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terça-feira, 4 de julho de 2023

O grito de Marcolino


"Em 1907, perante uma crise ameaçadora, Marcolino Bragança personificou a resiliência de um Clube que quase desapareceu

Em Dezembro de 1906, o calendário do Sport Lisboa tinha jogos em todos os domingos. Nesse mês, o jovem estudante Marcolino Bragança, de 16 anos, alinhava pela equipa da 2.ª categoria, equipa que trouxe para o Clube o seu primeiro troféu coletivo, num torneio de futebol organizado pelo CIF, em 21 de Abril de 1907. È provável que tenha feito a sua estreia na 1.ª categoria em 17 de Março de 1907, frente ao Carcavellos Club, substituindo António do Couto, que estava lesionado.
O que destacou Marcolino Bragança na história do Clube decorreu no final dessa época. O Sport Lisboa, clube afirmando na vida desportiva de Lisboa, encontrava-se sem campo nem condições que ajudassem a manter os jogadores. Nestas circunstâncias, oito dos melhores jogadores saíram para o Sporting.
A isto juntava-se ainda o tempo de 'defeso', que decorria de representação de alguns futebolistas noutras modalidades, como o remo ou o ciclismo, mais activas nos meses de verão. Nesse verão de 1907, a inatividade do Sport Lisboa começou a dar sinais de que o fim estava próximo.
Coube a Marcolino Bragança a ideia de se resolver a questão: elevar os jogadores da 2.ª para a 1.ª categoria, naquele que ficou conhecido como o 'grito de Marcolino', que fez soar o 'alarme para se prosseguir sem desânimo'.
Muito embora esta solução fosse reconhecida como um modo de o jogador atingir as suas próprias aspirações, não deixou de ser entendida como uma via válida e um verdadeiro ato de amor clubístico, pelo que foi aplaudida e obteve o consenso de todos. Quanto a Marcolino Bragança, segundo Cosme Damião, 'perdeu o ano, no liceu. Mas ganhámos todos, com a continuação do Clube'.
Ao papel primacial de Marcolino, o Clube ficou ainda a dever aos papéis ativos de Cosme Damião, orientador do Clube, e de Félix Bermudes, que facilitou o financiamento com vista à sua sobrevivência.
Marcolino Bragança alinhou ainda por alguns jogos em Janeiro de 1908, surgindo ainda associado aquando da junção que originou o Sport Lisboa e Benfica. Pouco depois, em data incerta, saiu de Portugal e rumou para São Tomé e Principe, mudando-se, mais tarde, para Angola. Até à sua morte, aos 81 anos, manteve o espírito benfiquista, sonhando com a equipa de futebol que acompanhava sempre que esta ia a Angola.
Conheça outros pioneiros do Benfica na área 23 - Inesquecíveis, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

