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sábado, 12 de setembro de 2020

SL Benfica | Pré-época completa, o que esperar a seguir?


"A vitória frente ao Rennes (2-0), no passado sábado, representou o culminar de uma pré-temporada bem sucedida para o SL Benfica, que contou por vitórias os sete jogos realizados, com saldo muito positivo de golos (23-4) e as boas indicações que todos esperavam, ainda que a equipa não apresente já os índices competitivos no auge, dada a qualidade do plantel e de quem o dirige.
Jorge Jesus chegou, à semelhança de 2009, a prometer multiplicações na qualidade de jogo – desta vez, o triplo –, mas a equipa, fruto das exigentes cargas físicas do técnico, não conseguiu ainda produzir o futebol entusiasmante que se espera, ainda que as melhoras a nível defensivo tenham sido observáveis desde o primeiro encontro de preparação.
A linha recuada absorveu de imediato as noções de organização do staff e a sincronização do primeiro quarteto foi visível na aplicação da armadilha de fora-de-jogo: o SC Braga foi a principal vítima, com os seus atacantes a serem apanhados inúmeras vezes em posição irregular de forma quase caricata. 
Ainda que nem sempre os prováveis titulares estivessem disponíveis, os substitutos apresentavam altos índices de concentração e demonstraram competências válidas para lutar por um lugar.
Os reforços Gilberto e Verthongen tiveram sortes diferentes – à direita, o brasileiro não apresentou ainda motivos que façam destronar André Almeida da titularidade, enquanto que o experiente belga assegurou imediatamente lugar ao lado de Rúben Dias, aproveitando a lesão de Jardel e o eclipse de Ferro.
À esquerda, a lesão de Grimaldo foi propícia para a continuidade de Nuno Tavares, que intercalou bons pormenores e exibições com momentos de fragilidade, e para a aparição de Franco Cervi como solução na traseira esquerda, materializando opiniões de diversos quadrantes da massa adepta que viam na disponibilidade física do argentino justificação para um recuo no campo.
O meio-campo foi o sector com mais alterações forçadas dada a quantidade de soluções de qualidade. Weigl encabeçou o núcleo de apostas totalitárias, cumpriu todas as titularidades e foi observando a dança de cadeiras à sua frente: Taarabt foi mais vezes aposta, mas Gabriel e Florentino surgiram largos minutos em campo e até Pizzi experimentou a posição ‘8’, ainda que sem resultados práticos que motivem repetição da aposta.
O português conseguiu os melhores números da carreira no lado direito e, após um 2019-2020 a grande nível, as pretensões de Jorge Jesus em colocá-lo no centro do terreno parecem concluir em opção única: o lugar de segundo-avançado, libertando Luís Miguel da exigência física e da preocupação defensiva. O que resultou, já que surgiu em grandíssimo plano no apoio ao último homem e relegou, para já, o alemão Waldschmidt para o banco de suplentes.
Nas alas parece não existir grande dúvida: Everton Cebolinha e Rafa são craques de nível internacional e será questão de tempo até assegurarem totalmente lugar cativo no onze. Isto apesar dos jogos menos bem conseguidos por parte do português, que terminou a época transacta irreconhecível e que demora a voltar ao nível que atingiu com Bruno Lage em 2018-19.
Pedrinho é um dos nomes à espreita dessa eventual quebra de rendimento, brasileiro que aterrou na Luz com selo Corinthians e que não tardou em mostrar pormenores técnicos de elevado gabarito: mas não é só essa a sua principal valência, há outros pressupostos com os quais exige minutos logo à partida, como a noção táctica invulgar para um fantasista brasileiro e a disponibilidade para ocupar várias posições no último terço.
Jota, uma das grandes esperanças, parece cada vez mais relegado a posto solitário nas masmorras da inutilização, fala-se insistentemente em empréstimos para o estrangeiro: o Record noticiava esta semana a possibilidade de West Ham e Everton serem os clubes do português na próxima temporada, depois do fugaz interesse do Valência.
Lá na frente, Dyego Souza é carta fora do baralho, compreensivelmente. O brasileiro nunca demonstrou aptidões para ser solução válida às eventuais quebras de rendimento de Seferovic e Vinícius, e o cancelamento do seu empréstimo parece o mais provável desenrolar da sua situação.
Quanto aos outros dois, experienciaram minutos que baste para mostrar serviço – o suíço mostrou competências físicas para as funções que Jorge Jesus pede aos seus avançados, tanto na exploração da profundidade como na agressividade em momento de pressão –, mas a chegada de Darwin Nuñez parece remetê-los para papel secundário.
Carlos Vinícius foi figura, bisou frente ao SC Braga, mas a insistência da comunicação social na sua saída por valores avultados é fumo de um fogo que vai ardendo sem grandes desenvolvimentos, ainda que o encaixe financeiro que a transferência poderia representar seria apenas e só para libertar o clube dos limites do fair-play financeiro e encarar o mercado com renovada abordagem.
O jogo da próxima terça-feira, frente ao PAOK de Abel Ferreira, será o primeiro grande teste de uma equipa de quem se espera grandes feitos. Tudo o que não seja uma vitória no Toumba será visto como fracasso monumental.
Três dias depois joga-se a jornada inicial da Primeira Liga em Famalicão, e será fundamental encarar esse jogo com almofada emocional que só um sucesso na Grécia poderá disponibilizar, libertando um grupo de jogadores da pressão monumental que as peripécias e fracassos de 2019-2020 entregam."

