Últimas indefectivações

sábado, 21 de outubro de 2023

Vermelhão: Benção na Terceira...

Lusitânia 1 - 4 Benfica


Vitória no diluvio de Angra, com muitas alterações, dando minutos a vários jogadores que precisavam de jogar... e talvez mais importante, dando confiança a quem vem de lesão prolongada ou a quem vem de grande seca de golos!!!


A chuva condicionou bastante o jogo, mas o golo cedo, acabou por retirar 'inquietações' da partida. Destaque para o 'não descanso' do Aursnes... e como é óbvio, para o golo do Cabral! O Gouveia devia subir na 'hierarquia' do banco!


Nota ainda, para os golos mal anulados ao Benfica e para um penalty logo aos 5 minutos sobre o Tengstedt não assinalado!


Muito importante a recuperação dos lesionados para Terça, principalmente o Kokçu e o Bah... Recordo que nestes últimos jogos das Seleções a Real Sociedad, colocou 3 titulares no Espanha-Escócia e 1 no Espanha-Noruega!!! Contra uma equipa especialista em contra-ataque, a nossa transição defensiva vai ser testada, e este ano, já nos deixou mal em várias ocasiões!!!

15 !!!

Candoso 1 - 15 Benfica

Chuva de golos, contra um adversário que tem levado goleadas em praticamente todos os jogos...

Estava difícil...

Benfica 1 - 0 Estrela
Lima


Mesmo com duas expulsões (justas) do adversário, só chegámos ao golo aos 85'!!!
O coletivo não está a funcionar...

Injusto...

Sporting 3 - 2 Benfica

Não jogámos bem, mas não mereciamos perder... Os golos, só surgiram no final, quando já perdíamos 3-0, e já não fomos a tempo...
Muito desperdício nosso, e muita eficácia do adversário, em mais um espetáculo deprimente do 'mergulho para a piscina!!!

Ambição


"Pelo terceiro ano consecutivo, o Benfica está na fase de grupos da Champions de futebol no feminino e já são conhecidos os adversários. E hoje arranca a participação benfiquista na Taça de Portugal, em Angra do Heroísmo, frente ao Lusitânia, às 16h30 (15h30, hora local).

1. Adversários na Champions
O Benfica está pelo terceiro ano consecutivo na fase de grupos da Liga dos Campeões de futebol no feminino, é um de sete clubes a consegui-lo (com Barcelona, Bayern, Chelsea, Lyon, Paris Saint-Germain e Real Madrid) e já conhece os adversários no Grupo A: Barcelona, Rosengard e Eintracht Frankfurt.
E há sete futebolistas do Benfica na mais recente convocatória para a seleção portuguesa.

2. Focados em ganhar
Roger Schmidt encara a partida com o Lusitânia como um obstáculo que é necessário ultrapassar: "É muito claro que temos de estar bem preparados para este jogo, pois também temos muita ambição nesta competição. O nosso objetivo é vencer esta prova. Temos uma grande motivação e estamos preparados para um jogo duro de Taça."

3. Forte manifestação de apoio
Mais de meio milhar de benfiquistas deslocou-se à Benfica Official Store do Estádio da Luz para a sessão de autógrafos protagonizada por Bah e Gonçalo Guedes. O jogador formado no Benfica reiterou a felicidade que sente por representar o clube do coração e manifesta o desejo de voltar a ser campeão de águia ao peito: "É sempre ótimo o convívio com os adeptos, já estive do outro lado. Para mim, jogar no Benfica é como estar em casa, passei a minha vida aqui e, se puder, espero ficar mais tempo. Temos tudo para acabar na posição que nós queremos, que é em 1.º lugar."

4. Dérbi para ganhar
Esta noite há Sporting-Benfica em hóquei em patins no Pavilhão João Rocha (21h00). Pedro Henriques garante que a equipa se apresenta "com o mesmo estado de espírito", ou seja, "com o compromisso de encarar o jogo para vencer".