Estupefacção só para incautos

"Que o futebol português é pródigo em fenómenos do Entroncamento, localidade que nunca sequer teve um clube ao mais alto nível, já todos o sabemos. Ainda assim não deixa de ser extraordinária a sua inesgotável capacidade para nos surpreender.
Um exercício que deveria ser relativamente pacífico – a escolha do melhor jogador de um campeonato – que, feitas e refeitas as análises, se cingiria à opção entre dois ou três dos futebolistas que mais se distinguiram ao longo da temporada, é transformado, pelo absurdo do escolhido, em mais um episódio que contribui para a ideia de que um interesse particular se sobrepõe à integridade das decisões.
Interesse esse que, neste caso, parece óbvio: a valorização do passe de um jogador, sem dúvida muito bom, apesar do feitio, das atitudes e do comportamento, ao serviço de um clube tido como necessitado de realizar vendas rápidas para cumprir o fairplay financeiro da UEFA.
Não há, obviamente, qualquer elemento que comprove esta teoria, mas as suspeitas são legítimas. Repare-se: eleger quem mais se distinguiu na Liga pode obedecer a vários critérios, tais como golos, assistências, peso no desempenho (de acordo ou acima das expectativas) da equipa que representa, qualidade exibicional, regularidade, etc. E, para esbater o efeito temporal, uma vez que as memórias mais recentes prevalecem, há a possibilidade de recurso aos prémios mensais para se constatar quais foram os jogadores premiados durante a época.
Tanto para analisar, nada que valide a escolha. Otávio não se distinguiu em qualquer dos itens estatísticos apresentados no site da Liga à excepção das assistências, no qual integra o grupo dos terceiros (fez 7 assistências e apontou 5 golos). E, para cúmulo dos cúmulos, o cuspidor não ganhou qualquer prémio de jogador do mês ao longo da época. Pior: nem sequer foi um dos três mais votados em cada prémio mensal.
Expectável seria que Otávio nem sequer fosse considerado para o 11 do ano. Não foi um dos três mais votados em cada mês, não marcou muitos golos, houve quem fizesse mais assistências e fez parte de uma equipa cujas exibições não agradaram a quem quer que fosse, nem sequer ao mais empedernido dos adeptos do seu clube. E não se sagrou campeão.
Lunática distinção, para ser simpático. E, por isso, até porque é improvável que todos tenham enlouquecido de repente, não há como, mesmo sabendo do teor conspirativo desta convicção, não acreditar que o lobby esteve em alta por estes dias.
Agradeço, no entanto, que este tenha sido o resultado. É sempre bom que nos recordem, de vez em quando, quão movediças são as areias em que nos movimentamos."

João Tomaz, in O Benfica

Queremos mais!


"Em masculinos e femininos, no futebol, futsal, hóquei, basquetebol, voleibol e andebol, o SL Benfica arrasou. É o mínimo que se pode dizer. São 27 troféus em 44 possíveis, uma época para recordar e que poderia ter sido ainda mais proveitosa, se a lógica tivesse imperado. Só que, como sempre acontece no desporto, não se compete sozinho, e, vistas bem as coisas, as 27 conquistas são ainda mais impressionantes.
Dissecando os números, chegamos a uma conclusão. Nas poucas modalidades em que não chegaram ao título nacional, as equipas do Glorioso foram finalistas no futsal masculino e no basquetebol feminino, acabando em 3.º no andebol deles e em 6.º no voleibol delas. Poderia ter sido melhor? Claro que sim, mas dominar desta forma no escalão sénior nas mais mediáticas modalidades de pavilhão, além da dobradinha (homens e mulheres) no futebol, não é mesmo para todos. Veja-se os troféus dos principais rivais: juntos, conseguem pouco menos de metade (13) do alcançado pelo SL Benfica.
Isto não é um acaso. Não é sorte. E muito menos proteção das arbitragens, como gente mal resolvida com a vida andou a papaguear. Isto só se consegue com trabalho, talento, profissionalismo, apoio diretivo, parceiros, patrocinadores e uma massa adepta que, cada vez mais, sabe da importância de estádios e pavilhões cheios - onde quer que seja - para empurrar as equipas do Glorioso para as vitórias.
Claro que todos gostaríamos de olhar para a tabela das conquistas e só ver o nome missão quase impossível. Há tanto em jogo e em cima da mesa, que resta continuar o excelente trabalho e estar a postos para a próxima temporada. É quase impossível ganhar tudo, mas concentrarmo-nos nesse 'quase', nesse desafio à estatística. Porque no Benfica não há impossíveis. Nunca houve, nem haverá."

