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terça-feira, 26 de março de 2024

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Kokçu e Benfica | Um arrufo ou divórcio milionário?


"Kokçu, internacional turco de 23 anos e eleito o melhor jogador da liga holandesa na temporada passada, chegou ao Benfica no último verão por uns sonantes 25 milhões de euros. Uma verba que, para a realidade portuguesa, traduz um investimento ousado e de grande compromisso para com o clube e com o futuro no mesmo.
Depois de uma época em que a camisola número 10 das águias não havia sido utilizada em honra à morte de Fernando Chalana, foi o próprio Rui Costa que concedeu a responsabilidade a Kokçu de carregar o peso da mesma camisola esta época. Face a todo o envolvimento da transferência, foram depositadas muitas esperanças no jogador e naquilo que o mesmo poderia entregar ao serviço das águias, no entanto, até esta altura da temporada, alguns rasgos de genialidade e de verdadeira qualidade não foram suficientemente consistentes para convencer a massa adepta, o treinador, a direção e o próprio jogador.
Numa época que não se transparece nem fantástica, nem horrenda, mas sim medíocre, Kokçu junta agora a todo este envolvimento desportivo à sua volta, um problema pessoal. Numa entrevista concedida pelo mesmo a um órgão de comunicação social dos Países Baixos, Kokçu revelou alguma insatisfação no Benfica e criticou alguns aspetos que o têm vindo a transtornar esta temporada, tanto a nível do que acontece dentro das quatro linhas como fora delas. Uma entrevista que apanhou de surpresa os responsáveis encarnados e que deixou o jogador fora da ficha de jogo frente ao Casa Pia pela ação que havia tomado, sem a autorização do clube.
Posto isto, há que analisar a situação em que o jogador e o clube se inserem neste momento.

A RAZÃO REPARTIDA ENTRE KOKÇU E SCHMIDT
Procurar o herói e o vilão numa história é normalmente o caminho mais recorrente para entender a mesma, no entanto, há histórias em que isso não precisa necessariamente de acontecer. Aquilo que Kokçu pensa e acaba por dizer é aquilo que já se questionou várias vezes anteriormente, e não é sem fundamento.
Desde o início da época que o jogador tem atuado num meio-campo a dois, acompanhado por João Neves, onde ambos devem exercer ações ofensivas e defensivas, visto que não está presente nenhum médio que se denomine como defensivo, à semelhança de Florentino. Kokçu é um jogador de ligação, de grande importância na criação do ataque e de situações perigosas. Em nenhum momento se caracteriza como um médio com capacidade de recuperar defensivamente, nem de apoiar a equipa nessas tarefas, as suas características não têm essa conotação. No processo de construção, o seu papel já pode recuar alguns metros, mas no que diz respeito a tudo o resto, a sua utilização naquela posição não favorece em nada as suas capacidades, nem a própria equipa, que perde um elemento importante em certos momentos.
O pensamento mais simples irá apontar para a falácia de que o dinheiro investido no jogador requer que o mesmo jogue onde for preciso, da forma que for preciso, mas a verdade é que, no momento da compra, já se conheciam as características do atleta e aquilo que o mesmo seria capaz ou não de fazer. Nem todos os jogadores têm a capacidade de se adaptar a outras funções com bastante critério, como é o caso de Aursnes. Não se pode usar o exemplo do médio norueguês para desculpar o facto de não existirem mais casos como o dele, até porque o próprio Aursnes também vai sendo prejudicado por não ser utilizado na sua posição de origem. Serve como solução e alternativa de forma constante, mas não consegue demonstrar o seu verdadeiro potencial desta forma. É apenas sacrificado jogo atrás de jogo.
Do lado oposto ao do jogador, está o treinador. Roger Schmidt utilizou esta formação tática desde que chegou ao Benfica, e, apesar de algumas tarefas e exigências dentro de campo terem mudado, a disposição dos jogadores dentro das quatro linhas é igual. É aqui que surge o erro que leva à interferência entre o treinador e todo o conjunto. Roger Schmidt tem tentado adaptar os jogadores a funções e funções a jogadores, nunca seguindo uma linha reta de pensamento e de ideias. Na temporada passada, a equipa estava moldada de forma funcional e equilibrada. Todos os elementos funcionavam de forma perfeita no terreno porque se completavam e sabiam funcionar juntos. Esta época, não se verifica o mesmo. Passa a ideia de que não existe um critério entre potencializar o modelo a ser imposto ou as características dos jogadores. O técnico alemão tenta equilibrar os dois aspetos prejudicando depois alguns elementos da equipa, sendo obviamente um deles, Kokçu.
Ainda assim, Roger Schmidt já utilizou em algumas ocasiões esta época um sistema diferente, o 4-3-3. Sistema esse que encaixa mais com as características de alguns jogadores, mas que, para o técnico alemão, não é a melhor opção. Nessas circunstâncias vimos Kokçu atuar um pouco mais adiantado no terreno, e consequentemente, ser mais influente no jogo. Mais livre, mais destemido, com mais chegada à área, com mais hipóteses de assistir os colegas. Para azar do médio, esses momentos não passaram de testes ou experiências para Roger Schmidt e a verdade é que o planeamento da equipa cabe unicamente a uma pessoa: o treinador.
Apesar disso, e com toda a insatisfação presente, o médio turco apresenta-se como o terceiro elemento com mais participações em golo de todo um plantel. Um dado que mostra, sobretudo, o potencial bruto a retirar do jogador.

O CONTEXTO DESFAVORÁVEL
Se em alturas “normais” as declarações não cairiam da melhor forma, numa altura determinante da temporada como esta, a entrevista concedida por Kokçu anula qualquer tipo de razão ou fundamento que o mesmo poderia ter. Numa primeira instância, há que olhar para a situação em que o clube figura. O Benfica encontra-se a lutar por três competições, e tem pela sua frente um calendário exigente e apertado, que requer o maior compromisso possível de toda a equipa para o alcançar dos objetivos, e nesse aspeto, Kokçu mostra algum desrespeito face à situação conjunta da equipa.
Além disso, nos últimos jogos, Florentino tinha vindo a ganhar espaço no onze titular, e, desta forma, Kokçu concede ainda mais espaço ao médio português. A ascensão de Florentino tem-se registado progressiva e Kokçu com esta ação acaba por estender ainda mais a passadeira para o protagonismo do colega.
Um facto que até pode favorecer a equipa, mas que, a nível individual, prejudica bastante o próprio jogador.
A verdadeira solução não passará certamente por uma multa ou uma suspensão, mas sim, pela compreensão que a história de Kokçu no Benfica ainda tem muito que escrever.
Dito isto, e face às posteriores declarações de justificação do jogador, espera-se um período de redenção, que, à semelhança de casos anteriores, se resolverá puramente dentro das quatro linhas."

