Últimas indefectivações

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

De todos se faz um. E único

"Há quem afirme agora por aí e a pés juntos que, no nosso Clube, o Futebol está em crise. A juízes desses se dedicam, como já é costume há muitos, muitos anos, os ignorantes adversários do Benfica que sempre nos cobiçaram a história, a cultura e, sobretudo, as evidências. A novidade é que, com esses, também alinham alguns de nós, menos expertos, menos informados e menos atentos, mas não menos cobiçosos, pretensiosos e imprudentes. Alguns de nós, que desprevenidamente preferem alinhar no coro das teorias daquele radicalismo fracturante e destrutivo, em vez de se pouparem à indignidade de atacar sistematicamente tudo o que, afinal, lhes podia servir de exemplo e de argumento para melhor defenderem o Glorioso em todas as frentes externas, como seria de supor. Num Clube tão abrangente e tão diverso que, de todos, se faz um e único, todas as ideias podem ser aproveitadas, se, em primeiro lugar, a urbanidade e a civilidade forem a base essencial nas interpretações que todos temos o direito de fazer. Mas também não há dúvida nenhuma de que, se, a cada momento, nos faltar a capacidade de cada um observar friamente a realidade dos factos e as circunstâncias em que eles se vão produzindo na vida do Benfica, também estaremos a contribuir mais depressa para a desconstrução e a derrota do que para as vitórias consecutivas que vamos tendo pela frente como o mais desejado e viável de todos os objectivos.
Diz-nos, ensina-nos, a história do nosso Benfica que as vitórias sempre foram, em todas as circunstâncias e à medida dos Presentes que se sucediam, a consequência maior em todos os nossos Futuros. Mas, naquela altura, mesmo para Cosme Damião e os seus Amigos Visionários terá sido certamente muito difícil imaginar, a partir da sua simples ideia conjuntiva, que hoje o Grande Benfica disporia desta impressionante dimensão universal, afinal, por eles legada como esteio e deles aprendida como rumo: o trabalho competente e persistente garante as vitórias que temos por vencer.
Por muito que aos nossos adversários (mais distantes, ou mais próximos...) isso aborreça, agora, três ou quatro vezes por ano, todos os anos, vêm sistematicamente de fora seis sujeitos independentes ter com os clubes para tratar da vidinha deles... Revestidos de funções de selecção pela Federação de Futebol, os seis independentes vêm chamar expressamente, para as Selecções AA, Sub-21, Sub-20, Sub-19, Sub-17 e Sub-15, os melhores jogadores em actividade nos clubes, para os ajudarem a ganhar os jogos que as equipas nacionais têm de disputar sob as suas respectivas orientações.
De um modo geral, só se estivessem completamente doidos é que os seis independentes não se preocupariam em seleccionar os melhores jogadores em actividade, já que inexoravelmente haveriam de pagar com as cabeças a sua ousadia, ou as suas más escolhas... Ora, este processo - que a presente edição de O Benfica analisa nos seus devidos termos - acaba por ser o mais evidente desmentido cabal daquelas tais 'descompensações' de que vão berrando os nossos inimigos, e de que se queixam também alguns dos nossos consócios mais desprevenidos..."

José Nuno Martins, in O Benfica

Interesse conjunto

"Uma competição desportiva, seja profissional ou não, tem um conjunto de interesses comuns para que possa ter um nível competitivo superior. Um dos objectivos é que essa mesma competição seja equilibrada, que o resultado de qualquer dos jogos seja o mais imprevisível, mas também que os seus participantes tenham condições para atingirem posições de sucesso quando em confronto com equipas de outros campeonatos. Calendarizar significa programar, agendar. Fixar um conjunto de datas no calendário para a realização dos eventos. Contudo, existem condicionantes para a elaboração de qualquer calendário. No desporto não é diferente. As opções devem ser tomadas para salvaguardar, entre outras, as duas razões apontadas anteriormente. A valorização das competições passa, em grande parte, por se conseguir perceber a importância que cada uma delas tem, e o espaço que deve ocupar. A dimensão e o formato de cada uma delas, nacionais e internacionais, condicionam as decisões. Existe uma hierarquia, que nem sempre é entendida da mesma forma por todos os agentes, o que implica um agendamento diferente em momentos idênticos. Por outro lado, as competições têm sucesso com intervenientes de qualidade, em condições igualmente de qualidade. A salvaguarda dos jogadores, os mais importantes elementos no jogo, tem sido muitas vezes descurada. Contudo, nestes últimos anos, e também por força de muitos estudos sobre esta temática, as organizações gestoras das competições têm vindo a chamar a atenção para o cuidado na recuperação entre momentos competitivos. O risco de lesão aumenta, como é facilmente entendível, quando temos intervalos curtos entre os jogos.
Como as equipas, e as competições, precisam de ter disponíveis os melhores, são eles o centro das atenções para o jogo, ou seja, existe um interesse comum entre todos os participantes. Terá que ser possível um entendimento alargado."