Ricardo Santos, in O Benfica

Prémios do ano: vencedores incontestáveis


"Não percebo o drama: como poderia o António Silva ganhar o prémio de jovem jogador da Liga se o rapaz tem corpo para se bater de frente com um homem de barba rija? Que raio interessam os 19 anos no CC? O António não recebeu esta distinção porque há critérios para cumprir. Como é do conhecimento geral, se um jogador tem mais de 1,85m, já levantou o dedo em riste a algum consagrado defesa italiano de 35 anos e campeão europeu em título, e ainda por cima já publicou fotos no Instagram a erguer a taça de campeão nacional, já não pode ser classificado como jovem. Sou mais jovem eu, que estou prestes a fazer 29 e nem coragem tenho para enfrentar a minha namorada de 27, que não tem qualquer palmares europeu e nem sequer interescolas.
Quanto à eleição do jogador do ano, fiquei sossegado por se ter evitado uma decisão polémica. Quem merecia ganhar? O João Mário médio com participação em mais de 25 golos e um dos cérebros do campeão? O Grimaldo, lateral com funções de número 10 e um dos criativos cruciais do campeão? O Aursnes, atleta todo-o-terreno e um dos motores do campeão? O Gonçalo Ramos, jovem avançado com frieza notável em frente à baliza e principal goleador do campeão? O Rafa, avançado supersónico e uma das armas centrais do campeão? O Neres, extremo de talento puro e desbloqueador de várias vitórias do campeão? O Otamendi, líder de balneário e da defesa menos batida da Liga? - exatamente, a do campeão.
Eu também não me conseguiria decidir. 'Para não haver cá discussões, o mais sensato é dar o prémio de jogador do ano a alguém inesperado. Mas quem? Sei lá, escolham aí um que não tenha estado nomeado uma única vez para jogador do mês, e assim ninguém se chateia'."

Pedro Soares, in O Benfica

Títulos à Benfica


"Concluída a temporada desportiva, o balanço das modalidades benfiquistas é amplamente positivo. Centrando-nos nas cinco principais modalidades de pavilhão, entre sector masculino e feminino, dos dez títulos em disputa, o Benfica conquistou seis, o FC Porto, dois, e o Sporting, um (o GDESSA ganhou no básquete feminino), Somando futebol, vencemos oito em doze! Se nos cingirmos a masculinos, temos quatro para o Benfica e um para cada um dos rivais históricos. Haveria ainda que acrescentar o título do pólo aquático feminino, entre outros em desportos de menor visibilidade.
Devo dizer que, futebol à parte, vibrei particularmente com as vitórias no hóquei em patins e no basquetebol masculinos. Não por terem sido conseguidos no Pavilhão João Rocha, mas por serem aqueles onde o favoritismo se encontrava porventura mais repartido. Se na generalidade dos triunfos do sector feminino, e - pode dizer-se - também no vólei masculino, o Benfica era à partida o grande favorito, no básquete e no hóquei tínhamos pela frente os dois grandes rivais, ambos muito bem apetrechados, e ambos com ambições de vencer. Nos play-offs foi extremamente importante contar com o factor casa, conquistado nas respectivas fases regulares, e através do qual os benfiquistas puderam tornar-se protagonista - enchendo o pavilhão de mística e carregando as nossas equipas ao colo nos momentos decisivos.
O voleibol fora o primeiro a dar o mote, obtendo a segunda dobradinha consecutiva.
Falhou o futsal, que perdeu duas partidas em prolongamento, mas, que, ainda assim, com Taça de Portugal e Taça da Liga, sai da temporada com motivos de esperança no futuro imediato. Do andebol, direi que, depois da épica conquista europeia da temporada anterior, esperava um pouco mais. Ficámo-nos pela Supertaça, mas já se anunciaram mudanças."

Luís Fialho, in O Benfica

Núm3r0s d4 S3m4n4


"1
Uma conquista internacional em 2022/23: Taça Intercontinental sub20 de futebol;

6
Na votação de treinadores e capitães de equipa promovida pela Liga, são 6 os benfiquistas na equipa do ano: o treinador Roger Schmidt e 5 jogadores (António Silva, Otamendi, Grimaldo, João Mário e Gonçalo Ramos);

20
No escalão sénior, em 2022/23/ o Benfica foi campeão nacional em 20 modalidades (estando por disputar o Campeonato Nacional de pista ao ar livre de atletismo). Masculinos: aquatlo; basquetebol; corta-mato curto; corta-mato longo; eSports; futebol; hóquei em patins; natação; voleibol. Femininos: andebol; eSports; futebol; futsal; ginástica (mini-trampolim e duplo mini-trampolim); hóquei em patins; judo; luta; polo aquático; triatlo;