Um silêncio audível


"O que impede o clube de avançar com a revisão dos estatutos? Fez na última semana dois anos que uma comissão de revisão estatutária foi criada

Há uns dias ouvia um amigo meu, nascido e criado em Lisboa, explicar que dá por si nervoso sempre que há muito silêncio à sua volta. Acontece-lhe geralmente quando sai da cidade e visita um local pacato com o objetivo de descansar. Acaba por repousar menos do que gostaria, talvez porque o seu cérebro já só saiba viver numa frequência sonora feita da paisagem sonora de uma cidade. Eu, que deixei de viver em Lisboa há cinco anos, tenho um pouco a sensação oposta, mas compreendo bem este meu amigo.
Este não é um problema da cidade. Sem ruído, essa mesma cidade não funcionaria. Muito silêncio pode querer dizer uma de duas coisas: a cidade parou por algum motivo quando nada o fazia esperar, ou então está a dormir. Não por acaso, esta mesma conversa deu-se a propósito do Benfica, a nossa maior paixão comum. O silêncio que lançou esta troca de ideias não era o das aldeias por comparação com as cidades, mas antes uma sensação de que tem faltado voz ao Sport Lisboa e Benfica, em particular uma voz de comando. Neste caso não é uma cidade, é mesmo um país inteiro.
Já aqui observei que o silêncio de um líder pode ser de ouro. Na altura, disse-o para reconhecer que nem todos os estilos de comunicação no futebol português têm de ser histriónicos, em particular quando tantas outras figuras ao longo das últimas décadas teimaram em fazer do ruído e da toxicidade a sua forma de estar. Mas há um ponto a partir do qual o silêncio se torna um problema. O problema de demasiado silêncio é que ele pode começar a falar por nós. O silêncio cresce e a sua inação é amplificada. Pode ser facilmente interpretada como incapacidade de escutar, ou de reagir, indiferença, isolamento, ou embaraço.
Não sou especialista em liderança, mas o contexto diz-me que o estilo algo discreto, pacificador até, que Rui Costa cultivou nestes últimos dois anos e meio, atingiu o limite daquilo que é recomendável para um presidente do Benfica, ou daquilo que é benéfico para o Benfica. Daí que este texto contenha algum ruído, na esperança de que possa ser interpretado como um contributo saudável. O silêncio atual não me parece um estilo adequado para os tempos que o Benfica vive, que não são os piores mas também podiam ser significativamente mais marcantes, a vários níveis.
Eu sou um dos otimistas que ainda confiam na capacidade deste plantel para acabar a resolver os jogos com maior ou menor dificuldade, mais à base das individualidades do que do coletivo. Mas não deixo que isso me tolde a lucidez.
Perante um treinador que parece gradualmente aproximar-se do fim de um ciclo, um treinador de ideias gastas cujas decisões não raras vezes causam perplexidade; perante rumores incessantes de que a equipa não prepara devidamente os jogos; perante um rol de situações de gestão de plantel que evidenciam dificuldade a encaixar os jogadores numa ideia, talvez porque essa ideia seja hoje bastante falível ou incompreensível; perante as lacunas gritantes em posições fundamentais para a suposta ideia que se quer colocar em prática, perante tudo isto, e mesmo sabendo que Rui Costa tem feito do final de cada mercado de transferências uma oportunidade para refletir sobre as decisões tomadas, apetece perguntar se não devíamos saber mais sobre um planeamento desportivo que pode ser lido como deficitário, sobre os reforços de janeiro que afinal parecem reforços para agosto ou setembro, ou sobre os múltiplos projetos de jogadores que, tendo chegado num qualquer mercado de transferências, teimam em não cumprir o seu potencial.
Percebo que a estratégia de comunicação desaconselhe a assunção de falhanços em março, mas parece faltar algum norte e esclarecimento a tudo isto. Compreendo o estilo, mas o silêncio não responde a todas estas dúvidas e a ideia de que a equipa vai responder dentro de campo, deixando que o trabalho fale por si, parece igualmente em risco.
Não é preciso combater o silêncio de forma ruidosa, o que aliás pode ser visto como uma manobra de diversão. Nem silêncio, nem ruído. Às vezes basta ter uma voz e incutir personalidade suficiente no pouco que se diz, garantindo que, nesse pouco, não fica tudo por dizer ou esclarecer. Falei do planeamento desportivo, mas há um rol de situações que justificam um esclarecimento adicional. Não cabe nesta página uma análise exaustiva de cada um dos temas que me apoquentam, até porque consumi parte da mesma com as angústias futebolísticas, mas aqui vão mais algumas preocupações.
Veio a público uma notícia segundo a qual o Benfica recorreu à banca para assegurar liquidez, com vista a satisfazer necessidades de tesouraria. É legítimo pensar que a situação financeira do clube deveria ser outra nesta fase. Há motivos para preocupação? Será esta aparente falta de liquidez uma antecâmara para um final de época excessivamente dependente das vendas dos maiores ativos do clube?
Aproveito o embalo e junto outra dúvida que me apoquenta. A SAD teve até há poucos meses Domingos Soares de Oliveira como seu líder executivo. Desde então, não é inteiramente claro quem desempenha a função, seja porque tal não foi comunicado da forma mais eficaz, ou porque essa figura, a existir em termos formais, não se assume como tal na comunicação externa do clube. Esta questão é ainda mais importante se lembrarmos que Domingos Soares de Oliveira liderou sucessivas emissões de obrigações, intervindo publicamente para ajudar a garantir o sucesso destas operações financeiras. Mesmo que a sua longa passagem pelo Benfica tenha merecido críticas em alguns momentos, deixa um percurso em que exerceu funções de uma forma que contrasta com o aparente vazio atual.
Antes que a página acabe, pergunto também: o que impede o clube de avançar com a revisão dos estatutos? Fez na última semana dois anos que uma comissão de revisão estatutária foi criada. O trabalho dessa comissão foi partilhado com a direção. A direção terá trabalhado nessa versão e abriu a reflexão a mais contributos de sócios, isto há quase um ano. Desde então, nada aconteceu. Fará sentido pensar que uma época desportiva pode ser prejudicada por uma revisão estatutária? Tenho dificuldades em perceber como ou porquê. E tenho dificuldade em compreender o que atrasa este processo. Seria mau que tal se devesse a alguma espécie de tacticismo. Todos teriam a ganhar com a proposta de estatutos que foi apresentada, e seria bom que o clube avançasse nessa direção.
Por último, uma notícia conhecida há poucas horas. O presidente da Liga de clubes confirmou que foi o Benfica quem optou por não pedir alterações de calendário que pudessem facilitar a jornada europeia contra o Marselha. A equipa francesa, por seu lado, assim como as restantes ainda a disputar provas europeias, vai descansar entre os dois jogos frente ao Benfica. Qual o motivo para que não se tivesse aproveitado essa oportunidade, negociando com a Liga um calendário mais favorável?
Não está tudo mal, mas não está tudo bem. E talvez já seja tempo de se abandonar um certo estilo que privilegia a ausência de respostas claras. Uma liderança, mesmo num clube como o Benfica, não se deve decidir nem afirmar exclusivamente em função do sucesso desportivo, muito menos contando exclusivamente com essa dimensão para garantir o capital necessário. Podemos fazer mais para continuar a engrandecer o Benfica. Em suma: não é o momento para deixarmos que o silêncio responda por nós."

