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quinta-feira, 21 de julho de 2022
Encurtamentos à frente dos centrais – Uma condição para pressionar alto
"Uma das intenções que parecem claras no Benfica de Roger Schmidt é a de pressionar bem alto a saída de bola do adversário, numa dinâmica de zona pressionante muito agressiva em bloco muito alto. Os adversários que optarem pela saída curta podem sentir o desconforto normal face a este padrão de pressão mas outros com qualidade superior podem eventualmente bater esse primeiro momento e conseguir ligar mais à frente com os elementos posicionados atrás da segunda linha de pressão (médios) iniciando a fase de criação. Para impedir então que a equipa se parta (avançados e médios, primeira e segunda linha de pressão, muito alta e a linha defensiva a ficar – limitada pelo fora de jogo do meio-campo – aclarando o espaço entre linha média e linha defensiva) é necessário que os elementos da linha defensiva, em particular os centrais, sintam o conforto em realizar encurtamentos verticais à frente da linha para impedir adversários de receber e enquadrar contra a última linha nesse espaço.
No vídeo (...) fica um exemplo claro em que vemos, alternadamente, Morato e depois Otamendi a realizarem esse encurtamento. Uma opção lógica mas que carece obviamente dos seus riscos já que é um conceito defensivo que foge um pouco ao conceito mais clássico e conservador das linhas em marcação mais zonal, mais cautelosas sobre deixarem elementos sair da linha para este tipo de movimentos (há sempre o risco de uma bola entrar nas costas do defesa que sai a encurtar, com movimentos de rotura concertados por forma a atrair os centrais para fora da linha e explorar esses mesmos espaços – fundamental a dinâmica das coberturas para vigiar esses movimentos.)."
5 momentos mais marcantes na nova Catedral
"O Estádio da Luz está neste momento a ser remodelado, tal como o presidente Rui Costa tinha prometido na campanha eleitoral.
Em outubro do ano passado, mês em que a nova Catedral atingiu a maioridade, o presidente do SL Benfica confessou que queria renová-la, de modo a que os adeptos encarnados se sentissem melhor naquela que consideram ser a sua “casa”.
“Quero mudar os ecrãs, iluminação e cadeiras. Tenho respeito por quem nos ofereceu este estádio e é mais emblemático por dentro do que por fora. Queria colocar este estádio tão imponente por fora como é por dentro.
Este estádio já tem perto de 20 anos e são precisas alterações naturais. Vamos encontrar um meio para alcançar esse objetivo”. Foram estas as promessas de Rui Costa e a verdade é que algumas delas já são bem visíveis. Já foram mudadas algumas cadeiras e o desenho presente na bancada da BTV deu origem ao aparecimento do de uma águia.
Com estas mudanças chegou a altura de recordar alguns dos melhores momentos vividos no novo “Inferno da Luz”, ainda que seja difícil escolher apenas alguns.
1. Inauguração do Estádio da Luz
Haverá momento mais marcante do que o da própria inauguração do estádio? A 25 de outubro de 2003 a Catedral abria as portas para receber o primeiro de muitos espetáculos lá presenciados.
A cerimónia começou à tarde e prolongou-se até à noite, onde se assistiu a um espetáculo de luz, som e cor, que não ficou apenas pelo estádio, mas que se espalhou pelos céus da capital.
Estavam presentes 65 400 benfiquistas nas bancadas. Houve emoção, cânticos, risos e tudo a que aquele momento tinha direito.
Facto curioso: enquanto decorria o espetáculo pirotécnico no céu, no relvado acendiam-se 1,000,160 luzes que diziam respeito ao número de minutos que a Catedral demorou a ser construída. Seguiu-se o jogo frente ao Nacional de Montevideu, onde as águias venceram por 2-1, com dois golos de Nuno Gomes.
2. SL Benfica 10 x 0 CD Nacional
A mítica e célebre goleada vivida no Estádio da Luz. Foram 10 golos e houve golos para todos os gostos. Um autêntico massacre vivido dentro das quatro linhas, com um futebol de fazer inveja aos grandes colossos. Era 10 de fevereiro de 2019, quando os benfiquistas se dirigiram à Luz para assistir a mais um jogo.
A questão é que esses adeptos não esperavam assistir a um “bailinho da Madeira”, liderado por Grimaldo, Seferovic, João Félix, Pizzi, Ferro, Rúben Dias, Jonas e Rafa. Quase que foi um golo por cada jogador das águias. Recordar este jogo leva-me sempre a pensar “como é que se festejam tantos golos?”.
3. Homenagem a Eusébio
Se falamos de Miklós Fehér também temos de falar daquela que foi a maior lenda do SL Benfica, Eusébio da Silva Ferreira.
Faleceu a cinco de janeiro de 2014 e tal como tinha desejado, deu uma última volta ao “seu estádio”, ao som do hino do clube do seu coração, entoado pelos adeptos presentes. Se quem viu na televisão se arrepiou, quem viveu aquele momento no estádio arrepiou-se muito mais.
Dias depois, chegava o clássico frente ao FC Porto. Os jogadores jogaram com o nome de Eusébio nas costas e, mais uma vez, entraram em campo com garra, querer e ambição. Rodrigo e Garay marcaram os golos da partida que homenageou o Pantera Negra.
É caso para dizer que se antes o FC Porto não resistia a Eusébio, contra 11 Eusébios muito menos.
4. Homenagem a Miklós Fehér
Nem só de momentos felizes se vive. Neste caso, o momento não era sinónimo de felicidade, bem pelo contrário, mas para mim tem de estar presente neste top, enquanto um dos momentos mais marcantes vividos na Catedral.
A 25 de janeiro de 2004, o avançado húngaro das águias perdeu a vida em campo, deixando um clima de enorme dor e tristeza presente em todos os adeptos do SL Benfica e do próprio futebol nacional.
A três de fevereiro Miklós teve a devida homenagem no Estádio da Luz. As três equipas, SL Benfica, Académica de Coimbra e até mesmo a de arbitragem, entraram em campo com uma camisola branca com o número 29, utilizado pelo húngaro até ao dia da sua partida, e uma fotografia de Fehér na frente.
Cumprido o minuto de silêncio, com cartolinas pretas presentes nas bancadas, os jogadores das águias continuaram com o nome do jogador nas camisolas, e quando o primeiro golo surgiu uniram-se para o dedicarem a Miklós. O ambiente vivido no estádio foi digno de arrepios.
5. SL Benfica 3 x 1 FC Porto
O jogo pode muito bem resumir-se através de um nome: André Gomes. Nas meias-finais da Taça de Portugal 2013/14, os encarnados recebiam o eterno rival, FC Porto, em casa, dando início à partida já em desvantagem.
Os dragões tinham vencido na primeira mão por 1-0, com um golo de Jackson Martínez. No entanto, a 16 de abril de 2014, o SL Benfica até começou por vencer o jogo, com um golo de Salvio aos 17 minutos; aos 52 Varela empatou a partida e aos 59 minutos Enzo Pérez colocou a eliminatória empatada.
Faltavam 10 minutos para terminar o tempo regulamentar, quando o menino nascido em Vila Nova de Gaia, André Gomes decidiu impor a supremacia encarnada aos 80 minutos de jogo, levando as águias até à final.
E que bela maneira de selar uma partida. É caso para dizer “que golaço”. André Gomes dominou a bola com o peito, picou-a por cima do adversário e rematou para o fundo das redes de Fabiano, levando os adeptos à loucura. Viu-se um SL Benfica sem medo e com uma garra digna dos grandes clubes europeus."
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