Últimas indefectivações

domingo, 7 de dezembro de 2025

Vitória, com nota artística!!!

Benfica 2 - 0 Oliveirense
Wynder, Veloso


Mais uma vitória, num jogo que não foi fácil, mas onde aproveitámos bem as bolas paradas, com destaque óbvio para o golão do Veloso!!!

Ultimamente somámos alguns pontos, mas este ano a classificação na II Liga está complicada, pois não existem equipas 'muitas más', está tudo muito equilibrado, vamos ter que continuar a apostar nestes jogadores que estão a treinar na equipa principal...

Mais uma...

Ovarense 70 - 96 Benfica
16-22, 23-24, 11-29, 20-21
Broussard(17), Betinho(15), Justice(12), Yussuf(12), Dziewa(10), Gameiro(9), Crandall(8), Koby(8), Zé Silva(5), Relvão

Sem o Makram, nova vitória larga, que só não foi maior, porque os apitadeiros ficaram com 'pena' dos visitados!!!

Vitória no Minho...

Braga 2 - 5 Benfica

Nas últimas jornadas, a equipa parecia estar a perder gás, mas voltámos às vitórias claras...

Jornada com novo empate dos Lagartos, confirmando que vamos provavelmente lutar com o Barcelos pelo 1.º lugar na fase regular!

Mais uma vitória rapidíssima!!!

Benfica 3 - 0 Madalena
25-18, 25-19, 25-18


Jogo com pouca história...

A ferros!!!

Benfica 3 - 2 Braga


Jogo estranho, com grande superioridade do Benfica, a jogar bom futebol, a falhar muitos golos, a guarda-redes adversária a defende tudo, e quando finalmente chegámos à vantagem parece que ficámos com medo!!!
E novamente de bola parada, sofremos o empate...!!!
Ganhámos um penalty, falhamos o penalty, e no Canto consequente, mercamos o 2-1!!!
E quando tudo parecia que íamos caminhar para a vitória justa, novo golo sofrido de Canto, após o VAR reverter a decisão da árbitra em invalidar o golo (erradamente, porque a Pauels, foi tocada na pequena área...)!
Foi preciso chegar aos descontos, para a Rakel acabadinha de saltar do banco, para marcarmos o 3-2 e o golo da vitória!

Péssimo...

Gaia 30 - 30 Benfica
17-18

Já cá faltava a 'branca' da época!!! A equipa de Andebol do Benfica, já nos habituou a estes resultados absurdos!!! Este ano ainda não tinha acontecido...

Não vi o jogo, mas suspeito que tenha havido 'preocupações' na utilização de alguns jogadores, devido às más condições do Pavilhão! O jogo perto do final da 1.ª parte, foi interrompido, e foi transferido para outro Pavilhão!!!!!!!

O visto do Vaulipau foi finalmente imitido!

Benfica-Sporting: pobre dérbi, pobre liga


"Até Gianluca Prestianni ser expulso na compensação do dérbi, por entrada sobre Geny Catamo, nem mesmo um caso havia para alimentar as análises focadas no árbitro da partida

O dérbi é um jogo grande, o de ontem é que não foi grande coisa. O encontro que opõe Benfica e Sporting é o duelo mais bonito do campeonato, mesmo quando nesse mesmo campeonato há partidas de ambas com o FC Porto. Porque o dérbi é um jogo que tem quase sempre golos – 0-0? Houve 16 em toda a História – e para se ter uma ideia, nos últimos 12 jogos na Luz – já com este 1-1 - marcaram as duas equipas.
O golo é a alegria do jogo, mas um jogo com golos não significa que seja alegre. O de ontem seguramente não o foi e há na História 0-0 bem mais interessantes. O dérbi foi intenso, mas foi só isso. E foi intenso por um simples facto: estavam em campo águias e leões, símbolos de Benfica e Sporting, porque fossem outros os emblemas e nem um adepto em Portugal se lembraria deste jogo no final da temporada.
Posto isto, o Sporting foi melhor primeiro, o Benfica foi melhor depois. O Sporting chegou ao 1-0 e podia ter feito outro. O Benfica foi melhor mais tempo, mas não o suficiente para que tivesse ocasiões em série e consumar a reviravolta.
Não há grandes conclusões a tirar para o que resta do campeonato, mas há matéria para alimentar conversas. Por exemplo, o Sporting não conseguiu vencer um jogo a FC Porto, Benfica ou SC Braga - Rui Borges desvalorizou, mas estas coisas interessam aos adeptos - e os leões estiveram 70 minutos sem fazer um remate à baliza encarnada. José Mourinho continua invicto frente aos leões, mas o Benfica tinha oportunidade para igualar os leões e não o conseguiu, em casa, perante a segunda maior casa de sempre do novo Estádio da Luz. Ao dérbi faltou qualidade técnica, pois até jogadores como Hjulmand - normalmente sempre bem nestas partidas - ou Aursnes executaram maus passes e Quenda, que por norma desequilibra, não terá feito um drible e até nas receções esteve mal.
Já agora, até Prestianni ser expulso, nem um caso havia para alimentar as análises focadas no árbitro.
Dirá o povo que quem venceu foi o FC Porto. Eu cá direi que quem perdeu foi o campeonato.
Sobre os dragões é preciso esperar por amanhã, sobre o resto não é preciso esperar nada. Esta semana debateu-se a Liga na Cimeira de Presidentes e tem-se falado muito sobre haver mais jogos entre os grandes, numa mudança dos quadros competitivos. Para jogos como este, sinceramente, não obrigado."

Análise: o dérbi dos erros não forçados


"O dérbi eterno desta sexta-feira entre Benfica e Sporting terminou com um empate a um golo. Os dois remates certeiros foram semelhantes na origem (erros não forçados), mas distintos no contexto.

