Últimas indefectivações

sábado, 10 de outubro de 2020

Empate...

Benfica 1 - 1 Sporting

Dois pontos perdidos, num jogo equilibrado a 'meio-campo', mas com o Benfica muito mais perigoso em ataque organizado, com uma diferença brutal no trabalho dado aos guarda-redes... Sendo que o equilíbrio no marcador só foi alcançado, mais uma vez, através dos zés dos apitos, desta vez nos penáltis...

Continuamos com a série: golos de antologia!!! Hoje, novamente o Luca...

Sempre que vejo esta equipa Lagarta, irrita a forma como esta tenta ganhar jogos: defendendo com tudo, nunca arriscando, sem qualquer estratégia de ataque planeado, a não ser os mergulhos para a piscina!

PS: Vitória dupla na prova de Triatlo nos Jogos do Mediterrâneo (uma espécie de Jogos Olímpicos do Mediterrâneo!), prova que decorreu em Alhandra, com o Vasco Vilaça nos homens e a Melanie Santos nas senhoras...!!!

Vitória a Norte...

Avanca 25 - 34 Benfica
(13-17)

A equipa está a melhorar. Já existe mais entendimento entre jogadores, o que é normal, mas começa a ser notório a reacção colectiva positiva às contrariedades! Hoje, por exemplo, 'matámos' o jogo, numa altura onde ficámos a jogar com menos um, com muita agressividade na defesa, e contra-ataques rápidos! Isto num jogo, onde mais uma vez, o critério dos apitadeiros nas exclusões e nos 7 metros foi completamente inquinado!!!

Fácil...

Benfica 3 - 0 Clube K
25-9, 25-12, 25-8

Amanhã temos outro jogo...

"Curta" !!!

Benfica 4 - 0 Dameiense


Quando 4-0 sabem a pouco!!!