José Couceiro, in A Bola

Cadomblé do Vata (Lagartices...)

"Desde que nasci que o Meu Clube era o SL Benfica. A partir de ontem, o Meu Clube passou a ser o Sporting CP. Pago impostos; os meus impostos pagam o buraco do Novo Banco; o Novo Banco paga o buraco do Sporting CP, logo, aquela merda é minha. Sporting CP é agora Sporting Clube do Pedro. Aqueles leões de duas bossas que andam sempre com o E-Toupeira na boca, como se andassem a fazer sexo oral permanente, agora não têm nada a dizer acerca da batota de viver com o dinheiro dos contribuintes e de jogarem com atletas que só pagam depois do desgraçado que está a arder com o dinheiro da transferência, pedir a insolvência da Vila Miséria de Alvalade.
O silêncio daquela cáfila só prova que são o clube das elites e dos enfezados que não falam de boca cheia. Isso ou têm a boca tão rebentada do escorbuto originado pela falta de vitamina T (de títulos), que até vergonha têm de abrir aquelas matracas fedorentas. Fazem lembrar as outras meretrizes nortenhas que com eles dividem cama, que andam há anos a lutar por títulos, em absoluto incumprimento das regras financeiras, conforme descoberto pela rapaziada da UEFA. Tudo gente séria na Casa às Riscas.
Uma vez que a agremiação dos Viscondes agora me pertence e visto eu ter sido habituado pela minha antiga filiação Gloriosa a Clubes a sério, vou aproveitar as minhas primeiras horas como Dono Daquilo Tudo, para informar os consócios e/ou contribuintes fiscais das alterações a fazer no imediato, a fim de evitar a descida de divisão deste protótipo de clube:
1. Demolir o Estádio de Alvalade - vamos ser sérios: qualquer pessoa com dois dedos de testa vê que aquilo é feio que dói. Os únicos que acham o edifício lindo, são os portadores de bilhetes para os lugares atrás dos ecrãs gigantes. De certeza que o esboço disto foi feito aos solavancos nas costas da menina da Kookai. É mandar abaixo e aproveitar a relva seca para alimentar 3 manadas de elefantes africanos.
2. Demitir Frederico Varandas - não sou nenhum Sousa Cintra nem pertenço à Juve Leo. Portanto, não coloco em causa a capacidade do homem para gerir o Meu Clube. Simplesmente, neste lado da Segunda Circular chegamos a um ponto em que um médico já nada pode fazer. Ou se elege um padre para dar a extrema unção nisto, ou esperam-se 2 meses e mete-se um médico legista no poleiro. Por enquanto voto Melícias.
3. Mudar cor e emblema - ninguém no seu perfeito juízo consegue sair à rua com uma camisola às riscas verdes e brancas. Está tudo errado naquilo, inclusive o leão ao peito. Parecem pólos da Lacoste contrabandeados da China para vender na feira com marca "Leãocoste". Assim, o Sporting Clube do Pedro vai equipar: de amarelo, em homenagem aos bananas do Sporting Clube de Portugal que nem com perdões milionários conseguem discutir títulos; aos quadradinhos, que é como esta gente que faz acordos de 100 milhões de euros de perdão devia ver o sol; o símbolo vai ser um dodô, porque uma ave extinta é o que melhor exemplifica um clube de totós extinto.
4. Acabar com a Juve Leo - metade deles já estão no xilindró. A outra metade desaparece quando a "Casinha" for abaixo juntamente com a restante estrutura em betão armado e azulejo que a suporta. Têm duas horas para sacar de lá a droga toda que conseguirem, mas não vale a pena levarem material alusivo ao Sporting, porque se tiverem estado atentos ao que escrevi anteriormente, já mudamos de cor, de camisolas e de símbolo.
5. Reclamar 22 títulos de Campeão - já diz o provérbio "em Roma sê romano". Neste caso, "em Alvalade sê idiota". Sendo eu todo bisgarolho das vistas, facilmente me enfio no armazém da quinquilharia a que chamam museu e sem maldade conto 22 taças onde só estiverem 18. Aliás, se baixarem a luminosidade, a coisa só lá vai pelo tacto e ainda este ano meto-nos a lutar pelo 42º no futebol e pelos 15 milhões no somatório de todas as modalidades."

