Últimas indefectivações

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Rumo ao tetra (ou... os vencidos da vida... contra o Benfica)

"Este ano, a confirmar-se a nossa vitória, qual vai ser a tese? Essa que já por aí anda, de que ninguém merece ganhar este campeonato.

Se tudo correr normalmente - e as técnicas das polícias secretas, de que alguns têm tantas saudades, não tornarem o previsível impossível - então, diria (com alguma segurança), que o Benfica tem muitas hipóteses, muitas, mesmo, de conquistar o seu 36.º campeonato nacional e o 1.º tetra da sua riquíssima história no futebol português!
Eu sei que ainda não ganhámos nada e desse mesmo estado de espírito (que não sinto) dei conta na segunda feira passada, na SIC, repetindo, à saciedade, que «... o título ainda não estava decidido»!!!
Não estava, ainda não está, ... mas pode vir a estar!
Ou - melhor - espero... mesmo... que sábado esteja.
Apesar do respeito que a todos nos merece o Vitória, a realidade (do ponto de vista de um benfiquista) não poderia ser tão madrasta que nos levasse a, nos seis pontos em disputa, perder... 5, num claro exercício de pôr a lei das probabilidades de pernas para o ar...
Para isso, já bastou 2012/2013, com o Estoril...
E, pela mesmo lei das probabilidades, um novo caso desses ainda demorará muito tempo a repetir-se.
E - já agora, se não for pedir muito - com quem na altura for à frente, para que sejamos nós, Benfica, os campeões!

1. Rumo ao tetra - dois campeonatos (33 e 34) ganhos à rasca... apesar de termos o mestre da táctica
Pois este rumo ao tetra (que começou por ser ao 34, depois ao 35 e, agora, ... ao 36), lembrar-se-ão bem, começou, até, muito mal. Com uma derrota na Madeira, numa deslocação muito difícil.
Difícil como sempre é uma deslocação à Madeira (se o Benfica conseguir o tetra, terá perdido 2 vezes em 4 jogos nos Barreiros).
Difícil para o Benfica, claro, porque para outros, que precisavam de lá ganhar para alimentar o sonho de impedir o nosso tetra, era um jogo fácil (mas isso são contas de outro rosário... que não de Fátima).
Pois nesse tempo - apesar desse péssimo começo, na senda do que havia acontecido na época anterior, em que tínhamos perdido 3 finais, nas Antas, em Amesterdão e no Jamor - já a culpa era do Benfica.
Quis a história e a incompetência de outros que o atraso que normalmente dávamos fosse recuperado, para acabar como 2.º título de alguém em 5 anos de Benfica!
Seguiu-se o 34, o do bicampeonato, com uma saída do melhor treinador do mundo (3 títulos de campeão em 6 anos) a cheirar a vingança, logo endeusada por quem, odiando o Benfica, via nessa saída o fim de um ciclo.
Mas se até aí havia inveja ao Benfica, essa ideia de vingança cedia, por vezes, à bajulação incompreensível perante alguém que tem a maior máquina de propaganda que há memória no futebol português, sem que ao produto anunciado corresponda, em absoluto ou com alguma razoabilidade, o que sai, em cada jogo, do pacote que vimos em exposição para venda!

2. Rumo ao tetra - um campeonato ganho (35)... apesar de serem outros que jogaram melhor
Com a saída desse produto futebolístico sobre-avaliadíssimo para o Sporting, estavam reunidas as condições para serem confirmadas as duas teses jornalísticas mais desejadas das últimas décadas do futebol escrito luso!
Que o Benfica, sem Jesus (1.ª tese), voltava aos caminhos do sofrimento futebolístico, porque o mestre da táctica - 2.ª tese - iria arrasar (e arrasar-nos) no seu novo clube!
Sabemos como começou esse campeonato.
E lembramo-nos bem como essa diferença pontual inicial trouxe para a discussão pública a ideia - veiculada por tanto avençado - de que ele era o special one... numa versão para consumo interno!
A arrogância, a sobranceria, o desprezo acabaram como mereciam... ou seja... em 2.º lugar!
Restou esse argumento - com prémios entregues e tudo, numa das cenas mais patéticas do jornalismo desportivo português - de ter sido dos outros o melhor futebol praticado nesse campeonato (como se a história registasse a parte estética e não a eficiência pontual).