Tiago Dantas, mais um episódio de “validações” e o que realmente importa


"Tiago Dantas, à semelhança de outros jogadores talentosos fez emergir as “lutas” nas “redes sociais” como tentativas de validar opiniões. Umas mais bem fundamentadas que outras.
O triunfo dos que ignoram o jeito que dá ter potencial morfológico para o jogo surgiu com o interesse do Bayern – validado com a presença na equipa principal bávara – Quantas fotos foram partilhadas de Dantas ao lado do treinador em forma de “fina ironia”. Mas a eliminatória ficou rapidamente empatada com a não inscrição do jovem na equipa principal, facto que o relega para a terceira divisão da Alemanha.
Sobre a estupidez sem fim de quem por não ter talento para as suas próprias guerras, escolhe guerras de outrém muito haveria para dizer, mas para o caso importa é o talento de Tiago Dantas.
É óbvio que a questão física importa – Creio que qualquer pessoa com um mínimo de capacidade para expandir horizontes e tentar perceber um pouco sobre o jogo, reconhecerá que cada vez mais a cadência da passada é determinante para o rendimento – O jogo está tão rápido pela evolução técnica e tática, que conseguir chegar um segundo antes é muito diferente de chegar um segundo depois. Um segundo antes ajudas a fechar o espaço, ou és opção para poder receber e / ou finalizar no último terço. Assim como ter boas capacidades condicionais ajudará ao rendimento. Capacidades como a força ou a resistência são determinantes para o sucesso, ou para que o sucesso se expanda por mais tempo ao longo do jogo. Aliás, se a questão física não tivesse qualquer impacto, onde estaria agora um talento como Dantas?
Um miúdo que não perde uma bola, “limpa-as” para os colegas entregando-a sempre redonda, cria e embora pouco robusto fisicamente, enquanto a guarda ou trata não sente qualquer dificuldade porque sempre assim cresceu, e por isso desenvolveu argumentos na astúcia que lhe permitem não precisar sequer de ter confrontos físicos nos momentos ofensivos. Pensa mais rápido e executa a um nível superior a qualquer jogador comum.
Pois se Tiago ainda hoje procura encontrar espaço é precisamente porque a excelência da sua tomada de decisão e gesto técnico – que é o que é mais diferenciador num jogador de futebol, afinal é… mais difícil de encontrar! – não é acompanhada por capacidades físicas que lhe garantam sem bola o rendimento que tem com esta.
Outra falsa questão que tem surgido ao seu redor passa pela dissertações sobre a sua densidade muscular. Diversos jogadores do Bayern ficaram “maiores” e há a expectativa que tal possa acontecer com Dantas, beneficiando o jovem de tal para aumentar o seu rendimento. Lamento informar, mas não é de músculo que Dantas precisa. Daria muito jeito a tal maior velocidade para chegar aos diferentes espaços – Aquela passada larga que permite participar no pressing avassalador que hoje caracteriza os vencedores das últimas Ligas dos Campeões, mas essa não chega em forma de tamanho muscular, e não parece ser possível de obter ganhos substanciais.
Dantas como tantas outros jogadores ou situações está no meio termo entre as discussões que gera – Discussões cujo único intuito tantas vezes parece ser gerar validação de argumentos próprios e por momentos sentir que se poderia fazer parte do jogo que por certo se amará.
Não terá nível para jogar em qualquer equipa do mundo pelos seus traços físicos. PONTO.
Tal não significa contudo que se deva nivelar por divisões mais baixas! É mais questão de contexto do que de patamar ou nível competitivo.
Se calhar numa comum equipa da Segunda Liga ou da Liga NOS, não terá capacidade para ter rendimento – Há muitas perdas (a culpa não é sua, que nunca a perde, mas há!) e o jogo transporta-se para uma dimensão onde sai prejudicado. E obviamente nenhum treinador vai manter um jogador com pouca capacidade para ajudar a equipa a recuperar metros e bolas, quando outros há que são capazes de o fazer. Mas, porventura, poderá ter espaço em equipa de nível e talento diametralmente oposto às citadas. De forma simplista, Dantas é um 80 com bola, e um 8 sem esta – Não é assim nem com bola, nem sem ela – Vocês percebem o intuito do exemplo – então para ter rendimento e contribuir terá de ter o contexto que garanta muita bola – Que garanta poucas Transições – Momentos em que a tal velocidade do deslocamento se faz sentir mais. Dantas pode não ser jogador para o Desportivo de Chaves, mas se calhar pode ser para o Bayern. Faz sentido?
Talvez não totalmente, porque mesmo as melhores equipas hoje passam sempre tempo sem bola e encontram na capacidade de pressão e vencer duelos no momento defensivo a forma de ganharem a bola para depois a guardarem. E sim, o Dantas evita os duelos. Mas, como outros de elevado nível cognitivo, que pensam e executam mais rápido que os demais, evita-os quando tem bola. Sem bola não há como os evitar. Não é como se pudéssemos desviar-nos deles quando a posse está do outro lado… a menos que o intuito seja ver o oponente a marcar golo.
Na equipa perfeita, Tiago Dantas teria lugar. A equipa perfeita não perderia a posse, não precisaria de passar tempo sem ela, viajaria junta pausadamente nas transições, sem precisar de ver os seus elementos a abrir em a passada para chegar à frente sem deixar demasiado espaço entre sectores. O problema de Tiago Dantas é que não há equipas perfeitas. E como não as há, estará sempre no limbo entre o triunfo retumbante – qualidade para isso todos o reconhecerão – e as dificuldades para se impor no contexto competitivo que o seu talento faz por merecer.
O que o Tiago precisa de saber, é que o melhor a fazer é não abrir sequer caixas de comentários na internet, porque ai não encontrará nada de absolutamente positivo a retirar. Não precisa dos elogios que como a outros antes, lhe provocarão sentimentos de injustiça, e poderão fazer baixar a guarda convencido que é um Messi injustiçado, nem das críticas tantas vezes infundadas. Até porque de um lado e do outro não está ninguém que se preocupe verdadeiramente com a sua carreira, mas apenas com o seu ego.
No mundo perfeito tu triunfas, menino. Mas, não queiras viver uma vida de lamento por não ser o mundo um lugar perfeito. Faz com que todos os dias sejam dia de evolução. Anda da perna. Por ti."

Bistrot - [FR] « Rescaldo » Spécial Élections - Analyse de la prestation de João Noronha Lopes.

Nota de pesar


"Kulkov, antigo jogador do Sport Lisboa e Benfica, faleceu aos 54 anos.

O Sport Lisboa e Benfica manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento do seu antigo jogador Kulkov, apresentando as mais sentidas condolências a familiares e amigos, neste momento de enorme dor por tão prematura partida deste ex-atleta aos 54 anos.
Kulkov representou o Benfica durante três épocas, de 1991 a 1994, com um contributo decisivo para a conquista do Campeonato Nacional em 1993/94 e da Taça de Portugal de 1992/93.
Antigo internacional pela União Soviética e posteriormente pela Rússia, o ex-médio participou em 77 jogos com o Manto Sagrado e marcou 11 golos, dois dos quais na mítica noite de 15 de março de 1994, em Leverkusen, onde o Benfica empatou 4-4 e passou às meias-finais da Taça das Taças. Para sempre ficará na nossa memória. Que descanse em paz."

