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quinta-feira, 21 de julho de 2022

Encurtamentos à frente dos centrais – Uma condição para pressionar alto


"Uma das intenções que parecem claras no Benfica de Roger Schmidt é a de pressionar bem alto a saída de bola do adversário, numa dinâmica de zona pressionante muito agressiva em bloco muito alto. Os adversários que optarem pela saída curta podem sentir o desconforto normal face a este padrão de pressão mas outros com qualidade superior podem eventualmente bater esse primeiro momento e conseguir ligar mais à frente com os elementos posicionados atrás da segunda linha de pressão (médios) iniciando a fase de criação. Para impedir então que a equipa se parta (avançados e médios, primeira e segunda linha de pressão, muito alta e a linha defensiva a ficar – limitada pelo fora de jogo do meio-campo – aclarando o espaço entre linha média e linha defensiva) é necessário que os elementos da linha defensiva, em particular os centrais, sintam o conforto em realizar encurtamentos verticais à frente da linha para impedir adversários de receber e enquadrar contra a última linha nesse espaço.
No vídeo (...) fica um exemplo claro em que vemos, alternadamente, Morato e depois Otamendi a realizarem esse encurtamento. Uma opção lógica mas que carece obviamente dos seus riscos já que é um conceito defensivo que foge um pouco ao conceito mais clássico e conservador das linhas em marcação mais zonal, mais cautelosas sobre deixarem elementos sair da linha para este tipo de movimentos (há sempre o risco de uma bola entrar nas costas do defesa que sai a encurtar, com movimentos de rotura concertados por forma a atrair os centrais para fora da linha e explorar esses mesmos espaços – fundamental a dinâmica das coberturas para vigiar esses movimentos.)."

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