Últimas indefectivações

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Roubo...

Oliveirense 2 - 1 Benfica B


Derrota, com penalty ao minuto 91 (inexistente)... Bem-vindos à II Liga!!!
Sim, eu sei que só estamos na 1.ª jornada, e que isto é a equipa B, mas depois de ver as imagens do lance que deu o penalty, só posso chegar à conclusão que não houve incompetência, foi mesmo um acto premeditado, pois ninguém é assim tão incompetente...!!!

Além do resultado, nota para os 6 ausentes por lesão: Matheus Leal, Jorginho, Félix, Thabo Cele, Zé Gomes e o Guga!

Nova época, novo jogo

"Celebrar emotivamente um golo batoteiro ou moderadamente um golo limpo?

A época oficial arrancou em força no fim de semana. Como sempre acontece nesta altura, a curiosidade dos adeptos é enorme: todos querem saber se os reforços têm ou não talento, se as equipas estão ou não preparadas e se os adversários são ou não mais fortes. Mas este ano há um factor adicional que tem suscitado a atenção de todos: a introdução das imagens no apoio à decisão.
Nas partidas a que assistimos - Aveiro e Vila das Aves - as coisas correram conforme as previsões: intervenções raras (apenas uma nos dois jogos) e que não alteraram a escolha inicial do árbitro. O único momento de consulta (demorou cerca de um minuto), ocorreu num lance em Aveiro, em que o braço esquerdo de Salvio - colocado no interior da sua área - tocou na bola. O Artur entendeu ser uma acção lsegal mas por ser uma situação prevista no protocolo (de penálti/ não penálti) o Jorge Sousa decidiu, bem, confirmar a legalidade da jogada. E confirmou. Ou melhor, entendeu não haver motivos para a alterar. Porquê? Porque o princípio subjacente à alteração de uma decisão é que ela esteja totalmente errada. É que ela seja tão errada que nenhuma pessoa razoável, a ver as imagens, possa ter dúvidas sobre essa falha. Por isso, em todos os casos em que não exista essa certeza, valerá sempre a primeira decisão.
Quer isto dizer que, caso o Artur tivesse entendido que o lance em questão devia ter sido penalizado com penálti, o VA não devia, na mesma, contrariar essa indicação. Porque o lance é subjectivo e permite outras interpretações. Porque não há equívoco taxativo. Porque podem existir outras leituras. E aí vale sempre o que pensa o homem do apito. Para esta discussão, é irrelevante se uns entendem que é penálti ou se outros acham que não. Relevante é o facto da opinião não ser unânime. Este princípio aplica-se igualmente às outras situações do protocolo (golos, vermelhos directos e troca de identidade disciplinar): também aí, sempre que o erro não seja evidente nem grosseiro, a primeira decisão deve prevalecer.
Se tivermos agora em conta todos os outros lances (não previstos para intervenção), a situação ainda é mais realista. O VA não os pode rever, mesmo que esteja seguro que houve erro do colega. Imaginemos, por exemplo: pontapés de canto mal assinalados, lançamentos laterais mal executados, pontapés livre por marcar ou mal avaliados, amarelos por exibir ou segundos amarelos mal mostrados. Em qualquer um destes casos (e há outros), não há nada a fazer. Não importa se essas falhas sejam óbvias ou se resultam em golo. Agora imaginem a frustração que um videoárbitro não sentirá ao ver o colega a cometer um erro grave e não poder ajudá-lo?
Vai acontecer. E quando acontecer, pensem que a culpa não é de quem está atrás dos écrans. É, quando muito, do rigor inicial do protocolo. O International Board quis arrancar com este projecto com todo o cuidado. Por isso, numa fase inicial, escolheu filtrar ao máximo a videointervenção.
Na verdade, há a perfeita noção de que muitos dos erros continuarão, mas preferem focar naqueles em que podem ser mais eficazes, com a menor intervenção possível. E o certo é que golos obtido em claro fora de jogo ou após faltas evidentes sobre os defensores, as agressões e actos de violência nas costas do árbitro, os penálties claríssimos por assinalar ou os jogadores expulsos por engano dificilmente voltarão a acontecer. E pelo menos nesses o erro diminuirá drasticamente. A grande pergunta que todos devem agora fazer é: preferimos celebrar emotivamente um golo batoteiro ou comemorar moderadamente um golo limpo?
(...)"