Cadomblé do Vata (Critérios...)


"O governo continua a não permitir a presença de espectadores nos estádios e eu apoio. Na verdade, não concordo, mas como Benfiquista, ando há uns meses a ser aqui evangelizado na politica de não se questionar as decisões de quem é eleito democraticamente e finalmente, terei aprendido. Acresce que o SL Benfica tem mantido um silêncio olímpico acerca deste tema, deixando o FC Porto a liderar a luta pelo nosso regresso ás bancadas, portanto por muito que seja um orgulhoso nativo da Velha Lusitânia, não quero juntar ao epíteto de "benfiquisto" o de "portoguês".
António Costa pegou na sua experiência para dizer que assistir a um filme no cinema é diferente de ir a um jogo de futebol ao vivo. As palavras do Primeiro Ministro reflectem certamente a sua certeza de haver um maior controle dos comportamentos dos espectadores nos cine teatros nacionais do que nos anfiteatros desportivos, sabendo que se alguém se levantar da cadeira para filmar o espectáculo cinéfilo como ele próprio fez na Bancada de Honra da final da Champions, será automaticamente convidado a sair. Talvez se os clubes retirassem a mesa de iguarias da Tribuna Presidencial e a substituíssem por uma máquina de pipocas, a primeira jornada da Liga já contasse com lotações esgotadas.
Se a disparidade emocional subjacente à Sétima Arte quando comparada com o pontapé no cautchú pode explicar a primazia dada à primeira, em relação às touradas a coisa é mais difícil de explicar. É certo que ninguém grita "bandarilhaaaaaa" quando um varão ferrujento entra pelo dorso do touro adentro nem canta "e quem não salta é cornudo, olé, olé", mesmo que a paixão pela violação dos direitos taurinos possa ter alguma análise psicanalítica à volta disto, mas ninguém pode negar que uma chicuelina bem sacada aquece fortemente o ambiente à volta do areal ensanguentado pela acção de um cavaleiro, deixando-o a poucos graus centígrados das temperaturas emanadas por um golo Glorioso, num relvado ensanguentado pela acção do Pepe.
Sejamos claros: a questão aqui não está na necessidade de protecção da saúde pública, mas na (falta de) coerência das decisões. Seria de julgar que 20 épocas de Xistra nos tivessem imunizado contra a Dualidade de Critérios, mas ainda estamos muito sensíveis a isso. Valha-nos ao menos que todos estes longos anos nos deram bagagem gramatical para responder às injustiças, da forma mais pejorativa possível."