Voleibol 2019/2020 - Antevisão

"O voleibol é das últimas modalidades do Benfica que irá iniciar a sua época oficial. A época da equipa encarnada irá iniciar no próximo sábado, dia 12 de Outubro, com a disputa da Supertaça contra a equipa da AJ Fonte Bastardo às 17h em Almada. O Campeonato seguinte terá início no fim-de-semana seguinte com o Benfica a receber o SC Espinho na primeira jornada.
A temporada de estreia de Marcel Matz ao serviço do Benfica dificilmente poderia ter corrido melhor, que só não foi perfeita devido a mais uma eliminação nos quartos-de-final da Taça Challenge. Depois de uma época que superou as expectativas, a estrutura da modalidade rapidamente se assegurou d segurar os jogadores mais influentes da equipa.
Hugo Gaspar, Peter Wohlfahrtstatter, Théo Lopes, Rapha, Zelão, André Lopes e Marc Honoré renovaram contrato, ficando assim assegurada a espinha dorsal da equipa. As primeiras saídas a serem anunciadas foram a dos pontas Frederic Winters e Bernardo Martins, sendo que a saída do português se deveu a razões pessoais. Mais tarde foi anunciada a saída do central Filip Cveticanin, que irá abraçar um desafio no voleibol grego. Uma saída que na minha opinião é lógica, visto que tendo em conta a sua juventude e potencial, certamente não iria querer a continuar a ser quarta opção no plantel.
Para ocupar as vagas foi anunciado um regresso ao clube: o atacante Afonso Guerreiro, que representou o Benfica entre 2011 e 2013 e que regressa aos 24 anos, após passagens pelo Fonte Bastardo, Castelo da Maia e SC Espinho. Pode jogar a zona 4 e a oposto, o que ajuda a precaver as idades avançadas de Hugo Gaspar e Théo Lopes.
A outra contratação foi a do ponta brasileiro André Aleixo, mais conhecido por Japa. Este zona 4 de 28 anos conta com 2 campeonatos brasileiros no currículo, tendo representado alguns dos principais clubes do país, tais como o Funvic Taubaté, o SESI SP e o SESC RJ. Pode também jogar na posição de líbero.
Esta temporada também fica marcada por um passo importante no voleibol encarnado: a participação na CEV Champions League. Ao contrário do que se verificou nas épocas anteriores, em que a equipa abdicava de participar em competições de nível mais elevado para apostar forte na Taça Challenge, nesta época decidiram dar um passo mais ambicioso, participando nas pré-eliminatória de acesso à Fase de Grupos da Champions.
Na minha opinião, esta participação na Champions deve-se a dois motivos: primeiro, porque uma participação na competição irá aumentar a reputação do voleibol do Benfica, podendo atrair outros patrocinadores e jogadores de maior qualidade.
O segundo motivo tem a ver com a competitividade. A Taça Challenge era a terceira competição europeia na modalidade e como tal, é aquela com adversários mais acessíveis, mas tem sempre 3/4 equipas de maior calibre, com as quais o Benfica acabava por se encontrar mais cedo mais tarde e acabava por ser eliminado da competição. Nas cinco edições da Challenge em que o Benfica participou, em quatro delas foi eliminado pela equipa que viria a ganhar a competição e na outra foi eliminada pelo finalista vencido.
No entanto, esta quebra não se deve apenas à maior profundidade e qualidade individual das equipas adversárias. Também se deve ao facto destas equipas estarem inseridas num patamar competitivo mais elevado. Como o nosso campeonato tem poucos jogos competitivos, a nossa equipa acaba por se ressentir desse défice quando defronta adversários com maior traquejo.
Portanto, creio que esta participação servirá acima de tudo para aprender e ganhar maior tarimba competitiva, de modo a que numa futura participação na Challenge, possamos ser reais candidatos a conquistar o troféu.