SL Benfica | 5 nomes que deviam ter saído neste mercado


"Após o término de grande parte dos mercados de transferências, analisamos os cinco principais nomes do plantel do SL Benfica que deveriam ter abandonado o clube – por já não contarem, por precisarem de rodar ou por não terem o espaço que desejariam ter – neste mercado de verão/outono de 2020.
1. Franco Cervi O extremo canhoto de 26 anos encontra-se numa encruzilhada profissional determinante para o desenrolar da sua restante carreira. O seu atual treinador gosta dele, mas apenas para suplente; tem mercado, mas não do seu agrado; tem valor de mercado, mas não alto o suficiente para propostas do agrado do clube; é novo, mas não tanto assim.
Esta encruzilhada esteve presente durante todo o período de transferências deste verão/outono. No final, o internacional argentino acabou por permanecer no plantel às ordens de Jorge Jesus. Acho que deveria ter saído.
Salvo alguma lesão de Everton Cebolinha, Cervi será um perpétuo suplente, condição que não condiz com o seu valor, valor esse que, todavia, não é superior ao do internacional brasileiro. Nuno Tavares é alternativa a Grimaldo e essa porta, que parecia aberta, está fechada para o argentino.
Terá que se contentar em ser útil aqui e acolá. E, de facto, poderá sê-lo. Ainda que fuja ao que Jesus quer para aquela posição (a começar pelo pé preferencial), Cervi já demonstrou dar-se bem com Grimaldo e ser capaz de fazer movimentos interiores, ainda que com menos qualidade do que Everton. 
O cenário não será o ideal e a pressão de fazer as vezes de Cebolinha será grande. Contudo, o carácter e a qualidade de Cervi parecem-me suficientes para que o “11” do SL Benfica cumpra a sua missão.
2. ChiquinhoGabriel e Taarabt parecem merecer a confiança de Jesus, de Pizzi não desgosta e Weigl também não o aflige. Samaris depois da lesão poderá ser importante e Florentino está de Erasmus no AS Monaco. O espaço para Chiquinho será reduzido e, como tal, a saída em definitivo talvez houvesse sido a melhor solução, ainda que a maquia envolvida fosse, invariavelmente, pobre.
Apesar do pouco espaço, o médio português terá algumas oportunidades e até poderá revelar-se importante, muito graças à sua camaleónica polivalência (apesar de JJ já ter assumido que o utilizará como “segundo volante”).
Ainda assim, Francisco Machado poderia ter dado um rumo diferente à carreira já neste último mercado, uma vez que neste SL Benfica de Jesus ela pode estagnar, não sendo de todo positivo para um jovem português de muito talento.
3. FerroTodibo, Otamendi, Vertonghen e até mesmo Jardel são concorrência difícil de ultrapassar para o jovem central português. Como tal, teria sido prudente emprestar Francisco Ferreira a uma equipa na qual pudesse ser regularmente titular e na qual tivesse um papel que lhe permitisse aprimorar os seus pontos fortes (nomeadamente, as saídas em construção) e desenvolver os seus pontos fracos, como a velocidade, o controlo da profundidade, a agressividade e o jogo aéreo.
Ficando no plantel, poderá sempre aprender com os centrais experientes da equipa e com o próprio treinador; no entanto, ficará privado do melhor treino possível: o jogo. Teria sido melhor, talvez, emprestá-lo a uma das equipas que, consta, tentaram o seu empréstimo.
Getafe CF ou Granada CF (que vai jogar Liga Europa e que conta com dois portugueses na defensiva – o guarda-redes Rui Silva e o central Domingos Duarte) teriam sido ótimas escolhas.
4. Jardel O central de 34 anos vai acabar a época com 35 e sem contrato com o SL Benfica. Isto é, se acabar a época. Especula-se que o defesa que chegou à Luz na temporada 2010/11 pode pôr cobro à carreira já em janeiro.
Caso o faça e assumindo que a sua ausência (cada vez menos notada, notória e notável) será suprida com antecipação, a sua permanência no plantel pode compreender-se, sobretudo pela sua condição de capitão.
Contudo, caso a carreira de Jardel prossiga, revela-se uma má jogada a sua não saída neste último mercado. A sua transferência nunca consagraria um avultado valor aos cofres da Luz, mas o clube pouparia o valor do seu salário e abriria espaço para a chegada de um outro central ou para uma maior afirmação de Ferro.
Tal não sucedeu e as águias têm agora no plantel uma figura que, ainda que tendo peso no balneário, já não é capaz de contínua e sustentadamente dar o seu contributo desportivo à equipa e ainda pesa na folha salarial do clube.
5. Facundo Ferreyra O avançado argentino de 29 anos ainda pode abandonar o clube da Luz e rumar a mercados secundários do panorama mundial do futebol. No entanto, de momento ainda se mantém a ligação entre o SL Benfica e o ex- FK Shakhtar.
Uma ligação bastante cara para os encarnados, que despendem quatro milhões por temporada para cobrir as premissas do contrato de um jogador que nunca chegou a contar para Lage e que não deverá contar para Jorge Jesus, contrato esse que só expira em junho de 2022.
O treinador das águias vai, corre a notícia, avaliar o argentino, que, ainda assim, deverá ser relegado para a equipa B, caso não abandone o clube entretanto. Numa altura em que Waldschmidt, Seferovic e Darwin se encontram ao serviço das suas seleções, Ferreyra pode ser avaliado nos treinos da equipa principal. Se não o for, estará mesmo de saída sem que JJ sequer se dê ao trabalho de o conhecer."