Duarte Gomes, in A Bola

Neymar, o negócio e o futebol

"Alguém se pergunta como seria a vida de um povo deprimido se não existisse um entretenimento tão poderoso como este?

Gosto de futebol. Do futebol jogado dentro das quatro linhas. Como adepto gosto do espectáculo (e, claro, de ver o meu clube ganhar); como cidadão, indigna-me a rede de interesses que circulam em torno do futebol e o excessivo poder económico que alcançou a nível mundial; e como sociólogo procuro analisar e compreender um fenómeno de massas tão complexo e cujo poder simbólico e identitário não encontra rival nas sociedades modernas.
Os meandros do futebol constituem um labirinto de interesses infinito, e salta à vista de todos a quantidade de gente que beneficia com o negócio. Os agentes, as marcas patrocinadoras, os dirigentes dos clubes, o comércio de franchising, os jornais, rádios e televisões, os Estados e as economias locais e nacionais onde ocorrem os grandes eventos (e onde estão sediados os clubes de maior prestígio), etc., etc. É, sem dúvida, um fenómeno social complexo, que assenta em factores psicológicos e socioculturais (além dos económicos), e é por isso que desperta tantas paixões, mesmo entre muitos daqueles que têm plena noção dos seus efeitos mais perniciosos na sociedade. Sendo o futebol, na actualidade, não só um desporto mas uma indústria global, é inevitável o seu impacto socioeconómico. A ligação do “mercado futebol”, quer a oligopólios, marcas e grupos empresariais, quer aos próprios Estados que o usam estrategicamente, é reveladora da sua força simbólica e poder financeiro.
A transferência de Neymar do Barcelona para o Paris Saint-Germain (PSG) e os valores escandalosos da operação (222 milhões de euros), que ocupou as prime-news das televisões e jornais do mundo inteiro, dizem bem da importância económica — e política — do futebol. No caso, um pequeno Estado — o Qatar — está no centro da jogada. Antigo protectorado do Reino Unido, independente desde 1971, esta pequena monarquia do Golfo Pérsico soube usar a riqueza petrolífera e de gás natural para se modernizar (é minúsculo em população mas riquíssimo economicamente). Acolheu a rede Al Jazira e ultimamente suscitou a hostilidade dos seus vizinhos, nomeadamente a Arábia Saudita e o Bahrein, que o acusam de apoio ao terrorismo, além de partilhar uma visão do mundo árabe contrária à dos sauditas e seus aliados. Daí resultou o actual embargo destes à exportação de produtos alimentares (de que depende completamente; veja-se peça do Público de 04/08/2017, “A culpa é do Rei Salman”). Tais tensões projectam-se agora no campo dos patrocinadores das grandes equipas europeias, um domínio hoje disputado pelo Qatar e os Emiratos Árabes Unidos.
Além de outras ameaças, como a tentativa de proibição da cadeia de televisão Al Jazira, o Governo da Arábia Saudita terá até recomendado aos seus cidadãos que não usassem camisolas do Barcelona, que até à época passada ostentavam a sigla da Qatar Airlines, seu patrocinador. Ora, se nos lembrarmos que o Qatar será sede do Mundial de futebol de 2022 e, por outro lado, que o presidente do PSG é o catari Nasser Ghanim Al-Khelaifi (muito próximo do Emir do Qatar, Tamim Al Thani), ex-presidente de uma cadeia televisiva com o exclusivo dos grandes jogos (beIN), e que a Autoridade de Investimento do Qatar (QIA) é a dona do PSG (um fundo soberano, que pertence ao governo do Qatar), fica claro que a promiscuidade entre os negócios do futebol assume neste caso um estatuto de política de Estado.
De um lado, há o interesse em usar o nome de um dos mais famosos jogadores do mundo para promover a jogada de charme que será, a nível internacional e do ponto de vista do país, o Mundial do Qatar (sobretudo se correr bem) e, por outro lado, temos um Presidente francês recém-eleito (ainda mais jovem que o presidente do PSG), desejoso de afirmar o seu estilo moderno e desempoeirado, mas sobretudo a confirmar a sua conhecida intimidade com o mundo financeiro. E aí, é claro que o sistema fiscal francês agradece os impostos aplicados aos milhões dos salários e transferências de jogadores de futebol em que Neymar é apenas o exemplo.