3. E este ano (a confirmar-se), o 36, ... apesar de ninguém e merecer ganhar
Pois este ano - presumindo que as probabilidades não fazem nenhuma surpresa, e com a convicção de que nenhum jogo está ganho antes de acabar - a confirmar-se a nossa vitória, qual vai ser a tese para o desmerecerem?
Aquela que por aí já vai aparecendo, embora timidamente, para não assustar os que se irão atravessar por ela.
A de que - na verdade... rebéubéu, pardais ao ninho - ninguém o merece ganhar!
Sem mais!!!
Se já não há espaços para elogiar o mestre da táctica e se a vergonha e o mínimo de decência que por lá ainda vai havendo os impede de dizer que foram outros quem praticou o melhor futebol, então nada melhor que recorrer ao método dos concursos literários quando os júris consideram não haver nenhuma obra merecedora da atribuição do 1.º prémio.
Esquecem-se que não ganha quem eles querem, nem podem levar a taça para casa sem a entregarem, se não ganhar o clube deles.
E como também não podem dar o 1.º lugar a quem fica em 2.º, por ser, em si, uma contradição nos próprios termos, vai de inventar que... ninguém merece ser campeão!
O Sporting porque, depois da expectativa do ano passado, os fez engolir uma data de sapos vivos.
O Porto porque, pese embora a tentativa de levar ao colo, teimava em cair, de cada vez que estava a chegar onde os tais arautos da imparcialidade queriam.
E nós, ... porque não gostam de nós (o que não sendo uma razão, é uma razão mais do que suficiente para eles)!

4. Em conclusão...
Ora, feitas as contas, e para alguma dessa malta (que não a do Benfica), foi Jesus que ganhou 2 dos últimos 4 campeonatos, ... noutro foi do Sporting o melhor futebol e no que ainda está a decorrer não devia haver vencedores porque... ninguém o merece ganhar

Ainda assim, os Aliados continuam apenas com adeptos do Benfica a festejar, a CMP vazia sem ninguém para receber, a CML, a fazer as honras ao campeão e o Marquês todo vermelho!
Rumo ao 36.

E se, para o ano, quiserem chamar-lhe outra vez Liga Salazar e eu a festejar o 37 (e o penta... como lhes doeria, mesmo)... que lhe chamem isso ou outra coisa qualquer... desde que seja nosso!
Mas para já, e porque (não sendo loucos da cabeça) sabemos que nada está ganho, ....
Benfica, Benfica, ... Dá-me o 36!!!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Aperitivo agradável...


Benfica 5 - 0 São João

Trabalho feito... dois golos logo de entrada, facilitaram a eliminatória.
Permitindo a rotação para o jogo das Meias-finais com o Sporting...

Contas antes da conta final

"O Benfica está a um passo de ser tetracampeão. Mas ainda falta o quase, ou seja, o pequeno passo da incerteza para a certeza. Gostei da atitude serena e bastante responsável da equipa em Vila do Conde. É o que espero no sábado frente a um magnífico Vitória de Guimarães. Desejo que não seja necessário esperar pela derradeira jornada e que os festejos deste notável e inédito ciclo comecem no grandioso Estádio da Luz.
O certo é que o Benfica é líder desde a 5.ª jornada. Líder isolado. Numa prova em que, mais do que fogachos ou notas artísticas logo seguidas de notas desafinadas, é necessário antever, planear e realizar as longas 34 jornadas com critério, serenidade, elevado profissionalismo e coesão de todos os intervenientes. Também aqui, o Benfica tem sido o melhor, o mais estável, o mais rigoroso. Merece ser campeão.
Aliás, desde a 25.ª jornada do campeonato anterior em que passou a ser líder depois de bater o Sporting em Alvalade, temos 44 jornadas em que o Benfica só não foi primeiro (e isolado) classificado nas 4 primeiras jornadas da presente temporada. Coisa  de somenos para os despeitados.
Se fizermos a classificação entre os melhores - ainda faltando o Benfica - Vitória - podemos ver já algumas definitivas. Entre os chamados 3 grandes: 1.ª Benfica, 6 pontos (o único, sem derrotas); 2.º Porto, 5 pontos; 3.º Sporting, 4 pontos. Se juntarmos o 4.º e 5.º classificados, o Vitória de Guimarães e o Braga: 1.ª Benfica (menos um jogo) e Porto, 15 pontos; 3.º Sporting, 9 pontos; 4.ª Braga, 7 pontos; 5.º Vitória, 4 pontos (menos um jogo)
O Vitória de Setúbal é o campeão de pontos tirados aos grandes 9 (5 ao Benfica e 4 ao Porto)!"

Bagão Félix, in A Bola

«Existe pressão para o tetra, mas é boa, traz mais força»

"Venceu oito campeonatos pelo Benfica, mas falhou o tetracampeonato três vezes. Sempre em ano de Mundial. Com as águias à beira do inédito quarto título seguido, Toni recorda histórias antigas e alerta contra os perigos da euforia que vem de fora. Os jogadores, acredita, têm consciência do peso histórico que têm nos ombros.

- Esteve três vezes à beira de um tetracampeonato, em duas dessas vezes venceu os três campeonatos seguidos. Mas faltou o quarto título seguido...
- Perdemos sempre o tetracampeonato em ano de Mundial. Em 1970 (México), 1974 (Alemanha) e 1978 (Argentina). Maldição? Nada disso. Para isso já bastou a do Guttmann.