Fever Pitch - João & Patrick... França!

Fever Pitch - João & Ricardo... Escócia!

O purgatório


"Ganhar, marcar três golos, mesmo a jogar mal e com muitos erros, faz acreditar que só podemos melhorar

Fim-de-semana com futebol à distância (por WathsApp) é o purgatório. Jantava em Amesterdão enquanto recebia mensagens com as notícias do FC Porto - Marítimo no Dragão. Marítimo a ganhar, Alex Telles a falhar, arbitragem a tentar, este VAR a não variar, minutos de desconto para não terminar, foram tantas as informações que comecei a temer por substâncias psicotrópicas na minha comida. Por fim, chegou o resultado final. Confesso que o foie gras e o tártaro estavam excelentes, nada a dizer do Syrah sugerido pelo chefe. Assim estava perfeito.
Só percebi o alcance estratégico com o fecho do mercado. Afinal Alex Telles veste de vermelho e Nanú é do FC Porto. Com medo de não perceber, até fui confirmar a tabela classificativa.
Contra o Farense, o Benfica fez  a pior exibição da era Jesus. Mesmo para quem viu o jogo em diferido e a saber o resultado, esta exibição não deixa saudades. Foi um suplício (a não repetir) receber as informações ao minuto dos amigos, sem ver o jogo em directo. Por essa razão, este é o mais importante resultado da era Jesus. Ganhar, marcar três golos, mesmo a jogar mal e com muitos erros, faz acreditar que só podemos melhorar. Não deixa de ser agradável discutir as nossas insuficiências exibicionais (e há várias) em primeiro lugar, só com vitórias. O Farense mostrou qualidade na Luz, mas houve muitos menos Benfica daquilo que os adeptos esperam e que Jorge Jesus irá trazer para concretizar a ambição do 38. Seferovic e Weigl saltaram do banco para dar importantes três pontos. Deste jogo fica o susto, a saudade da nota artística e os importantes três pontos. Odysseas esteve muito bem, num jogo que esperamos atípico.
Gostei de ver Jorge Jesus a mexer (três substituições) no minuto seguinte a sofrer o golo. Não tenho saudades de substituições com o minuto marcado, a entrada programada ou o jogo lido do banco independentemente do que está a acontecer. Não estávamos a ganhar, nem a jogar bem (lentos, previsíveis e com muitos passes falhados), era preciso inverter o rumo do jogo e o treinador mexeu de imediato. As sim é melhor, muito melhor.
Quinze dias de paragem do campeonato para todos os gostos: sarar contusões, contar tostões, dar explicações, convencer contratações, mas felizmente não alterar classificações. Quinze dias para preparar a deslocação ao Estádio dos Arcos onde só o melhor Benfica conseguirá vencer.
Fechou um mercado onde o Benfica vendeu muito melhor, comprou melhor e saiu na liderança da classificação rumo aos objectivos. O resto é semântica para encher chouriços e alimentar as almas poluídas do anti-Benfica em programas televisivos que têm de tudo menos jornalismo."