Incompetência!


"O presidente da Liga, Pedro Proença, o rosto que o sistema não deixou cair, após provas sistemáticas de inoperância e incompetência.
O futebol português vai pagando o custo de uma liderança falhada, mantida apenas para serventia dos interesses do FC Porto e seus aliados."

Julgamento público...


"O início do julgamento de Rui Pinto coincidiu com o estreitar de novo ataque mediático em relação ao Sport Lisboa e Benfica.
Em poucos dias, multiplicaram-se as acusações, todas elas facilmente desmontáveis, mas se o conteúdo não preocupa, a estratégia dá que pensar.
O sinal dado, que a defesa de Rui Pinto, num caso em que o clube nem sequer está envolvido, não será feita nos tribunais mas lançando ruído e poeira no espaço mediático em relação ao SL Benfica, é grave e revelador que o hacker não actua isoladamente.
Afinal de contas, qual a razão para a percepção da defesa, que atacar o SL Benfica seja o meio indicado para absolvição, num caso em que o clube nem sequer é implicado?
É apenas indicativo dos interesses, influências e agenda que está, desde sempre, na origem deste ataque."

Bistrot - [FR] Saison 2 #30 - Bilan du mercato et analyse du déplacement à Salonique.

Fever Pitch - João & Patrick... França!

Supertaça...

Ac. São Mamede 0 - 3 Benfica
11-25, 14-25, 13-25

Regresso do Voleibol, com uma Supertaça disputada por 6 equipas, em sistema de Poule!
Vitória normal, numa secção com poucas alterações, e com competência comprovada repetidamente...

Agora é oficial e vale muito dinheiro


 "Imaginem que o Benfica pagava 25% de comissão da venda de um jogador... Ainda bem que isso não acontece em lado nenhum

A pré-época do Benfica 100% vitoriosa parece ter contribuído para que Jorge Jesus afine a equipa para o que interessa. Agora interessa tudo, agora cada jogo conta, agora cada jogo é uma peça no puzzle que queremos ver no final da época pintado de vermelho. Jorge Jesus sabe que se vai ver grego para vencer em Salónica. Os macedónios, como gostam de se auto intitular, são uma equipa com qualidade. Cabe ao Benfica mostrar ser melhor.
O Benfica joga com o PAOK um jackpot importante, é um acumulado a não desperdiçar neste casino do futebol moderno.
Gostei do jogo contra o Rennes, sem vários titulares, o Benfica mostrou uma ideia de jogo para ganhar os automatismos que Jorge Jesus quer e gosta. Vlachodimos continua muito bem e mesmo sem destaques individuais, há por ali muitas soluções num plantel recheado onde Jorge Jesus é elemento decisivo.
A SAD do Benfica só teve 41,7 milhões de euros de lucro líquido em ano de pandemia. Percebe-se o desânimo em muitas paragens, tenho mais dificuldade de o aceitar noutras. O Benfica cumpre todos critérios de fair play, mostra os segundos melhores resultados da história e as noticias são o que esteve mais perto de não ser. Criativa a fantasia do anti-Benfica, mas com vida muito dificultada pela realidade, sempre presente e maçadora. Imaginem que o Benfica tinha pago uma comissão de 25% na venda de um jogador, os alertas que não havia e os especiais informação, que não geravam... Ainda bem que isso não acontece me lado nenhum.
O acordo entre SC Braga e Sporting para pagamentos devidos por Rùben Amorim dão um bom aspecto a ambos os emblemas para início da Liga. É bom que assim seja, pagar o que se deve é um princípio de correcção que merece sempre elogio. Vem aí um campeonato onde o FC porto estará muito forte e reforçado, o Sporting melhor e bem treinado e o SC Braga caminha ao lado dos clubes tradicionais de maiores ambições.
Estar a construir um Benfica mais forte e ambicioso é a única forma de ganhar de forma consistente, porque os adversários, mesmo quando simulam fraquezas, aparecerão como sempre para ganhar. Todos os benfiquistas juntos, pelo Benfica, para mais um ano de sucessos."