As moscas mudam mas...


"Há quem me critique por defender o voto em papel exclusivamente para efeitos eleitorais

Brito Camacho vai-me perdoar pela apropriação da sua célebre frase para título. É que, enquanto alguns mais ingénuos pensavam que a campanha eleitoral para o FC Porto seria praticada com elevação, eis que temos desfrutado, para gáudio do público, de uma infeliz realidade que era expetável.
No mínimo, apela-se a todos os envolvidos nas eleições de abril para que não ocorram atos de violência (conforme sucedido na última reunião magna do clube) ou de dúvidas na contagem dos votos à imagem de março de 2011 no Sporting Clube de Portugal (vitória de Godinho Lopes com 36,55% acima dos 36,15% de Bruno de Carvalho) ou em outubro de 2020 no Sport Lisboa e Benfica (reeleição de Luís Filipe Vieira com 62,59% acima dos 34,71% de João Noronha Lopes).
Há quem me critique por defender o voto em papel exclusivamente para efeitos eleitorais numa era tecnológica. Mas eu não me importo de explicar a base do meu raciocínio as vezes que forem necessárias: quem confia num sistema eletrónico ou informático patrocinado e necessariamente custeado pela própria direção em funções nos clubes à altura das eleições?
Quem hoje não receia a facilidade com que se pratica o crime de burla informática e nas comunicações prevista no artigo 221.º do Código Penal com o fito de fazer perpetuar no poder quem a este tem acesso direto e tendo em conta que este mesmo crime é maioritariamente praticado por indivíduos cujo rasto é difícil, senão impossível, de identificar?
Conseguimos garantir (e qual a despesa?) o necessário acompanhamento, intervenção, análise e controlo do processo eleitoral pela única entidade capaz (Comissão Nacional de Proteção de Dados - CNPD) de proteger os direitos dos sócios (cidadãos) votantes?
Ora, com o aproximar do mês de Abril, confirmaremos se os sócios pretendem apostar na continuidade ou se querem ver alguém a meter pausa no tipo de gestão que tem vindo a ser praticado na SAD do FC Porto.
Mais do que promessas eleitorais sobre a aposta em modalidades que o clube claramente nunca teve interesse, há tópicos essenciais em cima da mesa que ditarão o sentido de voto para muitos dos eleitores. Se já se sabe que o presidente atual é um promotor de Pedro Proença, qual é a posição de Villas-Boas relativamente aos nomes apontados à Federação Portuguesa de Futebol e à Liga de Clubes?
No âmbito da centralização dos direitos televisivos, qual a posição do ex-treinador relativamente a todas as propostas apresentadas à Liga pela Quadrantis, CVC-Fortitude e BCG-Nomura?
Em concreto, entende existir conflito de interesses em relação à Quadrantis por ter à sua frente João Rafael Koehler, membro da lista de Pinto da Costa?
Defende a proposta deste fundo para injeção de 500 milhões de euros a troco de 20% da Liga Centralização num modelo de partilha de receitas para reforçar as finanças das SAD’s e investimento nas infraestruturas para atrair mais adeptos (clientes, no meu ponto de vista) aos estádios?
Não há dúvidas que Villas-Boas está preocupado com as contas, dinheiros e finanças da SAD. Mas não é tempo de dar a entender aos seus consócios, em particular em quem quer votar nele, qual a sua visão sobre o futuro prestes a chegar desta receita essencial ao grupo de empresas que pretende assumir?
Mais que o local onde deve ser construída uma futura academia, é essencial perceber se há dinheiro, quanto e até quando. Pode ser que se dê o caso de ter que apostar e canalizar no imediato verbas para efeitos desportivos para, mais tarde, investir em infraestruturas.
A UEFA paga depressa, a tempo e a horas. Melhor ainda se existir apoio político ou perdões de dívida por parte da banca. Tal foi a preocupação e carinho com que ouvi Villas-Boas falar no último mês sobre Pinto da Costa e as más companhias em torno deste que ainda considerei que o ex-treinador tivesse na manga uma estratégia quase infalível e que lhe seria extremamente útil: um processo de maior acompanhado ou de interdição para que jorge nuno seja impedido, à face da lei, de poder vir a exercer e governar os seus próprios bens e a sua pessoa.
Mas o amor que ambos nutrem pelo mesmo clube não é idêntico. Um candidato que se preze, ao considerar que o seu clube está a definhar perante uma gestão danosa ou calamitosa, age e faz de tudo."

O número de substituições por jogo


"O objetivo da crónica de hoje é (voltar a) tentar esclarecer o leitor sobre o número de substituições que podem ser realizadas durante um jogo de futebol

Ainda não parece estar muito clara para todos a questão relativa ao número de substituições que podem ser realizadas durante um jogo de futebol. Também não parece bem assimilado o número respetivo de paragens que isso pressupõe.
O objetivo da crónica de hoje é (voltar a) tentar esclarecer o caro leitor sobre esta matéria, tendo em conta as diferentes fases e nuances do jogo. Não é, de facto, um tema tão simples quanto parece. Vamos a isso então.