Sílvio Cervan, in A Bola

Passo importante de afirmação


"Luca Waldschmidt marcou, anteontem, pela primeira vez ao serviço da selecção principal da Alemanha, naquele que foi o quarto jogo dele pela Mannschaft. Uma estreia com um sabor um pouco amargo, porque mais uma vez, a Alemanha não conseguiu segurar uma vantagem até ao apito final, desta vez no particular com a Turquia (3-3), em Colónia.
Aquele remate aos 81 minutos, mesmo assim, foi mais um passo importante na carreira de um jogador que há dois meses abandonou o seu país para vestir a camisola do Benfica.
Um passo importante para a sua afirmação numa selecção que, depois do desaire no Mundial-2018, terá a obrigação de fazer mais e melhor durante o campeonato europeu no próximo verão. Para evitar um novo desastre, o seleccionador Joachim Low precisará de novas soluções, e Waldschmidt pode ser uma delas.
Mas um passo importante também para o seu papel no Benfica. Desde que se mudou para Lisboa em Agosto, as coisas correram bastante bem para o avançado alemão. Até agora, esteve sempre no onze incial das águias nos jogos da Liga NOS. Logo no primeiro encontrou bisou em Famalicão, e foi uma peça fundamental n equipa de Jorge Jesus. O facto, de agora ter marcado também com o camisola do seu país, só pode beneficiar a autoconfiança de Waldschmidt, bem como o seu estatuto dentro do clube.
Até ao regresso dos campeonatos nacionais, a selecção alemã terá que disputar mais dois compromissos, neste sábado na Ucrânia, e na próxima terça-feira com a Suíça. Depois da sua boa exibição contra a Turquia é bastante provável que Waldschmidt possa estar de novo em campo."

Markus Horn, in A Bola

Versatilidade de Luca


"O avançado do Benfica que Jorge Jesus começou por testar como Avançado Direito, e que tem encontrado mais recentemente um espaço nas costas do mais adiantado Darwin foi uma das figuras em destaque na recepção da Alemanha à Turquia.

A imagem não está errada. Waldschmidt foi o homem mais adiantado da seleção alemã e rubricou uma exibição de grande nível demonstrando quer nos constantes movimentos de ruptura que lhe permitiram receber a bola vezes sem fim nas costas da linha defensiva adversária, quer na ligação que estabeleceu com os colegas quando recebeu bola no pé que a sua versatilidade é imensa e poderá ser uma opção até para a posição de Darwin em caso de ausência do uruguaio.
Um golo, participação em outros dois (um viria a ser invalidado) e em inúmeros lances de perigo, num jogo que provou como se pode tornar na grande figura da Liga em Portugal."

Bem-vindo, Otamendi


"Optimista, me confesso, nunca hei-de entender plenamente o benfiquismo autofágico. A mentalização, dos pessimistas militantes, para lidarem com uma eventual decepção no futuro é compreensível; já a irritante predisposição para, confirmadas as propaladas desgraças, logo se recolherem louros por uma suposta capacidade premonitória (evocada só quando se acerta), nem por isso.
Não está em causa o arrebatado amor pelo clube, a dedicação ou o enorme desejo do sucesso e conquistas, pelo que estranho ainda mais, por tão recorrente, que estes benfiquistas em tudo vejam defeitos e que quase nada os satisfaça. Chamam-lhe exigência, mas é outra coisa qualquer. Algumas das reacções à estreia de Otamendi são exemplificativas do que estou a tentar explicar.
Saiu Rúben Dias, entrou Otamendi. Por conseguinte, Rúben Dias foi imediatamente elevado ao estatuto de Humberto Coelho, enquanto a Otamendi já só deveria restar Chipre ou a Arábia Saudita.
A exibição categórica de Otamendi, na primeira parte ante o Farense, no seu primeiro jogo da época passados escassos dias da chegada a Portugal, motivou, diria à falta de melhor expressão, uma decepção feliz nesse tipo de benfiquistas. Otamendi mostrou todos os seus excelentes atributos, e eles, desconfiadamente, pensaram 'talvez sirva'. Com o desacerto na segunda parte ressurgiu a má vontade e o lamento 'Com o Rúben isto não teria acontecido'. Não interessa que Rúben Dias, não obstante o seu enorme valor como futebolista, tenha sido o protagonista de diversos lances infelizes (de resto, como qualquer outro defesa-central). OU que tenha sido mais que evidente a falta sobre Otamendi no segundo golo do Farense. Só a 'exigência', como a apelidam."