5. Estreia europeia
A equipa feminina de polo aquático do Benfica compete, hoje, às 16h00, na ronda de qualificação da Challenger Cup. A estreia é com o Ismir, da Turquia. O objetivo é a classificação num dos dois primeiros lugares do grupo B para assegurar a passagem à fase final da prova. António Machado acredita que a equipa está pronta: "Fizemos uma preparação adequada. Se controlarmos a ansiedade e conseguirmos passar à fase seguinte, tudo pode acontecer."
Entretanto, António Machado (equipa feminina de polo aquático) e Edgar Silva (formação da natação) foram distinguidos pela APTN como os melhores treinadores nas suas categorias.


6. Protagonista
Marcel Matz é o protagonista da semana. Uma entrevista para ler na íntegra no jornal O Benfica ou ver na BTV.

7. 20 anos do Estádio da Luz
O testemunho de Shéu, com uma vida dedicada ao Benfica, e o jogo do centenário, disputado entre Benfica e Real Madrid em 2004, são os destaques dos episódios 13 e 14 de Chão Sagrado: memórias da Nova Luz.

8. Outros jogos
O Benfica visita o Candoso, em futsal, às 21h30. Os Sub-23 recebem o Estrela da Amadora, às 19h00. Consulte a agenda para ficar a par dos jogos agendados para os próximos dias."

Aquecimento...


Lanças...


Chão Sagrado - Memórias da Nova Luz #15 - João Salgado

À atenção de Pedro Proença e do Governo


"DEVER E NÃO PAGAR É MAIS UMA FORMA DE INVERDADE DESPORTIVA!

1. Muitos amigos e seguidores me pediram que fizesse um post a explicar a questão dos capitais próprios e as suas implicações. Aí vão breves notas.

2. De uma forma simplista, o ativo é aquilo que uma sociedade tem ou lhe devem e o passivo é aquilo que ela deve. Se o ativo for superior ao passivo, a sociedade está bem, porque aquilo que tem chega para pagar aquilo que deve e ainda sobra algum (capitais próprios positivos). Mas se o passivo for superior ao ativo, a sociedade encontra-se tecnicamente falida, porque o que tem não chega para pagar o que deve (capitais próprios negativos). Por isso, quando vos falarem de um passivo sem olhar ao respetivo ativo, isso não tem qualquer sentido. É atirar areia para os olhos dos menos informados.

3. O BENFICA é de longe a SAD que se encontra em melhor situação económico-financeira. O SPORTING beneficiou dos perdões das VMOCs para se encontrar positivo. Uma situação de flagrante concorrência desleal proporcionada pelo Millennium ao clube. O PORTO está em péssima situação, com mais de 175 milhões de euros de capitais próprios negativos. E fica a pergunta: dever e não pagar não é também uma forma de concorrência desleal?

4. É hora de a Liga de Pedro Proença (e o Governo!) estabelecer regras sérias sobre questões económico-financeiras para que a verdade desportiva da prova seja respeitada. Acreditas que ele algum dia o fará? Eu não!"

O inimigo público


"O que está mais falida, a SAD portista ou uma certa e velha forma de estar?