1. SUBSTITUIÇÕES EM JOGOS OFICIAIS
A FIFA, as confederações e as federações nacionais podem determinar qual o número de substituições a efetuar durante os seus jogos, desde que o limite máximo seja de cinco por equipa. Esta premissa vale para todas as competições principais (masculinas e femininas), bem como para partidas da Seleção A de cada país.
O que importa saber? Para efetuar as cinco alterações, cada equipa dispõe de até três paragens efetivas por jogo (ou seja, alterações efetuadas ao intervalo não contam como tal). Se no decurso da partida as duas equipas fizerem substituições em simultâneo, conta como uma interrupção para cada. Portanto, que fique claro: 5 substituições, no máximo de 3 paragens para cada.
Exemplo: Equipa A fez duas substituições ao intervalo (logo não usou nenhuma das três paragens que dispõe). Na segunda parte, pode efetuar as três alterações que sobram, em três interrupções de jogo.
Nota: se o regulamento de competição o permitir, pode ainda ser efetuada uma substituição adicional em caso de lesão grave (na cabeça). Nessa circunstância, acresce uma paragem de jogo.

2. SUBSTITUIÇÕES DURANTE O PROLONGAMENTO
Sempre que um jogo tenha que ir a prolongamento, além das substituições e paragens anteriores, as equipas dispõem de mais uma alteração e uma interrupção. Ou seja, ao todo, cada uma pode fazer 5+1 substituições em 3+1 paragens.
Convém sublinhar algo importante: caso as equipas não esgotem as alterações e/ou interrupções durante os noventa minutos de tempo regulamentar, podem acumulá-las para aquela meia hora extra.
Exemplo: Equipa B não fez nenhuma substituição durante o período normal. Pode fazer 6 em 4 paragens durante o prolongamento.
Nota final: no período que vai do final do jogo ao início do prolongamento e no seu intervalo, as substituições efetuadas não queimam paragens de jogo.

3. SUBSTITUIÇÕES EM JOGOS PARTICULARES DE CLUBES
Em todos os jogos particulares de clubes é possível utilizar um número maior de substituições, desde que as equipas cheguem a acordo prévio quanto ao limite máximo e que o árbitro seja informado antes do início da partida. Se estas premissas não se cumprirem, o máximo será de seis por equipa/jogo.

4. SUBSTITUIÇÕES EM JOGOS SELEÇÕES - A
Máximo de seis substituições por equipa/jogo.

5. SUBSTITUIÇÕES DURANTE OS PENÁLTIS PARA ACHAR VENCEDOR
O guarda-redes expulso pode ser substituído por um jogador que esteja habilitado, mas um jogador de campo que fique impossibilitado não pode ser substituído.

6. SUBSTITUIÇÕES ILIMITADAS
São prática comum em várias competições de futebol jovem e de veteranos, desde que aprovadas pela respetiva associação, federação, confederação ou FIFA. Em Portugal acontecem, por exemplo, nos escalões mais novos, como os das escolinhas de Futebol de 7."

Terceiro Anel: Diário...

1 minuto

- Minuto...

Sérgio Conceição: passo condenável


"Foi um pequeno passo do treinador do FC Porto e uma gigantesca asneira ibérica

Perderam todos. O que se passou no domingo em Espanha e foi tornado público nesta segunda-feira com o treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, o filho Moisés, e o autarca de Cartaya foi condenável por qualquer ponto de vista que se veja.
Nem tudo foi como disse o alcaide espanhol, pelo que se percebe do vídeo que foi tornado público (está aí no topo da página); mas o comportamento do treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, não foi nada correto.
Assim que deu o primeiro passo dentro do relvado na direção do árbitro, Sérgio errou. Errou porque ele serve de exemplo, ou devia servir. Em Cartaya, Conceição serviu de exemplo como adulto para os miúdos de 10 anos que ali estavam, serviu de exemplo para os outros espectadores que estavam também no estádio e serviu de exemplo como treinador profissional que é. Mas foi o exemplo errado.
Com aquele pequeno passo e um gesto que, mesmo ligeiro, não devia ter nem num jogo da equipa que treina, Sérgio Conceição legitimou que outros – espectadores, técnicos, dirigentes – façam o mesmo. Porque se o treinador do FC Porto faz, se um ex-internacional português faz, então porque não pode um indivíduo qualquer – pai, tio, primo, irmão de um miúdo - fazer?
Entrar em campo para abordar o árbitro, num jogo em que não é interveniente é e será sempre condenável e grave. Por um pai, um tio, um primo ou o irmão de alguém. Mas achamos o quê? Que os árbitros se importam mesmo com quem vence um jogo de escolinhas?
Foi um pequeno passo de Conceição e uma tremenda asneira, que acabou numa confusão ibérica e com um autarca cujas palavras também não coincidiram com os atos - o que eu vi foi o autarca a empurrar Moisés Conceição e não o contrário (o que se passou depois não sei, mas sei que o que vi no vídeo e o que vi não bate certo com o relato do edil).
Isso, porém, não deve retirar o peso daquele primeiro passo para dentro do relvado de Sérgio Conceição.
Depois, houve ainda uma normalização do comportamento. Sérgio, e o filho Moisés, não terão feito tudo aquilo que o alcaide de Cartaya os acusa, mas não vi, até agora, um reparo sobre a entrada no relvado e abordagem ao juiz do encontro e devia haver.
Pode parecer que estou a criticar em demasia um passo – ou três ou quatro, a questão aqui é entrar em campo e dirigir-se ao árbitro - mas faço-o com um objetivo claro: acabar com um problema gravíssimo que existe nas bancadas portuguesas, sobretudo em jogos de formação.
Ora pesquise aí no Google: pai agride árbitro.
Agora veja a quantidade de notícias que todos os anos surgem. Estamos a um pequeno passo da próxima. Perceberam onde quero chegar?"

No Princípio Era a Bola - As reflexões de passado, presente e futuro de Rui Vitória...

A Verdade do Tadeia #2024/146 - Que favoritos para o Europeu

Zero: Tema do Dia - Afinal, a Alemanha é outra vez candidata ao Euro?

Zero: Ataque Rápido - S04E32 - Top-10 de clubes que fazem falta à Primeira

O crescimento do futebol feminino


"E para quem acha que não existe perfume a sair daquelas bolas é olhar para cada toque de bola da Kika Nazareth ou da Jéssica Silva.

