Últimas indefectivações

sábado, 7 de janeiro de 2023

Vermelhão: Tiro ao boneco!!!

Benfica 1 - 0 Portimonense


Acabou por ser o adversário ideal, neste regresso às vitórias, com ausências muito importantes, que podiam ter transformado esta partida numa armadilha, mas apesar do desperdício industrial no remate à baliza, acabámos por jogar bem, dentro do contexto do jogo e do momento da equipa, controlando completamente a partida, com muita posse de bola, e mesmo sem os jogadores mais rápidos do plantel em campo, acabámos por conseguir criar oportunidades...

O Portimonense defendeu com muita gente, nem sempre bem, não nos deu muito trabalho nas transições defensivas, principalmente na 1.ª parte, mas quando tentou... conseguimos resolver a questão, com o Ody a fazer uma defesa digna desse nome, somente por uma vez...

Mas com o resultado a ficar pelo 1-0, ficou sempre no ar, a possibilidade de uma carambola ou uma bola parada, pudesse dar um ar de tremenda injustiça, algo que acabou por não acontecer.

Com Chiquinho no lugar do Enzo; Aursnes a fazer de Rafa e Draxler no 'lugar' do Neres, a equipa acabou por adaptar-se bem. Chiquinho com uma excelente exibição, sem muito trabalho defensivo, e bem na distribuição de jogo... com a inteligência para perceber que não podia perder a 'posição', arriscando assim pouco nas 'subidas', deixando o Tino aproximar-se mais da área adversária!!! O Aursnes provou hoje, que pode jogar em qualquer lado... com um pouco mais rotinas, temos aqui um 2.º avançado!!! Muito bem nas tabelinhas, mas faltou ser mais espontâneo no remate!

Otamendi a nível de Campeão do Mundo... Classe e capacidade física impressionante! Tino a rematar à baliza!!! Ramos precisa urgentemente de marcar... assistiu e rematou muito, mas falhou... sendo que só um dos desperdícios é inaceitável! Grimaldo bem... João Mário foi melhorando com o jogo... Bah precisa de algumas 'aulas' de como atacar linhas defensivas tão baixas, tem que 'atacar' mais vezes a última linha do adversário... Tó Silva, muitas dificuldades nos confrontos físicos com o avançado contrário... Draxler melhor, mas menos assim, parece-me curto para este Benfica!

Entrada cheia de confiança do João Neves, mesmo fora de posição, muita personalidade, muitíssimo bem no passe, decidido, e sem medo... temos jogador!

Apesar das melhorias, o jogo da Póvoa não será fácil, e se estivermos focados no derby com os Lagartos, podemos ter um grande dissabor na Taça! Espero o regresso dos ausentes, mas para ganhar temos que jogar com tudo...

Estreia da nova iluminação e do novo sistema de som, em grande... Excelente investimento. E pareceu-me que a cobertura móvel também foi melhorada!

Não posso fugir ao tema do momento: a ausência do Enzo. Pessoalmente tinha dúvidas, porque uma coisa é o comportamento inaceitável do jogador, outra coisa é a forma de o 'castigar'! Neste momento, o Benfica tem que ter cabeça fria, e não facilitar o trabalho a quem quer desestabilizar o Benfica! A ausência dos treinos explica a decisão da não convocação do Enzo (decisão que me pareceu ser exclusiva do treinador), a Direcção deverá multar severamente o jogador... Mas sem que exista um Clube que pague a cláusula de rescisão, o jogador, treinando normalmente, só tem é que jogar nos próximos jogos... Eu sei que a vontade é metê-lo a treinar na B, mas isso seria fazer o 'jogo' do Agente do jogador e do Chelsea...



Derrota...

Estoril 2 - 0 Benfica


Com o 1.º lugar garantido na 1.ª fase, a equipa tem baixado o nível...

Lutar pelos três pontos


"Está marcado para as 19h00 o pontapé de saída no regresso da nossa equipa ao Estádio da Luz. Jogar bem e ganhar é o objetivo. Este é o tema em destaque na News Benfica, mas há mais.

1
Roger Schmidt antevê "um jogo difícil" e nota que "precisamos de um desempenho excelente". "Temos de estar bem a nível tático para que a prestação individual melhore", afirma.
Na opinião do nosso treinador, a equipa do Portimonense é "boa, muito difícil, física e intensa". "Jogam com muitos jogadores atrás da linha da bola, não é fácil criar oportunidades com eles", analisa.
Schmidt garante que a equipa está preparada e conta com o forte apoio dos Benfiquistas: "Já analisámos tudo, os jogadores tiveram uma boa reação no treino, treinámos bem e estamos desejosos de jogar de novo em casa, diante dos nossos adeptos, porque já não o fazemos há algum tempo. Queremos fazer um bom jogo diante do nosso público e lutar pelos três pontos."
Veja, na íntegra, a conferência de Imprensa de Roger Schmidt.