Uma curiosidade, que já não espanta ninguém hoje em dia, é a história daquele caso denunciado há tempos, e objecto de piadas na Internet, em que o salário pago pelo PSG a um jovem recém-licenciado era de menos de metade do salário mínimo francês, enquanto Ibrahimovic recebia 2,6 milhões por mês (suscitando a ira de grupos de activistas). Imagina-se que a política do clube — tal como a dos outros, incluindo os portugueses — não terá mudado em matéria de injustiças salariais com a chegada de um ídolo ainda mais caro do que o sueco.
O assunto marcou os últimos dias, com tentativas de travagem (falhadas) pelo meio: enquanto em Barcelona se queimavam camisolas, Neymar chegou triunfal a Paris, com adeptos multiculturais à beira da loucura e, como não podia deixar de ser, foi logo saudado pelo Presidente Emmanuel Macron. Abrem-se assim “novos horizontes” para o PSG e para todas as partes envolvidas no negócio. Sem dúvida que, do ponto de vista do cidadão comum, o brilho do “vil metal” parece dar ainda mais brilho ao futebol que, reconheça-se, tem uma “magia” própria. E não só dentro das quatro linhas. Mesmo os que criticam e denunciam a exorbitância dos valores em causa, no fundo, deixam-se guiar por esse fascínio gerado pela grandeza dos que triunfaram e atingiram o topo.
Estamos todos enleados nas mesmas engrenagens socioculturais. O valor agregado que faz aumentar exponencialmente os lucros das sociedades gestoras de fundos, os salários de presidentes e empresários de jogadores, os montantes das transferências e os ordenados pornográficos dos grandes ídolos não vem unicamente da especulação financeira e da corrupção. Emana da sociedade de consumo em que vivemos. E, portanto, dos nossos hábitos. Ou seja, eles são ídolos não apenas devido à capacidade técnica, aos golos e à intensidade e beleza das jogadas, mas porque há milhões de aficionados que pagam bilhetes, quotizações, compram jornais desportivos, assinam canais de TV, etc., que alimentam o mercado e a máquina mediática promotora da idolatria.
No final de uma semana de trabalho, assistir a um jogo decisivo é um lenitivo insubstituível. Uma “alienação consciente” e libertadora. Todos os centros urbanos do mundo estão povoados de bares e ecrãs plasma, por isso mesmo. Os portugueses adoram futebol e vibram intensamente com os grandes jogos — embora, devido ao excesso de clubismo, percam mais tempo em discussões inúteis do que a apreciar o jogo, ao contrário, por exemplo, da Inglaterra, país berço do futebol. Nada justifica (a não ser o mercado das audiências) as horas infinitas semanais dedicadas a “discutir” futebol nos principais canais televisivos em Portugal.
Mas, mesmo admitindo que, por absurdo, um dia a exaustão propagandística atingisse o seu ápice, alguém acredita que seria possível uma “greve geral” ao futebol? E alguém se pergunta como seria a vida de um povo deprimido se não existisse um entretenimento tão poderoso como este? Quanto vale o “orgasmo colectivo” do golo decisivo do nosso clube de coração? Em que outras actividades existem tantos profissionais de origem popular que atingiram o topo? Haverá uma actividade mais democrática (ou meritocrática) do que o futebol? Algum português poderia ficar indiferente à gloriosa vitória da nossa selecção no Euro 2016?
O valor simbólico, afectivo, identitário das grandes finais é incomensurável. E isso também se faz, e muito, com as estrelas mais cintilantes. Ronaldo pode exceder-se e ficar encandeado com o seu próprio brilhantismo (ao comparar-se a uma luz brilhante que atrai os insectos). Mas a verdadeira luz que constrói a idolatria funda-se, em última instância, na energia dos adeptos e consumidores de futebol. Na sociedade atomizada e de risco em que vivemos, a massificação e, sobretudo, a excitação colectiva das multidões tornaram-se a contraparte do individualismo e da solidão. O futebol é emoção e arte em movimento. Por isso produz e reproduz formas identitárias dotadas de um poder simbólico e político tão impressionante. Por isso os milhões $$$ são alimentados por milhões."