- Em que altura esteve mais próximo o tetracampeonato?
- Esteve quase, mas faltou sempre o quase. Em 1969/70, o Sporting foi campeão. Em 1973/74, vencemos os dois jogos com o Sporting. Em Alvalade, ganhámos 5-3, três semanas antes do 25 de Abril. Foi a última aparição pública de Marcello Caetano. Nesse ano perdemos também a Taça de Portugal com o Sporting, no prolongamento. Fomos para o intervalo a vencer 1-0, o Eusébio entrou para o meu lugar na segunda parte, e sofremos o golo do empate já perto do fim do jogo.

- Em 1977/78, o FC Porto foi campeão na diferença de golos...
- Empatámos 1-1 com eles na Luz, depois 1-1 nas Antas. Estamos a ganhar 1-0, o Shéu cruzou para o Humberto Coelho, mas o cabeceamento foi à trave. Era o 2-0. Depois, a sete minutos do fim, o Ademir fez o golo do empate.

- O tetracampeonato era uma obsessão?
- A única obsessão era o de ser campeão. Era o nosso objectivo todos os anos. O Benfica conquistou muitos campeonatos na década de 70, mas existirão anos de transição. Em 1972/73, os pontas de lança do plantel era, Nené, Jordão, Eusébio, Artur Jorge e Vítor Baptista. Mas o nosso objectivo, o dos jogadores do FC Porto e do Sporting era ser campeão. Mas sabíamos que estávamos próximos de fazer história com o tetracampeonato.

- A história está agora próxima de ser alcançada...
- Como os jogadores do Benfica sabem que estão muito perto de fazer história. Em 113 anos, o Benfica nunca conseguiu alcançar o que agora está tão perto. É uma pressão acrescida para o tetra, mas é boa, traz mais força.

- Esse encontro com a história não pode trazer ansiedade à equipa no jogo com o V. Guimarães?
- Pode, como é óbvio. Pode trair os jogadores. Mas não me parece. Há muita euforia, mas vem de fora, não vem de dentro. Os jogadores têm noção da página que podem escrever. Podem chegar à glória. Mas ainda falta o quase. Em 2013, o Benfica tinha cinco pontos de avanço a três jornadas do fim e não foi campeão. Aprendeu com isso. Agora tem os mesmos cinco pontos de avanço, mas só faltam dois jogos para o final do campeonato.

- O tetracampeonato está muito próximo. Considera que o Benfica tem condições boas para depois procurar o quinto título consecutivo?
- Primeiro é preciso vencer este campeonato. O Benfica fez uma travessia no deserto de 11 anos, de 1994 a 2005. Nesse período cometeram-se muitos erros na construção dos plantéis, abriram-se as portas a muita mediocridade. Ao invés o FC Porto, com a estabilidade de ter o mesmo presidente, foi mais certeiro na construção de plantéis. O Sporting cometeu os mesmos erros. O Benfica só estabilizou quando montou esta estrutura. Agora, se o Benfica continuar com esta estrutura montada, ficará sempre mais perto da glória."

Entrevista de Rui Miguel Melo, a Toni, in A Bola

Bruno e Jesus - o jogo de xadrez

"Bruno de Carvalho e Jorge Jesus frente a frente. No meio, um tabuleiro de xadrez. Estão ambos os jogadores muito concentrados. Percebem que o próximo movimento é particularmente importante. Jesus aguarda, com natural expectativa, o movimento de Bruno. O presidente não tem pressa. Quer jogar pela certa. Ele sabe que peça que movimentar irá decidir este jogo tão complexo.
E é exactamente assim que as coisas estão em Alvalade. Não é verdade que Jorge Jesus tenha colocado o adversário em xeque. Ele limita-se a tentar perceber a estratégia. Saber se alguma coisa de significativo mudou. Uma coisa é certa: Jesus tem algumas dúvidas sobre se ainda estão do mesmo lado do tabuleiro. Não sabe se ainda vão ter de jogar um contra o outro. Espera que não.
Fora da sala, a expectativa cresce e as informações cruzadas assobiam como balas. É preciso todo o cuidado para não alterar a verdade do jogo.
Nenhum dos jogadores tem feitio para abandonar o jogo a meio. Alguém vai ter de assumir o que por aí vier, sabendo-se que no tempo presente a maior probabilidade é a de Jorge Jesus continuar o projecto-Sporting.
Jesus continua, no entanto, pacientemente à espera da próxima jogada de Bruno, mas acredita que não seja agressiva. O facto do presidente ter movimentado bispos e torres para enviar mensagens de paz e de sossego foi apreciado pelo treinador e levou-o a pensar que tudo acabará em bem.
Lentamente, o jogo desenrola-se. Falta, porém, a jogada final e essa só pode pertencer a Bruno de Carvalho. Pelo que indicam os sinais, acaba em paz. Até à próxima guerra."