Na primeira pré-eliminatória, a equipa do Benfica irá defrontar os bósnios do Mladost Brcko. Caso se apure para a segunda pré-eliminatória, irá defrontar o OK Budva do Montenegro. Em caso de apuramento para a terceira pré-eliminatória, o Benfica terá três adversários possíveis: o Mladost Zagreb (Croácia), o IBB Polonia London (Inglaterra) e o SK Zodruqa (Áustria).
Na minha opinião, o facto de terem conseguido fugir do Vojvodina Novi Sad foi a melhor coisa que podia ter acontecido ao Benfica. A equipa sérvia que nos derrotou na final da Taça Challenge em 14/15 é de longe, a equipa mais cotada a participar nestas pré-eliminatórias. Apesar de não conhecer nada sobre os nossos possíveis adversários, há um factor que me faz acreditar que a passagem para a fase de grupos, que é o facto de todos os nossos possíveis adversários serem de países que estão atrás de Portugal no ranking da CEV. Em caso de eliminação nalguma das pré-eliminatórias, a equipa do Benfica será relegada para a Taça CEV.
Entre os nossos adversários directos no campeonato, o Sporting CP passou por um período de instabilidade a nível estrutural. A mudança da sede da modalidade de Cinfães para Lisboa fez com que vários dos elementos nacionais da equipa deixassem o clube, visto que não queriam deixar a vida que tinham no norte do país para se mudarem para a capital.
O treinador Hugo Silva abandonaria o clube, sendo substituído por Gersinho, um jovem treinador brasileiro de 43 anos que vem do Corinthians. De saída, também estiveram os portugueses Hugo Ribeiro, Roberto Reis, Fabrício Silva e João Simões; e os estrangeiros Guillem Pérez, Lionel Marshall, Wallace Martins, Marko Bojic e Jordan Richards.
Em relação às caras notas, o Sporting contratou o líbero Gil Meireles e dois jogadores ao Fonte Bastardo: o distribuidor Francisco Pombeiro e o ponta Renan Purificação. Ao SC Espinho contratou o oposto brasileiro Rodrigo Pernanbuco e fez regressar o zona 4 Lourenço Martins após um ano emprestado ao clube vareiro. Pela mão do treinador Gersinho, o Sporting contratou ainda dois jogadores brasileiros vindos de fora: o central Athos Costa e o ponta Thiago Sens.
Sinceramente, não sei muito bem o que esperar desta equipa do Sporting. Por um lado, contratou um treinador com a mesma escola e o mesmo perfil de Marcel Matz; por outro lado, desinvestiu fortemente no plantel.
A equipa açoriana do Fonte Bastardo, que será a nossa adversária na Supertaça, também promete ser um osso bem duro de roer. Apesar de ter perdido alguns jogadores influentes, tais como Renan Purificação, Kevin Rakestraw e Vitaly Shukinin, a equipa reforçou-se com vários jogadores que prometem acrescentar qualidade ao plantel, tal como o distribuidor José Neves, o central cubano Sirianis Hernandez, os franceses Valentin Bouleau (distribuidor) e Lionel Coloras (oposto) e os brasileiros Alan Domingos (líbero) e Anthony Gonçalves (zona 4). Certamente, o Fonte Bastardo terá mais uma equipa competitiva e bem orientada por João Coelho.
Já o SC Espinho, que será o nosso primeiro adversário no campeonato, também reforçou-se com alguns jogadores de qualidade e promete morder os calcanhares aos candidatos ao título, fazendo regressar o central Kibinho e o ponta João Simões. Contratou também o zona 4 João Oliveira, que já representou o Benfica, bem como o oposto Bruno Cunha, que representou a selecção nacional na Liga das Nações e no Campeonato da Europa.
A pré-temporada do Benfica ficou marcada pelas conquistas do Torneio Particular no Pavilhão da Luz e do Torneio das Vindimas. Competência é coisa que não falta a esta secção e eu acredito seriamente que Marcel Matz e companhia terminem a época com mais razões para sorrir.
Plantel 2019/2020:
Nº 1 - Rapha Oliveira
Nº 3 - André Lopes
Nº 4 - Peter Wohlfahrtstatter
Nº 5 - Manuel Rodrigues
Nº 6 - Kelton Tavares
Nº 7 - Ivo Casas
Nº 8 - Hugo Gaspar (capitão)
Nº 9 - Marc Honoré
Nº 10 - Afonso Guerreiro
Nº 11 - Théo Lopes
Nº 14 - Miguel Sinfrónio
Nº 16 - Zelão
Nº 17 - Tiago Violas
Nº 18 - Japa
Nº 20 - Nuno Pinheiro
Nº 22 - João Simões"