Há muito poucos meses, voltou o presidente do FC Porto a afirmar, se bem se lembram, que «o nosso inimigo não está aqui, o nosso inimigo, não sei bem agora contar, mas está a uns 300 quilómetros», e disse-o (ou escreveu-o), ainda antes de se concluir o último campeonato, num permanente e continuado desplante que nenhuma autoridade desportiva do País ousa punir, como se esta cultura de ódio não tivesse qualquer importância no universo do desporto e do futebol português em particular.
Nunca é demais lembrar que o presidente do FC Porto é, ao mesmo tempo, presidente da sociedade anónima desportiva do FC Porto, cotada em bolsa e escrutinada pelos reguladores do Estado, e devia ter, evidentemente (mas não tem, como se tem visto) o sentido de responsabilidade próprio de quem comanda um dos principais competidores do futebol profissional em Portugal.
Volto a questionar (que me desculpe o leitor, mas a persistência será, porventura, a única forma de combater pelo menos o tipo de linguagem e comportamento que deve ser definitivamente erradicado do ambiente promovido no futebol português) se as autoridades desportivas nacionais não julgarão grotesco que o presidente da SAD de um grande clube como é a SAD do FC Porto (que por ser um clube grande exige maiores responsabilidades) continue, volta e meia, a seu bel-prazer, a pronunciar-se publicamente com muito desrespeito pelo universo do futebol nacional, por adversários, outros dirigentes, por vezes árbitros e muitas vezes jornalistas.
Insisto, aliás, na ideia de estarmos perante um dirigente que tendo feito muito pelo seu clube (ainda que num tempo em que a ação dos dirigentes era pouco responsabilizada e se servia de práticas e sistemas pouco recomendáveis…), não me parece que tenha feito muito pelo todo do futebol e do desporto nacional em geral, na medida em que raramente o ouvimos promover publicamente o bom espírito das competições, preocupar-se verdadeiramente com a ética da prática e com a prática da ética, ou apresentar propostas que ajudem, por exemplo, a Liga portuguesa a ser melhor, ou mesmo as competições desportivas de muitas outras modalidades.
Bem pelo contrário, semeou muitas vezes (todos somos testemunhas) ventos e tempestades, sempre com o único objetivo de colher benefícios próprios, custasse o que custasse, sempre assente no velho e bafiento discurso do «contra tudo e contra todos».
Continua a preferir falar de inimigos.
Continua a preferir (num comportamento que temos vindo a testemunhar há décadas) acusar ou denegrir os outros, censurar ou depreciar quem eventualmente se lhe oponha ou critique, sejam os adversários no campo, sejam adversários fora dele.
Tudo isto a propósito de considerar o presidente do FC Porto (e de uma SAD técnica e seriamente falida como a SAD do FC Porto) estar o «inimigo», como irresponsavelmente lhe chama, «a 300 quilómetros» (do Porto, naturalmente) mas poder, desta vez, estar olimpicamente a esquecer-se ou propositadamente a ignorar que o principal ‘inimigo’ poderá andar, afinal, a rondar os corredores da própria casa, de acordo com as fortes críticas vindas do universo azul e branco à gestão portista ou as movimentações cada vez mais indisfarçáveis (por exemplo do candidato a candidato André Villas-Boas) perante o aproximar (já no próximo ano) de novo ato eleitoral para a presidência do clube.
Não sei, aliás, o que está mais falida, se tecnicamente a SAD azul e branca, se uma certa ideia de ver o País, o futebol e o desporto a que há anos nos habituou o líder do FC Porto, que muito poucos, ao longo dos tempos, tiveram realmente coragem de contestar.
Por mais espetáculo que o presidente portista ainda esta semana tenha querido dar na sessão do julgamento que o opõe ao candidato às últimas eleições portistas, Nuno Lobo, contra o qual o líder do FC Porto interpôs ação judicial, acusando-o de difamação (alegadamente, segundo o presidente dos dragões, por ter questionado a sua seriedade), é impossível que as contas da SAD apresentadas há precisamente uma semana (com o terceiro maior prejuízo de sempre e uma falência técnica há muito anunciada pelas dezenas de milhões de euros de capitais próprios negativos...) não preocupem os mais sensatos adeptos azuis e brancos e os façam temer por novo confronto com o fair-play financeiro da UEFA.
A afamada distribuição de prémios chorudos pelos administradores da SAD azul e branca, por mais regulamentados e aceites pelos acionistas, é apenas a cereja no topo de um bolo em ruinas e só revela que nem o amor ao clube demove os responsáveis de receber tudo até ao último tostão por mais desastroso que seja o cenário financeiro da organização portista. Na verdade, sempre parece mais fácil assim… amar o FC Porto.
No FC Porto, a má gestão apontada a dedo por inúmeras figuras públicas do universo portista, continua, pelos vistos, a levar o líder a parecer, como diz a expressão popular, «tapar o sol com uma peneira». Para alguns, pode até ter piada a forma como o grande líder continua a lidar com a instabilidade e a fintar as preocupações e as dificuldades.
Ainda agora, na tal sessão do julgamento que o impediu, aliás, de marcar presença na Cimeira dos Presidentes promovida, como é hábito pela Liga, em resposta a uma questão da juíza sobre as críticas à alegada delapidação das contas do clube, o presidente portista terá respondido mais ou menos isto, pelos relatos vindos a público: «Não sei onde está o delapidar do clube. Desce que entrei em funções construiu-se um estádio novo, um pavilhão novo e temos um centro de treinos».
Sempre inteligente, eloquente e rigoroso o presidente portista, enfim, se ignorarmos o «centro de treinos» que é da Câmara Municipal de Gaia (pago pelos contribuintes) e pelo qual o FC Porto (apesar da promessa de construir um próprio) despende irrisório valor mensal para ‘fingir’ que é seu e usá-lo como se na verdade o fosse.
Bom, mas isso é apenas mais uma questão de pormenor!...