O golo do Sporting (Pedro Gonçalves, 12')
 — Quando aos 11' 35'' Dedic endossou a bola para Trubin, Pedro Gonçalves identificou o passe à retaguarda como gatilho de pressão e direccionou-se para o guarda-redes ucraniano do Benfica;
— Ao fazê-lo, teve como preocupação inicial fechar a linha de passe para António Silva que, entretanto, havia baixado sobre a meia direita para ser linha de passe segura fora do corredor central;
— Simultaneamente, Barrenechea baixou para ser opção vertical de ligação à entrada da área, sem se aperceber que, uns metros mais atrás, Hjulmand estava à espera de ler o corpo do argentino para perceber se valia a pena ou não saltar na pressão sobre ele;
— Trincão, que começou a derivar da meia direita para dentro a partir do momento em que Dedic atrasou a bola para Trubin, dividiu espaço entre Barrenechea e Otamendi, ainda que mais atento a Enzo do que a Nico;
— Essa aproximação mais centralizada, fruto do centro do jogo estar momentaneamente sobre o corredor central, foi o suficiente para criar dúvidas em Barrenechea quando solicitado pelo seu guarda-redes;
— Tanto que a receção, em vez de orientada para dentro, foi (des)orientada para fora, numa tentativa ingénua de enganar o adversário que pudesse estar no seu encalço e a contar com o domínio de bola para o lado do pé dominante;
— Porém Hjullmand, inteligente e astuto, esperou pelo momento certo para atacar Enzo, roubá-la e assistir Pedro Gonçalves para o golo inaugural;
— Apesar da má recepção de Barrenechea, a meu ver, o maior responsável pelo golo leonino foi Trubin;
— O guardião encarnado não percebeu que o homem livre mais capaz de dar sequência ao momento de organização ofensiva era Otamendi sobre a meia esquerda, sem qualquer tipo de pressão.

O golo do Benfica (Sudakov, 27')
— Se o golo do Sporting teve origem num erro não forçado do Benfica aquando da sua organização ofensiva, o golo encarnado nasceu de um erro não forçado dos leões em organização defensiva;
— Após recuperação de bola em zona adiantada, Otamendi abre o jogo e solicita Aursnes sobre o flanco direito;
— Quando o norueguês domina a bola e passa a ver o jogo de frente, Maxi Araújo prepara-se para saltar sobre ele, tendo Dedic entre si e Morita;
— É possível ver Pedro Gonçalves a dar indicações ao nipónico para ter atenção ao lateral do Benfica quando Aursnes ainda está na posse do esférico;
— Ao ser pressionado pelo lateral leonino, o n.º 8 encarnado passa o esférico a Richard Ríos, o qual, tendo em conta a distância para a linha média defensiva do Sporting, fica com bola descoberta;
— É precisamente com bola descoberta que Morita toma a pior decisão possível e procura condicionar o colombiano, abrindo espaço para o passe de ruptura vertical que encontrou Dedic na cratera aberta pela decisão e pelo comportamento do n.º 5 do Sporting;
— A partir do momento em que decide abandonar a cobertura defensiva que estava a ser feita com Pedro Gonçalves e a Maxi Araújo, Morita desprotegeu a última linha da sua equipa, que estava preocupada com Leandro Barreiro e Pavlidis (3 vs 2 sobre o corredor central);
— Maxi Araújo, atento à bola e incapaz de acompanhar o movimento de Dedic, foi batido facilmente e não arriscou cometer falta dentro da grande área;
— Perante o cruzamento do lateral bósnio, a linha defensiva leonina não teve o melhor comportamento colectivo. Houve demasiada preocupação com o primeiro poste, o que acabou por libertar espaço para a entrada de Sudakov ao segundo poste.

Em suma, dois erros não forçados resultaram nos dois golos de um dérbi pouco interessante e que deixa o FC Porto perto de uma liderança ainda mais isolada e confortável."

BF: Mourinho...

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Observador: E o Campeão é... - Dérbi não foi espetacular? FC Porto esfrega as mãos

Empate soube a pouco


"Benfica e Sporting empataram a um golo no Estádio da Luz. Este é o tema em destaque na BNews.

1. A vitória seria merecida
Na opinião de José Mourinho: "Começámos mal (…). Depois, há uma boa reação, há o golo, e os últimos 10/15 minutos da 1.ª parte são um bocadinho já o preâmbulo daquilo que ia ser a 2.ª. Na 2.ª parte fomos mais fortes, fomos dominadores, não tivemos uma única situação de perigo na nossa área. (…) Na 2.ª parte fomos francamente melhores."

2. Man of the Match
Considerado o Homem do Jogo, Richard Ríos sublinha: "O Benfica mostrou que queria ganhar. Queríamos a vitória. A equipa mereceu mais. Falta muito Campeonato. É continuar a trabalhar para chegar onde queremos."

3. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, o golo do Benfica marcado ao Sporting.

4. Últimos resultados
Ontem, os Sub-23 do Benfica ganharam, por 2-1, frente ao Portimonense e, em futsal, na 2.ª mão dos oitavos de final da UEFA Futsal Champions League, o Benfica ganhou, por 4-2, ao Araz Naxçivan. Nesta manhã, em futebol no feminino, o Benfica venceu, por 3-2, o SC Braga. E, em basquetebol no feminino, o Benfica venceu, por 75-69, ante o União Sportiva.

5. Jogos do dia
A equipa B recebe a UD Oliveirense às 18h00. Os Iniciados defrontam o Farense no Benfica Campus às 15h00. Às 15h00, receção ao CA Madalena em voleibol. Em basquetebol, deslocação ao reduto da Ovarense (16h00). À mesma hora, embate entre HC Braga e Benfica em Braga. Em andebol, visita ao Gaia às 18h00.

6. Mundial de futsal no feminino
Portugal está na final do Campeonato do Mundo com o contributo de cinco jogadoras do Benfica.

7. Iniciativa solidária
Com a cooperação da Fundação Benfica, realizou-se, no sintético do Estádio da Luz, a 3.ª jornada da Liga de Futebol Adaptado.

8. Casa Benfica Caldas da Rainha
Conheça esta embaixada do benfiquismo através da lente da BTV."

El Fútbol ante su espejo más gigante

Renato Veiga: sofrer e privar para conquistar


"Há carreiras que parecem escritas a régua e esquadro, com saltos previsíveis e elogios garantidos. Depois há trajetos como o de Renato Veiga: sinuosos, exigentes, duros, muitas vezes solitários. Trajetos que não aparecem nas manchetes, mas que moldam homens antes de moldar jogadores. Renato, hoje em Villarreal e já presença firme na Seleção Nacional, é o retrato ideal do atleta que teve de sofrer, privar, insistir e, sobretudo, não desistir para conquistar e ter o que lhe pertence