A semana passada fui ao Estádio da Luz. Isso só por si não representa novidade nenhuma uma vez que sou presença assídua nos jogos do meu clube desde há muitos anos, graças ao meu Pai que me incutiu o gosto pelo futebol ainda era eu uma criança. Habituei-me por isso desde cedo a ir ao Estádio, a vibrar com as vitórias e a sentir a amargura dos empates e das derrotas que muito me entristeciam por essa altura. Desta vez fomos ver um jogo de futebol feminino, mais propriamente um jogo dos quartos de final da UEFA Women’s Champions League que colocava frente a frente o meu Benfica, novo nestas andanças e o titulado Olympique Lyonnais, mais conhecido por Lyon, que é “só” considerada a melhor equipa de futebol feminino da Europa dos últimos anos tendo ganho 8 competições desde 2004 tendo também o recorde de 5 Champions seguidas, de 2016 a 2020.
Confesso que quando comecei a ver os primeiros jogos da equipa feminina de futebol, em 2018 achava aquilo uma verdadeira seca. As jogadoras não tinham a mesma destreza dos homens, parecia que tinham tijolos nos pés, pouca capacidade física e o jogo era desenrolado de forma lenta e previsível. Ver um jogo daqueles depois de ver um qualquer jogo de homens do terceiro escalão era como ver um jogo em câmara lenta ao melhor estilo dos antigos jogos de solteiros contra casados que ocorriam lá na terra por alturas festivas. No entanto o jogo mudou e a capacidade das nossas meninas e a adaptação a competições cada vez mais competitivas fez também subir o nível das nossas jogadoras e hoje em dia ver um jogo de futebol feminino já não é a mesma coisa dessa altura.
Acredito que dos quase 20 mil adeptos que estavam no Estádio, poucos seriam os que acreditavam num desfecho diferente de uma goleada das antigas, ainda assim, lá se deslocaram na esperança que ocorresse um milagre. E ele quase aconteceu. Numa primeira parte muito bem disputada o Benfica saiu para o intervalo a ganhar 1-0 tendo o Lyon dado a volta ao marcador já na parte final do encontro quando se notou uma diferença física e de experiência entre as jogadoras dos dois clubes. Para lá do acréscimo de qualidade que é visível a cada ano que passa é notória uma paixão pelo jogo, por parte das profissionais que já é difícil de ver nos homens. A forma como vibram, a intensidade e a dedicação e a integridade com que disputam cada lance dá gosto de ver e faz lembrar outros tempos.
Tenho orgulho nas jogadoras que honraram o símbolo durante aquele jogo e têm honrado ao longo desta época. Conseguiram a proeza de empatar com o Barcelona (sofrendo o golo do empate já nos descontos) e de chegar ao jogo contra a mais forte equipa dos últimos anos, sem medos nem temores mas com um prazer notório e uma entrega que devia ser exemplo para muitos jogadores e que quase resultou num resultado histórico. E para quem acha que não existe perfume a sair daquelas bolas é olhar para cada toque de bola da Kika Nazareth ou da Jéssica Silva. Talvez não esteja longe o sonho de ver o Benfica novamente Campeão Europeu, desta feita no feminino. Que pena o Porto não ter uma equipa também para tornar a competição interna mais competitiva. Talvez com a entrada das mulheres este desporto se torne um pouco menos bárbaro e candongueiro."

Zero: Senhoras - S04E25 - O rescaldo da roadtrip à Luz e um estonteante final de época

Jogo Pelo Jogo #33 - Vasco Palmeirim

3x4x3, excerto...

Total, excerto...

Central, excerto...

Taças...

Rassa!

Vítima do azar!


"Segundo dizem, o treinador da equipa adversária passou as eliminatórias todas a ofender a família de Sergio Conceição. Inclusive a mãe.
Para além disso, o Presidente da Câmara de Huelva é um lampião doente, conhecido por toda a gente.
O Sérgio bem tenta fugir dos problemas, mas estes teimam em persegui-lo. É uma vítima.
É um dos homens mais azarados do mundo. Uma mão cheia de presidentes, para cima de duas mãos cheias de árbitros, dezenas de treinadores adversários, Guardiolas, Artetas, Tuchels... Tudo a criar narrativas para o entalarem. Inventam coisas para o expulsar, provocam-no, ousam ganhar-lhe jogos, insultam o País e a sua família. Ele que nunca fez mal a ninguém. Ainda na semana passada ajudou uma velhinha a atravessar a rua, que nós vimos!
Nós recusamo-nos a acreditar nessa notícia também, assim como nos recusamos a acreditar que não tenha sido provocado (que é a narrativa que vai surgir daqui a umas horas depois de terem aparecido as imagens dele a cabecear um homem na bancada, qual Mário Jardel, porque já não vão poder dizer que não aconteceu nada). Isso é mas é inveja de não saberem lidar com uma pessoa honesta, frontal e genuína, é o que é! E com muita "rassa", e ADN do Puorto!
Ninguém respeita o Sérgio:
Infantis
Juvenis
Seniores
Espanhóis
Portugueses
Ingleses
Franceses
Adeptos adversários
Adeptos do próprio clube(episódio equipa B)
Treinadores
Jogadores
Médico e diretores do próprio clube
Presidentes de clubes
Presidentes da câmara
Árbitros portugueses
Árbitros estrangeiros
Elementos dos bancos adversários portugueses
Elementos dos bancos adversários
Estrangeiros

É mesmo muito azar!
Lamentável este assassinato de carácter público a um homem digno como o Sérgio!"

Caíram as subscrições de plataformas de streaming de desporto


"Há menos 60 mil residentes em Portugal a aderir a este tipo de serviços desde novembro do ano passado, um recuo para as 809 mil pessoas, o equivalente a 9% da população. Classe média e média-baixa representa mais de metade da fatia dos subscritores.

O número de portugueses que utilizam ou subscrevem plataformas de streaming de conteúdos desportivos derrapou, desde novembro do ano passado, para os 809 mil, uma diminuição de 60 mil indivíduos, revelou o estudo "B-Stream", produzido pela Marktest.
Esta é a primeira queda na adesão a estes serviços desde 2022, mostrou o relatório enviado esta segunda-feira, 25 de março, às redações. "O total de subscritores de pacotes desportivos em streaming desceu 0.7 pontos percentuais face à vaga anterior do estudo, para o patamar de 9,4% dos indivíduos", explicaram. 
A classe média e média-baixa é quem leva a maior fatia do bolo: representam 509 dos 809 mil subscritores de pacotes desportivos em streaming. Já na classe alta e média-alta, "20,9% dos portugueses com mais de 15 anos utiliza este tipo de serviços de streaming e 12.9% subscreve-os", concluiu a Marktest, acrescentando que, no total, este grupo socioeconómico equivale a 23,8%.
O estudo demonstrou ainda que 59,2% dos residentes que veem desporto nestas plataformas em "casa de familiares ou cafés" são das classes média-baixa e baixa.
Neste sentido, também o indicador "utilização" apresentou sinais de recuo: uma descida de 1.6 pontos percentuais, para os 17,5% portugueses. Ainda assim, este grupo alberga mais de 1,5 milhões de pessoas, segundo os dados recolhidos."