Sílvio Cervan, in O Benfica

Falta de pudor


"É sabido que, numa casa, quando a necessidade entra pela porta da frente, o pudor foge a sete pés pelos fundos.
No Sporting, há muito que a necessidade se instalou, passando a regra e manifestando-se sob diversas formas e feitios. As soluções, sempre alegadamente mirificas, raramente resolvem os problemas, pois assentam em algo estrutural e manifestamente irresolúvel. Trata-se do Benfica. Perderão sempre na comparação, não há volta a dar-lhe, por muito que insistam em (sobre)viver acima das possibilidades.
Naturalmente que tal estado de coisas promove a instabilidade. O Sporting será sempre um projecto inacabado, aquém do proposto. E resulta disto que quem o lidera se sinta na contingência de ter de propalar supostos feitos de forma sistemática.
Agora são as contas apresentadas em tempos pandémicos. Alardeiam o lucro e o seu maior volume de negócios de sempre, regozijando-se de o terem conseguindo apesar da pandemia. E eu prefiro constatar que o desequilíbrio estrutural se agudizou (39 milhões de euros negativos nos resultados operacionais sem atletas) e sorrio devido ao quadro dos resultados operacionais ajustados que expurga o efeito da pandemia, indemnizações e provisões, como se estas duas não ocorrressem todos os anos. E o mais caricato é que assim se fica a saber que o impacto directo da pandemia se ficou por 3,7 milhões de euros, o que não justifica a grandeza do prejuízo operacional ou muito menos faz valer as desculpas de mau pagador aquando do 'roubo' do treinador do SC Braga.

P.S. Por falar em necessidade, vendo-se na contingência de, por uma vez, se ter de cumprir regas em Contumil, as críticas a Mendes foram metidas no bolso. Lá o pudor não se esvai pelos fundos da casa... nunca sequer lá esteve."

João Tomaz, in O Benfica

Darwinista convicto


"Até meados do século XIX, a imensa maioria da comunidade científica defendia a ideia de um deus que teria criado a vida na Terra. Mas, em 1859, Charles Darwin (1809-1882) provocou uma revolução com o seu livro A Origem das Espécies. O naturalista inglês apresentou provas científicas do que defendia: a selecção natural. Para chegar às suas conclusões, Darwin precisou de 20 anos de estudos, de viagens, de experiências e recolhas de organismos, sendo que a passagem pelas Ilhas Galápagos, território do Equador, foi fundamental para atingir os seus objectivos. Durante cinco anos viajou a bordo do navio HMS Beagle, acumulando espécies, ilustrações, fósseis e largas horas de observação de animais exóticos e comuns. E assim nasceu a base da sua teoria: na luta pela sobrevivência, aquele que sobrevive não é necessariamente o mais forte, mas o que melhor se adapta às condições em que vive.
Passaram 161 anos, e o Darwin de que se fala é outro - Darwin Gabriel Núñez Rivera, futebolista uruguaio que passou por Peñarol, Almeria e selecção nacional do seu país. Tem 21 anos e já chega rotulado como a contratação mais cara da história do Sport Lisboa e Benfica. A teoria do Darwin do século XIX pode adaptar-se perfeição à sua carreira com a camisola do Glorioso. Darwin pode não ser necessariamente, e para já, o mais forte dos atacantes do panorama internacional, mas vai adaptar-se ao novo habitat e tirar o melhor partido do que o Benfica tem para lhe dar. Com as melhores condições de vida e de treino, com os ensinamentos que vai por cá receber, com a entrega e o profissionalismo que todos esperamos dele e as características que já possui, tem tudo para ser um elogiado caso de selecção natural e conjugação com o meio ambiente. Dando-lhe tempo para crescer, claro, como sempre acontece na natureza."

Ricardo Santos, in O Benfica