Vítor Serpa, in A Bola

Nada está ganho

Ganhar os dois !!!

O futebol num secreto desejo de regressar às origens

"Há qualquer coisa de invulgaridade nos jogos de manhã. Falta-lhes tempo. Falta-lhes aquele ritual de deixar as horas correr e esperar. Esperar e esperar.
Deixar as horas passar, para quando finalmente chegar a altura certa sentir que aquela não é uma hora qualquer: é uma hora que vale por todos os minutos.
É um ritual de paciência que faz parte de nós.
Mas não justifica tudo. Não justifica, por exemplo, o encanto de um sol matinal. Não justifica a emergência de somar: conversas, passeios, amigos, aventuras.
As manhãs têm mais luz, mais emoção e mais ambições. Têm o dia todo pela frente e vivem cada instante com a urgência de um jovem: querem experimentar tudo, abraçar tudo, rir tudo, viver tudo. Cada minuto é celebrado como se fosse uma proeza.
As manhãs são das crianças que acordam cedo e dos idosos que não conseguem dormir até tarde. São dos avós e dos netos, que têm a mesma vertigem por existir.
Só existir.
A vida para eles é uma dádiva e cada manhã é um prémio. Por isso saem de mãos dadas a descobrir o mundo por debaixo de uma cama de nuvens azuis.
As manhãs são das famílias que encontram tempo para partilhar. Dos pais que querem ver os filhos crescer, o que por um capricho infeliz não é possível quando não estão juntos.
Dos amigos que combinam ir almoçar, à volta de uma mesa cheia de cervejas e de conversas.
As manhãs têm mais luz do que as noites. Mais abraços sinceros, sorrisos francos e conversas honestas. Têm mais gente saudável. Têm mais afeição, simpatia e cordialidade.
À noite não há por do sol, mulheres de biquini na praia ou metro a partir da uma.
Por isso o futebol durante o dia, seja de manhã ou à tarde, tem mais leveza: sem o peso grave da noite, quando todos os gatos são pardos e todos os galos estão calados. Sem a carga de um dia que acaba, sem o fardo que tem a palavra fim.
Porque não há nada mais belo do que um início. Mesmo um que se repete todos os dias.
Um jogo com luz do dia é um convite às famílias, às mulheres, às pessoas que acordam cedo e são mais felizes por isso. Como, aliás, Alvalade mostrou no último domingo, ou como o dérbi da cidade do Porto tinha mostrado há um ano.
É até um convite ao regresso às nossas origens, e às origens do próprio futebol.
Não deixa de ser curioso, de resto: o mundo nunca foi tanto uma aldeia e os povos nunca desejaram tanto a independência das suas comunidades. Na Catalunha, no País Basco, na Crimeia, na Chechénia, na Ossétia do Norte, na Morávia, na Flandres ou no Curdistão.
No fundo querem saltar fora deste tanque global e regressar às origens. Que é precisamente o que os jogos de manhã representam: o regresso ao princípio de tudo.
Ao futebol sem torres de iluminação mas com os estádios cheios."

Benfiquismo (CDLXV)

Altaneira...

Lanças... contenção, cautelas, ansiedade, atitude... !!!