Não é uma metáfora ou uma figura de estilo: é uma constatação. No futebol moderno cada vez mais acelerado na forma como consome carreiras, onde muitos esperam sucesso imediato, Renato Veiga é um antídoto raro. A história dele não é a do prodígio que aos 18 anos estava no onze principal de uma grande equipa. É a história do jovem que percorreu academias em três países, que viveu longe de casa, que caiu e levantou, que foi emprestado, devolvido, subvalorizado e que transformou cada fase de dúvida numa camada extra de carácter.
Sobre os vários empréstimos e mudanças, o pai, Nelson Veiga, recusa a narrativa do fracasso: «Para mim, não houve empréstimos falhados. Houve momentos difíceis que foram fundamentais para a maturidade que ele tem hoje. A família sempre esteve habituada a mudanças, por causa da minha carreira. A única saída verdadeiramente dura foi a primeira, sozinho, para Augsburg. As restantes encararam-se com naturalidade e otimismo. Ajudou-o muito ter jogado em clubes com níveis e exigências completamente diferentes. Aprendeu a lidar com a frustração das derrotas e a gerir as vitórias. Tudo isso moldou o caráter dele.»
A maioria dos adeptos só o descobriu quando começou a aparecer nas convocatórias da Seleção Nacional. Já o sigo há muito devido ao seu pai, alguém que conhece o trajeto centímetro a centímetro e, sabe melhor do que ninguém que nada foi fácil. E, ainda assim, como ele próprio me contou, nunca temeu que o filho desistisse: «O Renato sempre expressou uma paixão enorme pelo jogo e pelo treino. Houve momentos em que precisei de lhe pedir para abrandar como naquela fase em que tinha dores de crescimento nos calcanhares e, mesmo sem condições físicas, insistia em treinar. Nunca tive medo que ele baixasse os braços, porque ele vive isto de uma forma absolutamente genuína.»
A história do Renato é tudo menos linear. Saiu e voltou a Portugal, passou por academias, por empréstimos que correram mal, por mudanças constantes e por contextos que não favorecem ninguém: Augsburgo, onde não ficou; Basileia, onde explodiu; Chelsea, que viu potencial num miúdo que ainda não tinha mostrado tudo; Juventus, onde voltou a provar que era solução; e agora Villarreal, que apostou num contrato de sete anos - compromisso raro no futebol atual. Nunca encontrou portas abertas; encontrou fechaduras. Mas descobriu a chave. E essa chave chama-se compromisso.
O mais impressionante em Renato Veiga não é a capacidade de jogar como central, lateral esquerdo ou médio defensivo. Não é a capacidade de sair a jogar ou o raro pé esquerdo. Não é a passada larga, o físico dominador a defender e atacar ou o passe longo que queima linhas. É a forma como reage. Há jogadores que, perante a adversidade, encolhem. Renato agiganta-se. Ganha espaço onde outros o perdem. Cresce onde muitos encolhem. Nelson confirma essa fibra competitiva e reconhece nela muito de si: «O espírito competitivo é o que mais nos aproxima. Eu sempre fui extremamente competitivo e ele está bem servido de genes… a mãe é igual! Onde diferimos é no tipo de jogador: o Renato, apesar do físico, é tecnicamente muito evoluído e elegante, eu era mais físico, agressivo e taticamente forte. Somos muito diferentes dentro de campo.»
No futebol, o talento abre a porta. Mas o comportamento é o que te deixa entrar. E é por isso que ele está onde está. E é, também, por isso que ele não vai ficar onde está por muito tempo, pois, o seu potencial é imenso. O último jogo da Seleção resume-o bem. Portugal vestiu uma camisola histórica, carregada de simbolismo, em homenagem ao eterno Eusébio. O momento em que Renato marcou pela Seleção, foi especial para o país… mas muito mais especial para o pai: «Foi profundamente emocionante. Um orgulho enorme para toda a família.»
Foi um dia especial para todos… mas mais ainda para Renato Veiga, que marcou o seu primeiro golo com a camisola das Quinas, usando o número 13, numa goleada por 9-1 frente à Arménia. Jogou ao lado de Rúben Dias como se estivesse naquela posição há anos. Sereno. Maduro. Confiável. Um central que não parece ter 22 anos, parece ter 28/30. Ou melhor: parece ter vivido o suficiente para saber que nada lhe foi dado. E isso vê-se na postura. No rigor. No foco. Na solidariedade. Na ambição silenciosa. Na forma como joga simples, mas pensa complexo.
Renato Veiga não vem para ser apenas mais um internacional português. O seu perfil psicológico — resiliente, focado, trabalhador e apaixonado — faz dele um ativo de longo prazo para qualquer equipa. Na Seleção, para mim, ele e Ruben Dias formam a dupla de centrais titular de Portugal. O Villarreal percebeu o seu valor e investiu forte num jogador que já é um valor seguro, mas apenas está a começar a revelar o que pode vir a ser. É um futebolista de projeto, de evolução. E, acima de tudo, de fiabilidade.
Num tempo em que muitos querem tudo em seis meses, Renato Veiga é um aviso positivo para os mais jovens: o caminho não tem de ser perfeito nem percorrido a alta velocidade. Faz-se ao contrário: constrói-se, cai-se, levanta-se, ajusta-se, insiste-se. Tem é de ser percorrido com atitude.
Numa era em que muitos desistem ao primeiro contratempo, Renato Veiga é o rosto do contrário. Do resistir em silêncio. Do trabalhar quando ninguém está a ver. Do acreditar nos dias bons mesmo quando só aparecem dias duros.
Renato para mim é um exemplo — já o seu pai o era. Renato Veiga é o tipo de jogador que deixa marca: pela forma de jogar, sim… mas sobretudo pela forma de ser. E é isso que o futebol português precisa: referências de carácter e valores, exemplos de resiliência, histórias que inspirem.
E há algo ainda mais importante: Renato Veiga não falha nos dias grandes. Joga com a tranquilidade de quem já conheceu o lado duro da profissão, e por isso valoriza os momentos bons sem se deslumbrar. A Seleção precisa deste tipo de jogador: estável, comprometido, intenso, emocionalmente inteligente e verdadeiramente apaixonado pelo que faz. Algumas características herdadas… da sua mãe. Nelson Veiga confessou-me
 «Ele é muito parecido com a mãe: verdadeiros, autênticos, apaixonados. Com três semanas de vida, num estádio na Figueira da Foz, apaixonou-se pelo futebol - era o único lugar onde não chorava e onde ficava quieto durante 90 minutos. Desde então tem levado essa paixão ao extremo como ele e a mãe tão bem sabem quando o fazem com amor, é daí que acredito vir esta atitude, intensidade e compromisso que ele não negoceia.»
Mas herdou também a resiliência do pai — o homem que foi dispensado várias vezes na formação e mesmo assim fez carreira profissional. Por isso, o conselho que Nelson deixa a todos os jovens é direto: «Se realmente querem chegar ao mais alto nível, então o trabalho, a dedicação e o compromisso têm de ser constantes e prioritários. Hoje têm acesso a toda a informação: sigam bons exemplos, percebam como chegaram ao topo. Não há dois caminhos iguais. Obstáculos vão existir sempre, mas nenhum pode ser maior do que o objetivo.»
O futuro? Só depende dele. Mas há sinais evidentes. Um jogador que já passou por cinco campeonatos antes dos 23 anos não tem receio de nada. E alguém que é titular no Villarreal, joga na LaLiga e na Champions League, marcou o primeiro golo pela Seleção Nacional num jogo histórico, cheio de significado, também não parece destinado a ser apenas figurante.
Renato Veiga chegou onde muitos não acreditaram que chegaria. Chegou porque sofre onde outros cedem. Chegou porque trabalha onde outros descansam. Chegou porque acredita onde outros duvidam. Chegou porque se privou de muitas coisas para se focar noutras. Chegou porque lutou e acreditou. Chegou porque é feito da matéria de que são feitos os que não desistem. E isso, no desporto e na vida, vale muito mais do que qualquer talento isolado.

