocha já ter dirigido, nestes últimos anos, um número significativo de jogos: 24 Euroliga/8 Eurocup (2015-16), 29 Euroliga/5 Eurocup (2016-17), 25 Euroliga/3 Eurocup (2017-18) e já ter actuado na Final Four da Euroliga. Esta época (2018/19) também arbitrou 24 jogos da Euroliga e 6 da Eurocup estando, ainda, nomeado para dirigir o 3º encontro (finalíssima) do playoff final da Eurocup entre as equipas do Valencia e do Alba de Berlim. Por sua vez, Sérgio Silva, dirigiu 11 jogos na Euroliga/12 Eurocup (2016-17), 12 encontros na Euroliga/8 na Eurocup (2017-18) e esta época (2018-19) arbitrou 9 jogos da Euroliga e 11 da Eurocup. Entendemos que o currículo dos dois juízes lusitanos, um mais experiente nestas andanças e outro mais jovem mas muito promissor, são uma prova efectiva do seu inegável valor e prestígio internacional, na medida em que actuam nas duas melhores competições profissionais de clubes do mundo, logo a seguir à NBA."

Cadomblé do Vata

"1. Recital de Félix com 2 assistências e 1 golo... alguém se esqueceu de explicar a táctica do pisão aos seus jogadores.
2. Foi uma boa vitória, com 4 golos e bom futebol, mas que só vale 3 pontos... apesar que ganhar à equipa do Jorge Andrade e do Rúben Micael sabe a modos que a 8 pontos
3. Lage já enfardou 10 no Costinha, 5 no Jorge Couto, 4 no Andrade, 3 no Inácio e 2 no Conceição... os anti benfiquistas dos bancos nacionais são plasticina nas mãos do nosso Mister.
4. Rúben Dias tem grande potencial, mas ainda tem muito que aprender... por exemplo: chapada é agressão à gaja; quem está onde Mozer já esteve, deve trabalhar com pitons de alumínio a chegarem ao destino fora de horas ou então estar quieto.
5. Gosto muito daquela cena nova das luzinhas de telemóvel enfiadas nos rabos... ah não estão enfiadas nos rabos? Ok, mas deviam estar."

Depois de duas assistências e de um golo, Félix foi a correr para o sangue do seu sangue. Obrigado aos pais e ao Benfica

"Vlachodimos
A exibição até foi segura, apesar dos dois golos sofridos, mas o comportamento de Vlachodimos continua a suscitar dúvidas. Aos 71, já o Benfica caminhava a passos largos para a vitória, e depois de um par de defesas suas, Vlachodimos percebe que o árbitro assinalou um livre frontal a 25 metros da baliza e benze-se. O contexto é tudo nestas coisas. Se a pessoa se benzer antes do início do jogo, não há problema. Se se benzer no regresso do balneário, ok, é mesmo crente. Mas, se um guarda-redes se benze aos 70 minutos de jogo porque há um livre a favor da outra equipa, sou eu quem sente necessidade de se benzer.

André Almeida
Capitão de equipa, referência permanente do jogo ofensivo, quase sempre bem nas tarefas defensivas, tudo isto com o ar de quem parece disposto a passar aqui o resto da carreira. É mau, querem ver. 

Rúben Dias
Eu fazia coisas muito mais estúpidas com a idade dele. A minha sorte é que não tinha nenhum árbitro por perto.

Ferro
É tão estranho ver Ferro cometer erros. Tive que rever os lances várias vezes para ter a certeza de que não era um invasor de campo com a sua camisola vestida.

Grimaldo
Nunca gostei especialmente das aulas, mas gostava do parque infantil, do lanche, de jogar à bola com o António Pedro durante os intervalos, de ver os meus melhores amigos todos os dias. Talvez por isso, ao invés de caminhar lentamente na direcção da escola, situada a 300 metros de minha casa, eu saltitava até lá chegar. Nos dias bons, como hoje, o Grimaldo exibe uma alegria que eu só encontrei em mim quando era miúdo, a mesma das papoilas saltitantes.