Da esquerda para a direita, de Gelsenkirchen a Lisboa, somos todos campeões da Europa

"São 20h00, o jantar está na mesa e debatem-se os assuntos do dia. A minha mais nova tem estado atenta à actualidade e desde as eleições que olha com particular atenção para o país em que vive e para as notícias sobre uma estreante no parlamento português, Joacine Katar Moreira, «a Gaga», como muitos "carinhosamente" lhe chamam, a tal que "não é portuguesa".
Os tempos são modernos, pelo menos é essa a ilusão que a tecnologia nos dá, mas a tecnologia consegue ser paradoxal. No modernismo das redes sociais debatem-se assuntos pré-Revolução e o racismo está presente a cada caixa de comentários. A minha filha, de 15 anos, lembra-me um eu mais novo. Romântico, a viver num mundo de utopias onde o mal não existe e onde todos podemos conviver. As últimas semanas fizeram com que ela encarasse a realidade. Preocupada, conta-me que amigos preencheram uma petição a pedir que a nova deputada não estivesse presente no Parlamento. Ela não percebe porquê. Enquanto isso, acabamos de jantar e não há sobremesa para ninguém. Enquanto a água para o café ferve, peço-lhe para se sentar comigo ao sofá para termos uma conversa. 
À mesa não se discute política nem futebol, disse-lhe eu em tantas outras ocasiões. Cumpri a palavra, mas não fomos para muito longe da mesa da cozinha.
Lado a lado tentei pensar numa forma de lhe explicar o que tem lido, os comportamentos que tem visto e o que tem sentido. Foi difícil. Não sabia como fazê-lo. Afinal, 2016 foi assim há tanto tempo? Juntemos, então, futebol e política.
Em Julho de 2016, um grupo de portugueses ia dando que falar em França, junto de tantos outros irmãos de sangue, forçados a emigrar por motivos tão distintos do futebol. Um grupo composto apenas e só por portugueses. A selecção nacional. Os nossos.
Nos cafés e nas ruas festejava-se cada empate e passagem à fase seguinte. Os nossos estavam a deixar-nos cheios de orgulho. 10 de Julho. Só faltava a final, logo contra os franceses. O dia seguinte podia ser diferente para muitos dos portugueses a trabalhar no país das baguetes, mas a união, como diz o ditado, fez a força.
«Chuta, chuta! Chutooooou! Gooooooooooolo!». Todos se levantaram, todos se abraçaram. Os portugueses, juntos, sem excepção, emocionaram-se com o golo de Éder, um português natural da Guiné-Bissau. Dias antes, os mesmos portugueses elogiavam o brilhante jogo de Adrien Silva frente à Croácia liderada por Modric. O médio, nascido em França, foi crucial para o triunfo, selado pelo golo de Quaresma, um cigano.
Em 2016, a minha filha tinha 12 anos e o mundo parecia ser mesmo aquilo que ela imaginava. Na lateral direita, o português Cédric Soares, natural de Gelsenkirchen, foi um dos que se sagrou campeão da Europa, com o colega Raphäel Guerreiro, ainda com dificuldades no hino nacional, a ser um dos destaques. Anthony Lopes, nascido em Givors, distrito de Lyon, foi campeão mesmo sem ter realizado um minuto durante a competição, ao contrário de Pepe, o líder da defesa nascido no Brasil. 
«Somos campeões da Europa». A frase ainda dura e durará, pelo menos até Julho de 2020. Eu, Hugo Martins, sou campeão da Europa, tu, filha, és campeã da Europa, tu, Quaresma, és campeão da Europa, tu, Éder ( emoji coração ), és campeão da Europa, tu, André Ventura (!), és campeão da Europa. Joacine, tu és campeã da Europa.
Portugal! Portugal! Portugal!"