Eriksson não caminha sozinho


"Lembremo-nos que o futebol deve celebrar os melhores. Ainda fomos a tempo desta vez

Anfield cheio, quase 60 mil almas a cantar o célebre e sempre arrepiante You’ll Never Walk Alone e Sven-Goran Eriksson, de 76 anos, ao lado de uma criança, passado e futuro de mãos dadas e um jogo de futebol de lendas que serviu para celebrar um treinador em vida.
«Normalmente, tem de se morrer e ir ao funeral antes de as pessoas começarem a dizer o quão bom se foi. Estou feliz por me estarem a dizer isso enquanto ainda estou vivo» - as palavras de Eriksson, com cancro em fase terminal e menos de um ano de vida decretado pelos médicos, não podiam ser um maior alerta, que vai muito além do futebol. Lembremo-nos, então, de celebrar com os que mais gostamos em vida, pela vida. E, já agora, que o futebol também sirva para isso.
Quando o sueco revelou a sua doença e lhe perguntaram o que lhe faltou fazer, respondeu de imediato: treinar o Liverpool. Noto um certo encanto quando alguém que trabalhou nalguns dos melhores clubes e seleções do mundo e que venceu vários títulos, na hora de pensar o que lhe falta, tenha sido mais um adepto. Mais uma lição que Eriksson nos dá: na dúvida, ir pelo coração.
O telefone tocou pouco depois e o convite para treinar esta equipa chegou. Anfield abria as portas a Eriksson, Jurgen Klopp desfazia-se em elogios e o Liverpool esteve à altura do momento. São assim os grandes, perdão, enormes clubes. Porque a história do Liverpool não se faz só de troféus, muitos milhões por passes de jogadores e treinadores carismáticos. O Liverpool são os seus adeptos, é Anfield, é o You’ll Never Walk Alone e é Sven-Goran Eriksson a entrar em campo, um pouco debilitado mas a sorrir (e a chorar também, porque ninguém aguenta tamanha emoção).
Eriksson está doente, mas por momentos quase se confundia com a criança ao lado, cheia de sonhos e de vida pela frente. E a querer que o seu clube ganhe. Que bom foi vê-lo assim, que bom que ainda tenhamos tido tempo para o celebrar, que bom deve ser ser-se adepto do Liverpool. E que bom seria, para os benfiquistas, conseguirem fazer a devida homenagem ao ex-treinador (Rui Costa já explicou que, a conselho dos médicos, a deslocação à Luz será muito difícil de acontecer).
Guardemos, por agora, este dia 23 de março de 2004. As lendas do Liverpool venceram as do Ajax por 4-2, com uma reviravolta que seria incrível se alguém tivesse prestado atenção ao jogo. E Sven deu aquela volta final, de honra, a volta que ele merecia dar enquanto vive.
Quando Eriksson estava no relvado como um adepto e ouvia quase 60 mil pessoas a garantirem-lhe que nunca caminhará sozinho, deu-nos uma das suas últimas lições: é verdade, o amor não cura, muito menos o futebol, mas pelo menos ajuda-nos a ser mais felizes. Obrigada, Sven!

When you walk through a storm
Hold your head up high
And don't be afraid of the dark
At the end of a storm
There's a golden sky
And the sweet silver song of a lark
Walk on through the wind
Walk on through the rain
For your dreams be tossed and blown
Walk on, walk on
With hope in your heart
And you'll never walk alone
You'll never walk alone"

Insultos no campo de futebol


"Os intervenientes do jogo, em particular jogadores e treinadores, são profissionais e devem controlar-se

João Félix marcou um golo ao Atlético de Madrid, na vitória por 3-0 do Barcelona na capital espanhola e, segundo o jornal espanhol A Marca, teve um gesto insultuoso para os adeptos rivais ao tocar nos genitais. Há uns meses, Cristiano Ronaldo fez um gesto, interpretado como de cariz sexual, para os adeptos rivais. A Liga saudita castigou-o com um jogo, apesar do jogador ter negado tratar-se de um insulto. Mikel Arteta alegadamente insultou Sérgio Conceição com referências à mãe do treinador que já faleceu, num jogo da Liga dos Campeões. O Arsenal negou.
O futebol tem cada vez mais estas coisas, ou melhor, sempre teve, mas a enorme vigilância eletrónica transforma o desporto num gigantesco big brother. Um praguejar incontrolável - quem nunca? - tem consequências disciplinares sérias, mesmo que a divulgação do gesto ou palavra não tenha sido intenção do autor. Sim, a adrenalina do jogo tolda o discernimento. Sim, o futebol não é uma casa de chá. E sim, os intervenientes do jogo, em particular jogadores e treinadores, são profissionais e um exemplo para milhões de pessoas, logo devem controlar-se, festejar com os seus, respeitar os adversários.
O Direito, claro, tem solução para isto. Começa sempre por garantir a liberdade de expressão na Constituição, mas há limites a esse direito. Sendo assim como se confrontam estas normas com as disciplinares? Diz o Código Penal, art.º 181, nº 1, que «quem injuriar outra pessoa (...) ou dirigindo lhe palavras ofensivas da sua honra ou consideração é punido com pena de prisão até 3 meses (...) ou multa». Dúvidas não restam que em Portugal, nos tribunais civis, provando-se os factos, Arteta seria condenado a multa. Mas a lei desportiva é mais exigente: as normas da FIFA e da UEFA são claras e são transcritas para as normas nacionais. O Código Disciplinar da FIFA, art.º 13, nº 1, diz que todos têm de «cumprir os princípios do fair play, lealdade e integridade». O nº2, alínea a), do mesmo art.º, fala sobre «a violação das regras básicas de uma conduta decente” e na alínea b) refere-se o “insultar (...) usando gestos ofensivos, sinais ou linguagem». Assim, quem não respeita as normas já referidas é punido «pelo menos com um jogo de suspensão» - art.º 14, nº 1, a) e f). E se provocar os espectadores, e aqui entram gestos e palavras, com «(...) pelo menos dois jogos». Exagero? Concordamos todos com as regras da boa educação e do fair play, e claro, da segurança. Mas por outro, os jogadores não são máquinas e as regras nacionais e internacionais obrigam a que aceitem tudo calados – leia-se insultos, tentativas de agressão – por parte dos espetadores. É esta tensão, esta animosidade, que torna tão difíceis as decisões neste campo e dentro do campo.
Sem tensão ou insultos, esta semana o Direito ao Golo é da Seleção de Râguebi e da Seleção de Andebol. Perderam dois jogos decisivos, falharam objetivos importantes, mas mostraram qualidade, talento, entrega. Por isso, uma palavra de força. O futuro será brilhante!"