O Valor Económico do Desporto: O caso exemplar da Inglaterra

"As políticas desportivas em Inglaterra e em todo o Reino Unido têm uma longa tradição e são usadas estrategicamente para fomentar a prática desportiva aos seus diferentes níveis, bem como para aumentar o valor económico, social e cultural do desporto no seio das diferentes comunidades locais, regionais e mesmo da nacional.
Perdem-se no tempo as traduções exemplares de várias dessas políticas desportivas, passando por vários governos, e que estabeleceram quadros de referência a partir dos quais foi sendo possível melhorar a percepção do valor do desporto e transformar as suas estruturas organizativas de modo a possibilitar o desenvolvimento das modalidades e o nível de sucesso competitivo ao mais elevado nível internacional.
Tem sido possível estudar o valor económico do desporto em Inglaterra ao longo dos últimos anos, no âmbito das actividades da agência governamental “Sport England”, segundo uma metodologia de investigação específica que permite elucidar um conjunto diversificado de áreas e subsectores em que aquele valor económico do desporto se expressa, dando desse modo uma noção do valor completo do impacto (em relação com a economia mundial) e do valor económico (em termos de bem-estar ou utilidade) do desporto.
Os trabalhos de investigação e os estudos sucessivamente realizados no Reino Unido e em Inglaterra têm concluído que o desporto beneficia os indivíduos e a sociedade, e é uma importante parcela da economia nacional, contribuindo significativamente em termos de despesa, actividade económica (medida usando o Valor Acrescentado Bruto – VAB) e emprego.
O último estudo realizado em Inglaterra, publicado em 2013, permitiu chegar às principais conclusões sobre o valor económico do desporto naquela nação como sendo as seguintes:
(1) Em 2010 a actividade relacionada com o desporto gerou um VAB de 20,3 biliões de libras, representando 1,9% do valor total da Inglaterra. Este valor posicionava o desporto como uma das 15 indústrias de topo em Inglaterra e mais relevante que sectores como a venda e reparação de veículos motorizados, os seguros, os serviços de telecomunicação, e os serviços de advocacia, de consultoria de gestão e de contabilidade.
(2) O desporto e a actividade relacionada com o desporto dá suporte estimado a mais de 440.000 empregos a tempo completo, representando 2,3% de todo o emprego em Inglaterra, sendo 65% derivados da participação no desporto e os demais 35% do consumo afecto ao desporto. Mas o conhecimento científico já anteriormente adquirido permite afirmar que o desporto também gera um leque de mais extensos benefícios, quer para os indivíduos quer para a sociedade, como a investigação realizada ao longo de anos tem demonstrado, e que são os seguintes:
(i) O bem-estar e felicidade dos indivíduos que nele tomam parte, a melhoria da saúde e da educação, uma redução da criminalidade dos jovens, benefícios ambientais, estímulo à regeneração e ao desenvolvimento comunitário (impactos de índole local e regional), e benefícios para os indivíduos e para a sociedade em geral através do voluntariado;
(ii) Os benefícios do consumo afecto ao desporto incluem o bem-estar e felicidade dos espectadores, e o orgulho nacional e o “sentimento de realização” (“feel good factor”) através do sucesso e desempenho desportivos (individual, de equipa ou nacional);
(iii) O valor económico do desporto em termos de saúde e voluntariado, que em Inglaterra está estimado em 2011/2012 ser de 2,7 biliões de libras por ano para o voluntariado, e de 11.2 biliões de libras por ano em termos de saúde (que subentende a categoria normalmente denominada de bem-estar).
Mas o impacto económico do desporto, segundo a metodologia usada em Inglaterra, resulta de duas categorias de actividades: a da participação no desporto, que resulta da prática desportiva e da despesa a ela associada, e a do consumo no desporto, que decorre da visão comercial de vários tipos de consumos associados ao desporto.
Vejamos então cada uma dessas categorias em detalhe.
O impacto económico da participação no desporto (isto é: a prática desportiva e a despesa associada) representou 11,78 biliões de libras de VAB (58% do valor total do desporto), correspondente a 15,5 milhões de ingleses que praticavam desporto uma vez por semana e mais 21 milhões que apenas o praticavam uma vez por mês. Desta participação no desporto resultavam também 4,9 biliões de libras em educação desportiva por fornecedores voluntários, mais 4,4 biliões de libras por pagamentos de mensalidades em serviços desportivos (quotas de ginásios e similares), 1,2 biliões em equipamento desportivo, 1,2 biliões em desportos clubísticos (“participation sports”) e ainda mais 80 milhões de libras em vestuário para a prática de desporto.
Já o impacto económico do consumo no desporto (ponto de vista comercial) representou 8,5 biliões de libras de VAB (os restantes 42% do valor total do desporto), correspondente a 4,4 biliões das subscrições de televisão por satélite, 1,1 biliões de libras de assistência por espectadores, e 1,5 biliões por equipamentos desportivos para lazer.
Ainda podem, todavia, acrescentar-se outros dados relevantes sobre a relevância económica do desporto como os seguintes:
• 3,2 milhões de pessoas doaram uma hora semanal ao desporto;
• Existiam 6.000 organizações voluntárias de desporto na Inglaterra;
• O voluntariado associado ao desporto representaria cerca de 2,7 biliões de libras;
• 75 milhões foi o número de vezes que as pessoas pagaram para ver um evento desportivo em Inglaterra em 2012, dos quais 42 milhões terão sido para o futebol e 11 milhões para os eventos dos Jogos Olímpicos ;
• Os benefícios para a saúde decorrentes do desporto terão ascendido a 11,2 biliões de libras, como já anteriormente se referiu (e incluem o “bem-estar” e o “sentimento de realização”).
Este conjunto de elementos caracterizadores do valor económico do desporto em Inglaterra são relevantes não apenas em si-mesmos mas também porque permitem criar uma percepção da valia multidimensional do desporto no espaço nacional e suscitar em torno desta nobre actividade humana os espaços de reflexão e decisão para a melhoria do sistema desportivo, a concepção de estratégias de desenvolvimento que incluam quadros de financiamento e a assunção de objectivos aos diferentes níveis da pirâmide desportiva (da base até à elite), e ainda também a indispensabilidade da formulação e implementação de políticas públicas desportivas que tenham horizontes temporais alargados e possibilitem a concretização efectiva de visões e objectivos ambiciosos.
E em Portugal?
O valor económico do desporto com a profundidade do exemplo de Inglaterra que acabámos de referenciar nunca foi feito. Desconhecem-se os seus impactos, o valor sectorial, há um cálculo aproximado para o seu emprego e nada mais. E por se desconhecerem elementos daquele teor também é possível ao governo agora em funções ter anunciado no seu programa uma “nova agenda para o desporto” e continuar como no passado sem que exista um único documento onde se realize uma análise aprofundada do desporto e se perspective uma estratégia para o seu desenvolvimento num horizonte temporal de médio prazo. Um país que continua a desconhecer o valor económico do seu desporto não pode pretender ter com ele uma expressão cabal e valiosa para a sua comunidade nacional, ainda que possam existir sucessos competitivos ocasionais mesmo em termos internacionais."