Vertonghen e Jorge Jesus
Mesmo sem mexer um dedo, Jorge Jesus de novo no centro de alguma atenção, não apenas pela lesão grave de Neymar, que é agora, como se sabe, seu jogador no Al Hilal (não foi Jorge Jesus até à seleção do Brasil, veio, de algum modo, a seleção do Brasil até Jorge Jesus…), mas sobretudo pelas muito interessantes declarações do internacional belga Jan Vertonghen (ainda titular da seleção do seu país) que foi jogador de Jesus no Benfica.
Confesso admirador do trabalho de Jesus, já não sei, com toda a franqueza, quantas opiniões mais serão precisas de jogadores a reconhecer a enorme qualidade dele como treinador para definitivamente a compreendermos. E, já agora, aceitar, no mínimo, que ele foi vítima - vale o que vale, mas é a minha franca opinião - da campanha mais dura, intolerante e agressiva que alguma vez vimos no futebol português contra um treinador, a propósito desta segunda passagem pelo Benfica.
Sempre me habituei a ouvir os chamados homens do futebol, os que andam lá dentro, conhecem os cheiros dos balneários e dos relvados, afirmar que podem os treinadores enganar eventualmente adeptos e jornalistas, mas que não conseguem enganar os jogadores.
Pois bem, ao longo dos anos, têm sido precisamente muitos dos jogadores treinados por Jorge Jesus a reconhecer terem, com ele, trabalhado com um treinador realmente diferenciado. Fazem referência ao comportamento de Jesus com o qual parece, na verdade, ser muitas vezes difícil de lidar, mas a maioria seguiu a linha agora assumida por Vertonghen (jogador tão elogiado por quem melhor o conhece e definido como um autêntico ‘príncipe do futebol’).
Vertonghen foi claro: «Nunca tive um treinador como ele!». E lamentou apenas (também pela barreira da língua) ter ficado com muitas perguntas por fazer a Jesus, Aposto que Vertonghen quer vir a ser treinador e tinha-lhe dado muito jeito aprender mais com o grande treinador que é, parece-me hoje cada vez mais indiscutível, o português Jorge Jesus.
Quanto a Neymar, Jesus deixou o aviso para ele ser gerido com pinças, mas Fernando Diniz (atual selecionador do Brasil) ainda criticou o português. Neymar rompeu mesmo e todos ficam a perder!"

Champions feminina: Barcelona, Rosengard, Benfica, Frankfurt

Águia: Diário...

Visão: Que Benfica Vamos Ter?

Terceiro Anel: Diário...

A Verdade do Tadeia #2024/55 - É preciso perder...

A Verdade do Tadeia - Live - 2024/11: Vamos à festa da Taça

Aquecimento, excerto...

Grande, excerto...

O Futebol é Momento, excerto...