João Tomaz, in O Benfica

Respeito, por favor


"Com tantas equipas em representação do Sport Lisboa e Benfica, em homens e mulheres e nos mais variados escalões, fica difícil acompanhar a actualidade desportiva do clube. Mas eu tento. Seja através da BTV, do jornal, do site ou das redes sociais, procuro estar a par de todas as competições e notícias relacionadas com cada secção. As entradas e as saídas, os desempenhos, os resultados, tento tudo para não ir perdendo pitada do que se passa em termos competitivos. E acredito que muitos benfiquistas também o façam.
Nas épocas mais recentes, com a aposta e o crescimento do desporto feminino no Glorioso, há ainda mais motivos de interesse para apoiar as nossas atletas, mas, infelizmente, é com estupefação que vejo o comportamento de alguns adeptos nas redes sociais do nosso clube e das nossas modalidades. Gente que, provavelmente, nunca mexeu uma palha para apoiar as nossas meninas e senhoras fica à espera de um resultado maus ou uma exibição menos conseguida para criticar abertamente quem veste a nossa camisola. No passado fim de semana, mais alguns exemplos desse comportamento inadmissível. Uma derrota caseira no basquetebol (em jornada dupla que tinha começado com uma brilhante vitória fora de casa) logo serviu atacar as novas contratações e a equipa técnica. No futebol, depois de mais uma vitória por goleada, lá chegaram comentários a apontar o dedo a golos falhados. No voleibol, a mesma coisa: o Sport Lisboa e Benfica foi jogador fora contra mais uma equipa do FCP feita à pressão sobre o trabalho já realizado por outra estrutura. Ganhámos por 3 sets a 2, e o que tive oportunidade de ler? Podíamos ter vencido por 3-0, quase que escapava a vitória e coisas do género.
Brincamos, ou quê? É preciso não ter noção do que é o desporto, é preciso não ter cultura desportiva para brincar desta forma com o trabalho realizado todos os dias pelas centenas de atletas e técnicos que muito me orgulham de representar o Benfica. De repente, todos se tornam peritos em contratações, em tácticas e em planos de treinos. Já não chegava a cegueira no futebol, agora estende-se às modalidades. É isto apoiar o clube e quem veste o manto sagrado? Estou desejoso de que os pavilhões voltem a receber adeptos para ver estas vozes 'entendidas' nas bancadas a abanar os cachecóis. Sim, sou um sonhador."

Ricardo Santos, in O Benfica

Ainda tens muito a aprender, Otamendi


"Terceira jornada, Benfica isolado. Apesar de parecer tarefa simples, esta é apenas a sexta vez nas últimas 30 temporadas em que o Benfica consegue arrancar o campeonato com três triunfos. Depois de duas boas exibições, a terceira ronda trouxe mais suor do que o esperado no duelo com o Farense. Já desmarquei um eletrocardiograma que tinha agendado para Novembro, porque, depois de o meu miocárdio ter ultrapassado aquele 1-2 anulado aos algarvios sem consequências, percebi que qualquer outro teste ao coração se torna desnecessário.
Gostei da estreia do Otamendi, apesar de considerar que o argentino precisa de um tempo de adaptação para atingir o melhor nível. Tem de se habituar a jogar ao lado do Vertonghen e do Ferro, conhecer melhor o Jardel e o Todibo e perceber que a avaliação de uma jogada com uma camisola do Benfica não é exactamente a mesmo coisa que a avaliação de uma jogada com uma camisola do FCP. Eu bem vi aquele ar surpreendido do Otamendi quando percebeu que, depois de cometer falta dentro da área, a falta iria mesmo ser assinalada. Agora tudo faz mais sentido, não é, Nicolás?
O defesa vai ter de perceber algumas diferenças. Ao Marega, por exemplo, basta-lhe pontapear um adversário que tenha acabado de fazer um desarme limpo para que o árbitro e o VAR assinalem um penálti em seu favor. É um alerta para o ex-jogador do Man. City registar no bloco de notas. Nos jogos com o FCP, o Otamendi não só vai ter de tentar recuperar a bola legalmente como ainda terá de se esquivar aos golpes do Marega para evitar que seja marcada uma grande penalidade. É um jogador com uma vasta experiência, mas ainda tem muito a aprender."