Jorge Jesus: oops, he did it again

"A propósito de um erro que já tinha sido visto no Sporting

Jorge Jesus tornou-se um fenómeno no Brasil e não foi por acaso: o treinador está a fazer um trabalho absolutamente fantástico à frente do Flamengo.
Chegou ao clube carioca com oito pontos de atraso para o primeiro lugar e já soma oito pontos de avanço na liderança, no fim de uma sequência de dez vitórias em onze jogos no Brasileirão.
São números admiráveis, sem dúvida.
Por isso todos os elogios que Jorge Jesus tem recebido, todos sem excepção, lhe assentam bem. Fazia sentido, aliás, que este texto fosse um chorrilho de mais elogios.
Mas não é.
Não o é, aliás, por uma simples razão: porque não consigo perceber o abismo que Jesus tem por centralizar em si próprio os aplausos nos momentos bons da equipa.
Esta madrugada, depois de vencer o Atlético Mineiro e de cimentar a liderança do campeonato, o treinador português voltou a fazê-lo.
«Penso que vou deixar um legado não só no Flamengo, mas no futebol brasileiro», disse.
O que me trouxe à memória outra frase: após um grande jogo do Sporting em Madrid, para a Liga dos Campeões, Jesus centrou nele os louros.
«Se é uma equipa treinada por mim, tem de ser a melhor», referiu na altura.
O que é certo é que depois disso o Sporting nunca mais foi a melhor equipa. Terminou a Liga em terceiro, foi eliminado na fase de grupos da Champions e da Taça da Liga, e nos quartos de final da Taça de Portugal. A época terminou sem títulos e sem saudades.
Podia ter servido de lição. Mas não.
Jorge Jesus sabe tudo sobre o jogo, fala com o coração junto à boca e é um apaixonado sem freio, mas infelizmente para ele não sabe tudo sobre gestão de grupos. Não percebe, por exemplo, que os jogadores têm um ego enorme, habituados que estão a ser sempre mimados e acariciados.
Para pessoas assim, como são os jogadores, não chega um treinador fazer dez elogios a dizer que eles são os melhores, se por uma vez que seja se disser que afinal o melhor é ele. O orgulho deles fica irremediavelmente beliscado.
Não percebo como ao fim de tanto tempo Jesus ainda não percebeu isso."

Pais, filhos e a (falta de) cultura desportiva

"Pertencemos a uma geração em que já existe maior sensibilização dos pais para a prática do exercício físico dos filhos. Seja em aulas de dança, patinagem, canoagem ou futebol, muitas são as crianças e adolescentes que ocupam os seus tempos livres neste tipo de actividades.
Sem dúvida que é uma mais-valia num país onde ainda se precisa incutir hábitos de prática desportiva e é necessário desenvolver a cultura desportiva.
A falta de cultura desportiva é visível quando nos deparamos com pais ambiciosos que querem que os seus filhos sejam os próximos Cristianos Ronaldo, sem saber se eles próprios o querem.
Fiquei mais sensibilizado para esta temática quando fui assistir um jogo de futebol do meu sobrinho. Vi-me no meio de pais aos gritos, chamando nomes aos árbitros, proferindo palavrões e insinuações e discutindo entre eles, num jogo de miúdos de 13 e 14 anos, onde o principal objectivo deveria ser vê-los jogar futebol e incutir o fair-play nos mais novos. 
Que mundo queremos para os nossos filhos?
Não deveríamos ensiná-los que o desporto é bem mais do que ganhar ou perder?
Não deveríamos ensiná-los que o desporto ajuda à inclusão e não à exclusão?
Os pais não podem querer mais do que os filhos!
Os miúdos têm de perder para saber ganhar, porque no desporto são mais as vezes que perdemos do que as que ganhamos.
Mas nem tudo é mau, também é gratificante ver uma geração de pais mais dispostos a acompanhar os filhos nas actividades físicas, a levá-los aos treinos, a acompanhar as competições e a investir no seu progresso desportivo.
O Desporto e a Actividade Física devem ser um método de boas condutas, onde primeiro se formam grandes Homens e Mulheres e só depois grandes atletas."