2
Marque já na agenda e não falte: a nossa equipa feminina de futebol volta a jogar no Estádio da Luz. É no dia 21 (sábado), às 15h00, frente ao Sporting, numa partida a contar para os quartos de final da Taça de Portugal.

3
Ontem foi dia europeu no basquetebol feminino. Em Espanha, na 1.ª mão da 1.ª ronda do play-off da EuroCup Women, defrontámos o Cadi La Seu. O 62-53 a favor das catalãs deixa a eliminatória em aberto, remetendo a decisão para a Luz, no dia 12. Leia a reportagem e veja o resumo do jogo, aqui.

4
Voltam os fins de semana muito preenchidos. Hoje, além da receção ao Portimonense (19h00), há a deslocação dos Sub-23 ao Estoril (17h00).
Sábado, na Luz, temos as seguintes partidas: voleibol feminino frente ao Clube K (16h00); futsal feminino com o Unidos Caxienses (18h00). No Benfica Campus, às 15h00, jogam os Sub-19 ante o Torreense.
Também amanhã, no basquetebol visitamos a Ovarense (15h00). No hóquei em patins, desafio no Murches (16h00). No andebol feminino, às 16h30, jogo na Turquia com o Antalya Konyaalti BSK (1.ª mão dos oitavos de final da EHF European Cup Women). A nossa equipa de voleibol joga em Guimarães (17h30). E, no futsal, deslocação ao Dínamo Sanjoanense (21h00).

5
Fique a par das atividades do Museu Benfica - Cosme Damião programadas para o primeiro trimestre deste ano. A primeira está agendada para amanhã, dia 7, às 11h00: é a tertúlia "As Memórias de um Rei", dedicada a Eusébio. A entrada é gratuita, mas requer inscrição prévia."

"Festa a Bordo" no Jardim do Regedor


"Uma festa de homenagem à comissão administrativa da secretaria reuniu uma plêiade de artistas num evento inesquecível

Em Abril de 1950, terminava o mandato da Comissão Administrativa da Secretaria do Benfica, da qual faziam parte nomes como Maximiano Varges, José Silvestre, Uriel Cardoso Saraiva e Fausto Marques. Homens de acção, legaram aos sócios e simpatizantes do Clube importantes melhoramentos na secretaria da Rua do Jardim do Regedor, como a compra de equipamento de som e a ampliação do Posto Médico.
O fim do seu mandato exigia uma inesquecível festa de homenagem. A organização ficou a cargo de Aníbal Nazaré e Nelson Barros, sócios do Clube e prestigiados escritores teatrais, autores dos famosos diálogos da 'Lelé e do Zéquinha', folhetim radiofónico que na época pôs todo o país a rir.
Tendo por tema 'Festa a Bordo', o salão de festas da secretaria estava engalanado com motivos que remetiam para a ambiência marítima dos grandes paquetes, tendo sido inclusive distribuídos bonés de marinheiro com a palavra Benfica. Um trio composto por igrejas Caeiro, José Castelo e Jorge Alves ficou encarregado da apresentação do brilhante ato de variedades, irradiando a sua boa disposição e alegria a todos os que ali se encontravam presentes. Numa sala completamente esgotada, o público vibrou com as atuações da fadista Deolinda Rodrigues, e notável declamadora Bárbara Virgínia, o humor de Humberto Madeira, variados artistas da rádio como Júlia Barroso, Maria Odete, Marta Teler, Horácio Reinaldo ou ainda Selva de Almeida, trajando um elegante vestido com as cores do Benfica. O ato terminou de forma estrondosa com a atuação de Vasco Santana e Irene Velez, que protagonizaram um número da série 'Lelé e Zequinha' intitulado 'Um Benfica - Sporting em casa do Zéquinha'.
Findo o ato de variedades, a Comissão Administrativa ofereceu a todos os artistas uma ceia volante, durante a qual foram oferecidos lembranças a todos os artistas, tendo Rebelo da Silva agradecida em nome do Clube e sua gentil colaboração.
A festa continuou ao som das mais modernas músicas de jazz executados pela orquestra regida por Miguel de Oliveira, convidando toda a assistência a um pezinho de dança. No concurso de danças de salão, o futebolista Francisco Albino e sua filha arrebataram o primeiro prémio, revelando-se exímios dançarinos de 'raspa'. A assistência não arredava pé e dançou-se alegre e vibrantemente pelos salões da secretaria até o sol raiar.
Para conhecer mais históricos sobre os espaços emblemáticos benfiquistas, visite a área 17 - Chão Sagrado do Museu Benfica - Cosme Damião."