Florentino
Não é todos os dias que um médio defensivo faz um meio golo com um corte junto à linha do meio campo, mas lá está, não é todos os dias que aparece um Florentino.

Samaris
Voltou a fazer praticamente tudo bem. Talvez se tenha excedido nos calduços ao irmão do João Félix, mas até ele pareceu sentir-se honrado por ser alvo de uma agressão de Samaris. Não é para quem quer, mas sim para quem pode.

Pizzi
Depois de uma tentativa de pontapé de bicicleta que fez João Félix soltar uma gargalhada, falhado um penálti há poucos dias teria sido convertido pelo miúdo, nada como reagir com a humildade só ao alcance dos maiores. Pizzi levantou a cabeça e, ao invés de pensar no próximo jogo, desatou a abrir o livro. Podia dizer que só parou quando assistiu o miúdo Félix, mas não é verdade. Fartou-se de jogar até ao fim.

Rafa
O melhor em campo. Bisou, deu a marcar, fez piscinas por ele e mais meia dúzia, e já no final explicou com um registo sóbrio e o rigor de um operacional do exército, que as indicações que tem são as de seguir atrás do golo em todos os momentos. É uma escolha de palavras admirável, pela obstinação nelas contida e pela coerência com a forma de estar. Rafa joga sempre como se estivesse a marimbar para tudo o que não seja chegar à baliza adversária. Até os festejos de golos parecem por vezes um obstáculo, uma convenção social colocada entre ele e a baliza, rumo ao golo seguinte. Não podíamos estar em melhores pés.

João Félix
Estranho que um miúdo com tanto talento nos pés tenha utilizado os braços para protagonizar o momento mais bonito da noite. Depois de duas assistências para Rafa, de mais uma exibição de encher as medidas, e instantes após um daqueles golos que provoca sonhos molhados aos observadores de clubes estrangeiros, João Félix correu decidido na direcção do sangue do seu sangue e abraçou o irmão mais novo, também ele jogador formado pelo Benfica. Jogador o tanas. Cidadão. Obrigado aos pais e ao Benfica por nos darem este privilégio.

Seferovic
Marcou o 81.º golo da equipa no campeonato, uma marca que não era atingida há cerca de 35 anos, pelo menos com mais cinco jogos pela frente. Feitas as contas, são 81 oportunidades para perder a voz, agradecer a quem meteu a bola na baliza ou a quem os lidera, celebrar esta vida que nos fez benfiquista e talvez, quem sabe, repensar estes assobios aos jogadores.

Taarbat
Não foi a tempo de ser o melhor em campo, mas continua a chegar ao fim dos jogos com o resto da vida pela frente. Extraordinário.

Jonas
Pareceu ligeiramente incrédulo quando viu a bola surgir à sua mercê entre os centrais, pronta para o 5-2. Só assim se explica que tenha falhado escandalosamente.

Jota
Parece estranho dizer isto quando vemos o miúdo entrar apenas nos últimos minutos, mas ele tem tempo. É que, reparem, no tempo do outro Jota, a dobrar, este jovem Jota já seria Manel ou Bernardo a triplicar. A história terminaria, como outras, sempre da mesma forma. Nunca mais lhe púnhamos a vista em cima, até descobrirmos a triste realidade em dobro. Felizmente, esta história terá um final com todas as letras do alfabeto, que é como quem diz, feliz."