Malapata(s)


"São patas a mais quando se lê as notícias sobre o processo cuja figura central é César Boaventura e que arrasta o nome de entidades, agentes e jogadores no ativo para a lama. Uma verdadeira balbúrdia de nomes, procedimentos, mentiras (alguém está, certamente, a fugir à verdade) e (alegados) documentos falsos. Basicamente, uma imagem daquilo que é o futebol atual a nível transversal e desengane-se quem disser e tentar provar que assim já não o é. Daí que se revela cómico ver a FIFA a avançar e a recuar, há mais de 20 anos, para tentar de alguma forma meter ordem no comportamento e desempenho dos agentes (outrora intermediários). Mais uma alteração regulamentar colocada em causa com sucesso na Alemanha e a caminho deste mesmo fim no Reino Unido. Um exemplo disso passa pela insatisfação em torno da imposição de limites máximos de comissões destinadas aos agentes nas transferências entre clubes ou nas assinaturas de contratos com jogadores. Na realidade, a bitola dos 10% não desapareceu. Antes foi oficializada para um tipo de negócio. Basta que o agente represente o clube que vende um jogador (entidade de transferência) para ter direito a receber o dízimo de 10% do montante total da transferência (compensação). É isto que resulta explicitamente do artigo 15.º da mais recente versão do regulamento FIFA. Esta entidade abriu uma janela depois de ter fechado a porta. Ao menos por cá ainda se assistiu a Luís Filipe Vieira apelidar jocosamente o seu ex-parceiro Jorge Mendes de táxi, tal era a facilidade com que ambos vendiam o produto. Aliás, se pensarmos bem nas últimas transferências relevantes da Benfica SAD, nem o agente nem o procedimento mudou. Apenas se distinguem os jogadores mas o carrossel é o mesmo. Até nos clubes de destino. Mas, verdade seja escrita e honra se faça, já não parecem desfilar uma catrefada de agentes muito pouco ou nada recomendáveis nos corredores da SAD vermelha. Aqueles que ainda hoje se desconfia que tenham sido utilizados como testas de ferro para simulação de negócios e respetiva faturação falsa e indevida. Como esse tal Boaventura com tendência intruja em se meter onde não era chamado e, ao mesmo tempo, tentar legitimar-se nos negócios."

Benzema, o ‘francês de papel’


"O internacional francês criticou a ação israelita em Gaza e acendeu uma polémica perigosa

Karim Benzema é um dos maiores goleadores da história do futebol, atualmente a viver um período de pré reforma dourada nos árabes do Al-Ittihad. Vencedor, em 2022, do prestigiado prémio da Bola de Ouro, do France Football, Benzema, apesar de já ter nascido em Lyon, manteve sempre vivas as suas raízes argelinas. Agora, o internacional francês está no olho do furacão de uma polémica acesa que anima as discussões em França, por se ter pronunciado publicamente contra os bombardeamentos de Israel na faixa de Gaza.
De forma surpreendente, o ministro do interior francês, Gérard Darmanin, veio acusar o internacional do seu país de ter «ligações notórias à irmandade muçulmana» e a deputada francesa ao parlamento europeu, Nadine Morano, chegou mesmo a dizer que «Benzema era apenas um francês de papel» e que a França devia retirar-lhe a nacionalidade.
A política apropriou-se definitivamente da polémica, com o conhecido ativista de extrema direita, Éric Zemmour, a subir o tom das acusações e com o político da esquerda francesa, Jean-Luc Mélanchon, a escrever uma carta aberta ao jogador afirmando-lhe a sua solidariedade atacando todos aqueles que o querem «diabolizar» e dizendo que «a França pertence a todos os que a escolhem» e são, afinal, aqueles que os insultam que não a merecem.
De fora da discussão ficou, por agora, o presidente da Federação Francesa de Futebol, Philippe Diallo, que apenas lembra que «os futebolistas são cidadãos como quaisquer outros e, como tal, têm direito a expressar a sua opinião, seja sobre que tema for».
Benzema tem, entretanto, evitado replicar, mas o seu advogado, Hugues Vigier, acusa o ministro do interior francês de irresponsabilidade por fazer afirmações infundadas e que carecem de qualquer confirmação credível, ao mesmo tempo que anunciou que o jogador irá processar Eric Zémmour.
Tudo isto revela, através de um episódio que tem como figura central um futebolista famoso e reconhecido no mundo inteiro, a enorme clivagem que o conflito israelo-palestiniano está a criar na sociedade francesa, reacendendo, sem fim à vista, conhecidas diferenças e velhos combates, que podem vir a afetar, de forma perigosa, a realização dos Jogos Olímpicos de Paris, no próximo ano."