Ricardo Ferreira, in O Benfica

Futebolês - F


"“Filosofia” é ganhar

Se Descartes fosse treinador de futebol diria “ganho, logo, existo”, colidindo de frente com o diletante Jorge Valdano, “el Filósofo”, para quem o jogo é (apenas) uma “desculpa para sermos felizes”, explicação sumária para a sua curta carreira de técnico de alta competição.
Arte ou resultado, bola ou esforço, êxtase ou sobrevivência, genética ou treino, ADN ou “Filosofia de jogo”?
É raro o dia que não ouvimos treinadores ou analistas avançarem decididos no campo da reflexão, inspirados em mestres que assumiram construir os seus modelos de jogo, de trabalho e de liderança a partir de ideias filosóficas - ou não fosse, por exemplo, o legado de Johan Cruyff sobre o futebol belo e de ataque plasmado num livro intitulado “Futebol, a minha Filosofia”, que orienta os seus discípulos.
O herdeiro Guardiola é incensado por declarar princípios básicos a que o marketing empresta uma aura de prolóquio metafísico e inovador: “somos bons porque mantemos a bola”. Mas a verdade é que José Maria Pedroto, há 40 anos, já declarava “se eu for dono da bola, serei dono do jogo”. Tal como Otto Glória, há 60, na metáfora da posse “não há omelete sem ovos”.
Novo fraseado, nem sempre coerente, para conjugar velhas ideias. E agora juntaram-lhe o ADN, que alguém já descreveu como a “filosofia da humanidade”, por condicionar a identidade e estrutura dos indivíduos e dos povos.
“O nosso ADN é ganhar”, proclamava Fernando Santos sobre a seleção nacional. “Não vamos abrir mão do ADN da equipe, sempre muito compacta e agressiva quando não tem a bola” - explicava Jorge Jesus sobre o seu Flamengo.
“Eu e o Corinthians temos um pouco do mesmo ADN”, dizia Vitor Pereira antes de deixar o clube de São Paulo para seguir as pisadas do “mister” no Rio de Janeiro. “Lendo, formamos o nosso ADN, o nosso código genético de escrita, o nosso estilo, conseguimos ter as nossas influências e a nossa identidade. No futebol é a mesma coisa”, comparava Freitas Lobo, influente comentador televisivo com livros publicados a respeito.
E assim não há jogo nem joguinho que não nos venham resumir peripécias, reviravoltas, falhanços, proezas e “remontadas”, às vezes por meras repetições de exercícios colectivos treinados exaustivamente, noutras por inexplicáveis acidentes ou golpes de sorte, com a boa da “filosofia de jogo”. E o ADN, a identidade, é o “passe-vite” da eloquência desportiva:
“A nossa maior vitória é hoje sermos fiéis ao nosso ADN, nas diversas moléculas que o constituem”, declarou Frederico Varandas num discurso aos sócios do Sporting, após o ano vitorioso de 2021.
É, pois, um conflito insanável que alimenta “flash interviews” e discussões de “experts”. Se alguém obtém vitórias e títulos, mas não cativa pelos espectáculos que proporciona, colam-lhe o rótulo de “resultadista” colocando uma repugnante carga negativa em cima da filosofia de ganhar. Mas os que não os alcançam, por mais espectaculares que sejam as suas equipas, rapidamente são atropelados pela cobrança dos troféus não conquistados - porque ninguém identifica um ADN perdedor ou uma Filosofia de derrota.
«Ninguém gosta de jogar bem e perder, só os que falam de filosofia», sintetiza o pragmático José Mourinho que, no entanto, em 2012 afirmou que aspirava “a mudar a filosofia futebolística (porque) não existem treinadores com as mesmas ideias”.
A “Filosofia” no futebol moderno ocupa um lugar de honra, depois de ter sido elevada a disciplina dos cursos superiores de desporto e de se tornar público que os principais treinadores se desenvolveram em contacto profundo com a sabedoria do maior pensador português nesta área, Manuel Sérgio, a quem José Maria Pedroto designou de “profeta”, antecipando-lhe o reconhecimento mundial que chegaria décadas mais tarde.
“Dava-me livros de filosofia para ler e um dia disse-lhe que aquilo rebentava-me a cabeça”, revelou Jorge Jesus, também discípulo de Cruyff, numa homenagem ao sábio professor que influenciou o pensamento futebolístico português e brasileiro, a nível académico, com um princípio simples mas revolucionário.
“Quem sabe só de futebol, de futebol nada sabe”, escreveu Manuel Sérgio. “O futebol é isto mesmo”, acrescentou Manuel José.

A seguir: G de Gestão"