59%
O Benfica ganhou mais de metade de todas as competições nacionais nas 6 modalidades mais mediáticas, o futebol e as de pavilhão (27 em 46 – não incluindo a Taça Federação de voleibol no feminino, em que não participam os 4 primeiros classificados do campeonato);

61%
Das 46 competições de futebol e modalidades de pavilhão, o Benfica disputou 44, vencendo 27, o que dá um rácio de triunfos de 61%. Na vertente masculina, participou em 21 de 22, com 10 conquistas; na feminina, disputou 23 de 24, ganhando 17;

75%
No futebol e modalidades de pavilhão, o Benfica ganhou 8 campeonatos em 12 possíveis. Não só é o único clube a competir em todos como é, de longe, o que mais ganha. 75%, três quartos, é obra!

100%
O pleno de conquistas foi conseguido por duas equipas do Benfica, ambas femininas, a de futsal e a de hóquei em patins.

102
Golos marcados por Cloe Lacasse, em 131 jogos, nas 4 temporadas no Benfica. Uma grande futebolista que já deixa saudades!"

João Tomaz, in O Benfica

Editorial


"1. Na capa do jornal O Benfica destacamos a excelência da época que agora terminou: 8 em 12!
Oito títulos de campeão em 12 possíveis. Oito vezes campeão em 12 modalidades. O dobro dos títulos de campeão alcançados em conjunto pelos rivais. Feminino e masculino, nas 5 modalidades de pavilhão mais futebol, o Sport Lisboa e Benfica materializou em títulos de campeão aquilo que é a sua génese e o seu ADN: a maior potência desportiva nacional.
Numa análise mais fina e pormenorizada, desenvolvida nas páginas interiores, olhamos para outros rácios que confirmam a notável época do Clube: 27 títulos em 44 competições disputadas, envolvendo Taças e Supertaças. Uma taxa de conquistas de 61% do total. Seis em cada 10 troféus disputados, estão no Museu Cosme Damião. E queremos fazer melhor em 2023/24.

2. Cloé Lacasse despediu-se do Benfica com grandeza e gratidão. Na Zona Mística fica uma notável entrevista de quem parte para outras paragens em busca de um desafio maior depois de tudo ter conquistado pelo Benfica no panorama nacional. Estamos honrados por cá e ter tido e tristes por vê-la partir. Pagamos o preço de sermos dos poucos clubes a investir no futebol feminino e ainda não termos um campeonato capaz de reter os melhores talentos. Por muito que outros queiram reclamar louros alheios, é o Benfica que mais tem puxado pela competição e feito do futebol feminino uma competição cada vez mais mediática. Boa sorte, Cloé. Estaremos sempre juntos.

3. É com orgulho que publicamos no jornal O Benfica o balanço de época feito pela mão da figura máxima dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica: o presidente da Mesa da Assembleia Geral, Fernando Seara. Entre muitas frases com sentido e propriedade destaco uma: ao longo desta época, quem ama o futebol, amou o Benfica. Que venha a próxima!"

Pedro Pinto, in O Benfica

Visão: Parreira, Q & A !!!

RND - Carrega #16

Tiago Gouveia


Não é uma contratação, é somente uma renovação de um jogador que na última esteve emprestado, mas na minha opinião a renovação, até 2028, do contrato do Gouveia, é uma boa decisão...

O Tiago fez uma boa época no Estoril, principalmente a 1.ª volta, sendo completamente justo o seu regresso!
E será seguramente um 'regresso' e não um novo empréstimo...

Com o Di Maria e o Neres, pode parecer que não temos espaços para mais Extremos, mas o Neres provou o ano passado ser susceptível a lesões e recuperações longas e o Di Maria, na última época, também foi vitima de alguns problemas físicos, sendo assim se somarmos o João Mário e o Aursnes, temos 5 jogadores para 3 posições, havendo lugar para mais um...!!! E esse deverá ser o Gouveia; pessoalmente, o Schjelderyup deveria ser opção para empréstimo... pois o jovem norueguês, precisa de jogar com regularidade...