Nota final: Um muito obrigado ao Nelson Veiga, simplesmente, por tudo."

As lusas lições de Lima


"A América do Sul é um ecossistema desportivo (e futebolístico em particular) muito especial, pela paixão, pelo estilo de jogo, pelo empenho e pela capacidade de atração de multidões.
Isso revela-se, a cada quatro anos, nas presenças das formações nacionais nas fases finais de Mundiais, mas sobretudo nas competições continentais de clubes. E há uma razão que se sobrepõe a todas as outras: a presença múltipla de cada país, seja na Copa Libertadores, seja na Copa Sul Americana, em face do diminuto número (apenas dez) de países participantes, sob a égide da CONMEBOL, nas duas provas.
Aí radicam fenómenos ainda mais atrativos para os adeptos, habituados, há muito, a uma rivalidade forte e incontornável nos confrontos internacionais.
A confederação sul-americana conferiu, de há alguns anos a esta parte, um toque europeu ao modelo de disputa das finais, tornando-as em jogo único, com a adveniente competividade e imprevisibilidade. E quanto à prova principal, a Copa Libertadores, o Brasil iniciou uma era de domínio que ainda não foi contestada pelos principais concorrentes, designadamente as equipas argentinas, sempre prontas atentar quebrar hegemonias.
Desde 2019 que equipas brasileiras se sagram campeãs sul-americanas, justamente a partir do momento em que as finais se disputam em apenas um jogo, começando essa era dourada sob a mão técnica de Jorge Jesus, e em Lima, com a épica vitória do Flamengo sobre o River Plate, por 2-1. Jesus e Gabigol marcaram a vitória do Mengão, há seis anos, e inauguraram uma supremacia que tem muito de Portugal na história.
Abel Ferreira não poderia ter tido melhor começo internacional com o Palmeiras, ao vencer nos dois anos subsequentes. Artur Jorge, numa espécie de veni, vidi, vici com o Botafogo, levantou o troféu em 2024 e alargou a marca lusa na história recente da Libertadores.
Este ano, Lima voltou a escrever uma página notável, com um clássico brasileiro transferido para a costa do oceano Pacífico, e com uma relação win-win dos portugueses com a taça mais desejada: qualquer que fosse o resultado, haveria alma lusa em festa.
Lima traz-nos diversas lições, que só serão verdadeiramente entendidas quando o Tempo, esse fator incontornável para a criação de bases históricas, o fizer compreender em pleno. Mas uma delas, isso é indesmentível à partida, é a confirmação da qualidade portuguesa na gestão e no treino do futebol Internacional, mesmo num mercado longínquo, em termos geográficos, e difícil, por força da necessidade de adaptação a um ambiente muito especial.
José Boto é, do lado dos novos campeões sul-americanos (os primeiros brasileiros tetra da Libertadores), o exemplo acabado do que escrevi e, ainda mais, do que senti na capital do Peru.
O Diretor Desportivo do Flamengo, na sua temporada de estreia com o rubro-negro, conseguiu o ceptro mais desejado, mantendo uma invejável e pouco habitual descrição na ação, tão eficaz nos bastidores e no panorama organizativo do futebol profissional do Clube de Regatas do Flamengo, como notória do ponto de vista da eficácia e do brilhantismo dos resultados.
Boto é o rosto português da Libertadores-2025, ajudando a montar uma equipa competitiva, coesa, estruturada num balanço ideal entre juventude e experiência, apostando numa base de jogadores autóctones e num jovem treinador que, por si, tem o facto de ter sido um excelente futebolista de horizontes internacionais, mas que, et par contre, significava uma cartada no escuro enquanto treinador de uma equipa de topo do futebol brasileiro e sul-americano.
Essa é, também, uma aposta de José Boto, alguém que, com facilidade, poderia passear despercebido no Terreiro do Paço ou na Avenida dos Aliados, mas, ao longo dos meses desta época desportiva, se afigurou absolutamente essencial para construir, balizar e muscular a estrutura flamenguista, ao ponto de chegar aos troféus mais desejados na Gávea, Libertadores e Brasileirão, na mesma semana.
Mas a final de Lima trouxe, também, a lição de humildade de Abel Ferreira, bi-campeão da Libertadores em 2020 e 2021, agora vencido no jogo decisivo.
O modo como o duriense de maior sucesso na história da Sociedade Esportiva Palmeiras reconheceu a supremacia do adversário durante os noventa minutos do Estádio Monumental foi o toque final de grandeza, o tal valor que se reconhece pela humildade necessária, nos momentos certos.
Abel não se escondeu (em boa verdade, nunca o fez ao longo dos já cinco anos em que se transformou num ídolo da equipa e dos torcedores paulistas). Assumiu a derrota, beijou a medalha de vice, surgiu na sala de conferências de imprensa com o ar tranquilo de quem sabe que, malgrado a derrota, continua a fazer história e a colocar o seu nome e a marca do futebol português nos pisos mais elevados do edifício competitivo sul-americano. Também por isso, a Presidente do Verdão nem queira ouvir falar noutros nomes para assumir a equipa. Leila Pereira, no seu estilo permanentemente focado e empenhado, sustenta Abel como o único capaz de continuar o legado que ele próprio corporiza, ao ser, já, o treinador com maior e melhor registo na história palmeirense.
Lima, para lá do grandes espetáculo conseguido pela CONMEBOL na organização da final da Copa Libertadores, voltou a falar português na vitória, na derrota, nas lições e nas conclusões.

Cartão branco
Há poucas palavras para falar do brilhantismo da Seleção Nacional feminina de futsal. No primeiro Mundial do género, Portugal está a assinar uma carreira irrepreensível, notável e que bem demonstra o trabalho de base que tem sido feito, ao longo de vários anos, nos clubes, nas associações distritais e na federação, para potenciar e qualificar esta geração de futsalistas. Independentemente do que suceda amanhã, na final em português frente ao Brasil, Manila trouxe à colação uma verdade insofismável: quando o talento se une à organização e é projetado com trabalho, o sucesso surge e só se pode esperar o melhor. E ganhar ou ser segunda classificada no primeiro Mundial de futsal feminino será, em qualquer dos casos, motivo para celebrar.