SL Benfica - Vitória FC

"Jogo que mudou logo aos 2' com um golo de Rafa. Os primeiros 30' foram muito bons. Com várias oportunidades. O Setúbal antes do intervalo reduz para o 2-1. Na segunda parte gerimos o jogo sem deixar de procurar os golos. 4-2. Umas notas sobre o jogo.
1. Rafa. Dois golos. Continuação de uma época extraordinária. Já vai com 16 golos e para os jornais (e ainda bem) vai passando pelos pingos da chuva como se fosse uma época banal. Rafa tem tudo. Velocidade, técnica, decisão. Hoje tem duas bolas na cara do guarda-redes e não perdoou.
2. João Félix. É uma semana para não esquecer. Depois de três golos e uma assistência diante o Frankfurt, hoje fez mais um golo e duas assistências, ambas para o Rafa. Além disso, o penalty vem de um remate dele. Destaque para a segunda assistência onde se antecipa ao defesa, rouba-lhe a bola e coloca em Rafa que está completamente sozinho no lado esquerdo. O golo também é muito bom. Um finalização de primeira sem defesa possível.
3. Florentino Luís. O Rafa marcou dois golos, se não, tinha sido ele o homem do jogo. Que jogaço. Tem três cortes incríveis. Dois deles valem mesmo golos. Primeiro, na primeira parte, onde corta um remate que levava selo de golo. Segundo, o corte que dá a recuperação para o terceiro golo do Benfica. A melhor parte é que Florentino Luís não se resume ao bom jogo defensivo. Dá muito apoio ao ataque e raramente falha um passe.
4. Haris Seferovic. Pouco interventivo, mas ainda assim fez o gosto ao pé. Passe de Rafa para o espaço, Seferovic domina com pé esquerdo e finaliza com o mesmo pé para as malhas laterais da baliza. Golo de pura classe.
5. Ferro. Na jogada do primeiro golo do Setúbal, tem que fazer falta quando é fintado. O Setúbal acaba por aproveitar o facto de ninguém lhe ter feito a dobra e Rúben Dias estar sozinho no centro. No futebol existem faltas. Ferro raramente precisa de as fazer. Mas de volta e meia convém fazer uma ou outra. Tem 11 jogos como titular e apenas um amarelo (e também tem um vermelho). Dos jogadores que têm mais 10 jogos como titular, só um tem menos amarelos: Mile Svilar. Tem estado muito bem. Mas pode fazer mais faltas.
Jogo tranquilo do Benfica. Só pecou pelos golos falhados. Podíamos ter saído da Luz com uma vantagem de 4 ou 5 golos. Nota também para o festejo do terceiro golo, de João Félix, que vai festejar com o irmão, Hugo Félix (também jogador do Benfica) que estava atrás da baliza do Setúbal. Foi um belo momento de benfiquismo."

Benfiquismo (MCLI)

Festa...

Vermelhão: Mais uma Final vencida... faltam as outras!!!