Escócia recusa ser "um dano colateral" do tufão. Ou melhor, das regras

"O tufão Hagibis ameaça cancelar o Japão-Escócia de domingo, que os britânicos têm de vencer para se qualificarem para os quartos-de-final do Mundial de râguebi. O presidente da federação escocesa é contra a selecção ser prejudicada por uma decisão "tomada à pressa", mas talvez se tenha esquecido de um ponto: a Escócia assinou, como as restantes 20 nações, um acordo de consentimento do regulamento da prova, que obriga os jogos da fase de grupos a serem realizados da data e hora originais

A World Rugby avisou, lamentando o ciclone tropical vindouro, que vai aguardar o máximo que conseguir para, apenas na manhã de domingo, decidir se o clima permite que os quatro jogos marcados para o dia se realizem, em segurança. Caso o Hagibis ainda mantenha o feitio ameaçador de tufão, nenhum entre o Namíbia-Canadá, o EUA-Tonga, o Gales-Uruguai e o Escócia-Japão terá vencedor e vencido, todos ficarão empatados e levarão dois pontos.
As regras escritas ficaram escritas antes do Mundial e, a seu tempo, foram assinadas por responsáveis das 20 selecções, que deverão ter lido as linhas onde se estipula que os encontros da fase de grupos devem, obrigatoriamente, jogar-se na data e à hora definidas.
Mark Dodson sabe-o, mesmo que a caneta não tenha parado na sua mão e balouçado com a sua assinatura, mas, caso o tufão e a decisão da organização do Mundial decidam o que o presidente da Federação Escocesa de Râguebi não queira, talvez venha aí um processo legal. "A World Rugby está a apontar para o acordo de participação. Já tivemos aconselhamento legal que contradiz essa interpretação. Não sabemos [se é tarde demais], mas temos que colocá-lo em causa", argumentou, a um programa de rádio da "BBC".
O dirigente empurrou para segundo plano o elemento burocrático da questão, criticando a falta de um plano de contingência para a situação e defendendo que "o importante é o râguebi e os adeptos que, em todo o mundo, estão estupefactos com a rigidez da World Rugby".
O presidente da federação alega que seria de "bom senso" adiar o jogo por 24 horas e realizá-lo em "perfeita segurança" para que "a integridade desportiva do torneio se mantenha intacta". Porque, se for cancelado, o empate qualificará o Japão para os quartos-de-final e não permitirá que a Escócia tente, em campo, ganhá-lo - único resultado que apura a selecção britânica para a fase seguinte do Mundial.
A Escócia, prosseguiu Dodson, "esteve durante quatro anos a preparar-se para o torneio", os jogadores "tiveram mais de 100 dias em estágio", a selecção "já realizou jogos" neste Mundial e, "neste caso particular", o quarto encontro "é fulcral". O dirigente tem razão em tudo - mas, domingo de manhã, terá a sua resposta."