Alvorada... com Manteiga(s) !!!

Vai um rebuçado???


"O famoso 'Jogo da Fruta' foi um dos momentos mais deprimentes, mais sórdidos e mais canalhas do futebol português. Querem agora fazer de conta que nunca existiu. Que não passou de um produto de certas imaginações delirantes. Mas há coisas que não se apagam!


Durante mais de um ano investiguei todo o processo que ficou conhecido como Apito Dourado. Por mais que alguns apaniguados de espinha maleável tentem esquecer o que se passou - a maior vergonha da história do futebol em Portugal - estarei por cá a vivar memórias.
Como hoje.
Vamos a factos.
Debruçando-se sobre o que a investigação apurara em relação à alteração de resultados de jogos do FC Porto e dos seus adversários directos na luta pelo título de campeão nacional da época de 2003/04, escreve o inspector Simões, da Polícia Judiciária, no seu relatório: «Para a 'consumação' da alteração destes resultados desportivos assumiu um papel fulcral a relação entre o presidente do Futebol Clube do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, e o empresário de jogadores, António Fernando Peixoto de Araújo».
A 14/2/2004, António Araújo confessava a Luís Gonçalves (engenheiro que trabalha na SAD do FC Porto): 'Eu ajudo muito o presidente e você sabe disso!' Estas 'ajudas' ter-se-ão traduzido no facto de António Araújo ter funcionado como 'intermediário' entre o presidente do Futebol Clube do Porto e determinados árbitros, aos quais foram prometidas e oferecidas diversas contrapartidas para que fossem viciados os resultados desportivos do Porto e dos seus dois adversários mais directos, Sporting e Benfica.
Uma das 'contrapartidas' em causa terá passado por assegurar aos árbitros a prestação de serviços sexuais por prostitutas. No dia 18/2/2004, o árbitro Paulo Silva, da 2.ª categoria, comentou com outro colega ainda não identificado o facto de ter conhecimento de que António Araújo costuma patrocinar encontros de prostitutas com árbitros: «Tu, lembras-te, uma vez depois de a gente acabar... o putedo, com o Araújo , no Porto».
Entrando na pormenorização dos jogos suspeitos, podemos perceber como a Polícia Judiciária foi chegando a determinadas conclusões.
O jogo FC Porto - Nacional da Madeira, para a 10.ª jornada da I Liga, por exemplo, disputado no Estádio do Dragão no dia 31/10/2002, foi arbitrado por Paulo Pereira, da Associação de Futebol de Viana do Castelo. No dia a seguir ao jogo, o presidente do FC Porto comentou com outro funcionário do clube que o árbitro tinha sido «estúpido» na marcação de uma falta. E acrescentou: «Se quisesse tinha resolvido o jogo logo».
Conclui-se no relatório: «A palavra 'resolver' foi aqui utilizada claramente para dar a entender que o árbitro favoreceu o Porto. E do teor desta conversa pode presumir-se que o árbitro teria sido aliciado a fazê-lo».
O jogo entre o FC Porto e o Estrela da Amadora, da 19.ª jornada, disputado no Estádio do Dragão no dia 24 de Janeiro de 2004, foi dirigido por Jacinto Paixão, da Associação de Futebol de Évora. Foram seus auxiliares José Chilrito e Manuel Quadrado. Este seria um dos jogos mais mediáticos de todo o processo «Apito Dourado», o famoso «Jogo da Fruta».