Benfica 4 - 2 Setúbal


Três pontos, num jogo que não foi perfeito, contra um adversário super-motivado (que depois de reduzir para 4-2 aos 88 minutos, ainda 'acreditava' no empate!!!)... e contra um miserável Rui 'apitadeiro' Costa & respectivos amigos!!!
O jogo não podia ser começado melhor com um golo no primeiro ataque a sério...!!! Mas foi imediatamente notória a nossa dificuldade em parar o Setúbal na 1.ª linha de pressão... Além disso, além do Rafa, com as habituais 'arrancadas', a equipa não parecia com andamento para acelerar o jogo, afinal mesmo com algumas alterações, entre o fim do jogo com o Eintracht e o início deste, passaram menos de 72 horas!!!
Para 'piorar' as coisas, o plano de ataque do Setúbal era fácil: passar o meio-campo, esperar que um Benfiquista fizesse pressão... e deixar-se cair!!! Pronto, bola para a área do Benfica...!!! E à medida que os minutos foram passando, esta tendência arbitral, foi-se acentuando, acabando nos descontos, com níveis estratosféricos de 'inclinação'!!!
Após o penalty desperdiçado temi mais um daqueles jogos 'azarados', este ano já perdemos pontos, em jogos que falhámos penalty's.... mas o 2-0 não demorou!!! O problema foi o 2-1 antes do intervalo... A equipa sentiu a 'injustiça' e de bola parada em bola parada, a bola teimava em não sair do nosso meio-campo!!!
O intervalo fez bem à cabeça dos nossos jogadores, e voltámos com um plano de jogo bem definido: aproveitar o 'acreditar' do Setúbal... que nos 'deu' 20 metros entre o guarda-redes e a linha defensiva!!! O problema é que o Benfica não podia deixar as decisões para os últimos minutos, pois o cansaço natural, seria um problema...
E quando as coisas pareciam 'perras', apareceu a jogada 'perfeita': Tino com um corte do outro mundo, o Pizzi com mais uma assistência... e o Félix com mais um grande golo - com o mano novo a 'vigiar'!!! Foi o momento decisivo...
O apitadeiro continuou a 'empurrar' o Setúbal para a frente o os sadinos lutaram sempre, afinal a promessa dos mais de 400 mil euros (ilegal e criminosa promessa...) dão muita 'energia'!!! E nem o 4-1 os fez 'desistir'!!!
O Rafa acabou por ser o 'matador' da noite, sempre apoiado pelo Félix... Grande jogo do Tino na 2.ª parte... com o Samaris um pouco menos esclarecido do que na Quinta! O Ferro foi 'enganado' no 1.º golo, mas voltou a estar geralmente muito bem... o Rúben também fez um bom jogo, dentro das condicionantes do apito (penalty é absolutamente ridículo... Aliás se o apitadeito achou que foi uma agressão, só podia dar Vermelho... e não o fez).
Muitas preocupações para a forma como o André Almeida e o Grimaldo terminaram o jogo... neste momento não temos alternativas de igual valor aos dois!!!
As substituições deveriam ter sido feitas mais cedo...
Entre todas as decisões absurdas que já referi nesta crónica, ainda falta falar do penalty que ficou por marcar sobre o Rafa... Inacreditável como o VAR ficou calado... Inacreditável como é que o Rafa vai ficar fora de um jogo do campeonato, por ter sofrido um penalty!!! (se calhar até é melhor ficar de fora com o Marítimo... em vez do jogo em Braga!!!
Agora, recuperar, recuperar... temos 4 dias, um luxo!!! O Eintracht perdeu para o campeonato hoje, e com pouca rotação, também estão a 'sofrer' com o excesso de jogos!!! Vamos ter provavelmente o Jardel e o Fejsa em Frankfurt mais frescos, mas o Ferro e o Tino neste momento são 'melhores'!!! A grande dúvida para Quinta, é a utilização do Gedson em funções idênticas ao que fez na 1.ª mão, ou o regresso do Seferovic... julgo que a aposta no Gedson é mais prudente, vamos ver...!!!
Na Liga as contas são simples, neste momento estamos a 15 pontos do título. Os Corruptos neste momento já garantiram os 15 pontos em disputa. A atitude dos adversários dos Corruptos vai ser igual à do Portimonense: treinos amigáveis... Se quisermos ser Campeões, temos que ganhar todos os jogos, todos!

Vitória na penúltima jornada...

Benfica 6 - 2 Rio Ave

Não foi fácil, entrámos a perder 0-1 e depois do 1-1, o Rio Ave fez o 1-2 !!! Só ao minuto 19 é que passámos para a frente!!!

Muito importante o jogo da próxima (e última) jornada em Braga...

PS: Parabéns à nossa secção de Polo Aquático feminino, pela conquista da Taça de Portugal.

Iniciados - 4.ª jornada - Fase Final

Benfica 6 - 1 Tondela


Vitória 'normal' e liderança isolada... mesmo com várias 'mexidas'!!!

PS: Parabéns aos Infantis (sub-13) que venceu o Distrital da AFL de sub-14!!!