Pedro Soares, in O Benfica

A verdade


"À medida que se vai desenrolando o julgamento do hacker Rui Pinto, e ouvimos os vários depoimentos, vamos também entendendo o modus vivendi da personagem e aquilo que está verdadeiramente em causa. Nada que surpreenda quem, desde cedo, percebeu tratar-se de um criminoso à escala internacional, envolvido até ao pescoço num conjunto de fraudes vitimando as mais diversas pessoas e entidades públicas e privadas, buscando o proveito próprio. Para aqueles que embarcaram na fantasiosa tese do denunciante romântico, movido pelos mais puros propósitos de justiça, apenas vai restando o descrédito.
Está por apurar muita coisa. Desde logo, os contornos relativos ao roubo e à publicação dos e-mails do Benfica. Designadamente como, porquê e a que preço chegaram os mesmos ao Porto Canal. Talvez ainda haja revelações inesperadas. Ou nem tanto. É preciso dizer que o ciber-crime é um cancro do nosso tempo. E neste século XXI, ninguém está a salvo - basta ter uma conta bancária.
Trata-se de um tipo de crime porventura mais perigoso do que a própria corrupção, pois pode afectar directamente o cidadão anónimo de variadas formas. Há que combatê-lo sem ilusões e com firmeza.
Sobra uma outra questão, que se prende com a comunicação social, as duas fontes e as suas metodologias. Houve quem garantisse audiências - e consequentemente dinheiro - com a publicação de correspondência roubada, ocultando a identidade do pirata, e estabelecendo com ele uma espécie de parceira. E não só a Der Spiegel. Será isto que queremos dos media? Vale tudo para olhar pelo buraco das fechaduras? E quando chega à nossa parte?"

Luís Fialho, in O Benfica

Obrigado, Rúben!


"Era inevitável. Rúben Dias partiu e nós ficámos todos a torcer para que vingue no Manchester City e, sobretudo, que regresse um dia para terminar a sua carreira no Sport Lisboa e Benfica. Por muito que nos custe, esta é a dura realidade. Manda a verdade dizer que a SAD tudo fez para aguentar o valoroso defesa-central, mas foi impossível resistir à proposta do poderoso clube inglês. O ordenado que Rúben Dias vai auferir em Manchester https://www.slbenfica.pt/pt-pt/agora/news-benfica/2020/10/09 existente os é totalmente incomportável para o SL Benfica e vem confirmar o fosso existente nos clubes desses dois campeonatos. Rúben Dias merece tudo, pois foi sempre um profissional exemplar a um verdadeiro símbolo da excelência da nossa academia. Jogador à Benfica, Rúben Dias quis sair e ambicionava jogar na liga mais rica e competitiva do mundo. A SAD do Benfica foi rápida a encontrar uma solução A contratação de Nicolás Otamendi enquadra-se na política de aposta na construção de uma equipa com dimensão europeia. Otamendi é internacional argentino, titular de uma das seleções mais prestigiadas do mundo, onde já actuou por 70 vezes. Proveniente da liga inglesa, onde realizou 210 jogos, nas últimas cinco épocas, a serviço do bicampeão Manchester City, ajudando a conquistar nove títulos, Otamendi estreou-se frente ao Farense e confesso que gostei da sua exibição. Admito o penálti que cometeu, mas o lance que deu origem ao segundo golo do Farense é, claraente, precedido de uma falta atacante que só um VAR incompetente não conseuguiu ver. Apreciei a sua firmeza no passe, a sua colocação em campo e, sobretudo, a sua experiência. Otamendi e o jovem francês Todibo são duas opções muito válidas para atacarmos com ambição as provas internas e a Liga Europa."

Pedro Guerra, in O Benfica

Diversidade é riqueza


"Não há como ignorar este problema que desafia, no seio das sociedades humanas progressistas e democráticas, os valores fundamentais em que se fundam. A cor e a diferença cultural são dois poderosos identificadores colectivos e funcionam em todas as sociedades como elementos potenciais de tensão que ganham dimensão ao sabor da história, sobretudo em períodos mais críticos, levando as maiorias a relegar as minorias para as margens da sociedade e a perpetuar injustiças com base em generalizações de atitudes de indivíduos e/ou grupos a bases sociais mais alargados que com eles partilham o sítio onde vivem, a pobreza onde vivem ou simplesmente a cor da pele, a origem ou até aos mesmos handicaps.
Já em sentido inverso não funciona o mesmo mecanismo de generalização, em ondas de choque, antes sucedendo exactamente o inverso, ou seja, uma amortização dos impactos positivos de feitos ou conquistas que assim ficam contidas numa espécie de condição de excelência de individuo ou partilhados em generalizações mais vastas, essas sem quaisquer conotações de base étnica ou racial. É isto que vemos ocorrer tantas vezes no mundo do desporto, em que a história nos mostra o sucesso, a superação e a excelência saindo dos locais e condições sociais e étnicas mais improváveis. Estanho fenómeno este que nos deve levar a todos a reflectir, quando na glória e no sucesso os nossos melhores não têm cor nem raça, pois o seu sucesso, sendo de nós todos porque nos representam, deveria sempre ser também uma forma de ajudar a sociedade no seu todo e muito particularmente as maiorias e os mais fortes e aprenderem a valorizar a diferença e a descobrir que a diversidade não é uma fraqueza, mas um enorme património das nações que o saibam aproveitar."