Muito Benfica

"Em período das selecções, são muitos os futebolistas do Benfica que têm a possibilidade de entrar em acção em representação dos seus países. Hoje [sexta-feira], às 19h45, Pizzi e Rúben poderão defrontar o Luxemburgo ao serviço de Portugal. Às 17h30, na Holanda, Gedson, Jota, Nuno Santos, Nuno Tavares e Tomás Tavares poderão ser chamados para representar os Sub-21. E, às 19h00, Marrocos, de Taarabt, defrontará a Líbia. Estes serão os primeiros de muitos jogos agendados hoje e nos próximos dias em que os 56 jogadores do Benfica convocados para selecções terão oportunidade de actuar.
Mas o destaque, no fim de semana, vai para o voleibol. Os Campeões Nacionais e vencedores da Taça de Portugal disputarão a Supertaça no sábado, às 17h00, em Almada, frente à Fonte do Bastardo. A nossa equipa procurará vencer este troféu mais uma vez, feito que já conseguiu por sete vezes, demonstrando inequivocamente que o Benfica, neste século (nomeadamente na última década), conseguiu finalmente estabelecer-se como uma potência na modalidade.
A nossa equipa de futsal, a disputar a ronda principal de qualificação da Champions League, terá o terceiro jogo desta fase amanhã [sábado], às 19h30, em Halle, na Bélgica, frente à equipa local. Ao empate na primeira jornada, seguiu-se uma goleada na segunda, pelo que está tudo em aberto no grupo.
No andebol e basquetebol prosseguem os Campeonatos Nacionais. No andebol visitaremos o Belenenses (sábado, 15h00) e, no basquetebol, haverá a deslocação ao Barreiro para defrontar o Barreirense (sábado, 18h00). No hóquei em patins, dar-se-á a estreia da nossa equipa na edição presente do Campeonato Nacional. O jogo, com o Sanjoanense, será no domingo, às 18h00, no Pavilhão Fidelidade. E, no futebol, os iniciados jogarão no Seixal, domingo às 11h00, frente ao Sacavenense.
Também as nossas equipas femininas terão jogos importantes. No futebol, visita ao Estoril (sábado, 11h00) a contar para a 3.ª jornada do Campeonato Nacional. Em andebol, deslocação à Maia. No basquetebol, jogo na Luz, domingo às 11h00, frente ao Quinta dos Lombos. As nossas futsalistas terão uma partida no reduto do Golpilheira. O hóquei irá a Nafarros. E, em voleibol, recepção ao Vitória de Guimarães (sábado às 15h00, na Luz).
Como se constata, haverá muito Benfica para ver e apoiar! #PeloBenfica"

Pátio das Cantigas!!!


As Águias #45 - Guimarães, Setúbal & Zenit

Pausa para respirar…

"Chega a primeira grande paragem da temporada, devido a compromissos para selecções. São cerca de duas semanas até ao próximo jogo oficial. Até lá, Bruno Lage e restante equipa técnica têm muito trabalho pela frente.
Após a última derrota no jogo contra o Zenit, para a Liga dos Campeões, ficou claro – se já não o era – que o Benfica está a atravessar um momento delicado nesta fase da época. Após um início fulgurante, com uma vitória expressiva sobre os “eternos rivais”, na Supertaça, e com uma goleada na estreia da presente edição da Liga NOS, o Benfica tem vindo a passar por uma fase menos positiva no que à qualidade do futebol praticado diz respeito.
Apesar do segundo lugar na Liga, com 18 pontos, e de apresentar uma maior consistência defensiva em relação ao ano passado, o Benfica aparenta estar num deserto de ideias no que concerne à produção de jogo ofensivo.
Os comandados de Bruno Lage apresentam um jogo ofensivo lento e previsível, que permite às defesas contrárias fechar facilmente os caminhos para a baliza. A integração de Taarabt na equipa tem, em parte, ajudado a quebrar a monotonia de processos, trazendo uma visão de jogo mais refinada, aliada a uma capacidade de explosão com bola que permite queimar linhas no processo de construção de jogo da equipa.
No entanto, o renascimento do marroquino não é suficiente para suportar todo o futebol do Benfica. É, portanto, imperativo a criação de novas dinâmicas de jogo entre os jogadores, assim como um reset ao espírito da equipa.
Para além da lentidão de processos e de alguma ausência de atitude, a falta de faro de golo demonstrado por parte dos avançados encarnados tem contribuído para o agravar da situação das “águias”. Os três “pontas de lança” encarnados (Raúl de Tomás, Seferovic e Vinícius) valem, entre si, quatro golos no total da temporada: números bastante modestos num clube que luta por títulos e que ambiciona voar alto na Europa.
Bruno Lage tem agora um período para reajustar e reflectir sobre quais são as melhores ideias e estratégias para acordar o Benfica que jogou e encantou na segunda metade da época passada. Não vai ser uma tarefa fácil – é certo -, mas qualidade não falta ao plantel encarnado e o técnico português já demonstrou ter excelentes capacidades técnico-tácticas para dar a volta a situações menos favoráveis."

Benfiquismo (MCCCXIX)

Por cima...

Aquecimento... de São Miguel ao Luxemburgo!

Fever Pitch #22 - Luxemburgo e Ucrânia...