Golo na própria baliza

"Estava já com artigo escrito para felicitar o Sr. Presidente da FPF pela sua atitude em antecipar a introdução do Vídeo-Árbitro na próxima época. Não porque concorde com essa medida (o meu cepticismo e total desacordo, só mais tarde poderão ser resolvidos) mas porque o Presidente afirmou-se como líder e tomou posição frontal.
Falou e justificou a medida de forma fundamentada: como estratégia para a indispensável pacificação no futebol e na arbitragem.
Passadas algumas horas, confirmou-se que o Vídeo-Árbitro é para todos mas com meios diferentes: para os grandes, mais meios do que para os outros.
Que grande e triste autogolo!
Por mais diversas que sejam as realidades, as competições têm de manter condições iguais para todos os jogos. Só no campo é que se vê quem joga grande ou pequeno.
Claro que os orçamentos e recursos são diferentes, mas isso deve corresponder aos clubes e não às competições.
Tinha começado tão bem, Presidente!
Inclusive na hipótese de recorrer a árbitros que recentemente abandonaram e que, com experiência valiosa, podem contribuir para aprofundar os conhecimentos desta geração espontânea de internacionais a que falta “o saber de experiência feito”… cujas consequências atingiram limites impensáveis.
Vivemos tempos de grandes incertezas e elevadas pressões generalizadas. Faltam valores, responsabilidade, rumos e coragem.
Somos campeões da Europa. Temos de procurar estar à altura desse notável feito.
Um bom início seria começar pela avaliação do desempenho dos árbitros com uma equipa reduzida de especialistas que analisariam os vídeos de todos os jogos (relembro que até nas competições distritais já há quem filme muitos jogos, como a AFAtv, de Aveiro).
Identificavam-se falhas e erros, avaliavam-se as actuações e até se poderiam indicar metodologias para aperfeiçoamento.
De forma inesperada, começaram campeonatos paralelos, qual deles o mais prejudicial ou até mesmo ridículo: quem divulga mais contributos, quem apresenta mais ideias, quem reúne mais vezes com a tutela e quem não consegue manter o sigilo das conclusões das reuniões.
No fundo, estamos num permanente jogo de antecipação mas sem golos, nem bolas, só de palavras e suspeições.
Surgiram ideias abstrusas: equipa que criticar com maior “veemência” as arbitragens perde pontos, com a concordância de alguns dirigentes, da APAF e até da LIGA. Ao ponto a que chegamos!
Foram ideias que nunca deveriam ter sido publicadas, pois revelam enorme desconhecimento do futebol, das competições e de bom senso.
Comentadores afectos aos clubes poderiam também ocasionar perda de pontos, o que certamente traria um novo jogo: infiltração de comentadores nos adversários.
Depois veio a questão das multas, da sua padronização o que, caso legalmente não possa haver indexação aos orçamentos dos clubes, pode fazer com que para os mais poderosos “o crime compense”.
E nem vamos abordar as decisões do Conselho de Disciplina da FPF, a sua fundamentação (?), porque nesta altura entendemos que o futebol merece um esforço de todos para serenar, mesmo que quem tenha responsabilidades continue a manter climas inadequados e prejudiciais.
Cada dia uma surpresa maior… triste, mas é a realidade que ainda temos, eventualmente por défice de paixão para com o futebol e excesso de vontade de protagonismo ou presunção de “origem de poder superior”. Esse anúncio para pacificação foi penalizado, secundarizado, o que é estranho quando falamos de instituições altamente profissionalizadas, mas com muitas lacunas, particularmente na capacidade de previsão, de diálogo, na resposta rápida e competente.
Quando não se consegue partilhar e a convicção de infalibilidade surge, os desastres acontecem: falta a sabedoria que a vida dá.
Aproveito para partilhar, senhor Presidente, alguns tópicos (nunca sugestões estruturadas pois não entro no campeonato público das soluções milagrosas) que devem merecer atenção máxima, para as devidas especificidades e relações com a Liga e o Sr. Secretário de Estado/IPDJ.
Edificar um sólido e coerente edifício normativo e de procedimentos para a FPF é garantia de desenvolvimento e de entendimento.
Alguns temas para manter em estudo contínuo:
Claques (há países com obra feita e “Lei de Futebol” em vigor há muito tempo), plano específico para formação dos escalões mais baixos, formação de treinadores sempre com direcção pedagógica e com revogação deste modelo actual, formação dos outros agentes desportivos de forma pragmática e motivante, em função das nossas realidades, quadros competitivos optimizados, formação dual para jogadores profissionais e gestão de carreiras, regime de empréstimos de jogadores, impossibilidade de treinadores exercerem funções, na mesma época, em clubes da mesma competição, formação contínua em moldes adequados e não em negócios que implicam um preço sem certificado e outro mais elevado com certificado para créditos, tratando-se da mesma acção (IPDJ desconhece ou aceita?), celeridade das decisões do CA e do CJ, sugestões de princípios para contactos com comunicação social, apostas desportivas, certificação de investidores, garantias bancárias para salários, salários em atraso e muito mais.
Todos concordamos com o conceito de negócio, mas divergimos na função totalitária que está a exercer sobre o futebol-jogo-desporto-espectáculo desportivo.
Os factos, revelam desastrosas consequências globais e investimentos de risco (Panamá Papers, crise das dívidas soberanas, especulações com a “banca a destruir economias” e outros exemplos).
O futebol está a correr muitos e sérios perigos, numa corrida galopante, em que muitos jokers se tentam posicionar para o dominarem, de qualquer maneira – o importante é o imediato, o máximo poder e dinheiro que conseguirem – nada mais falso e perverso!
A maior parte dos clubes e jogadores estão na base da pirâmide e são indispensáveis à sustentabilidade do futebol.
Todos gostaríamos de saber se o “Portugal 2020” arrecadou verbas consideráveis para a formação na área do desporto e se assim for o que tem sido feito?
A solidariedade, consagrada em regulamentos, do futebol profissional para o não profissional e de formação, ainda existirá e terá a dimensão adequada?
Fazer formação a dirigentes sobre ética e carácter, não se pode limitar a uma listagem de ideias distribuídas numa sala, em duas dúzias de horas, possibilitando uma amena partilha de experiências. 
Tem de ser muito mais e traduzir-se em mudanças de comportamentos e de atitudes.
Já que vão colocar câmaras televisivas, sugiro a colocação de uma, especificamente para a área de intervenção do 4.º árbitro, para que casos como o de Brahimi sejam exemplos sem repetição para nenhum clube.
Ninguém pode estar acima de suspeições, por isso nunca se podem permitir acusações de “encostar a face” unicamente com base na palavra de quem o afirma e sem alguma prova.
O Estado deve intervir o estritamente necessário, com firmeza, competência e rigor. Manter-se como ressonância de outras tutelas é redução de significado e de sentido.
Muitos assuntos podem ser tratados de forma envolvente:
1- A FPF/LIGA esboçando um projecto de intervenção.
2 – Em grupos mais alargados, com especialistas independentes, aprofunda-se reflexão.
3- Os clubes recebem pequeno esboço para se pronunciarem.
4 – Esses contributos regressam ao grupo de especialistas para uma fundamentação mais pormenorizada.
5- A FPF/LIGA, após analisar devidamente as propostas, decide, aprova documento final, divulga-o, publica e exige o seu cumprimento, num tempo bem definido.
Todo este processo tem de revelar coerência, o que traduzido de forma simples, quererá dizer que o sigilo tem de ser salvaguardado, mediante compromisso prévio de todos os intervenientes. O futebol é um jogo colectivo que exige aptidões diferenciadas que só ganham dimensão quando ao serviço da equipa.
O que não faltam são temas para pensar o futebol que temos e pistas para construir o futebol que queremos, mesmo que coexistam divergências… para isso, há estratégias de consensos.
Não faltam áreas onde ocorreram procedimentos estranhos e sem sustentabilidade em que os interesses do futebol nacional no seu todo não tiveram a melhor opção.
O futebol tem de ser diferente e manter independência e sentido de serviço não só aos adeptos mas a toda a humanidade.
Um jogo pode unir povos desavindos.
Decisões estritamente ao serviço do negócio (direitos de transmissões televisivas, grandes marcas e interesses, apostas desportivas e outros) podem potenciar um caos sem reversão, caso não se consiga estabilizar uma liderança forte, competente, em prol do futebol.
Enquanto é possível, não tentem desvalorizar quem sente a paixão pelo jogo.
O tempo provará quem intencionalmente “marcou golos na própria baliza”, desvendando razões, intenções, benefícios e atitudes.
Aí entrará o julgamento da História."