Remar para as vitórias


"1. Sucesso sobre a água
Oito campeões nacionais em Montemor-o-Velho! Uma grande jornada para os nossos canoístas no Campeonato Nacional de regatas em linha.

2. Um amor sem fronteiras
Conheça a camisola alternativa para 2023/24.

3. 2022/23 repleta de títulos e troféus
Estes títulos individuais na canoagem surgem no seguimento de uma temporada notável para o Sport Lisboa e Benfica, caracterizada por retumbante sucesso.

4. Plantel reforçado
Foram anunciados mais três reforços para a nossa equipa feminina de futebol.

5. 41.ª Gimnáguia
550 ginastas do Benfica abrilhantaram a 41.ª edição do Gimnáguia, um sucesso a todos os níveis.

6. Troca de cintos e de entrega de diplomas
Um dia muito especial para os nossos judocas!

7. Casas do Benfica de parabéns
Ao longo de junho, foram 14 as Casas do Benfica a celebrar o seu aniversário.

8. De visita ao Estádio da Luz
Simão Sabrosa foi o anfitrião da seleção nacional de futebol de rua. Veja a reportagem da BTV."

Perspicazes!!!

Mata-Mata #8 - O último da Temporada Piloto...

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

8 Campeões !!!


Decorreu no último fim-de-semana o Campeonato Nacional de Velocidade de Canoagem, na pista de Montemor-o-Velho.

Em 6 Finais, temos 8 Benfiquistas Campeões Nacionais!!!
K1 1000, Fernando Pimenta
K1 500, João Ribeiro
K1 200, Messias Baptista
K2 500, João Ribeiro, Messias Baptista
K4 500, Fernando Pimenta, João Ribeiro, Messias Baptista, Pedro Casinha
K1 500, Teresa Portela

Além destes Ouros, destaque para o jovem João Duarte, que venceu nos sub-23 no K1 1000...

PS: Parabéns para o Rodrigo Marques, para a vitória no Campeonato Nacional de FIFA23, na versão 1x1.
O Benfica já tinha vencido na versão 3x3 em masculinos e femininos!

Um problema das arábias


"Não me convence este súbito ímpeto saudita na atração de estrelas do futebol para o campeonato do seu país. Tendo, talvez preconceituosamente, a achar que se tratará de um brinquedo novo ou de uma ostentação ocasional de riqueza e poder. Reconheço, no entanto, que a incógnita existe.
Será, como acredito, um epifenómeno, ou estaremos, pelo contrário, a assistir à edificação de uma liga que se poderá constituir como uma séria ameaça ao modelo vigente, cujo poder financeiro é centralizado na UEFA e, cada vez mais, na Premier League?
As movimentações são, contudo, suficientes para levar o presidente da UEFA a reagir, desvalorizando o projeto saudita e comparando-o com o exemplo da China, há uns anos, hoje quase sem expressão.
Porém, as declarações de Ceferin foram infelizes. Se o dinheiro jorra do chão e parece inesgotável, não há megalomanias, mas ousadias. E muito menos há estratégias que não possam ser corrigidas.
Hostilizar a aposta saudita pode ser contraproducente. É quase como o muito infantil e absurdamente eficaz "não és homem, não és nada" dirigido a alguém que se predispõe a investir (antes de verificadas as habituais derrapagens) 500 biliões de dólares na organização de uns Jogos Olímpicos de Inverno.
Além disso, pode ser um tiro ao lado atribuir a motivação saudita à evolução do seu futebol - podem simplesmente querer, para pavonear-se, uma liga com os melhores jogadores. E menos avisado me parece assumir que os futebolistas privilegiarão sempre os aspetos desportivos em detrimento dos financeiros. Como se o eufemismo mais comum no futebol não fosse aquele do "projeto muito interessante" usado por jogadores para justificarem uma transferência que envolve um aumento brutal do salário.
Termino com uma ideia ainda no ar: Quando os clubes se virem forçados a criar uma Superliga Europeia (com ou sem UEFA), qual a probabilidade de grande parte do investimento ser saudita? E uma convicção: a verdadeira ameaça ao status quo reside nos Estados Unidos (numa próxima crónica)."