Cartão vermelho
Com o passe vendido pelo Benfica ao Atlético de Madrid por 126 milhões de euros, João Felix ganhou notoriedade mas, também, a inerente responsabilidade. Nunca se conseguiu afirmar, em pleno, nos colchoneros, ficando no ar a ideia de alguma incompatibilidade de feitios com o treinador argentino Diego Pablo Simeone, mas, quase por milagre, foi rodando em emblemas e campeonatos de imensa visibilidade e interesse mediáticos: o Barcelona, na La Liga, o Chelsea, na Premier League, o Milan, na Serie A. E a verdade é que jamais pegou de estaca em qualquer um desses clubes, acabando por ver a carreira resgatada (talvez relancada…) nos petrodólares do Golfo Pérsico. Gorada a possibilidade de regressar ao Benfica, a última coisa que Felix poderia dizer… disse. Disse que os encarnados não fizeram tudo o que podiam para o ter de volta. Talvez agora sim, o jogador de Viseu tenha mesmo a porta da Luz fechada. E trancada."

O outro Abel voltou


"Desde que o Botafogo optou, em 1953, por contratar um moleque com estrabismo, deformação na espinha, desequilíbrio na bacia e diferença de seis centímetros entre as pernas, cujos joelhos batiam um no outro, que o futebol brasileiro passou a respeitar as decisões absurdas porque o moleque em causa se chamava Manoel Francisco dos Santos, vulgo, Garrincha.
Mas as decisões absurdas, regra geral, são mesmo só absurdas. A última decisão absurda do futebol brasileiro foi obra da direção do Internacional: contratar Abel Braga. Aliás, essa foi a penúltima: a última decisão absurda foi a de Abel Braga, supostamente reformado desde 2022 e cujo último título relevante foi o Brasileirão de 2012, ao aceitar.
Depois de Roger Machado, que deixou a equipa em 13.º, o colorado contratou Ramón Díaz, ex-Corinthians, que a atirou para 16.º, antes de, a 180 minutos do fim do Brasileirão, chegar o veterano treinador. Nos primeiros 90’, Abel sofreu uma derrota sem apelo na casa do São Paulo, por 3-0, e passou a 18.º.
Agora, só por capricho da calculadora o centenário clube gaúcho, três vezes campeão brasileiro, duas vezes campeão da Libertadores e uma vez campeão mundial, frente ao Barcelona de Ronaldinho, Xavi, Iniesta, Deco e outros, precisa ganhar ao Bragantino e torcer por dois resultados paralelos para escapar das garras da Série B.
Sim, aquela vitória sobre o Barcelona de Ronaldinho e companhia foi sob o comando de Abel Braga, mas o tri do Brasileirão foi sob a batuta do notável Falcão e nem por isso a alguém ocorreu contratar para o meio-campo o velho Rei de Roma por mais que ele até mantenha a forma.
O absurdo da contratação de Abelão, aliás, ficou provado logo na conferência de imprensa de apresentação, quando o treinador, cuja bonomia é lendária e reconhecida por todos os que com ele lidaram, diga-se de passagem, mostrou o seu descompasso com a atualidade.
Pediu para a equipa não treinar mais de cor de rosa porque é coisa de veado, um comentário que, fosse partilhado lá no começo da carreira dele, no Rio Ave, no Famalicão, no Belenenses ou no Vitória de Setúbal, já soaria ultrapassado e sem graça.
Adiante. O problema talvez seja menos Abel e mais a direção liderada por Alessandro Barcellos que, mesmo gastando cerca de 3,3 milhões de euros por mês em ilustres de altos salários, como o colombiano Rafael Borré, ex-Eintracht Frankfurt, ou o equatoriano Enner Valencia, ex-Fenerbahçe e entretanto mandado para o Pachuca, nunca soube proporcionar, com despedimentos de treinadores em série, um ambiente vencedor no clube.
Mas e pode o Inter, mesmo com Barcellos, Abel e tanta decisão absurda, salvar-se na última jornada? Só se os jogadores colorados se transformarem em Garrinchas."

TNT: Melhor Futebol do Mundo - Sorteio...

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Portugal’s rise: How a new European handball power was built | Men's EHF EURO 2026

SportTV: Primeira Mão - PORTUGAL E O SEU CAMINHO NOS MUNDIAIS 🌍

BolaTV: Mais Vale à Tarde que Nunca - Lisboa Games Week com GV e o rap nacional com Harold

NÃO DEU PARA MAIS...


"BENFICA 1 - 1 Sporting

Pré-jogo 1 - estamos a 6 pontos do Porto e a 3 do Sporting. Não vale a pena fazer muitas contas, alegar que ainda falta muito campeonato, que há muitos pontos em disputa, a equação é muito simples de explicar: hoje só a vitória interessa!
Pré-jogo 2 - se a estatística interessasse para alguma coisa, Mourinho, que acumula 7 vitórias em 7 jogos com o Sporting, nem precisava de ir para o banco. Vai, e vai muito bem, de certeza que preparou bem o jogo - é mestre nisso! -, que a equipa dê a resposta necessária.