Jorge Miranda, in O Benfica

Apetecível


"1. Aí estão, daqui a três semanas apenas, as mais relevantes eleições de uma entidade portuguesa não estatal, mas totalmente transversal a todas as geografias e estratos da população nacional. As eleições gerais no Benfica, com a participação directa dos Benfiquistas maiores de idade e com capacidade eleitoral estatutariamente definida, como sempre, voltarão a constituir, no final deste mês, a mais concorrida manifestação da Democracia não parlamentar da sociedade portuguesa.
2. Mesmo nos períodos mais difíceis da vida colectiva dos portugueses, esse exercício da liberdade de voto para mandatos de um, dois, três e quatro anos sempre revestiu periodicamente aqui, no nosso Benfica, um singular exemplo de civismo, irrepetível no contexto sociopolítico da comunidade em geral, que se consolidaria desde o fim da Monarquia, durante a I República, nos tempos dilacerados pelas duas Grandes Guerras, ou no arriscado período da 'guerra fria', enquanto, a sério, os portugueses só votavam livremente, sempre, só e quando havia eleições no Glorioso...
3. Eleições directas e únicas, na dimensão crescentemente participativa; únicas, pela intensidade, com que eram preparadas e cumpridas por nós e observadas pelos outros; únicas, pela força popular que delas dimanava, no gradual desenvolvimento da fantástica ideia-forte do Grande Benfica Campeão. Mas, sobretudo cobiçadas e invejadas por todos os restantes democratas de outras cores, dada a impossível réplica com que, tão descaradamente, os homens (e as mulheres!) Benfiquistas sempre acorriam a votos, afirmando perante a sociedade civil um Benfica assim, cada vez mais forte e cada vez mais único...
4. Depois de Abril, foi o que se viu. Todos os outros alegaram ser também clubes 'do povo'. Os dois concorrentes mais notórios, então, distinguiram-se dos restantes pelas sucessivas barrelas de 'revisões' e aldrabices com que passaram a ensaboar as suas próprias histórias - algumas vividas com pides e parafascistas de pistola à cinta para intimidar árbitros, ou com 'quinhentinhos' e 'fruta para dormir' à mão de semear, para os comprar. O lá de cima, sem vergonha pela memória de quem lhe dera mesmo a (triste) vida, até, em trancafiar a própria data da sua 'fundação' empreendeu...
5. Mas a tudo isso o Benfica foi, no seu caminho, sempre dizendo nada. Sempre mais e mais unido. Sempre mais forte e poderoso. E sempre cumprindo a polissémica consigna distinta que, talvez ainda antes do início do ano de 1904, o (futuro) presidente Félix Bermudes proporia aos seus companheiros Fundadores para consagrar E Pluribus Unum - ou seja, um que, entre todos os restantes, se tornasse verdadeiramente único pelo poder da união de tantos.
6. Em cada tempo pré-eleitoral no Benfica, torna-se prudente reavivarmos a parábola. E desta vez, ainda mais. Que eu tenha lembrança ou registo, a manterem-se no pleito eleitoral de 30 de Outubro todas as (cinco, pela primeira vez!) pré-Candidaturas que se perfilam, prefiro pensar que seja porque o Benfica é Grande e que jamais nos faltarão, entre nós (e não nos bueiros da torpe comunicação da TV generalistas...), as genuínas soluções para o eterno prolongamento de um presente Glorioso.
7. É, que, no profundo respeito pelo verdadeiro Benfiquismo de quem venha por bem, também não deixarei de sinalizar que, mais do que sedutor, o Benfica está hoje verdadeiramente apetecível. Como nunca."

José Nuno Martins, in O Benfica