O 'day after' da janela das seleções


"Milan, que deu o primeiro passo, não parece ter 'carteira’ para ir a jogo por Gyokeres; Kokçu deve ter a situação posta, já, em pratos limpos...

A paragem para os compromissos das várias seleções não beneficiou nenhum dos concorrentes ao título da Liga portuguesa, que viram a quase totalidade das suas vedetas empenhadas em jogos disputados à sombra das bandeiras nacionais. Amanhã, Portugal joga na Eslovénia, mas a internacionalização das equipas faz com que os olhos estejam postos numa série de seleções, algumas a exigirem aos jogadores viagens transatlânticas e mudanças de fuso horário, que os treinadores deverão corrigir, em tempo útil, a pensar na próxima jornada da Liga.
Para já, foi curioso ver como Gyokeres, principal destaque da época a nível local, apesar de ainda ter feito o gosto ao pé frente a Portugal, se mostrou desenquadrado das movimentações da seleção sueca, e muito longe do rendimento revelado no Sporting, onde rapidamente absorveu as rotinas determinadas por Rúben Amorim, que maximizam o seu potencial.
E esta é uma questão muito importante, que explica porque alguns jogadores rendem mais com uns treinadores e menos com outros: tudo tem a ver como cada um lê o atleta e percebe o que ele tem de melhor para oferecer à equipa. No último sábado, a Gazzetta dello Sport fez manchete com a possibilidade de Viktor Gyokeres ingressar no Milan e falou da influência que Zlatan Ibrahimovic podia ter no processo. Francamente, atendendo à maior solidez global do Sporting, não acredito que os milanistas tenham músculo financeiro para contratar o ponta de lança sueco, o que não significa que não cheguem a Alvalade, no fim da época, propostas quiçá irrecusáveis. É o que acontece quando se acerta na mouche e se torna um projeto promissor numa obra acabada.
Já do outro lado da Segunda Circular a atenção estará virada para a forma como o Benfica irá abordar a rota de colisão em que Kokçu se colocou com o clube, ao dar uma entrevista arrasadora ao De Telegraaf. Ditará o bom senso que as partes encontrem uma solução win-win (aceite pela Direção, pelo treinador, pelo jogador e pelo balneário), mas nestas coisas, muitas vezes, os egos sobrepõem-se ao pragmatismo e saem todos a perder. Dentro de poucos dias saber-se-á com que linhas querem coser-se...

P.S. - António Pacheco, desaparecido aos 57 anos, apesar de não ter saído a bem do Benfica, teve o clube em peso no derradeiro adeus. Uma homenagem ao jogador e, sobretudo, ao homem. Descansa em paz, moço pequeno."

Quero ir a Épernay, por favor!


"Futebol-carrascão vs. futebol-champanhe; 2016 vs. 2024; Fernando Santos vs. Roberto Martínez. Até junho, desconfio...

Anda pelo ar um estranho cheiro a foguetes e pela boca da malta um estranho sabor a champanhe. Onze vitórias em onze jogos é uma sequência notável da Seleção Nacional, claro que sim. Não nos esqueçamos, porém, frente a que adversários a série foi alcançada: Suécia (24.º do ranking UEFA), Eslováquia (28.º) Bósnia (39.º), Liechtenstein (40.º), Islândia (41.º), Luxemburgo (43.º). Nada de Inglaterra (1.º) ou França (5.º), nada de República Checa (11.º) ou Áustria (13.º), nem sequer de Grécia (17.º) ou Hungria (23.º). Parece-me, pois, excessivo a borbulhagem a Moët & Chandon. Na fase final do Euro, se a cadência se mantiver frente a Turquia (9.º) e República Checa (11.º), eu próprio irei a Épernay e comprarei uma garrafita de 20 centilitros de Moët & Chandon. Até lá, desconfio.
O grupo de jogadores de Roberto Martínez é notável. Inclui o melhor guarda-redes português da atualidade e o melhor dos 15 anos anteriores: Diogo Costa e Rui Patrício. Além de José Sá e Rui Silva. Tem laterais para dar e vender: Nélson Semedo, Diogo Dalot, João Cancelo, João Mário, Ricardo Pereira, Nuno Mendes, Raphael Guerreiro, Mário Rui ou até Nuno Santos. Defesas-centrais que nunca mais acabam: Pepe, Rúben Dias, Danilo Pereira, António Silva, Gonçalo Inácio, Diogo Leite, Toti Gomes, Domingos Duarte ou Eduardo Quaresma. Médios cujo perfume ou tenacidade encantam qualquer um: Bernardo Silva, Bruno Fernandes, João Palhinha, Matheus Nunes, Rúben Neves, João Neves, Otávio, Vitinha, Pedro Gonçalves, Daniel Bragança, Renato Sanches, William Carvalho, João Moutinho ou Florentino Luís. Avançados que chegam para duas Seleções: Ronaldo, João Félix, Rafael Leão, Diogo Jota, Gonçalo Ramos, Jota Silva, Dany Mota, Francisco Trincão, Ricardo Horta, Francisco Conceição, André Silva, Bruma, Gonçalo Guedes ou até Podence. Nada menos de 50 muito bons jogadores. A tarefa do selecionador de Portugal é simples: cortar metade e levar os restantes ao Euro-2024. Dá vontade de ir já a Épernay? Dá, sim.
Fernando Santos teve quase todos estes jogadores ao seu dispor, entre 2014 e 2022, mas raramente se saboreou Moët & Chandon: verdade incontestável. As uvas eram boas, quase tão boas como as atuais, mas foram poucos os momentos em que pela boca dos portugueses se sentiu a borbulhagem de um agradável champanhe. Sentiu-se, sim, a 10 de julho de 2016, o tintinho carrascão do garrafão de cinco litros a descer-nos pela garganta. Era o tempo do pouco importa, pouco importa, se jogamos bem ou mal, queremos é levar a taça para o nosso Portugal. A Seleção Nacional trocou no último ano, entre 23 de março de 2023 e 21 de março de 2024, o futebol-carrascão de Fernando Santos pelo futebol-champanhe de Roberto Martínez. O selecionador nacional teve, para já, duas virtudes: colocou Portugal a jogar muito bem e fez com que se deixasse de ouvir a lenga-lenga do jogo degolasse, como alguns franceses se referiram, durante a fase final do Euro-2016, à Seleção Nacional. Dúvida: o champanhe chegará a junho?"