LA-LA-LA
LA-LA-LA-LA
FORÇA BENFICA,
VENCE POR NÓS!
00 vamos entrar em campo a perder zero-zero. Carrega BENFIIIICAAAAAAA!
03 primeira abébia, do Aursnes, primeira defesa de recurso de Trubin. Está lá para isto, mas se pudermos evitar ofertas será bem melhor, certo?
06 o que é que o pica-miolos do Pote anda ali a provocar o Ríos? Tem tanto de bom jogador como de mete-nojo.
12 segunda abébia, agora do Barrenechea, primeiro golo: zero-um. Nunca gostei destas jogadas de risco à entrada da área, mas isto sou eu que não passo de um mero treinador de bancada. Trubin não podia ter feito melhor?
17 se continuamos a entregar-lhes bolas desta maneira, é impossível criar perigo na área da baliza deles. Não está fácil sair a jogar.
21 Nobre, já sabíamos, é de roubar: que mais precisava fazer o jogador do Sporting sobre o Ríos para lhe dar amarelo?
26 fdx, mais um erro não forçado, mais outra jogada de perigo. Acorda Aursnes!!!
27 SU-DA-KOV!!! E o VAR a esmiuçar, a ver se arranja uma falta do ucraniano na bola dividida? Confirmado: um-um! (grande abertura do Ríos para o Dedic no início do lance)
38 o golo fez-nos bem, passámos a jogar mais subidos, a ganhar mais duelos, mais presença no último terço, mais perigo na área.
43 o Leandro pode não ser um poço de técnica, mas deixa tudo lá dentro, é fundamental para jogos com esta intensidade. Muita atenção ao corte do Otamendi agora, depois do Suárez sentar o António. E aos jogadores deles, encostados lá trás, a irem para o chão parar o nosso sufoco. Tal e qual fizeram na época passada.
45 só dois minutos???
45+2 espreitei o SofaScore: as estatísticas dizem que o empate está certo.
46 voltam os mesmos, quando os alas vão entrar? O risco é perder o meio campo.
56 o que fez o Barreiro para levar amarelo?
65 jogo intenso, disputado centímetro a centímetro, mas com quase zero perigo tirando agora um remate do Aursnes para defesa tranquila do redes. E agora o Sudakov igual. O Sporting está satisfeito com o empate?
74 mais um amarelo por dar. Enfim... E como é que este livre tão bem trabalhado não entrou?
77 as confusões e picardias servem-lhes na perfeição...
79 uiiiiiiiiii, que tiro do Ríos! De pé esquerdo, fortíssimo - tirou tinta ao poste?
90 Já se percebeu que o Prestianni vai pro balneário mais cedo. Curioso para ver o tempo útil desta segunda parte
90+7 entrámos mal, recuperámos e estivemos por cima do jogo desde o golo do empate até ao fim, demos tudo, não deu para mais. Eles vão satisfeitos com o empate, nós podemos acabar esta jornada a 8 pontos do Porto. Futuro muito difícil na Liga."

Um pouco do Ferrari, um arzinho da tasca, mas ninguém saiu a rir do Benfica-Sporting


"O dérbi terminou empatado (1-1), beneficiando o FC Porto. Os leões entraram melhor, mas após a igualdade de Sudakov perderam muita qualidade, não tendo nenhuma das equipas arte para obter o triunfo

Não foram duas partes diferentes, não é bem essa a frase feita do futebolês a correta. Foram mais dois blocos de 20 ou 25 minutos diferentes, seguidos de incapacidade mútua, quase acordo tácito que ditava que ninguém era capaz de muito melhor.
O dérbi deu 1-1. Os primeiros 25' não pareciam encontro de empate, tal a superioridade do Sporting. Algures na segunda parte, quando Ríos foi o melhor Ríos em Portugal, quando o Benfica era agressivo e acumulava remates, não parecia partida de empate. Mas, olhando à globalidade, foi contenda de empate.
A impressão global foi entre o quero e não posso e o posso e não quero. O Sporting não matou quando cheirou sangue, o Benfica não teve embalo para virar. Agradece o FC Porto, que pode ficar com cinco pontos à frente dos leões e oito adiante das águias.
Dentro dos pequenos ciclos de domínio, arrancou a mandar quem tem um padrão de jogo mais reconhecível e reconhecido. Haviam passados meros três minutos e já o Sporting mostrava ao que vinha. Suárez roubou, perto da área do Benfica, a bola a Aursnes, conseguindo trabalhar até chegar perto de Trubin, que defendeu o remate do colombiano.
Estava dado o mote para os primeiros 25'. Os visitantes conseguiram constantes recuperações de bola perto da área das águias, que olhavam para o relvado como um aluno sem talento para a matemática aborda uma equação de segundo grau: sem saber por onde começar, que rumo tomar, quais são os passos necessários para atingir o resultado final. António Silva estava especialmente errático no passe, contrastando com a calma dos defesas leoninos, que arejavam a circulação verde e branca.
Seria, justamente, num roubo em zona subida que chegaria o 1-0. Trubin tocou em Enzo, que estava de costas para o jogo e, portanto, de frente para o perigo. Hjulmand, astuto, entendeu o que o médio ia fazer, antecipando-se. O capitão serviu Pote, que aproveitou as mãos pouco seguras de Trubin para dar vantagem aos bicampeões nacionais.
O golo surgiu aos 13'. Logo a seguir, no recomeço do desafio, Pavlidis, o ponta de lança do Benfica, tocou pela primeira vez na bola. A equipa de José Mourinho não chegava ao ataque e a Luz mostrava o seu descontentamento com a passividade encarnada.
Maxi Araujo demorou 10 segundos para ter a primeira picardia, no caso com Dedic. Mas o uruguaio de sangue quente está feito um lateral que defende com agressividade e ataca com critério. Por duas vezes ficou perto do 2-0, no melhor momento do tiki-tasca à Rui Borges. José Mourinho apelava à calma, mas o Benfica regressaria ao jogo, contra todos os prognósticos, logo a seguir.
O 1-1 foi como uma lotaria que caiu para os da casa. Sem qualquer aproximação com perigo até ali, com Barreiro a correr pelo campo como um homem que não sabe bem a que repartição pública se deve dirigir, vagueando de departamento em departamento sem resolver o seu problema, o golo veio da energia de Dedic, da clarividência de Ríos, da insistência de Sudakov e da falta de coordenação defensiva do Sporting. O ucraniano festejou-o com assinalável alívio.
A Luz, que começava a perder a paciência de cada vez que o rival reciclava o jogo, reiniciando a circulação, ganhou alma. Rugiu, festejou, empurrou os seus. Principiou outro jogo, de mais choque, mais dividido, já não um exercício de superioridade, mas um verdadeiro combate.
O recomeço consolidou o ascendente de quem marcou depois. Não foi o Ferrari que José Mourinho querará apresentar, mas houve umas acelerações vigorosas, um pouco de velocidade de ponta. O Sporting secou ofensivamente, tanto que, após Maxi roçar o 2-0 aos 26', não mais rematou. O Benfica, com mais urgência e agressividade atacante, teve três disparos quase seguidos, com Pavlidis, Aursnes e Sudakov a proporcionarem defesas atentas a Rui Silva.
Para procurar reencontrar o melhor Sporting, Rui Borges tirou Pote e Morita e colocou João Simões e Quenda, dois adolescentes para trazer energia e talento e deixar os visitantes com sete canhotos entre os 11 em campo. José Mourinho, como em todos os encontros de exigência máxima desde que regressou a Portugal, mostrou pouco confiar no banco, só fazendo a primeira substituição aos 81', lançando Prestianni. O jovem argentino duraria pouco em campo, já que viu o vermelho 10 minutos depois.
A certa altura do segundo tempo, chegou a parecer que as águias iam empurrar os leões para trás e forçar a reviravolta. Ríos, o colombiano que fala português com sotaque do Brasil fez, possivelmente, o seu melhor encontro desde que foi contratado, sendo o médio que se imagina há alguns meses, físico, levando a equipa para a frente, abarcando muito campo, chegando perto da baliza. Aos 73', Suárez evitou que o colombiano assistisse Barreiro e, pouco depois, foi o próprio Richard, de fora da área, a atirar perto da baliza de Rui Silva.
Quando o Benfica estava melhor, uma série de picardias, sempre com Maxi Araujo como protagonista, quebraram o ritmo do jogo. Seria o ocaso daquela equipa mais viva, mais à procura do 2-1. A expulsão de Prestianni, no arranque dos sete minutos de descontos, levou Mourinho a aceitar o empate como mal menor. O Sporting, sem argumentos, nada mais criou. E assim, entre o querer e o não poder, firmou-se o acordo tácito de aceitação do ponto para cada um."