Relatório da Judiciária
Vejamos o que diz o relatório da polícia Judiciária sobre ele: «No dia do jogo, às 12 horas, 58 minutos e 27 segundos, o árbitro Jacinto Paixão telefonou para o empresário de jogadores António Araújo e solicitou-lhe que o Futebol Clube do Porto lhe assegurasse para a próxima noite o serviço de várias prostitutas. Disso nos dá conta a conversa entre o suspeito António Araújo e o presidente do Futebol Clube do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa». E prossegue: «Num diálogo em que os dois intervenientes falaram quase sempre em 'código', António Araújo informou o seu 'Presidente' que alguém lhe tinha pedido 'fruta para logo à noite'. Entendendo erradamente que Araújo estaria a usar o termo 'fruta' para significar 'dinheiro', Pinto da Costa esclareceu que a dita 'fruta' já havia sido entregue: 'Já foi mandada'.
Araújo teve então que esclarecer que a 'fruta' em questão era 'para dormir', percebendo-se definitivamente qual o assunto. Araújo até especificou quem é que iria ser presenteado com a 'fruta': 'O homem que vai ter consigo de tarde, o JP'. Repare-se que as letras JP coincidem com as iniciais de Jacinto Paixão.
Usando mais uma expressão em código, Araújo reiterou o pedido feito por JP: 'Rebuçado para logo à noite'. O presidente do Futebol Clube do Porto respondeu: 'Diga que sim senhor!'
Ainda no decorrer dessa mesma conversa, os dois interlocutores abordaram outros 'pormenores' da 'fruta' para JP: a cor da pele das prostitutas e como seriam pagos os seus serviços de natureza sexual. Aliás, sobre o pagamento destes serviços, depreende-se pelo teor da conversa que Aráujo já por diversas vezes teria sido o intermediário de outros serviços sexuais pagos pelo Futebol Clube do Porto: 'Só estou a dar-lhe... a dar conhecimento ao Presidente senão isso fica... é que eu... eu... é que eu estou sempre a dispor, a dispor, também não há necessidade!', referiu António Araújo.
No final da mesma conversa, Araújo e Pinto da Costa combinaram encontrar-se pessoalmente nesse mesmo dia para falarem sobre a 'fruta' para JP.
O Porto venceu a partida por 2-0.
Durante a época 2003/2004, Jacinto Paixão arbitrou apenas este jogo do Porto. Arbitrou ainda um jogo a cada um dos adversários directos do Porto: Sporting - Beira Mar que terminou com o resultado final de 3-1 (19/10/2003); Benfica - Moreirense que terminou com o resultado final de 1-1 (29/2/2004)».
É isto que querem fazer de conta que não existiu?
É que isto que querem à força que seja um produto de imaginações delirantes?
Não contem comigo para lavar a face mais podre do futebol português."

Afonso de Melo, in O Benfica

Chapéus há muitos, mas Germano há só um!

"Um Chapéu voador e uma exibição benfiquista 'de se lhe tirar o chapéu' na Taça dos Clubes Campeões Europeus.