Quem quer ser lobo... veste-lhe a pele


"«Lembre-se que um amador construiu a Arca, e que um grupo de profissionais construiu o Titanic», escreveu Luís Fernando Veríssimo

O telefone não podia ter tocado em pior hora… O árbitro acabara de dar início ao Portugal- Espanha, jogo decisivo quanto ao apuramento para os quartos do Euro-2004. Trabalho não seria, estava quase toda a redação de A BOLA colada ao televisor. Contrariado, lá atendi.
- Jorge, preciso que me mandes a letra do Hino de Portugal.
O pedido, de todo inusitado, foi feito pelo meu amigo David, holandês, num tom que misturava ansiedade com empolgamento.
- David, amanhã trato disso, agora estou a trabalhar e ainda vou demorar tempo a traduzir para o inglês. Mas para que queres a letra do Hino de Portugal?
- Manda em português e inglês, por favor… Acabei de ouvir o Hino de Portugal e, só pela música e maneira como todos cantaram, acho mesmo que é o melhor Hino de empolgamento de uma equipa de futebol. Tenho curiosidade em conhecer a letra. Com um Hino destes, Portugal já está a ganhar. Comparado com o da Espanha, que nem letra tem… Prepara o champanhe que vais festejar…
Voltei a lembrar-me do que me disse o David em 2007, na estreia dos lobos no Mundial de Râguebi, com a Escócia. E quando milhares de portugueses cantaram A Portuguesa no Stade de France, na final do Europeu de futebol de 2016. Ou quando Jéssica Silva chorou ao cantar o Hino na estreia da seleção feminina de futebol num mundial. E evoquei Pessoa. «Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal».
Escrita por Henrique Lopes de Mendonça e composta por Alfredo Keil, A Portuguesa foi consagrada como Hino Nacional pela Assembleia Constitutiva a 19 de junho de 1911. A República revogava o Hymno da Carta, uma belíssima peça musical composta pelo Rei D. Pedro IV, mas com uma letra de todo desajustada à República. E quando o músico Dino d’Santiago sugeriu que se mudasse a letra para uma linguagem que não fosse bélica, de pronto me manifestei contra. Primeiro porque o que está em causa é uma interpretação simbólica da letra - há canhões contra os quais marchamos todos os dias - segundo porque as experiências em outros países demonstram que quanto mais mexes no hino menos te identificas com ele.
Em julho de 2000, os jogadores do Spartak de Moscovo escreveram uma carta ao presidente russo, Vladimir Putin, a pedir uma letra para o hino russo como forma de motivação. Letra que caíra após a desintegração da União Soviética. «Não queremos baixar as cabeças enquanto ouvimos o hino nos estádios de futebol sem letra para cantar, Isso é meio caminho andado para se perder um jogo, mesmo antes de começar», lia-se na missiva dos jogadores. Coincidência ou não, cinco meses depois Putin aprovava uma nova letra para o hino russo.