Na forte corrente de Ríos ficou mais fácil Sudakov marcar


"Quando o colombiano pegou no leme, os encarnados navegaram para a área leonina. Impôs o ritmo e descobriu Dedic que assistiu o ucraniano no golo encarnado.

5 TRUBIN Logo aos 3', foi com o pé direito que evitou o primeiro golo do jogo num remate de Suárez, que lhe apareceu pela frente. Nove minutos depois foi Pedro Gonçalves que lhe apareceu, o ucraniano ainda tocou na bola mas não a conseguiu desviar para fora da baliza e sofreu assim o golo. Lance difícil para o guarda-redes na saída, a colocar em Barrenechea em zona proibida. A partir daí até houve algum receio por parte dos defesas encarnados, que evitaram atrasar-lhe a bola.

O melhor em campo
Richard Ríos 8
Se o Benfica conseguiu superar a entrada forte do Sporting muito o deveu à ainda mais forte corrente de um Ríos que levou a equipa a navegar até á área leonina. Na altura de maior pressão dos verdes e brancos, tentou pegar no jogo mas, sem que a bola se agarrasse aos pés dos jogadores do Benfica, a tarefa estava a ser inglória. A partir dos 20' começou a dar ar da sua graça, ao ganhar um livre frontal perigoso e sobretudo ao lançar Dedic pela direita no lance do 1-1 aos 27', que Sudakov concluiu. Pegou depois no leme da equipa, impôs o ritmo no meio-campo e só não foi feliz aos 81’ porque a mira desafinou um pouquinho e a bola, teimosa, não fez todo o efeito que era suposto fazer e acabou por sair ao lado.

7 DEDIC Estava a sentir dificuldades tanto a defender quando encarava Maxi, Pote ou Suárez, como a atacar, sem profundidade. Até que aos 27' subiu e na área leonina descobriu Sudakov e assistiu para golo, acabando por deixar marca indelével no encontro. Aos 54' fez o primeiro remate da segunda parte, embora muito por cima. A partir dos 85' não abriu caminhos para Alisson passar.

5 ANTÓNIO SILVAMuitas dificuldades na saída, a provocar alguma insegurança. Nas bolas paradas ofensivas apareceu numa, atrasado, e acabou por revelar sempre algum nervosismo, mesmo nas alturas em que os leões mais afastados estavam da área encarnada.

6 OTAMENDI Na primeira parte, sobretudo até ao golo de Sudakov, foi obrigado a estar sempre em jogo, tal era o caudal ofensivo dos leões. Mas foi aos 45+1' que teve de ir de carrinho atrapalhar Luis Suárez, que preparava o remate para marcar, depois de sentar António Silva. Voz de comando encarnado, presença que não deu muitas hipóteses aos leões sobretudo a partir da altura em que os encarnados estabilizaram, depois do golo do empate.

5 DAHL Geny Catamo, nos primeiros 20 minutos, ainda foi um bocadinho mais acutilante e nessa altura sentiu dificuldades. Depois acabou por assentar, sobretudo quando o moçambicano mais recuou. Na parte final do jogo, Quenda nem cócegas lhe fez quando passou para o seu lado.

3 BARRENECHEA Erro fatal aos 12' que permitiu a Pedro Gonçalves inaugurar o marcador, rececionou mal de Trubin e Morten Hjulmand roubou-lhe a bola para oferecer o golo a Pote. Primeira parte desastrada, sem conseguir opor-se nem a Trincão nem a Suárez, quando este recuava no habitual jogo associativos dos verdes e brancos. O Benfica sofreu um golo e o argentino deixou a sua marca. Negativa...

4 AURSNES Foi em tarefa defensiva que comprometeu logo aos 3', perdendo a bola para Luis Suárez quase marcar (valeu Trubin). Como Barrenechea, uma sombra de si mesmo durante os primeiros 45', perdido em campo e sem conseguir desequilibrar na direita. Foi num remate forte e sem preparação para boa defesa de Rui Silva que pela primeira vez apareceu com direito a nota positiva, corria o minuto 64. Pouco, muito pouco.

6 LEANDRO BARREIRO Percebeu que era Ousmane Diomande que tinha de pressionar na saída de bola do Sporting e obrigou o marfinense ao erro, demasiados. Tanto que foi nessa tarefa que muitas vezes as águias atrapalharam o jogo leonino. Apareceu um par de vezes em zona de finalização, como aos 43', em que Gonçalo Inácio desviou a bola que levava perigo para canto. Aos 81' ajudou Ríos a quase marcar.

7 SUDAKOVPrimeiro remate do Benfica aos 22'. E o segundo deu golo! Aos 27' só teve de empurrar, depois de se desenvencilhar de Geny Catamo na pequena área para empatar o jogo. Obrigou o moçambicano a recuar para ir em auxílio de Fresneda na tarefa defensiva e aos 43' sacou um cruzamento que Barreiro só não emendou para golo porque Gonçalo Inácio, a deslizar sobre a relva, fez a bola sair para canto. De fora da área tentou também a sorte mas aos 65' Rui Silva defendeu-a.

5 PAVLIDIS Foi apenas aos 62' que rematou pela primeira vez à baliza do Sporting: perda de bola de Quenda e o grego a encontrar espaço para rematar de longe mas à figura de Rui Silva. Aos 64' deu para Aursnes colocar o guarda-redes do Sporting à prova. Lutador.

5 PRESTIANNI Entrou aos 81' e foi expulso aos 90+2'. Não foi maldoso sobre Geny Catamo mas viu que o leão corria desalmado para o ataque em transição rápida e em altura determinante e cotou o lance pela raiz. Sacrificou-se em prol da equipa!

IVANOVIC Pouco tempo em campo e quase todo na altura em que a águia recuou quando estava já só com dez.

MANU Como Ivanovic. Entrou aos 88' e ajudou a defender com menos um."