Em Março de 1961, o Benfica deslocou-se à Dinamarca para defrontar o Aarhus na 2.ª mão dos quartos de final da Taça dos Campeões Europeus de 1960/61. A vitória do Benfica por 3-1 na 1.ª mão da eliminatória, realizada no Estádio da Luz, permitiu a tranquilidade da equipa durante a viagem.
Chegada à Dinamarca, a equipa do Benfica foi recebida por uma ventania tal que, ao sair do avião, 'Germano viu fugir-lhe da cabeça o chapéu (bonito e de boa qualidade, diga-se de passagem) que comprara em Edimburgo e que, (...) lhe merecia uma dedicação especial'. A procura do chapéu foi uma missão que envolveu vários elementos da comitiva benfiquista, entre eles Gastão Silva e José Augusto, além do próprio Germano que, 'acabando de descer as escadas num «sprint» magnífico, (...) partiu em demanda do «fugitivo» que, tanto pela força da ventania como pela escuridão da noite, não conseguiu encontrar'. Chegado ao autocarro que transportaria a comitiva à cidade, 'Germano aparentava uma desolação enorme e trazia os cabelos (?) em desalinho e, nos olhos, algumas lágrimas bem visíveis. É evidente que tais lágrimas tinham sido provocadas pelo vento que, de tanta intensidade, até «assobiava» nas juntas das janelas e das portas do veículo, mas o que é certo é que logo alguém se lembrou de dizer que Germano chorava pela perda do chapéu'.
Este foi o momento mais caricato desta deslocação do Benfica à Dinamarca e que, de vez em quando, era lembrado por algum dos seus companheiros de equipa que lhe perguntava:
'- Olha lá, ó Germano. O teu chapéu já apareceu?'.
Não apareceu e Germano acabou por comprar outro chapéu no dia seguinte. Com ou sem chapéu, o Benfica venceu o jogo frente ao Aarhus, por 4-1, e passou à meia-final daquela que seria a primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus conquistada pelo Benfica.
Germano de Figueiredo, considerado um dos melhores defesas centrais da história do futebol português, actuou de 'águia ao peito' entre 1960/61 e 1966/67. Bicampeão europeu, conquistou também quatro Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e duas Taças de Honra. Com elevado tecnicismo e capacidade de se adaptar a qualquer lugar, foi um dos futebolistas mais em evidência do seu tempo. Saiba mais sobre este valoroso atleta na área 23 - Inesquecíveis no Museu Benfica - Cosme Damião."

Marisa Manana, in O Benfica

Ainda Luisão...

Benfiquismo (DLIV)

Pioneiros do Rugby... no Glorioso

Época... Luisão, jornada, Super... & afins

As Regras dos Jogos... Trabalhadores!

Luisão 'visto' pelo Janela!

O que se diz, pensa e realmente quer...

"O Benfica precisa de ir ao mercado, sob pena de enfrentar a época de 2017/18 com argumentos quiçá insuficientes para os objectivos que persegue.

O Benfica ganhou, com todo o mérito, a final da Supertaça. Num jogo com vários nuances, os encarnados mostraram méritos próprios e foram capazes de aproveitar as insuficiências alheias, justificando, sem sombra de pecado, mais uma conquista saborosa.
Na equipa de Rui Vitória foi possível identificar as virtudes que levaram o Benfica à situação hegemónica que vive - organização de qualidade, grande capacidade de aproveitar o contra-ataque e uma maturidade que não se compra, apenas se adquire - mas também algumas carências que importará aqui e agora, identificar.
Sejamos absolutamente claros: o Benfica de 2017/18 está mais fraco que o de 2016/17. Porque não tem nenhum lateral-direito melhor que Nélson Semedo e porque não tem nenhum defesa-central melhor que Victor Lindelof. Dito isto, com toda a crueza, a questão que se segue é óbvia: então, qual deve ser o caminho a seguir pelos encarnados para não entrarem em défice competitivo precisamente na época em que Portugal só apura o campeão, directamente, para Champions e o segundo para a terceira pré-eliminatória? Francamente, na direita, André Almeida parece dar conta do recado; o problema apenas surgirá perante alguma impossibilidade do internacional português. Já na baliza muitas dúvidas subsistem, que radicam na condição física de Júlio César e na maturidade de Bruno Varela. Um e outro, nos antípodas da carreira, possuem muitos méritos, mas será que garantem a fiabilidade imediata de que o Benfica necessita? Por prudência, os encarnados precisam de contratar um guarda-redes, sob pena de viverem em permanente sobressalto.
E ainda estão carentes de um defesa-central que se assuma com patrão do sector mais recuado. Luisão não vai para mais novo, Jardel vem de paragem prolongada e Lisandro López pode ser uma alternativa aceitável mas dificilmente será uma primeira solução...
Perante tudo isto, Rui Vitória tem sido inteligente, remetendo para o foro interno a discussão sobre a matéria. Mostra que já conhece bem Vieira, que nunca gostou de se sentir pressionado. Assim, no resguardo dos gabinetes do Seixal ou da SAD, Vieira e Vitória deverão desenhar o futuro. Porque a manta está manifestamente curta."