Abraço de Sierre para ti, João Félix

"Sim, chorei. Sou humano. Sou benfiquista. E também sou de Viseu

1. Na quinta-feira João Félix comoveu-se ao marcar o seu terceiro golo frente ao Eintracht Frankfirt e eu, assumo-o, deixei cair algumas lágrimas de felicidade. Sim, chorei. Sou humano. Sou benfiquista. E também sou de Viseu. Senti que naquele momento estava num momento, um sonho, instantes de fogo. Feito o hat trick mais jovem de sempre no clube do meu coração emocionei-me. Senti, agradecendo um bem recente e delicioso livro que o meu amigo PB me ofereceu no dia em que somei um ano mais, - Poesia y Patadas de Miguel Ángel Ortiz - que o futebol também é poesia e coração, emoção e razão, aplauso e êxtase, aguarela e cor. Muita cor. E aquele sentimento de intensa alegria que invadiu as bancadas do estádio foi mais um raio de luz em mais uma gloriosa noite europeia do Benfica. E Bruno Lage, com a sagaz humildade que nos embala e nos motiva, não levou o João ao Olimpo e mostrou-nos que acredita num jovem que tem talento e fibra e que com os seus três golos foi notícia, bem justa, para a forte UEFA na noite de uma Liga Europa com muitos golos portugueses. De Rúben Dias, Gonçalo Paciência e Gonçalo Guedes. E descendo ao real relvado na ponderada táctica que perturbou a forte equipa alemã - que ainda não perdera este ano, relembro, para muitos esquecidos! - o treinador e cidadão Bruno Lage expressa-se com um estado de espírito tão terra a terra que perturba alguns comentadores que, com uma sabedoria inútil, nos invadem os finais de jogos com as suas análises cheias de mãos cheias de quase nada. E com preconceitos que estão para além do comum. Diria, até, do que se julgaria normal. e aqui nem preciso de amuar nem de fingir que a liberdade de análise tem limites. João Félix fez um grande jogo. Grandíssimo! E Bruno Lage, ao contrário do que alguns doutores da fala e da escrita disseram, foi imenso na categórica humildade que evidenciou no final do jogo frente à forte equipa alemã. Humilde ele e suscitando a todos a íntima humildade depois de uma noite gloriosa - sim realmente gloriosa! - de um Benfica verdadeiramente europeu! Antes do jogo poucos acreditariam que o Benfica, este Benfica, marcasse quatro golos, relembro! Depois do jogo muitos entenderam que o Benfica poderia ter «ido mais longe»! E a questão é que muitos dos que escutei na noite da passada quinta-feira o que mereciam é que fizéssemos cópias - muitas cópias - de algumas deliciosas páginas - Patadas! - do livro acima referenciado. João Félix ficou, e bem, com a bola do jogo. Como Eusébio ou Cristiano Ronaldo - aqui com o seu Museu no Funchal a mostrar-nos muitas delas - também ficaram com as bolas de alguns dos momentos inolvidáveis que nos proporcionam em diferentes jogos europeus. Em que também marcaram três golos. Como, adito, e por justiça, o André Silva. O que aconteceu na Luz na quinta-feira, e também com João Félix, foram longos momentos de talento, instantes arrepiantes de emoção e segundos perturbantes de um sonho concretizado. Um, dois, três golos num jogo da Liga Europa. Nos quartos de final de uma competição onde estão grandes nomes da Europa. Contra uma forte equipa alemã. Não foi um conto, mas pareceu. Como, adaptando David Peace (2005), diremos que foi um «maldito Benfica» empurrado pelo «puto-maravilha, pelo menino João Félix». E dizendo isto, e embalado com aquele jogo de quinta-feira passada, lá estarão hoje, e de novo, milhares de benfiquistas a apoiar o Benfica no caminho da reconquista. Na certeza que João Félix na quinta-feira conquistou a Europa e mostrou a alguns descrentes que é um dos grandes talentos do futebol europeu do momento. E como benfiquista gostava que ficasse por cá. Como natural de Viseu partilho o orgulho do Luís e do Tiago, do João Alentejano e da Amélia, do Nuno e da Isabel, do José e da Ana, do António e do Joaquim, entre tantos outros que sentem bem que «no mesmo berço se nasce e se morre». E mesmo longe, degustando, como ele, os doces viriatos da Pastelaria Amaral, deixámos cair uma lágrima naquele momento em que o nosso João, alegremente ajoelhado, partilhou à Europa - e ao Mundo - a sua sentida e beirã emoção. E este momento fica para a sua e nossa memória. Que ninguém apaga. Nem apagará. E, agora, hoje na Luz e na próxima quinta feira na Alemanha, voltaremos a aplaudir toda a equipa, o sagaz Bruno Lage e, sempre, com golos ou sem eles, o João Félix. Mas também Jonas e Rafa, o Pizzi e o Gedson, o André Almeida e o Ferro, o Jardel e o Rúben e todos aqueles que nos fazem acreditar que a reconquista é possível e que a conquista da Europa se constrói com jogos como o da passada quinta-feira!

2. (...)"

Fernando Seara, in A Bola