Benfica demorou muito a acordar, mas quando o fez mandou no jogo


"Nenhum saiu feliz com o empate, mas, depois de um início de grande superioridade leonina, o Terceiro Anel empurrou as águias para uma exibição consistente, que obrigou o rival a ‘cautelas e caldos de galinha’. A equipa de Mourinho esteve mais perto da vantagem até à expulsão de Prestianni, depois o Sporting voltou a querer ganhar, mas faltou-lhe tempo...

Estavam jogados 24 minutos e 25 segundos, o Sporting vencia por 0-1 desde os 12, o Benfica padecia de uma apatia absoluta, e o Terceiro Anel fartou-se. Há perder e perder, e perder sem dar luta não faz parte do léxico encarnado. Por isso, face à ausência de agressividade perante as trocas de bola da defesa dos leões, ouviu-se na Luz uma vaia monumental, que serviu de despertador aos jogadores do Benfica. Imediatamente Ríos e Pavlidis pressionaram, com ‘ganas’, Dahl e Barreiro secundaram-nos, e os leões perderam a bola. Esse foi o momento em que o jogo verdadeiramente mudou, não deixando de ser verdade que o golo de Sudakov, aos 27 minutos, ajudou a dar confiança aos de encarnado e a tirá-la aos de verde.
Mas até ao minuto 24’25’’, os bicampeões nacionais passearam-se no relvado da Luz, dominando as operações a seu bel-prazer, e para tal bastou-lhes duas coisas: a primeira foi impedir linhas de passe ao Benfica nas saídas de bola; a segunda foi apostar no erro do adversário, trocando pontualmente, sempre que lhes cheirava a ‘sangue’, a defesa zonal a 30 metros das redes de Trubin, por uma pressão alta que viria a mostrar-se letal para os donos da casa.
E até nem foi ao primeiro erro (quando, aos três minutos Sudakov deu uma bola ‘queimada’ a Aursnes, que foi desarmado por Suárez, dentro da grande área, valendo à equipa de Mourinho uma grande defesa do seu guarda-redes ucraniano) mas ao segundo, aos 12 minutos, quando Trubin passou a bola, de forma displicente, a Barrenechea, que quando se quis virar foi imediatamente cercado por Hjulmand, que recuperou o esférico, endossando-o de imediato a Pedro Gonçalves.
Este, com um ‘penálti em andamento’, colocou muito justamente os leões na frente do marcador. E até ao ‘despertador’ do Terceiro Anel ter tocado, só deu Sporting, ficando no ar a ideia de que estávamos em presença de duas equipas em muito diferentes estádios de maturidade.

TÁTICA E DINÂMICA
Benfica e Sporting apresentaram na Luz os seus figurinos habituais, talvez mais cauteloso Mourinho ao preencher o meio-campo com Aursnes, Barreiro e Sudakov, deixando Prestianni e Schjelderup de fora das contas iniciais. Rui Borges, por seu turno, também tomou alguns cuidados, por exemplo ao começar a defender muito mais atrás, ao invés do que, por exemplo, tinha feito com o Estrela da Amadora. Portanto, como a diferença não esteve na tática, o que importou realmente para a história deste dérbi foi a dinâmica, e nesse particular, quem mais contribuiu para a melhor fase do Benfica – grosso modo dos 25 minutos aos 90+2, quando Prestianni foi expulso, foi Richard Ríos, que assinou a melhor exibição desde que veste de águia ao peito. Foi quase sempre bem secundado por Dedic, enquanto que do outro lado Sudakov só começou a libertar-se de Fresneda quando as movimentações rápidas dos encarnados começaram a abrir brechas na muralha leonina, e o lateral espanhol teve de ajudar a apagar alguns fogos longe de Sudakov.
Quando o intervalo chegou, o resultado era justo, praticamente meia parte para cada um tinha valido um golo a Benfica e outro a Sporting.

MAIS BENFICA
A metade complementar trouxe mais Benfica, ou seja, incidindo especialmente em Diomande, que denotou dificuldades na saída de bola, os encarnados deram a provar aos leões o veneno que estes tinham utilizado, e dessa superioridade, que teve também a ver, além de Ríos e Sudakov, do regresso de Aursnes à sua carburação normal e de Barreiro à chegada à área e à pressão, resultaram alguns momentos que Rui Silva resolveu bem – remates de Pavlidis (62), Aursnes (64) e Sudakov (65), sem que houvesse reação declarada do Sporting, que só viria a beneficiar o primeiro canto na segunda parte aos 90+1.
O Benfica, a perceber que podia chegar aos três pontos, esteve muito perto de marcar aos 74 minutos, quando, após um livre de Sudakov e um cabeceamento de Ríos, Suárez tirou o ‘pão da boca’ a Barreiro que se preparava para gritar golo; e sete minutos depois, através de Ríos que, com um pontapé-canhão de pé esquerdo, falhou por muito pouco o alvo.
O jogo entrou então numa fase quezilenta, que cortou ritmo à partida, e aos 81 minutos Mourinho jogou uma cartada ofensiva – Sudakov por Prestianni – trocando de ponta de lança quatro minutos depois, na mesma altura em que Rui Borges, que à hora de jogo tinha lançado os juniores Quenda (Pedro Gonçalves) e João Simões (Morita), o primeiro para dar mais profundidade à esquerda, o segundo para refrescar o meio-campo, resolveu, sem mudanças táticas, dar mais pulmão à equipa, com Alisson e Ioannidis, aos 85 minutos. Mas o jogo já tinha decaído e não era difícil vaticinar que o Benfica, se não tinha conseguido ganhar na altura certa, dificilmente o faria na reta final, quando Manu foi ainda render Barrenechea (esgotado), acontecendo então, aos 89 minutos, o lance que mudou os minutos finais.
Uma entrada imprudente de Prestianni, por trás, sobre Catamo, foi sancionada por António Nobre com cartão amarelo, que o VAR reverteu em vermelho. Faltavam jogar seis minutos e Mourinho viu-se forçado a passar Ivanovic para a esquerda, ficando Leandro Barreiro a ponta-de-lança, num 4x4x1 pensado para travar a investida final dos leões. Estes, apesar do domínio territorial que recuperaram, não voltaram, contudo, a apoquentar Trubin. Um ponto para cada um deixou o campeonato em aberto – ainda há muitos jogos pela frente – mas pode devolver conforto a um FC Porto saído de uma noite amarga com o Vitória de Guimarães."

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Dekash: Sporting...

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Simples: Sporting...

Observador: Relatório do Jogo - "Sporting forte no início e um Benfica que soube responder"

Terceiro Anel: Sporting...

BF: Sporting...

BI: Rescaldo - Sporting...

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5 Minutos: Sporting...