ÁS
Justin Gatlin
Mal-amado nos estádios desde que passou por um processo de doping, o veterano velocista norte-americano mostrou mais uma vez o que vale, ao derrotar Bolt nos 100 metros dos Mundiais de Londres. Já campeão, a vénia que fez a Usain Bolt revelou uma humildade só ao alcance dos verdadeiros grandes.

ÁS
Luisão
Embora seja sempre ingrato comparar eras diferentes (antigamente não havia Taça da Liga nem Supertaça), o número de títulos conquistados, no Benfica, por Luisão, coloca-o na história do clube da Luz. Aliás, a carreira de Luisão coincide no tempo com o consulado de Luís Filipe Vieira na presidência encarnada...

ÁS
Gelson Martins
O jogo na vila das Aves foi descafeinado e de baixa intensidade mas a vitória, justa, acabou por sorrie aos leões. Os dois golos de um Gelson Martins que soube estar no sítio certo, com o instinto certo e à hora certa, acabaram por ser o destaque dos 90 minutos. O jovem avançado do Sporting promete mesmo muito.

Artur Jorge, um grande treinador português...
«O treinador que mais me marcou foi Artur Jorge. Era um tipo às direitas, que dizia as coisas na cara. Estou-lhe reconhecido...»
Enzo Francescoli, ex-internacional Uruguaio, L'Equipe
Antes da era Mourinho, Artur Jorge assumiu-se como navio-almirante dos treinadores portugueses, deixando uma marca importante por cá (campeão nacional, campeão europeu...) e no estrangeiro. Enzo Francescoli, um dos melhores jogadores de sempre do Uruguai, com quem se cruzou no Matra Racing de Paris, elogiou-o ontem, em entrevista ao L'Equipe. Haja memória e gratidão.

Paris é cidade-luz, Neymar e Jogos-2024
Foi uma semana fantástica para os parisienses, apostados em deixar marca no desporto mundial. garantida a organização dos Jogos Olímpicos de 2014, a capital francesa colocou-se aos pés do PSG e de Neymar, the new kid in town, que promete colocar o clube no mapa dos gigantes da Europa. Dinheiro não falta...

Bolt Forever
Usain Bolt falhou o ouro nos 100 metros do adeus, nos Mundiais de Londres, mas essa circunstância figurará, quanto muito, como nota de rodapé na fabulosa história do seu longo império no mundo da velocidade pura. Acompanhar a carreira de Bolt foi um deslumbramento para quem gosta de desporto, vê-lo ao vivo, nuns Jogos Olímpicos, foi um privilégio que jamais esquecerei. Para além das marcas e das medalhas, de Usain Bolt recordarei sempre a forma como dominava as multidões, um dos raros atletas a merecer o epíteto de 'Deus dos Estádios' "

José Manuel Delgado, in A Bola