Pobreza é só ter dinheiro
Entre os 33 lobos no Mundial de râguebi de 2023, 17 são profissionais, 16 conciliam a vida estudantil e profissional com a modalidade. 16 nasceram e vivem em Portugal, sete são emigrantes e 10 são luso franceses, descendentes de emigrantes. Alguns com parco vocabulário na língua de Camões. Mas todos cantaram A Portuguesa com o mesmo sentimento. Há, de facto, na letra e na música um fator agregador de emoções.
A cadeia televisiva britância Sky Sports defendia que quem não se sentasse em frente ao televisor a ver o jogo entre Fiji e Portugal «é porque não gosta de râguebi». Os lobos deram-lhe razão com uma vitória épica e histórica. Há nesta seleção uma generosidade, uma paixão, uma pureza de princípios, um espírito de entreajuda que, aliadas à qualidade, fazem dos lobos uma equipa que tem de ser vista por quem gosta de râguebi, evocando uma velha máxima de ser este «um jogo de bárbaros praticado por cavalheiros». E a prova que o amadorismo não significa menor qualidade de trabalho, menos empenho, menor comprometimento.
«Lembre-se de que um amador solitário [Noé] construiu a Arca. E que um grande grupo de profissionais construiu o Titanic», escreveu, com graça, o escrito brasileiro Luís Fernando Veríssimo. Onde está o segredo? No propósito. Num País onde a solução para os problemas é despejar o dinheiro que não temos e fazer leis que não são regulamentadas e têm mais buracos que um queijo suíço, o engenho e um trabalho sério, metódico e apaixonado provam ser a base de bons resultados. O também escritor brasileiro Millôr Fernandes, defende de forma corrosiva que «se todos os homens recebessem exatamente o que merecem, iria sobrar muito dinheiro no Mundo». Mais pedagógico, Augusto Cury desabafa: «Algumas pessoas são tão pobres, que tudo que elas têm é dinheiro».
O nível académico dos lobos, entre doutores, mestres e licenciados, é elevadíssimo. E já garantiram o direito de lhes ser devolvido em investimento profissional e desportivo tudo o que têm dado ao País e à modalidade. E que o profissionalismo seja erigido nos pilares atuais, onde amadorismo não é uma condição ou desculpa. Porque a qualidade, paixão e entrega não têm condição social ou monetária. O caráter ou se tem ou se não tem. 

O adepto é que tinha razão
O adepto é como o cliente: pode até nem ter sempre razão, mas tem sempre emoção. Mas agora o adepto da Seleção Nacional de futebol deve estar a desabafar: «Vêm como eu tinha razão?». Com esta geração de talentos, Portugal tinha de jogar mais. Melhor. Ser mandão, assustar mais, entrar em campo já a ganhar, sair de campo de barriga cheia. Finalmente, é o que estamos a ver. A conversa agora ate já é - imagine-se! - saber gerir a sofreguidão, algo que falhou com a Eslováquia. O grupo é fácil? E outros no passado não eram? Este sucesso vem da qualidade, do próprio selecionador ter aberto mão de algumas ideias originais ao perceber depressa que os caminhos passavam por outros lugares, mas também do espaço de felicidade que os jogadores encontram na Seleção. Não conheço todas, mas em quase 30 anos de jornalismo ainda não conheci nenhum seleção superior a Portugal como espaço de orgulho e felicidade dos jogadores.
Depois, é uma bênção ouvir jogadores como Bruno Fernandes, Bernardo Silva, João Cancelo ou Rúben Dias. Fogem aos lugares comuns, são inteligentes, maduros, transparentes, claros. Está a fazer-lhes bem terem mais Mundo além do mundo que já era o deles. Nunca achei que o facto de Portugal perder precocemente os jovens talentos, em todas as áreas de atividade, fosse obrigatoriamente uma fatalidade. Nem seria bom que ficassem todos, mesmo que Portugal os pudesse reter. Ter Mundo enriquece. O que Portugal deveria criar, em todas as áreas de atividade e conhecimento, era um espaço de Seleção Nacional, como tem o futebol. Um espaço onde, orgulhosamente, as nossas principais mentes e empreendedores pudessem vestir, orgulhosamente, as cores de Portugal e dar ao Pais muito do que o Mundo lhes está a dar. Por isso, continuemos a investir forte na formação. Na educação. O quase centenário Derek Bok, antigo presidente da norte-americana e prestigiada Universidade de Harvard, resume tudo: «Se você acha que a instrução é cara, experimente a ignorância»."