Fim de semana de conquistas


"As duas Taças de Portugal ganhas e o bom desempenho no Campeonato Nacional de fundo de canoagem são os temas em destaque nesta edição da BNews.

1. 50 anos depois
O Benfica venceu a Taça de Portugal de voleibol no feminino. Na final, bateu o PV Colégio Efanor por 3-2. A terceira vitória na prova acontece meio século depois da última, conseguida em 1974.
Rui Moreira enaltece o coletivo: "Estou muito feliz e muito orgulhoso do processo e do trabalho que desenvolvemos. Este grupo merece muito, porque passámos muitas dificuldades nesta temporada 2023/24."
Na mensagem de felicitações, o Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, releva o "enorme espírito de sacrifício e superação" do plantel no contexto de adversidade em função das várias jogadoras ausentes por lesão.

2. Terceira em quatro anos
O Benfica voltou a celebrar a conquista da Taça de Portugal de basquetebol no feminino após a vitória, por 61-42, frente ao GDESSA. É a terceira do palmarés benfiquista, todas ganhas nas últimas quatro temporadas.
Eugénio Rodrigues refere a capacidade que o grupo de trabalho demonstra em ultrapassar dificuldades: "Quero dedicar esta vitória a todos os Benfiquistas, porque tivemos momentos menos bons, mas estivemos cá e vamos continuar a estar para que os nossos adeptos se orgulhem desta equipa."
Rui Costa, na mensagem de felicitações, elogia o desempenho da equipa: "É um troféu que vai voltar merecidamente ao nosso Museu Benfica – Cosme Damião, após uma final four absolutamente notável!"

3. Campeões nacionais
Fernando Pimenta sagrou-se campeão nacional de fundo pelo 16.º ano consecutivo. Nos femininos, Teresa Portela também ganhou a prova.

4. Vitória importante
A equipa feminina de futebol do Benfica recebeu e venceu, por 4-1, o Braga, mantendo assim a vantagem pontual de cinco pontos na liderança do Campeonato Nacional quando faltam quatro jornadas.

5. Outros resultados – Equipas masculinas
No basquetebol, o Benfica ganhou na deslocação ao reduto da Ovarense (79-87). Em andebol, empate a 34 golos na visita ao Marítimo. Em voleibol, derrota, por 3-1, com o Sporting na final da Taça de Portugal. No futsal, triunfo, por 4-6, no pavilhão do Ferreira do Zêzere. Em hóquei em patins, goleada ao CH Carvalhos na Luz (13-1). E, no futebol formação, os Sub-15 receberam o Marítimo e ganharam por 4-0.

6. Outros resultados – Equipas femininas
Em andebol, triunfo caseiro ante o Madeira SAD (31-27). Em futsal, vitória, por 0-6, na visita ao Atlético. No hóquei em patins, triunfo, por 2-6, no rinque do Escola Livre.

7. Ação social
A associação "Dá-me a Tua Mão" contou com a presença de Nélson Veríssimo, Paulo Marques, Filipe Cruz e Francisco Domingues na celebração do seu aniversário.

8. Casa Benfica Alpiarça
Conheça esta embaixada do benfiquismo pela lente da BTV."

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

O Futebol é Momento - S02E33 - Atirar bolas para o pinhal

Chuveirinho #67

Falsos Lentos - S04E29 - Diogo desafia Ronaldo para jogo de Ping Pong

Tailors: Final Cut - S02E19 - José Rachão...

DAZN: Segundo Poste...

ESPN: Futebol no Mundo #323 - Brasil vence e convence na estreia de Dorival

Mourinho e o Plano


"Treinador abre as portas a Portugal

Há já muitos anos, José Mourinho revelou que tinha um Plano. Um plano de carreira que passava pelos países big-5 e a seleção nacional no final. Sempre a trabalhar, sempre a subir.
Agora, aos 61 anos, e num momento que está sem clube, depois de sair da Roma em janeiro, a porta está aberta ao Mundo e se calhar mesmo escancarada. Enquanto estava em Itália, chegou a falar-se na Arábia Saudita, mas não deu, afinal estava empenhado na Roma. No final de fevereiro, Mourinho causou furor com o ‘tour’ por vários estádios portugueses, começando simbolicamente em Setúbal, no Bonfim. Passou depois pela Luz e por Alvalade, falta o Dragão. Mas deu a entender que Portugal não era ainda uma etapa do Plano. «Gostava de ver jogos mais equilibrados. Parece-me que há ali um buraco grande que separa os de cima dos outros. Vi jogos que passado 10 minutos já se sabia quem ganhava e passado 20 minutos o jogo estava acabado. Pensava que havia uma evolução mais uniforme e uma Liga mais competitiva», disse então.
No entanto, este domingo, uma esperança para quem quer ver Mourinho em Portugal sem ser por via da Seleção Nacional. Nos próximos tempos essa está bem entregue a Roberto Martínez, a menos que na Alemanha, no Euro, todo o trabalho impecável dos últimos meses se desmorone. Mourinho disse entretanto que foi convidado depois da saída de Fernando Santos – mais uma vez estava bem na Roma - , mas também referira em 2019 que não tinha paciência para estar dois anos à espera de uma competição.
Em ambiente descontraído a chegar a Portimão para a corrida de Moto GP, Mourinho surpreendeu a abriu o Plano a Portugal. «Porquê? Nunca digas não, principalmente no futebol. A minha vida é futebol, posso treinar em qualquer lado, não tenho problemas», disse, referindo que no verão quer voltar a treinar.
Todos mudamos e o Plano parece agora mais flexível. Podemos fazer um exercício. Imaginemos que no final da época as quatro equipas de topo ficam sem treinador: o Benfica não aguenta Roger Schmidt, Sérgio Conceição não aguenta o FC Porto, o Sporting não segura Rúben Amorim – que é apontado a todos os clubes livres e não livres – e até Artur Jorge deixa o SC Braga. Ficam livres os quatro clubes competitivos entre eles, sim, e Mourinho pode adaptar o Plano. O verão vai ser interessante."

6, excerto...

Total, excerto...

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Central, excerto...

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Hora, excerto...