A febre amarela

"Há dias, numa rotina semelhante à que se instalara nos campos do horror e extermínio e denunciando uma pérfida familiaridade deste nosso tempo com um descarado tráfego das humanas emoções, foi anunciado através de três linhas de um frio comunicado que o histórico AC Milan tinha passado de mãos de sequestradores: de Sílvio Berlusconi para as, e aqui a novidade, de um magnata chinês – não dos Emiratos Árabes Unidos, da Rússia ou de Angola – mas da inefável China! Nome do Magnata? Que importa? Um Xi Yang qualquer. Sim, o seu nome é absolutamente irrelevante, pois é apenas o sinal camuflado, o mero expediente protocolar, para encobrir a identidade do verdadeiro dono: a República Popular da China que, num serôdio acesso de febre imperialista que obsidia os seus dirigentes desde o parto político de 1949, não pára de se revoltear nos braços predadores do sonho unificacionista: primeiro foram os territórios cujo estatuto jurídico lhe facilitava o gesto, Hong Kong e Macau. Mas, qual espinha na garganta, a verdadeira obsessão tem um nome: Taiwan. E, já agora, algumas das razões que ajudam a explicar tão persistente e gulosa obsessão:
Taiwan é um pequeno estado insular, mas tem, no cotejo com a China Continental, a inestimável vantagem do primórdio político, tendo sido inclusive um dos membros fundadores da ONU, vindo a ser substituído no seio dos cinco membros do Conselho de Segurança, em 1971, justamente pela República Popular da China. Taiwan evoluiu de um regime unipartidário com mundial reconhecimento e plena jurisdição sobre TODA A CHINA para uma Democracia com reconhecimento internacional limitado, com competência apenas sobre a Ilha Formosa e algumas outras ilhas de menor importância, apesar de usufruir de relações de facto com muitos outros países. Taiwan: uma pequena-grande espinha na garganta do colosso continental!
O desafio que Taipé constitui para a China funciona paradoxalmente como um acicate expansionista no plano global: já não é apenas Taiwan que é percepcionado como espúria separação, mas o mundo inteiro que é alucinadamente entendido como extensão descontínua da sua imensidão continental e o gigante, tomado dessa febre voraz, já nem disfarça o apetite, um apetite que ora se manifesta sob a doce e inocente oferta de ubíquas lojas ao dobrar de cada esquina, ora através da manápula glutona nos recursos hidroeléctricos de um país, como a linda borboleta que se dá em gratuito alimento ao crocodilo de mandíbulas escancaradas, garrotando países como o nosso na sua incauta obnubilação, ora ainda através de felino lance, confiscando e capturando a grandeza, a história e a emoção associada a um grande clube de futebol, um dos maiores da Europa, como é o caso do A C Milan. 
Bem vistas as coisas e como ficou implícito, uma tal operação estava à partida bem facilitada – era só transitar das mãos de um captor para as mãos de um outro. E, a propósito de mãos: o A C Milan tinha de facto sido já capturado, num golpe de mão empreendido por raposa ladina que dá pelo nome de Sílvio Berlusconi, um aventureiro atiçado por muitos milhões de euros, símbolo descarado das mãos sujas, mãos que deixam dedadas imundas na Economia, na Política, na |Justiça, mãos, enfim, que se impuseram, quando uns juízes mártires (Giovanni Falcone e Paolo Broselino, ambos impiedosamente eliminados pela máfia siciliana) tentaram impor uma Ética das “Mãos Limpas”que pudesse promover a regeneração da pútrida vida pública em Itália.
Mas voltemos ao apetite predador da China: além da avidez pelos clubes de futebol, também jogadores e treinadores de futebol, como que picados pelo mosquito da febre amarela (aedes egypti), formam, qual formigueiro, fila nesta nova rota amarela de refulgentes e imprevistas especiarias – agora sem passagem por Antuérpia!
Quando se esperaria que a rota do ocidente, decrépita, cansada e falida, fosse substituída por uma outra, do oriente e portadora de novidade, eis que esta se empenha em copiar e replicar os vícios que as práticas ocidentais tão obscenamente evidenciam.
Mas da China nem isso é propriamente uma novidade: quando os seus dirigentes, do alto de um histórico topete, proclamam: “Um território e dois sistemas” estão a usar algo que infelizmente caracteriza o desporto moderno e, em particular, o futebol – eles estão fazendo jogo duplo, eles estão fazendo batota!
A duplicidade, a ambiguidade, a hipocrisia – tudo epítetos que abundantemente adornam a real politik internacional, mas que assentam como uma luva no proverbial riso amarelo dos chineses: um sorriso que disfarça uma real ameaça e que denuncia um generalizado estado de icterícia!
Quando se esperaria a aurora de um novo mundo eis que os chineses se aplicam em apropriar-se de velhos e trágicos modelos.
A esperança deixou de percorrer os caminhos do sol: terá que vir de algum outro lado.
Entretanto, por estes lados, continuamos galhardamente a insistir no famigerado modelo das SAD, esse engodo artificioso, esse retardador cosmético da falência dos clubes: diferida, iludida e luxuosa para os grandes, impiedosa, súbita e dramática para os pequenos – a União Desportiva de Leiria, Os Belenenses, o Beira-Mar estão aí para uma dolorosa confirmação: a de que afinal “o Rei vai nu”!"